QUATRO

Alícia estava no tédio e agoniada para que seu novo doador fosse escolhido o mais rápido possível. Estava deitada em sua cama por volta das 13hrs quando alguém bate na sua porta. Revirou os olhos torcendo intimamente para que não fosse Sabrinne.

_Vim te avisar sobre os novos doadores._Albert fala com as mãos nos bolsos._Posso entrar?

Alícia abre espaço e o irmão passa. Albert só trocava muitas palavras com sua irmã ou, no momento, com seu tio. 

_Já escolheram?_Alícia se joga na cama._Quando eles virão?

Albert se dirigiu até a janela, ainda com as mãos nos bolsos, e encarou a paisagem da cidade pouco movimentada. 

_Sim, são duas mulheres._A voz do homem saiu sem emoção._Pensei que escolheriam homens já que são mais resistentes. Você evitou mencionar que matou nada menos que 5 doadores e inúmeras pessoas inocentes em Jump, por que?

_Não quis aborrecer o tio com essas coisas._Alícia olha para seu irmão._Mas não se preocupe. Não trarei problemas por conta do meu descontrole. 

Albert enrijeceu seus músculos e virou-se para sua irmã. Alícia tinha uma sede incontrolável e ao provar sangue direto da veia ela ficava extremamente forte e descontrolada. Lembrou-se de quando tentavam controlar sua irmã tirando seus doadores e ela saía na cidade mordendo pescoços alheios. Faziam exatamente sete meses que Alícia bebia em bolsas ou em taças. Não queriam arriscar já que seu poder era o da força física.

_Te vejo no jantar pois será o momento em que seremos apresentados aos nossos doadores._Albert fala caminhando em rumo a porta e girando a marçaneta._Se controle.

Alícia viu o irmão saindo e sorriu pela sua preocupação. Alícia se fosse comparada com uma humana aparentaria ter 23 anos. Já seu irmão teria mais ou menos 29. 

Albert entra no seu quarto e retira o paletó. Deita na cama e pensa em tudo que vem acontecendo. Antes, eles eram seres de histórias que aos olhos humanos nunca existiram. Viviam nas sombras se alimentando moderadamente para nunca levantar suspeitas, mas Héctor cansou. Héctor é o vampiro existente desde a fundação do mundo. Lidera todos os outros vampiros nessa ideia de governar o mundo. Ele espalha famílias pelo mundo inteiro fazendo-as governarem cada cidade. E transforma alguns humanos para ajudá-lo. Os transformados por Héctor são tão poderosos quanto ele. 

Albert nunca foi a favor dessa tomada de poder dos humanos, mas era isso ou a expulsão da sociedade vampírica. Sem família, um vampiro é capaz de morrer. Sem exageros, é isso mesmo. 

Sabrinne conversava com sua mãe em seu quarto. Aos olhos da jovem, sua mãe era uma chata que sempre falava das mesmas coisas.

_Você viu como seu pai fica derretido pela Alícia?_Soraya diz tocando na sua filha._Estou falando com você, Sabrinne Mansonni!

_Ah mãe, deixa o papai se realizar na Alícia._Sabrinne bufa._A senhora não tem nada mais importante pra fazer, não?

_Onde foi que eu errei com essa menina?_A mulher se maldizia pela atitude da filha._Você precisa amadurecer Sabrinne, A-MA-DU-RE-CER.

_Eu quero casar mamãe, CA-SAR!_Sabrinne imita o jeito de falar da sua mãe._Pelo amor de Héctor, pare de me encher a paciência.

Soraya se viu irritada pelas palavras da filha. A vontade de Soraya era ver sua filha engajada nos negócios da família. Mas via que sua filha era fútil demais pra isso. Soraya não era velha, mas chega um certo período em que vampiros não conseguem mais reproduzir. E Soraya já passou desse período há muito tempo. Bateu no braço da filha num ato raivoso recebendo em troca o olhar assustado da mesma. 

_Por que você me bateu?_Ela grita com água nos olhos._Vou contar tudo pro papai...

_Não vai!_Soraya grita com o dedo apontado para filha._Eu sei da sua paixãozinha pelo seu primo. Você acha que sendo fútil desse jeito vai atrai-lo?

Os olhos de Sabrinne se arregalam. Seu olhar varre o chão pensativa. Sua mãe tem razão.

_Parou pra pensar?_A voz de Soraya preenche o ambiente novamente._Vou deixar você pensar mais um pouco. Te vejo no jantar.

Soraya sai batendo a porta assustando sua filha. Sabrinne sempre foi muito mimada. Fazia o estilo que amava rosa, se enfeitava muito e adorava sentar pra conversar sobre como será seu futuro casamento. Alícia sempre dizia que Sabrinne era tão fresca que cheirava a chiclete de morango, daqueles bem enjoativo. 

Inácio na cozinha mandava Cida caprichar no jantar. Hoje os novos doadores seriam apresentados e eles queriam parecer muito amigáveis. O apoio dos humanos em tudo que os vampiros faziam era essencial. E eles sempre queriam transparecer uma imagem de cuidadosos e amigáveis.

_Faça seu melhor prato, Cida._A voz de Inácio assusta um pouco a simples cozinheira que é humana._Ainda se assusta com minha voz, Cida?

Logo após dizer isso, Inácio ri da senhora que cozinhava a quase dois anos para a família, mas não se acostumava com eles. Cida se manteve concentrada em fazer a comida pois tinha medo de dizer qualquer coisa e aborrecer seu patrão.

Dentro do seu quarto, Bryan jogava videogame com um grande saco de salgados do lado. Ele sempre foi assim: largado, preguiçoso e astuto. Sempre dava um jeito de se sair dos negócios da família. Como irmão de Soraya, Bryan tinha parte dos negócios, mas não se interessava. Usava e abusava da sua doadora, mas a fazia esquecer-se logo após. Esse era o seu poder vampírico.

Já passavam das 17hrs e todos já estavam quase arrumados. O jantar estava marcado pras 19hrs e uma coisa que os Mansonni gostavam era de pontualidade.

Sabrinne olhava-se no espelho contemplando seu vestido justo cor de rosa e seu salto da mesma cor. Na boca ía um batom nude e os olhos estavam bastante realçados.

Alícia vestiu-se de forma mais discreta. Uma saia lápis preta com uma blusa azul bastante elegante. 

Soraya vestia um lindo vestido floral que realçou sua jovialidade. 

Os homens optaram pelo natural, estilo social. 

Todos bebiam algo e conversavam entre si. Alícia aguardava ansiosa pela sua doadora. Ela esperou por isso nesses longos 7 meses de jejum... Claro que pacientemente. 

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