Observava a cidade com calma, enquanto balançava o liquido âmbar do copo. Sempre tomava uma dose de uísque, principalmente em dias corridos como o de hoje. Passei a manhã toda atolado em papeis, mal tendo tempo de respirar. Uma planilha atras da outra, um documento em cima do outro e ainda tinha uma tonelada de reuniões na parte da tarde, mal sabia que horas conseguiria sair desse escritório. Bufei alto, tomando o resto da bebida de uma vez. Eu amo o meu trabalho, mas ultimamente anda bem desgastante, principalmente sem meu trio de ouro aqui — Maggie, Thomas e Nick —, eles fazem muita falta na parte de criação e projetos. Ainda não havia conseguido ocupar o lugar deles com alguém competente para isso. Fui despertado de meus devaneios com o telefone tocando e pelo ramal na tela, sabia que era a Andy ligando. — Fala! — Respondi, colocando a ligação no viva voz enquanto me levantava, para me servir de mais uma dose. — Tem uma pessoa querendo te ver, ela disse que é urgente! —
Caleb estava estranho. Além do normal, para piorar. Ele chegou em casa calado, inventou uma dor de cabeça como desculpa e disse que ia dormir. Mas estava estampado na cara dele que era mentira. O relógio da sala já marcava 23h e eu estava sentada na borda da piscina, balançando os pés na água e pensando em tudo isso, enquanto admirava a lua. Não vou força-lo a falar. Mas sempre que ele se fecha dessa forma, em seu próprio casulo, é como um alerta para mim de que algo vai acontecer ou já está acontecendo. Pode ser coisa da minha cabeça, mas não consigo não temer. Sempre contamos tudo um para o outro, mas, teve o episodio em que eu escondi coisas sobre o Michael e ele surtou — com razão, é claro. Balancei a cabeça, tentando espantar esses pensamentos. Uma vez que, me deixasse afundar nesse abismo, seria quase impossível sair dele. Resolvi tomar um banho de piscina, para tentar distrair a cabeça. Me pus de pé na borda e deslizei a camisola de seda pelos braços, jogando na espre
Andy havia virado gerente do Rh, cuidava de todo o setor de Recursos Humanos da Jones, tanto daqui do Brasil, como das filiais de fora. Ela era extremamente competente em seu trabalho e em 6 anos de empresa já havia subido de cargo diversas vezes. — Vou tentar descobrir o que houve e te falo se souber de algo. — Ela concordou e desligou. Fiquei pensativa todo o restante do percurso. Com toda certeza aquele envelope tinha algo haver com o mal humor dele. Corri para o quarto assim que fechei a porta da frente atrás de mim e fui direto para a gaveta dele. Respirei aliviada ao notar que o envelope ainda estava ali, o retirei com cuidado e o abri, me sentando no chão do closet mesmo para ver o que tinha no interior dele. Senti o peito apertar e a respiração falhar ao ver as fotos. Melissa! Meu cérebro automaticamente reviveu todo o inferno que passei a quase um ano atrás, por conta daquela filha da puta! Senti o peito pesar, as mãos começaram a tremer, o coração acelerou e
— Pronta? — perguntei me recostando na porta. Eduarda terminava de fechar a mala que estava sob a cama e se virou para mim em seguida. Ainda sentia o ar fugindo dos pulmões todas as vezes que aqueles olhos castanho-claros me observavam. Resfoleguei, não pude evitar. Algum dia eu me acostumaria com isso? Pedia a Deus todos os dias que não. — Não vejo a hora. — ela respondeu, me fazendo voltar com os pensamentos a nós. A passos lentos ela foi se aproximando de mim, até ficar a milímetros de distância, o bastante para fazer cócegas com seus cabelos em meu braço. Ela jogou os braços ao redor do meu pescoço e desci as mãos automaticamente para sua cintura, na verdade um pouco mais para baixo, ficando entre a curva do seu quadril e sua bunda deliciosa. Senti a ereção começar a crescer sob o tecido jeans da calça e não consegui evitar o meio sorriso com a sensação. Ela riu, entregando que também havia notado. Agradeci o fato dela estar de vestido, me dava fácil aceso a sua pele
