Alícia estava no tédio e agoniada para que seu novo doador fosse escolhido o mais rápido possível. Estava deitada em sua cama por volta das 13hrs quando alguém bate na sua porta. Revirou os olhos torcendo intimamente para que não fosse Sabrinne.
_Vim te avisar sobre os novos doadores._Albert fala com as mãos nos bolsos._Posso entrar?
Alícia abre espaço e o irmão passa. Albert só trocava muitas palavras com sua irmã ou, no momento, com seu tio.
_Já escolheram?_Alícia se joga na cama._Quando eles virão?
Albert se dirigiu até a janela, ainda com as mãos nos bolsos, e encarou a paisagem da cidade pouco movimentada.
_Sim, são duas mulheres._A voz do homem saiu sem emoção._Pensei que escolheriam homens já que são mais resistentes. Você evitou mencionar que matou nada menos que 5 doadores e inúmeras pessoas inocentes em Jump, por que?
_Não quis aborrecer o tio com essas coisas._Alícia olha para seu irmão._Mas não se preocupe. Não trarei problemas por conta do meu descontrole.
Albert enrijeceu seus músculos e virou-se para sua irmã. Alícia tinha uma sede incontrolável e ao provar sangue direto da veia ela ficava extremamente forte e descontrolada. Lembrou-se de quando tentavam controlar sua irmã tirando seus doadores e ela saía na cidade mordendo pescoços alheios. Faziam exatamente sete meses que Alícia bebia em bolsas ou em taças. Não queriam arriscar já que seu poder era o da força física.
_Te vejo no jantar pois será o momento em que seremos apresentados aos nossos doadores._Albert fala caminhando em rumo a porta e girando a marçaneta._Se controle.
Alícia viu o irmão saindo e sorriu pela sua preocupação. Alícia se fosse comparada com uma humana aparentaria ter 23 anos. Já seu irmão teria mais ou menos 29.
Albert entra no seu quarto e retira o paletó. Deita na cama e pensa em tudo que vem acontecendo. Antes, eles eram seres de histórias que aos olhos humanos nunca existiram. Viviam nas sombras se alimentando moderadamente para nunca levantar suspeitas, mas Héctor cansou. Héctor é o vampiro existente desde a fundação do mundo. Lidera todos os outros vampiros nessa ideia de governar o mundo. Ele espalha famílias pelo mundo inteiro fazendo-as governarem cada cidade. E transforma alguns humanos para ajudá-lo. Os transformados por Héctor são tão poderosos quanto ele. Albert nunca foi a favor dessa tomada de poder dos humanos, mas era isso ou a expulsão da sociedade vampírica. Sem família, um vampiro é capaz de morrer. Sem exageros, é isso mesmo. Sabrinne conversava com sua mãe em seu quarto. Aos olhos da jovem, sua mãe era uma chata que sempre falava das mesmas coisas._Você viu como seu pai fica derretido pela Alícia?_Soraya diz tocando na sua filha._Estou falando com você, Sabrinne Mansonni!
_Ah mãe, deixa o papai se realizar na Alícia._Sabrinne bufa._A senhora não tem nada mais importante pra fazer, não?
_Onde foi que eu errei com essa menina?_A mulher se maldizia pela atitude da filha._Você precisa amadurecer Sabrinne, A-MA-DU-RE-CER.
_Eu quero casar mamãe, CA-SAR!_Sabrinne imita o jeito de falar da sua mãe._Pelo amor de Héctor, pare de me encher a paciência.
Soraya se viu irritada pelas palavras da filha. A vontade de Soraya era ver sua filha engajada nos negócios da família. Mas via que sua filha era fútil demais pra isso. Soraya não era velha, mas chega um certo período em que vampiros não conseguem mais reproduzir. E Soraya já passou desse período há muito tempo. Bateu no braço da filha num ato raivoso recebendo em troca o olhar assustado da mesma.
_Por que você me bateu?_Ela grita com água nos olhos._Vou contar tudo pro papai...
_Não vai!_Soraya grita com o dedo apontado para filha._Eu sei da sua paixãozinha pelo seu primo. Você acha que sendo fútil desse jeito vai atrai-lo?
Os olhos de Sabrinne se arregalam. Seu olhar varre o chão pensativa. Sua mãe tem razão.
_Parou pra pensar?_A voz de Soraya preenche o ambiente novamente._Vou deixar você pensar mais um pouco. Te vejo no jantar.
Soraya sai batendo a porta assustando sua filha. Sabrinne sempre foi muito mimada. Fazia o estilo que amava rosa, se enfeitava muito e adorava sentar pra conversar sobre como será seu futuro casamento. Alícia sempre dizia que Sabrinne era tão fresca que cheirava a chiclete de morango, daqueles bem enjoativo.
