— Pronta? — perguntei me recostando na porta. Eduarda terminava de fechar a mala que estava sob a cama e se virou para mim em seguida. Ainda sentia o ar fugindo dos pulmões todas as vezes que aqueles olhos castanho-claros me observavam. Resfoleguei, não pude evitar. Algum dia eu me acostumaria com isso? Pedia a Deus todos os dias que não. — Não vejo a hora. — ela respondeu, me fazendo voltar com os pensamentos a nós. A passos lentos ela foi se aproximando de mim, até ficar a milímetros de distância, o bastante para fazer cócegas com seus cabelos em meu braço. Ela jogou os braços ao redor do meu pescoço e desci as mãos automaticamente para sua cintura, na verdade um pouco mais para baixo, ficando entre a curva do seu quadril e sua bunda deliciosa. Senti a ereção começar a crescer sob o tecido jeans da calça e não consegui evitar o meio sorriso com a sensação. Ela riu, entregando que também havia notado. Agradeci o fato dela estar de vestido, me dava fácil aceso a sua pele
Não havia nada que pudéssemos falar que chegasse aos pés daquela visão, era inútil tentar descrever aquilo em palavras, seria medíocre demais. — Agora entendo porque você não falava para onde estávamos vindo. — Ela se virou para mim e novamente quase tive uma sincope ao olhar em seus olhos. Estávamos de lado para o pôr do sol, o que fazia os últimos raios solares bater em seus olhos e fazer os tons de caramelo se intensificarem. — Aqui é perfeito. — ela sussurrou, acariciando minha nuca. Aproximei meu rosto do dela, ficamos tão próximos que sua respiração fazia cócegas em meus lábios. — Você é perfeita. Dizendo isso, beijei seus lábios com tanta calma e sutileza que a fez desfalecer contra meus braços. Queria que ela sentisse todo o meu amor, ao ponto de quase poder toca-lo. Não sei quanto tempo permanecemos ali, mas quando abri os olhos a lua já havia tomado o lugar dela, iluminando todo o local. — Vamos entrar? — perguntei e ela apenas concordou, entrelaçando sua m
Acordei antes dela, o sol estava começando a nascer. Duda estava deitada de bruços, toda espalhada na cama, com as mãos embaixo do travesseiro. A coberta cobria até a sua cintura, fazendo a luz do sol refletir em seu corpo, deixando sua pele num tom de dourado fascinante. Me inclinei e beijei suas costas, provocando um pequeno gemido dela e arrepios por sua pele. Puxei o cobertor até a altura dos seus ombros e decidi descer para preparar o café. Vesti o roupão de algodão e fui para a cozinha. O chalé ficava na parte alta da cidade pitoresca, próximo a Campos do Jordão e por ser na parte alta, o clima ao amanhecer era bem frio, mas eu amava essa época do ano. Mesmo sendo verão, o clima aqui era sempre diferente. Liguei a cafeteira e enquanto o café ficava pronto, comecei a preparar panquecas para nós. Resolvi assar alguns pães de queijo também e preparar uma tabua de frios. Depois de tudo pronto, servi o café nas xicaras e coloquei um pouco do leite quente que havia esquentado nu
— Terminou de se arrumar, amor? — Gritei do andar debaixo, enquanto terminava de arrumar a mochila que levaria. Duda gritou que sim e logo depois a ouvi descendo as escadas. Ela entrou na cozinha e se apoiou na ilha, me observando. — Está levando o que? — Perguntou com curiosidade. — Só o essencial mesmo. — Dei de ombros. — O seu essencial as vezes é um pouco assustador. — Ela riu. Arqueei uma sobrancelha para ela, surpreso pela sua resposta. — Ta bem bocuda ultimamente, não acha? — A provoquei. Ela apenas deu de ombros, rindo. Estávamos levando duas mochilas, a maior estava comigo e a menor com a ela. A menor continha peças de roupas, caso precisássemos e itens de primeiro socorro, caso fosse necessário. A maior continha comida, bebida, toalhas, um lençol para o piquenique e mais alguns itens que eu julgava necessário. Cerca de uma hora após sairmos de casa, já estávamos no meio do caminho. — Vamos logo, sedentária. — Brinquei com ela, que ofegava um pouco atras