Não havia nada que pudéssemos falar que chegasse aos pés daquela visão, era inútil tentar descrever aquilo em palavras, seria medíocre demais. — Agora entendo porque você não falava para onde estávamos vindo. — Ela se virou para mim e novamente quase tive uma sincope ao olhar em seus olhos. Estávamos de lado para o pôr do sol, o que fazia os últimos raios solares bater em seus olhos e fazer os tons de caramelo se intensificarem. — Aqui é perfeito. — ela sussurrou, acariciando minha nuca. Aproximei meu rosto do dela, ficamos tão próximos que sua respiração fazia cócegas em meus lábios. — Você é perfeita. Dizendo isso, beijei seus lábios com tanta calma e sutileza que a fez desfalecer contra meus braços. Queria que ela sentisse todo o meu amor, ao ponto de quase poder toca-lo. Não sei quanto tempo permanecemos ali, mas quando abri os olhos a lua já havia tomado o lugar dela, iluminando todo o local. — Vamos entrar? — perguntei e ela apenas concordou, entrelaçando sua m
Acordei antes dela, o sol estava começando a nascer. Duda estava deitada de bruços, toda espalhada na cama, com as mãos embaixo do travesseiro. A coberta cobria até a sua cintura, fazendo a luz do sol refletir em seu corpo, deixando sua pele num tom de dourado fascinante. Me inclinei e beijei suas costas, provocando um pequeno gemido dela e arrepios por sua pele. Puxei o cobertor até a altura dos seus ombros e decidi descer para preparar o café. Vesti o roupão de algodão e fui para a cozinha. O chalé ficava na parte alta da cidade pitoresca, próximo a Campos do Jordão e por ser na parte alta, o clima ao amanhecer era bem frio, mas eu amava essa época do ano. Mesmo sendo verão, o clima aqui era sempre diferente. Liguei a cafeteira e enquanto o café ficava pronto, comecei a preparar panquecas para nós. Resolvi assar alguns pães de queijo também e preparar uma tabua de frios. Depois de tudo pronto, servi o café nas xicaras e coloquei um pouco do leite quente que havia esquentado nu
— Terminou de se arrumar, amor? — Gritei do andar debaixo, enquanto terminava de arrumar a mochila que levaria. Duda gritou que sim e logo depois a ouvi descendo as escadas. Ela entrou na cozinha e se apoiou na ilha, me observando. — Está levando o que? — Perguntou com curiosidade. — Só o essencial mesmo. — Dei de ombros. — O seu essencial as vezes é um pouco assustador. — Ela riu. Arqueei uma sobrancelha para ela, surpreso pela sua resposta. — Ta bem bocuda ultimamente, não acha? — A provoquei. Ela apenas deu de ombros, rindo. Estávamos levando duas mochilas, a maior estava comigo e a menor com a ela. A menor continha peças de roupas, caso precisássemos e itens de primeiro socorro, caso fosse necessário. A maior continha comida, bebida, toalhas, um lençol para o piquenique e mais alguns itens que eu julgava necessário. Cerca de uma hora após sairmos de casa, já estávamos no meio do caminho. — Vamos logo, sedentária. — Brinquei com ela, que ofegava um pouco atras
Os dias no chalé foram maravilhosos. Fizemos piqueniques, comemos em frente a lareira, adormecemos sob o tapete felpudo da sala. Caleb preparou tabuas de frios com vinho como acompanhamento. E fora isso, transamos como se o mundo fosse acabar logo. Meu corpo inteiro estava dolorido, marcado com vergões, hematomas, mesmo que por fora parecesse que havia acabado de ser espancada — não que eu não tenho sido, — por dentro eu estava absurdamente saciada. Caleb me fodeu de inúmeras formas possíveis e impossíveis. Soltei um longo suspiro relembrando que os dias de descanso estavam quase no fim. — O que essa cabeça está lamentando tanto? — Ele acariciava a lateral do meu rosto. Ele estava sentado no sofá, lendo alguns e-mails pelo celular, enquanto eu estava deitada entre suas pernas, com a cabeça apoiada em seu peito, trabalhando um pouco. Apoiei os óculos no topo da cabeça e fechei meu laptop, o colocando em meu colo. — Não acredito que vamos embora amanhã. — Reclamei, soltando ma