Inácio na cozinha mandava Cida caprichar no jantar. Hoje os novos doadores seriam apresentados e eles queriam parecer muito amigáveis. O apoio dos humanos em tudo que os vampiros faziam era essencial. E eles sempre queriam transparecer uma imagem de cuidadosos e amigáveis._Faça seu melhor prato, Cida._A voz de Inácio assusta um pouco a simples cozinheira que é humana._Ainda se assusta com minha voz, Cida?
Logo após dizer isso, Inácio ri da senhora que cozinhava a quase dois anos para a família, mas não se acostumava com eles. Cida se manteve concentrada em fazer a comida pois tinha medo de dizer qualquer coisa e aborrecer seu patrão.
Dentro do seu quarto, Bryan jogava videogame com um grande saco de salgados do lado. Ele sempre foi assim: largado, preguiçoso e astuto. Sempre dava um jeito de se sair dos negócios da família. Como irmão de Soraya, Bryan tinha parte dos negócios, mas não se interessava. Usava e abusava da sua doadora, mas a fazia esquecer-se logo após. Esse era o seu poder vampírico.Já passavam das 17hrs e todos já estavam quase arrumados. O jantar estava marcado pras 19hrs e uma coisa que os Mansonni gostavam era de pontualidade.Sabrinne olhava-se no espelho contemplando seu vestido justo cor de rosa e seu salto da mesma cor. Na boca ía um batom nude e os olhos estavam bastante realçados.Alícia vestiu-se de forma mais discreta. Uma saia lápis preta com uma blusa azul bastante elegante. Soraya vestia um lindo vestido floral que realçou sua jovialidade. Os homens optaram pelo natural, estilo social. Todos bebiam algo e conversavam entre si. Alícia aguardava ansiosa pela sua doadora. Ela esperou por isso nesses longos 7 meses de jejum... Claro que pacientemente.-------------------------∆-------------------------
Passando-se 30 minutos desde que Vera entrou na sala, Samyra foi chamada. Caminhou até a porta e ela foi aberta por uma mulher. Ela aparentava ter seus 50 anos e mantinha uma pose séria._Entre, número 12._Ela fala autorizando a jovem a entrar._Sente-se.Samyra analisa a sala que continha um sofá de cor marrom, uma mesa de escritório onde a mulher sentou-se anotando algumas coisas, uma mesinha do lado do sofá e uma decoração estranha que ela não entendia nada. E tinha uma porta, provavelmente dava para alguma outra sala._Diga-me seu nome pois não posso continuar chamando-a de número 12._A voz da mulher assusta um pouco Samyra._E pode me chamar de Margot. Não tenha medo, sou humana assim como você.Samyra suavizou a expressão e sorriu fraco. Era tudo que ela precisava saber para poder pelo menos tranquilizar-se._Me chamo Samyra Andrade._Enfim a morena falou._Para onde foram os outros?
×Samyra×Tanto Marie quanto Margot sorriam após dizer que eram da Resistência. Já tinha ouvido falar deles, mas nunca sequer conversei com um deles._Vocês... O quê?_Exclamei espantada._O que vocês fazem aqui no meio dos inimigos?_Presumo que não tenham comido nada._Marie pega numa prateleira um pote redondo._Aqui tem biscoitos, comam.Aceitamos pois já eram quase 14hrs e não tínhamos comido nada. Abri a tampa do pote e peguei uns 4 de uma vez._Agora..._Falo de boca cheia._Explica aí o que eu perguntei._Vi que é a mais curiosa das duas._Margot sorri.__Somos infiltradas da Resistência aqui na Central de Ajuda. Precisamos descobrir mais coisas desses monstros e enfim conseguir tomar nossa cidade e quem sabe todo o mundo novamente.Vera tosse
×Samyra×Olhei-me no espelho ajeitando o vestido que estava a tanto tempo guardado. Usei na minha formatura do ensino médio e desde lá nunca usei. Ele era preto e justo coberto por uma renda negra. Era simples, mas eu me sentia confortável. Calcei um saltinho médio e bem elegante. Olhei no relógio e já era 18hrs. Um carro viria nos buscar e já era a hora. Deixei que meu pai contasse a minha mãe tudo que acertamos e saí de fininho. Incrivelmente ela nem sentiu minha falta, nem chamou por mim. Encontro Vera arrumada com um vestido azul marinho e uma sapatilha da mesma cor. Seus cabelos brincavam ondulados em cima do ombro. Ela estava linda._O carro está ali._Ela aponta e seguimos juntas até ele.O motorista abre a porta e assim sentamos nos bancos dos passageiros. Segurei nas mãos de Vera e o carro partiu. Eu estava repetindo mentalmente como um mantra a ideia de não fazer besteira e não ser mal educada. As ve
