NOVE

×Albert×

Estávamos todos sentados à mesa quando meu tio levantou-se e começou a anunciar as novas doadoras.

_Cumprindo as normas para ser doador, duas garotas conseguiram se tornar doadoras pela preciosidade dos seus sangues._Já gostei dessa parte._Recebam com respeito as novas doadoras da família Mansonni.

Olhamos para a entrada e duas pirralhas entram tremendo mais que soldado alvejado. Ainda não acredito que vou ter como doadora uma mulher. Eu poderia ter exigido homem, mas acabei esquecendo-me. As duas mantém-se de cabeças baixas denunciando seus medos.

_Não sintam-se envergonhadas._Meu tio exclama tentando deixá-las mais a vontade._Eu sou o Inácio Mansonni e vocês? Sentem-se.

Os empregados puxam as cadeiras para elas sentarem e assim elas fazem. Vi que que a morena tremia os lábios e os mordia tentando controlá-los. Desviei o olhar rapidamente. Ela é uma pirralha, Albert...

_E então? Não vão se apresentar?_Inácio insiste.

_Eu sou a Samyra Andrade._A voz dela mal deu pra ser ouvida._Uma honra tornar-me doadora dos Mansonni.

_Eu sou a Vera Rodrigues._A outra parece mais confiante._É um prazer sentar à mesa com os Mansonni.

_Ensaiaram isso?_Bryan não perde a oportunidade de debochar. Revirei os olhos._Eu sou o Bryan. Será um prazer tê-las aqui na nossa humilde casinha.

Vi que Samyra sorriu em direção a ele e como resposta recebeu uma piscada de olho do mesmo. Se eles acham que eu vou aturar paqueras no momento de trabalho, estão muitíssimo enganados...

_Eu sou Alícia Mansonni, sobrinha de Inácio Mansonni._Alícia, que estava do meu lado se pronuncia._Sabem qual das duas é a minha doadora?

É o que eu estou querendo saber também. As duas entregam o papel de avaliação para Alícia. Será que essa Samyra não vai parar de tremer?

_Hm..._Alícia murmura lendo os papéis e depois entrega ao nosso tio._A loirinha ali é a minha._Depois ela me toca com o braço e fala._A morena é sua.

Vi que Samyra olha pra mim com muita intensidade e por algum momento me vi preso naquele mesmo olhar. Seus olhos eram de um amarelo cintilante sem igual. E de repente ela desvia o olhar rapidamente e se arrepia. Eu vi seus pêlos subirem.

_Eu sou a Soraya Mansonni, mulher do Inácio e mãe da Sabrinne.

Soraya se apresenta e aponta pra Sabrinne que nem levanta o olhar para cumprimentar nenhuma das duas. Eu não irei me apresentar, mas achei que ela como uma das donas da casa tinha o dever de receber bem as doadoras. Que menina estranha...

_Bom, esses dois aqui são o Josh._Soraya aponta para os dois novos moradores do Palácio._E o Arthur. Nossos transformados.

Os dois olharam para Samyra de uma forma estranha me deixando em alerta. Eu serei responsável pela vida da minha doadora e o que acontecer, sendo caso vampírico, eu terei que responder por isso. Melhor manter os dois longe.

Um silêncio incômodo se instalou à mesa e já que somos vampiros, os únicos barulhos que escutavamos eram os batimentos dos corações das duas.

_O jantar será servido!_Anuncia tio Inácio._Aproveitem!

Jantamos em silêncio. De vez em quando Inácio perguntava algo sobre elas. A sobremesa foi sorvete e eu me recusei a tomar, odeio sorvete. Vi que a Samyra comia com afinco a sobremesa. Me causou enjoo só de ver. Irei proibi-la de comer isso a partir de amanhã.

_Vocês agora vão conversar à sós com seus donos._Tio Inácio levanta-se da mesa._Boa sorte e mais uma vez: Sejam bem-vindas!

Todas as pessoas que estavam à mesa se retiraram restando apenas quatro pessoas contando comigo.

_Você pode me acompanhar?_Alícia pergunta em direção à Vera, sua doadora.

Vi que a doadora de Alícia sorri para Samyra antes de sumir seguindo Alícia pro quarto. Outra vez o silencio se instalou no ambiente e agora era a vez de falar.

_Siga-me.

Senti o tremor do seu corpo e me controlei para não sorrir. Segui pelo corredor em direção ao meu novo quarto.

Abro a porta e espero que ela entre. Vi seu rosto frustado pelo meu silêncio.

Fecho a porta e cruzo os braços analisando seu olhar passeando pelo quarto. Achei esse quarto bastante comum, mas pelo olhar dela parecia algo de outro mundo.

Ela retira a bolsa, joga em cima da poltrona e vira para me olhar. Tirei meu paletó e dobro as mangas da minha blusa. Ouço ela bufar alto e logo depois ela me atinge com uma pergunta.

_Você não é muito de falar, não é?

Mas que ousada!

Dei um meio sorriso pela ousadia dela em falar assim com alguém que poderia acabar com a vida dela, mas logo o faço se desmanchar.

_Primeiro, me trate como Senhor._Caminho em sua direção._Segundo, já vi que você fala demais..._Encosto o dedo no seu nariz._Melhor ser mais silenciosa. É um aviso.

Ela assente com a cabeça e eu sinto ela tremer novamente.

Mas que medrosa!

Ri internamente pelo jeito apavorado que ela ficou. Achei por justo responder sua pergunta.

_E terceiro, sim, eu não sou de falar muito._Giro ao redor dela colocando-me por trás._Seja silenciosa, não grite.

Afasto seu cabelo deixando seu pescoço totalmente nu. Senti seu coração acelerado e sua respiração falhando.

Nossa, ela tem um cheiro bom...

Antes que eu enlouqueça, cravo meus dentes no seu pescoço sentindo o maravilhoso gosto do seu sangue. Engulo com mais força e seus joelhos fraquejam. Coloco as mãos no seu quadril para que ela não caía e sua cabeça pende para trás. Seu gosto é tão bom que não dá vontade de parar.

_Pa...re.

Ela sussurra e apaga totalmente. Amparo seu corpo no chão e analiso a mordida no seu pescoço.

Droga! Vou ter que cuidar dela...

Ela tem um gosto sem igual e não é atoa pois seu sangue é do tipo Z. Não posso arriscar perder essa fonte de energia.

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Q

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