Edith tinha dois segredos.
E eu, como um escritor anônimo não poderia deixar de contar a vocês quais seriam eles.
Edith sempre teve uma pequena fascinação por últimas frases.
Green Lake havia apagado muito da sua memória, mas ainda guardava as palavras consigo, os livros a faziam se lembrar, talvez esse fosse o motivo dela saber mais sobre seu passado do que a maioria, embora ela não soubesse muito bem se isso era algo bom ou ruim. As memórias que tinha não eram agradáveis, e as vezes no silêncio da noite acordava assustada por causa de uma nova lembrança, embora nunca fossem muito longe, sempre acabavam no mesmo lugar, resultando em nada, um conjunto perdido e inútil.
Ela sabia que seu nome era francês pois sua mãe havia vindo de lá, sabia que apesar da relação da sua mãe com esse país não havia nascido lá, Edith era coreana, e vivia na Coreia junto dela e de vez em quando, do seu pai.
"Sua filha é problemática, você vai ter que int
Estava uma noite incrivelmente agradável e Joseph Blow estava em seu quarto tomando um chá de hortelã com ervas frescas enquanto Maria o observava.— O chá está bom senhor?Ele a olhou com seus belos olhos azuis — Ah... como Maria adorava aqueles olhos — E sorriu.— Está maravilhoso, muito obrigada.— Gostaria que eu buscasse mais na cozinha? — Ela perguntou já levando a bandeja.— Sim, seria ótimo um pouco mais de chá.Maria sorriu saindo do quarto levando a bandeja até a adorável e enorme cozinha daquela mansão, o local era lindo de morrer e era grande e afastado o suficiente para fazer os enxeridos passarem longe, ótimo, o doutor detestaria ter que cuidar de intrusos curiosos.Quando chegou até a cozinha percebeu que não estava sozinha, uma pequena garotinha estava sentada no chão
Ei, você pode me ouvir?Eu chamei seu nomeDe onde você é?O que é que o trouxe aqui?Por que você não me responde?Eu juro jogar bemNão é divertido?Este jogo de esconde-escondeEu só queria ouvir sua vozPele quente, olhos que choramEu só queria ver seu sorrisoSinta seu toque, já faz um tempoMuito, muito tempo atrás, eu era uma garota como vocêPai me amouMe manteve seguro e bonitoOh, como eu adoraria dançar só mais uma vezMas essas pernas frias, não se mexam mais 
Bato na porta.— Professor Nicolas? — Pergunto — O senhor está aí?Bato na porta novamente, e quando ela se abre percebo que ele não se deu o trabalho de limpar a tal sala, com papéis jogados por todos os cantos e cadernos esquecidos pelo chão.Exatamente como da última vez.— Emma? — Ele pergunta me olhando com curiosidade — O que faz aqui?— É meu primeiro dia na escola — Digo.Ele faz uma cara de confuso.Deve ter se esquecido.— Sinto muito, eu não pensei que... — Ele diz coçando a cabeça e então suspira — Entenda senhorita Tales, na situação que estamos as pessoas não estão muito preocupadas em aprender.De fato.— Terá aula ou não?Ele solta um sorriso gentil.— Se quer aprender, não há
O jantar após a chegada de Yugi Sakura não foi nem um pouco o que eu esperava.Não houve velas e nem luzes, não houve carne com mel e nem vinho, não houve nem mesmo uma sobremesa. Ellen simplesmente colocou uma panela com uma sopa de galinha e foi embora, ninguém cumprimentou a garota nova, parecia que Yugi Sakura era invisível a todos dessa cidade. Mas ela não reclamou, comeu a sopa que era o maior fracasso de Ellen, e não disse nada, não havíamos conversado muito, a conversa morreu depois do que nos disse: tem alguém me esperando lá fora. Bom, se havia alguém ela era uma baita de uma mentirosa, não tem como ter alguém lá fora, a verdadeira pergunta é: Sakura está nos enganando ou enganando a si mesma?Não consigo não pensar que talvez eu só esteja com inveja dela por ter alguém, por ter um objetivo o
Maria havia muitos segredos. E como um bom escritor anônimo me sinto no dever de revela-los.A verdade era que aquela enfermeira amava o seu doutor, Joseph Blow era o homem de seus sonhos, e ela sabia assim que botou os olhos nele. Maria não passava de uma moradora de rua antes de o conhecer, abandonada pela família, com fome e morrendo quando ele a encontrou, e decidiu a salvar.Ele a deu um lar, deu algo para comer, uma cama para dormir e o mais importante, um motivo para viver. E o motivo era ele é claro, só havia um problema, o homem de seus sonhos era casado! E pior ainda, havia uma filha. Maria havia princípios, e os teria seguido se o homem não tivesse alimentado suas tolas esperanças, assim fazendo-a cair em tentação, um beijo, prometeu a si mesma, apenas um beijo e então irei me afastar para sempre!O que foi uma mentira, é claro.Logo ficou mais
Elise Poulain, era uma simples francesa que havia ido para o sul da Alemanha passar a vida com seu marido que tinha familiares no país — Além de uma boa oportunidade de emprego lá — eles haviam acabado de se casar e todos estavam em comemorações, a pequena e humilde família Poulain estava feliz pela garota, nunca tiveram muito dinheiro, sempre com pouca comida na mesa, e uma baixa renda, agora ela se casaria com alguém que podia ajudá-la nas dívidas, seu noivo não era exatamente o homem mais rico do mundo, mas seria uma vida boa, ao menos preferível a morar junto de seus pais, além de que os dois se gostavam muito, poderia até dizer que estavam apaixonados um pelo outro, oui, c'est une belle histoire d'amourTudo começou a desandar para Elise quando seu marido foi atropelado por um moço descuidado, um marido tão bom e amoroso mo
Quando Elise chegou em frente ao hospital já percebeu que havia feito a escolha certa, uma parte sua estava com medo de que o lugar não a passasse confiança.Mas era o contrário.O local era belíssimo, havia flores vermelhas em volta da janela, pintada em tons de rosa e branco, Elise ficou tão feliz que pensou que poderia desmaiar, sorriu com alegria para o sol, feliz por sua nova chance.— Salut! — Disse ela enquanto batia na porta.Esperava encontrar alguém alto e forte assim que a porta se abrisse, como um príncipe encantado, mas ao invés disso encontrou uma garotinha bela sorrindo para ela, cheia de laços no vestido, com um coelhinho branco nas mãos.— Olá —Disse a menininha — Seja bem vinda ao hospital, a senhora precisa de alguma coisa?Elise ficou encantada com a criança, ela era tão
Maria arrumava a mesa de preparação enquanto ouvia música, lá fora o dia estava lindo.De longe conseguia ver Louise se arrumando, a filha do doutor e agora também sua, afinal de contas, Maria era a única pessoa que a garota havia no momento, elas estavam juntas, haviam fugido juntas e agora só haviam uma a outra. Ela observou atentamente a menina que arrumava a placa do hospital, a casa das duas após colocarem fogo na antiga mansão, não conseguiu não imaginar o que seu antigo noivo — agora falecido — pensaria ao ver sua filha dessa maneira, ao vê-la trabalhando em um hospital, e o que ele pensaria ao ver a garota crescer e se tornar cada vez mais uma belíssima mulher.Era impressionante a semelhança entre os dois.Mas não por causa da aparência.— Ela é igualzinha a você doutor.E então Maria voltou ao