Capítulo 14

Só percebo que estou puxando os fios soltos da toalha quando sinto o calor das mãos dela sob as minhas e foi o ápice para mim. Foi como abrir a porta e deixar sair todos os sentimentos que estavam presos dentro de mim por tanto tempo, e com apenas esse mísero toque, eles foram libertos e não foi bonito. As lágrimas escorriam em abundância, como se fizessem anos que não chorava de verdade e me senti novamente uma criança abandonada, outra vez com apenas três anos, indefeso em uma casa.

— Sério que… — David começa a falar, mas é interrompido pela minha mãe.

— Cala a boca, David! — o tom firme não deixa brechas para objeções da parte dele.

Só percebo que está saindo do quarto porque ouço o barulho dos sapatos sob o piso. Ele sai do quarto, pisando forte e soltando palavrões pelo caminho. Às vezes, parece adolescente. Não que eu seja a pessoa mais sensata para falar isso.

Não possuo moral alguma para reclamar do comportamento dele.

— Vai ficar tudo bem. — diz, me puxando para mais perto.
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