O dia estava nublado e escuro, com o vento batendo na janela, fazendo barulhos e sussurros por toda a casa, olho lá fora com um suspiro, meus pensamentos flutuando sobre a janela.
Às vezes, gostaria de ser como o vento, apenas para poder partir, apenas para poder flutuar.
Apenas para poder sumir para sempre.
Me vejo no reflexo da janela, o vestido preto e mórbido em meu corpo, o coque simples e sem graça no qual eu improvisei, joias simples, e um rosto morto. Gosto de me sentir bonita, gosto de me sentir poderosa, mas não era esse o objetivo do vestido. O objetivo do vestido era me lembrar, o objetivo do vestido era para me enterrar e me esconder, para homenagear e oferecer.
Solto um suspiro, parecia que iria chover, e eu particularmente gostava de chuva, gostava do tempo triste, gostava do céu escuro e do vento, me fazia me sentir confortável, confortável e ao mesmo tempo sozinha,
Mary me deu um lar para viver, quando eu não tinha nada, me deu uma cama para dormir quando minha cama era o asfalto duro da rua. Ela me deu fartura de comida e bebida quando eu implorava por um pedacinho de pão e bebia água pútrida para não morrer de sede.Ela me deu uma vida para viver.Então em um dia enquanto eu me deliciava com uma carne perfeitamente tostada e sangrenta ela caminhou com um sorriso até mim, andou até estarmos próximas.— Está aproveitando da comida? — Ela perguntou perto o suficiente para eu sentir que cheirava a baunilha e rosas do campo.— Sim.Ela fica feliz ao me ouvir, e ver ela sorrindo me dá coragem de perguntar aquilo que quero desde que a conheci.— Por que você está fazendo essas coisas por mim? Ninguém nunca se importou comigo dessa maneira.Mary acaricia meus cabelos albinos e um ar
"Será que fui trocada durante a noite? Deixe-me pensar: eu era a mesma quando me levantei essa manhã? Tenha uma ligeira lembrança de que me senti um bocadinho diferente. Mas se não sou a mesma, a próxima pergunta é: Quem eu sou? Ah, este é o grande enigma "Olho para a pequena luz ao lado da minha cama tremeluzindo, como se estivesse acabando as pilhas, piscando.Era como se me dissesse para ir dormir.Certo, não acho que seja bom ficar lendo até tarde, talvez a luz esteja certa.Me espreguiço, sentindo meus ossos rugindo e estralando, pego o livro que Claire me deu e o guardo na escrivaninha, estava uma noite fria, e até mesmo tirar o meu grande e adorado roupão verde-musgo parecia difícil, mas mesmo assim me deito, sentindo a cabeça latejar de leve. A noite uivava do lado de fora, solto um olhar para Claire que dormia profundamente, estou
Edith tinha dois segredos. E eu, como um escritor anônimo não poderia deixar de contar a vocês quais seriam eles. Edith sempre teve uma pequena fascinação por últimas frases. Green Lake havia apagado muito da sua memória, mas ainda guardava as palavras consigo, os livros a faziam se lembrar, talvez esse fosse o motivo dela saber mais sobre seu passado do que a maioria, embora ela não soubesse muito bem se isso era algo bom ou ruim. As memórias que tinha não eram agradáveis, e as vezes no silêncio da noite acordava assustada por causa de uma nova lembrança, embora nunca fossem muito longe, sempre acabavam no mesmo lugar, resultando em nada, um conjunto perdido e inútil. Ela sabia que seu nome era francês pois sua mãe havia vindo de lá, sabia que apesar da relação da sua mãe com esse país não havia nascido lá, Edith era coreana, e vivia na Coreia junto dela e de vez em quando, do seu pai. "Sua filha é problemática, você vai ter que int
Estava uma noite incrivelmente agradável e Joseph Blow estava em seu quarto tomando um chá de hortelã com ervas frescas enquanto Maria o observava.— O chá está bom senhor?Ele a olhou com seus belos olhos azuis — Ah... como Maria adorava aqueles olhos — E sorriu.— Está maravilhoso, muito obrigada.— Gostaria que eu buscasse mais na cozinha? — Ela perguntou já levando a bandeja.— Sim, seria ótimo um pouco mais de chá.Maria sorriu saindo do quarto levando a bandeja até a adorável e enorme cozinha daquela mansão, o local era lindo de morrer e era grande e afastado o suficiente para fazer os enxeridos passarem longe, ótimo, o doutor detestaria ter que cuidar de intrusos curiosos.Quando chegou até a cozinha percebeu que não estava sozinha, uma pequena garotinha estava sentada no chão
Ei, você pode me ouvir?Eu chamei seu nomeDe onde você é?O que é que o trouxe aqui?Por que você não me responde?Eu juro jogar bemNão é divertido?Este jogo de esconde-escondeEu só queria ouvir sua vozPele quente, olhos que choramEu só queria ver seu sorrisoSinta seu toque, já faz um tempoMuito, muito tempo atrás, eu era uma garota como vocêPai me amouMe manteve seguro e bonitoOh, como eu adoraria dançar só mais uma vezMas essas pernas frias, não se mexam mais 
Bato na porta.— Professor Nicolas? — Pergunto — O senhor está aí?Bato na porta novamente, e quando ela se abre percebo que ele não se deu o trabalho de limpar a tal sala, com papéis jogados por todos os cantos e cadernos esquecidos pelo chão.Exatamente como da última vez.— Emma? — Ele pergunta me olhando com curiosidade — O que faz aqui?— É meu primeiro dia na escola — Digo.Ele faz uma cara de confuso.Deve ter se esquecido.— Sinto muito, eu não pensei que... — Ele diz coçando a cabeça e então suspira — Entenda senhorita Tales, na situação que estamos as pessoas não estão muito preocupadas em aprender.De fato.— Terá aula ou não?Ele solta um sorriso gentil.— Se quer aprender, não há
O jantar após a chegada de Yugi Sakura não foi nem um pouco o que eu esperava.Não houve velas e nem luzes, não houve carne com mel e nem vinho, não houve nem mesmo uma sobremesa. Ellen simplesmente colocou uma panela com uma sopa de galinha e foi embora, ninguém cumprimentou a garota nova, parecia que Yugi Sakura era invisível a todos dessa cidade. Mas ela não reclamou, comeu a sopa que era o maior fracasso de Ellen, e não disse nada, não havíamos conversado muito, a conversa morreu depois do que nos disse: tem alguém me esperando lá fora. Bom, se havia alguém ela era uma baita de uma mentirosa, não tem como ter alguém lá fora, a verdadeira pergunta é: Sakura está nos enganando ou enganando a si mesma?Não consigo não pensar que talvez eu só esteja com inveja dela por ter alguém, por ter um objetivo o
Maria havia muitos segredos. E como um bom escritor anônimo me sinto no dever de revela-los.A verdade era que aquela enfermeira amava o seu doutor, Joseph Blow era o homem de seus sonhos, e ela sabia assim que botou os olhos nele. Maria não passava de uma moradora de rua antes de o conhecer, abandonada pela família, com fome e morrendo quando ele a encontrou, e decidiu a salvar.Ele a deu um lar, deu algo para comer, uma cama para dormir e o mais importante, um motivo para viver. E o motivo era ele é claro, só havia um problema, o homem de seus sonhos era casado! E pior ainda, havia uma filha. Maria havia princípios, e os teria seguido se o homem não tivesse alimentado suas tolas esperanças, assim fazendo-a cair em tentação, um beijo, prometeu a si mesma, apenas um beijo e então irei me afastar para sempre!O que foi uma mentira, é claro.Logo ficou mais