Os dias no chalé foram maravilhosos. Fizemos piqueniques, comemos em frente a lareira, adormecemos sob o tapete felpudo da sala. Caleb preparou tabuas de frios com vinho como acompanhamento. E fora isso, transamos como se o mundo fosse acabar logo. Meu corpo inteiro estava dolorido, marcado com vergões, hematomas, mesmo que por fora parecesse que havia acabado de ser espancada — não que eu não tenho sido, — por dentro eu estava absurdamente saciada. Caleb me fodeu de inúmeras formas possíveis e impossíveis. Soltei um longo suspiro relembrando que os dias de descanso estavam quase no fim. — O que essa cabeça está lamentando tanto? — Ele acariciava a lateral do meu rosto. Ele estava sentado no sofá, lendo alguns e-mails pelo celular, enquanto eu estava deitada entre suas pernas, com a cabeça apoiada em seu peito, trabalhando um pouco. Apoiei os óculos no topo da cabeça e fechei meu laptop, o colocando em meu colo. — Não acredito que vamos embora amanhã. — Reclamei, soltando ma
— Nem acredito que já estamos indo embora desse paraíso. — Duda choraminga, enquanto coloca as malas no porta malas. — Por mim ficaria aqui para sempre... Ela suspira e eu acabo sorrindo com isso. Me aproximo lentamente dela e a abraço por trás, apoiando minhas mãos em sua barriga e o queixo no topo de sua cabeça. O sol está se pondo, fazendo aquela mistura maravilhosa de cores que nos faz perder o folego, admirando. Ficamos ali parados por longos minutos, em silêncio, já que não há nada a dizer e mesmo que houvesse, pode esperar. Sinto o peito dela subir e descer, uma respiração profunda lhe escapa pela boca e sei que tem algo lhe incomodando. — O que foi, pequena? — pergunto, a viro para mim e pego seu rosto entre as mãos, para que ela não consiga desviar o olhar. — Sei que algo lhe incomoda. Seus lábios sobem num sorriso curto, como se ela tentasse me tranquilizar, mas isso só faz a ruga entre minhas sobrancelhas se franzir mais. — Duda — falo novamente, tentando fazer
Não são nem 9hrs da manhã e já estou exausto. Olho para a planilha a minha frente e só vejo um bando de números embaralhados. O cansaço está embaçando minha visão e raciocínio. Pelo resto da semana meus horários estão lotados; reuniões, reuniões e mais reuniões, e há, documentos para assinar, projetos para aprovar. Passo a mão pelos cabelos e solto uma respiração funda. — Já está assim, chefinho? — Andy brinca. Ergo os olhos em sua direção e a vejo entrando na sala. — Já estou exausto e não deu nem a hora do almoço. — falo, apoiando os pés em cima da mesa e cruzando os braços a cima da cabeça. — Você chegando sem telefonar antes, já sei que é urgente. Seus lábios sobem, num sorriso de desculpas e ela ergue os ombros. — Seu pai está aí. — ela solta, sem rodeios. — Consegui fazê-lo esperar um pouco, disse que você estava em uma reunião e que não tinha como recebe-lo ainda, mas ele quer falar com você e disse que não arreda o pé daqui enquanto não conseguir. Reviro os olh
— E como estão as coisas lá em Chicago? — Pergunto, servindo duas doses de uísque para nós. — Geladas. — Thomas respondeu, rindo. — Claro! — Balanço a cabeça, rindo e caminhei até o sofá em que ele estava sentado, lhe entregando o copo de bebida. — Saudades do clima de lá. — sussurrei, ficando nostálgico. — Aparece por lá então. — ele falou, escondendo o sorriso enquanto bebia o liquido de cor âmbar. — Acredito que os funcionários devem sentir muito a sua falta. — Revirei os olhos, sentindo a ironia no seu tom de voz. Mas acabei rindo com a brincadeira. Os funcionários da sede de Chicago me odiavam, o Caleb que gerenciou a Jones de lá era insuportável. Me arrependo de ter feito eles passarem por isso. Aquela época foi um verdadeiro inferno para mim, ou estava o tempo todo com raiva, ou bêbado ou chapado e nessas últimas opções eu mal aparecia na empresa, então eles tinham que se manter por conta própria. — Eu era um filho da puta. — Soltei, balançando a cabeça arrependido.