×Albert×
Estávamos todos sentados à mesa quando meu tio levantou-se e começou a anunciar as novas doadoras.
_Cumprindo as normas para ser doador, duas garotas conseguiram se tornar doadoras pela preciosidade dos seus sangues._Já gostei dessa parte._Recebam com respeito as novas doadoras da família Mansonni.
Olhamos para a entrada e duas pirralhas entram tremendo mais que soldado alvejado. Ainda não acredito que vou ter como doadora uma mulher. Eu poderia ter exigido homem, mas acabei esquecendo-me. As duas mantém-se de cabeças baixas denunciando seus medos.
_Não sintam-se envergonhadas._Meu tio exclama tentando deixá-las mais a vontade._Eu sou o Inácio Mansonni e vocês? Sentem-se.
Os empregados puxam as cadeiras para elas sentarem e assim elas fazem. Vi que que a morena tremia os lábios e os mordia tentando controlá-los. Desviei o olhar rapidamente. Ela é uma pirralha, Albert...
_E então? Não vão se apresentar?_Inácio insiste.
_Eu sou a Samyra Andrade._A voz dela mal deu pra ser ouvida._Uma honra tornar-me doadora dos Mansonni.
_Eu sou a Vera Rodrigues._A outra parece mais confiante._É um prazer sentar à mesa com os Mansonni.
_Ensaiaram isso?_Bryan não perde a oportunidade de debochar. Revirei os olhos._Eu sou o Bryan. Será um prazer tê-las aqui na nossa humilde casinha.
Vi que Samyra sorriu em direção a ele e como resposta recebeu uma piscada de olho do mesmo. Se eles acham que eu vou aturar paqueras no momento de trabalho, estão muitíssimo enganados...
_Eu sou Alícia Mansonni, sobrinha de Inácio Mansonni._Alícia, que estava do meu lado se pronuncia._Sabem qual das duas é a minha doadora?
É o que eu estou querendo saber também. As duas entregam o papel de avaliação para Alícia. Será que essa Samyra não vai parar de tremer?
_Hm..._Alícia murmura lendo os papéis e depois entrega ao nosso tio._A loirinha ali é a minha._Depois ela me toca com o braço e fala._A morena é sua.
Vi que Samyra olha pra mim com muita intensidade e por algum momento me vi preso naquele mesmo olhar. Seus olhos eram de um amarelo cintilante sem igual. E de repente ela desvia o olhar rapidamente e se arrepia. Eu vi seus pêlos subirem.
_Eu sou a Soraya Mansonni, mulher do Inácio e mãe da Sabrinne.
Soraya se apresenta e aponta pra Sabrinne que nem levanta o olhar para cumprimentar nenhuma das duas. Eu não irei me apresentar, mas achei que ela como uma das donas da casa tinha o dever de receber bem as doadoras. Que menina estranha...
_Bom, esses dois aqui são o Josh._Soraya aponta para os dois novos moradores do Palácio._E o Arthur. Nossos transformados.
Os dois olharam para Samyra de uma forma estranha me deixando em alerta. Eu serei responsável pela vida da minha doadora e o que acontecer, sendo caso vampírico, eu terei que responder por isso. Melhor manter os dois longe.
Um silêncio incômodo se instalou à mesa e já que somos vampiros, os únicos barulhos que escutavamos eram os batimentos dos corações das duas.
_O jantar será servido!_Anuncia tio Inácio._Aproveitem!
Jantamos em silêncio. De vez em quando Inácio perguntava algo sobre elas. A sobremesa foi sorvete e eu me recusei a tomar, odeio sorvete. Vi que a Samyra comia com afinco a sobremesa. Me causou enjoo só de ver. Irei proibi-la de comer isso a partir de amanhã.
_Vocês agora vão conversar à sós com seus donos._Tio Inácio levanta-se da mesa._Boa sorte e mais uma vez: Sejam bem-vindas!
Todas as pessoas que estavam à mesa se retiraram restando apenas quatro pessoas contando comigo.
_Você pode me acompanhar?_Alícia pergunta em direção à Vera, sua doadora.
Vi que a doadora de Alícia sorri para Samyra antes de sumir seguindo Alícia pro quarto. Outra vez o silencio se instalou no ambiente e agora era a vez de falar.
_Siga-me.
Senti o tremor do seu corpo e me controlei para não sorrir. Segui pelo corredor em direção ao meu novo quarto.
Abro a porta e espero que ela entre. Vi seu rosto frustado pelo meu silêncio.Fecho a porta e cruzo os braços analisando seu olhar passeando pelo quarto. Achei esse quarto bastante comum, mas pelo olhar dela parecia algo de outro mundo.Ela retira a bolsa, joga em cima da poltrona e vira para me olhar. Tirei meu paletó e dobro as mangas da minha blusa. Ouço ela bufar alto e logo depois ela me atinge com uma pergunta._Você não é muito de falar, não é?
