Passei o resto do dia remoendo as lembranças daquele dia, sentia um aperto no peito como se fosse um aviso de que alguma coisa não estava bem. Algo de ruim iria acontecer. Fiquei inquieto, nada distraia a minha cabeça. Tentei me exercitar na academia do condomínio, mas não consegui fazer mais do que 20 minutos de exercício, piscina não adiantou, leitura, dormir, trabalhar... Absolutamente nada ocupava meus pensamentos. Estou sentado na frente da televisão, que não passa de um borrado para mim, algum filme passa na tela, mas não prende minha atenção. Meu olhar está fixo no teto, minha cabeça roda com todas as lembranças e só percebo que estou chorando quando sinto as lagrimas esquentarem meu rosto. Odeio esse sentimento. Meu peito pesa, como se tivesse alguém sentado sob ele e sei que é o primeiro sinal da ansiedade vindo à tona. As vezes queria nunca ter a reencontrado, ou saber que era adotado. Scarlett sempre foi muito transparente comigo em relação a isso, nunca escondeu
“Querido Caleb, Escrevo essas palavras enquanto o medicamento ainda me faz efeito, evitando assim, que a dor me arrebate novamente. Estou com câncer, não sei se soube, por conta do cigarro e das bebidas, adquiri câncer no pulmão e estou em estágio 4 já. Agora a única coisa que resta é esperar a morte me abraçar. Não escrevi isso para que sinta pena, não é essa minha intenção. Estou escrevendo para lhe contar o porquê te abandonei, por mais que eu saiba que isso não tem justificativa plausível. Antes de você nascer, muito tempo antes... Me envolvi com um homem casado, eu era nova, ingênua e inconsequente. Não pensava muito nas consequências de nada, queria viver o agora e só isso me importava até que... Engravidei. E ele claro, que sumiu assim que soube, não o culpei, afinal, ele era casado e eu sabia disso desde o começo. Segui com a gravidez e faltando alguns dias para seu irmão nascer, ele retornou, o pai, dizendo que estava arrependido e que fugiu porque havia se assustado co
Finalmente a sexta feira chegou, a semana passou num piscar de olhos, enfiei a cara no trabalho sem ter tempo de pensar em nada. O lado negativo disso tudo, meu humor estava péssimo pelo excesso de trabalho, noites mal dormidas e sem se alimentar direito. Tudo isso me causou uma crise absurda de enxaqueca que não passava de jeito nenhum, fora a dor infernal de estomago por comer mal. Foda-se. Pelo menos o meu lado profissional estava em ordem, o pessoal que se lasque. — Tudo pronto, senhor Caleb. — Albert me despertou de meus devaneios. — Já podemos ir para o aeroporto. Apenas aquiesci, concordando com ele. Terminei de organizar algumas coisas do escritório, peguei minhas coisas e segui até o carro, sem me dar ao trabalho de falar com ninguém, não estava com paciência pra isso. Chegamos no aeroporto as 19 horas, meu voo estava marcado para as 19h30. Enquanto fazia o check-in, o Albert foi despachar nossas malas, sim, dessa vez ele iria comigo, até porque não havia nada aqu
Não percebi o quanto precisava disso, até que as primeiras palavras começaram a sair da minha boca e quando dei por mim contava cada detalhe de tudo para ela, que ouvia atentamente sem me interromper. — Uau! — Foi a única coisa que ela falou assim que terminei de contar sobre meu passado e a carta. — Sua mãe era uma grande vadia! — Andy soltou sem filtro e aquilo me fez rir. — Infelizmente não fui abençoando com o presente de ter bons pais... — Dei de ombros, passando o polegar pela boca do copo ainda perdido em pensamentos. — Ela faleceu faz pouco mais de 6 meses, se for olhar pela data da carta. — Recostei a cabeça na poltrona, fechando os olhos e respirando fundo. — Quando penso que está tudo bem, essa merda volta só pra jogar na minha cara o quão fodido eu sou! — Já começava a sentir o corpo fervendo de raiva novamente. — Caleb? — Andy me chamou, esperando que olhasse para ela e quando fiz, ela prosseguiu. — Você não é definido pelos traumas que impuseram a você... — Ela res