×Samyra×Um silêncio pairou no ar me deixando mais incomodada que o normal. Percebi que apenas quatro pessoas não quiseram falar nada na apresentação. O homem do lado da Alícia, que é meu dono, a tal da Sabrinne e os transformados._O jantar será servido!_Anuncia Inácio._Aproveitem!Jantamos em silêncio. De vez em quando Inácio perguntava algo sobre nós e mais nada. A sobremesa foi um sorvete maravilhoso e claro, comi bastante. Amo sorvete. Será que alguém não ama sorvete?_Vocês agora vão conversar à sós com seus donos._Inácio levanta-se da mesa._Boa sorte e mais uma vez, sejam bem-vindas!As pessoas foram saindo da mesa e por fim só restou quatro pessoas. Um vento frio arrepia minha espinha e eu tremo levemente.Olho pra Vera e ela não parece com medo ou receosa._Você pode me acompanhar?_Alícia pergunta em direção a Vera.Vera apen
×Albert×Estávamos todos sentados à mesa quando meu tio levantou-se e começou a anunciar as novas doadoras._Cumprindo as normas para ser doador, duas garotas conseguiram se tornar doadoras pela preciosidade dos seus sangues._Já gostei dessa parte._Recebam com respeito as novas doadoras da família Mansonni.Olhamos para a entrada e duas pirralhas entram tremendo mais que soldado alvejado. Ainda não acredito que vou ter como doadora uma mulher. Eu poderia ter exigido homem, mas acabei esquecendo-me. As duas mantém-se de cabeças baixas denunciando seus medos._Não sintam-se envergonhadas._Meu tio exclama tentando deixá-las mais a vontade._Eu sou o Inácio Mansonni e vocês? Sentem-se.Os empregados puxam as cadeiras para elas sentarem e assim elas fazem. Vi que que a morena tremia os lábios e os mordia tentando controlá-los. Desviei o olhar rapidamente. Ela é<
×Albert×Abro a gaveta para procurar algo que estanque o sangramento do pescoço dela. Acho uns gases e esparadrapo. Isso serve!Limpo o ferimento e faço um curativo. Tiro o cabelo dela do rosto e admiro ela dormir._Dormindo assim nem parece tão medrosa..._Sussurro.Toco na sua mão tentando sentir o que ela sente e não consigo. Franzo a testa estranhando porque não consigo sentir o que ela sente nesse momento. Deixo-a sozinha e saio em busca de Alícia. Bato na porta do seu quarto e ela logo abre. Entro sem ela convidar._O que te deu, Albert?_Ela pergunta assim que passo direto por ela._Você estranhou algo na sua doadora?_Pergunto alarmado.A expressão do seu rosto se alivia e assim ela fecha a porta vindo em minha direção._Seus poderes não funcionou com ela, não foi?Então quer dizer q
×Samyra×Acordo por voltas das 5:15am e vejo meu pai requentando o café que provavelmente ele fez ontem. Chego perto e beijo seu rosto._Estou indo embora hoje._Falei me encostando no balcão da cozinha._Minha mãe aceitou bem a sua mentira?_Se empolgou no momento em que eu disse que ela teria outros alimentos para comer além de repolho e cenouras._Ele me estende um copo com café._Você vai ficar bem, Samyra? Você promete pra mim que vai ficar longe de encrenca?Torci a boca e levantei as sombrancelhas. Meio tarde demais pra me pedir isso, mas terei que prometer pra deixar seu coração mais aliviado._Prometo._Digo por fim._Então, me prometa que não vai mais doar. Eu não quero mais o senhor doando e arriscando sua saúde que já está frágil. Estamos entendidos, Senhor Roberto Andrade?Ele sorriu e bagunçou meus cabelos com a mão. Eu queria vê-lo assim... Sempre!<
×Samyra×Todos seguimos a Senhora Ranzinza e entramos numa sala em que continha uma grande mesa cheia de cadeiras em volta._Aqui vocês farão suas refeições._Claire dizia ao puxar duas cadeiras._Sentem-se.Sem desobedecê-la, sentamos. Duas mulheres entram no ambiente servindo-nos._Essa é a Mariah._Claire aponta pra uma mulher de mais ou menos 50 anos com o cabelo preso._E essa é a Mariana, sua filha.Mariana era a cara da mãe. Pareciam bastantes amigáveis._Comam!_A ranzinza ordena._Volto depois para buscá-las.Quando ela sai eu reviro os olhos. Vi que a maioria viu o meu gesto e então fico vermelha._Relaxa, lindinha._Felipe sorri pra mim._Ninguém gosta da Claire. Nem Mariah e nem Mariana a suportam.Olhei para as duas e elas sorriram confirmando. Começamos a comer rapidamente pois eu acho que os vampiros gostam