O dia deveria ter bem mais do que 24 horas, porque só isso não era o suficiente para resolver tudo que precisava antes da festa de confraternização. — Caleb sua mãe ligou. De novo... — Andy estava parada na porta, novamente. Só hoje tinha visto a Andy mais vezes do que vi qualquer pessoa na vida. — O recado que dei a meia hora atras não mudou, Andy. — Respondi sem olhar para ela, enquanto organizava os documentos das doações para a festa. — Você falou isso a duas horas atrás! — Ela enfatizou o tempo, me fazendo soltar um palavrão antes de finalmente olhar para ela. — Falei que você liga assim que desatolar disso. — Ela falou carinhosamente, me dando um olhar compreensivo. — Obrigado! — Respirei fundo, recostando na cadeira e passando as mãos pelo rosto pela vigésima vez no dia. — Ano que vem me lembra de não concordar com isso, de novo?! — Murmurei, com os olhos fechados e sentindo o cansaço pesar sob os ombros. — Você concordaria da mesma forma. — Ela respondeu de forma b
Melissa agora estava sentada e descruzou as pernas, a cruzando lentamente de propósito só para que eu visse que a desgraçada estava sem calcinha. Meu pau reclamou novamente, esticando o tecido da calça social por conta da ereção. — Desgraçada... — Xinguei, desviando os olhos dela em seguida, mas não antes de ver ela rindo por saber que estava conseguindo mexer comigo. — Ela realmente sabe como conseguir o que quer. — Andy falou, olhando para mim. — Ela pensa que temos algo? — Andy perguntou enquanto pegava duas taças de champanhe de cima da bandeja do garçom que passava e me entregou uma. — Sim! — Bebi numa golada só o liquido, numa tentativa de amortecer a porra da minha ereção. — Provavelmente ela pensa que você é alguma sub minha e não tô com a menor vontade de desmentir. Isso vai me deixar longe dela! — Andy apenas assentiu, concordando comigo. — Tudo bem! — Ela enganchou seu braço no meu novamente, bebendo um pequeno gole do champanhe. — Afinal, é para isso que os amigos
A festa foi um enorme sucesso, saiu matérias em diversas revistas de marketing, fofocas e de grandes empresas. No ramo publicitário era somente disso que falavam. Conseguia ouvir os cochichos pela empresa, os funcionários só sabiam falar disso e o telefone da recepção não parava de tocar com orçamentos de novas empresas e novo projetos de empresas antigas. Estava tão confiante, que nada poderia estragar meu dia. Até meu telefone tocar. — Fala Andy. — Tirei o telefone do gancho e o coloquei no viva-voz. — Matteo está aqui na recepção e disse que só vai embora depois de falar com você. — Pelo tom baixo que ela estava usando já sabia que ele estava ouvindo a conversa. — Fiquei feliz cedo demais! Porra! — Joguei os papeis que estava analisando sob a mesa e passei os dedos pelos cabelos. — Pode deixar essa merda entrar! — Respondi entredentes. Andy confirmou e desligou. Cerca de menos de 5 minutos, o bosta do meu ex melhor amigo, passou pela porta. — Caleb! — Matteo abriu os br
Senti meu corpo se acalmar na terceira dose de uísque e só então consegui voltar a trabalhar com mais calma. Algumas horas depois o Thomas entrou na sala para discutir sobre o projeto da empresa do Matteo que seria para essa semana. — Adia para o fim do mês! — Respondi enquanto terminava de assinar alguns documentos do financeiro. — Mas o orçamento já foi liberado e o projeto já está quase pronto chefe. — Ele respondeu calmamente. — Já estamos com esse projeto a quase um mês para ser finalizado e não acho correto jogar para o fim da fila. — Você não tem que achar nada Thomas, não é pago para isso! — Cruzei os braços, o encarando. Minha paciência estava no limite. — Você é pago para obedecer às minhas ordens e fazer o que eu mando! — Respondi de forma ríspida. — Tem algo contra isso? — Na verdade eu tenho sim! — Dava para ver sua mandíbula tensa e sua respiração pesada. — Acho que você tem que deixar seus problemas pessoais longe da empresa e pensar como empresário nessas ho