Mas que ousada!
Dei um meio sorriso pela ousadia dela em falar assim com alguém que poderia acabar com a vida dela, mas logo o faço se desmanchar._Primeiro, me trate como Senhor._Caminho em sua direção._Segundo, já vi que você fala demais..._Encosto o dedo no seu nariz._Melhor ser mais silenciosa. É um aviso.
Ela assente com a cabeça e eu sinto ela tremer novamente.
Mas que medrosa!Ri internamente pelo jeito apavorado que ela ficou. Achei por justo responder sua pergunta._E terceiro, sim, eu não sou de falar muito._Giro ao redor dela colocando-me por trás._Seja silenciosa, não grite.
Afasto seu cabelo deixando seu pescoço totalmente nu. Senti seu coração acelerado e sua respiração falhando.
Nossa, ela tem um cheiro bom...
Antes que eu enlouqueça, cravo meus dentes no seu pescoço sentindo o maravilhoso gosto do seu sangue. Engulo com mais força e seus joelhos fraquejam. Coloco as mãos no seu quadril para que ela não caía e sua cabeça pende para trás. Seu gosto é tão bom que não dá vontade de parar._Pa...re.
Ela sussurra e apaga totalmente. Amparo seu corpo no chão e analiso a mordida no seu pescoço.
Droga! Vou ter que cuidar dela...Ela tem um gosto sem igual e não é atoa pois seu sangue é do tipo Z. Não posso arriscar perder essa fonte de energia.------------------------∆----------------------------
Q×Albert×Abro a gaveta para procurar algo que estanque o sangramento do pescoço dela. Acho uns gases e esparadrapo. Isso serve!Limpo o ferimento e faço um curativo. Tiro o cabelo dela do rosto e admiro ela dormir._Dormindo assim nem parece tão medrosa..._Sussurro.Toco na sua mão tentando sentir o que ela sente e não consigo. Franzo a testa estranhando porque não consigo sentir o que ela sente nesse momento. Deixo-a sozinha e saio em busca de Alícia. Bato na porta do seu quarto e ela logo abre. Entro sem ela convidar._O que te deu, Albert?_Ela pergunta assim que passo direto por ela._Você estranhou algo na sua doadora?_Pergunto alarmado.A expressão do seu rosto se alivia e assim ela fecha a porta vindo em minha direção._Seus poderes não funcionou com ela, não foi?Então quer dizer q
×Samyra×Acordo por voltas das 5:15am e vejo meu pai requentando o café que provavelmente ele fez ontem. Chego perto e beijo seu rosto._Estou indo embora hoje._Falei me encostando no balcão da cozinha._Minha mãe aceitou bem a sua mentira?_Se empolgou no momento em que eu disse que ela teria outros alimentos para comer além de repolho e cenouras._Ele me estende um copo com café._Você vai ficar bem, Samyra? Você promete pra mim que vai ficar longe de encrenca?Torci a boca e levantei as sombrancelhas. Meio tarde demais pra me pedir isso, mas terei que prometer pra deixar seu coração mais aliviado._Prometo._Digo por fim._Então, me prometa que não vai mais doar. Eu não quero mais o senhor doando e arriscando sua saúde que já está frágil. Estamos entendidos, Senhor Roberto Andrade?Ele sorriu e bagunçou meus cabelos com a mão. Eu queria vê-lo assim... Sempre!<
×Samyra×Todos seguimos a Senhora Ranzinza e entramos numa sala em que continha uma grande mesa cheia de cadeiras em volta._Aqui vocês farão suas refeições._Claire dizia ao puxar duas cadeiras._Sentem-se.Sem desobedecê-la, sentamos. Duas mulheres entram no ambiente servindo-nos._Essa é a Mariah._Claire aponta pra uma mulher de mais ou menos 50 anos com o cabelo preso._E essa é a Mariana, sua filha.Mariana era a cara da mãe. Pareciam bastantes amigáveis._Comam!_A ranzinza ordena._Volto depois para buscá-las.Quando ela sai eu reviro os olhos. Vi que a maioria viu o meu gesto e então fico vermelha._Relaxa, lindinha._Felipe sorri pra mim._Ninguém gosta da Claire. Nem Mariah e nem Mariana a suportam.Olhei para as duas e elas sorriram confirmando. Começamos a comer rapidamente pois eu acho que os vampiros gostam
×Albert×Depois que mandei Samyra embora, Alícia entra no meu quarto._Acabei de ver sua doadora sair correndo._Ela fecha a porta._Você precisa controlar essa menina, Albert!Bufo virando-me para olha-la. Alícia está se saindo melhor do que eu com sua doadora. Observei-a enquanto mordia o braço da Vera e ela foi bastante controlada. O que essas meninas tem?_E você acha que eu não sei?_Pergunto rindo amargamente._Ela precisa entender que no meio dos vampiros a coragem dela tem consequências graves.Alícia serve-se de uma bebida e senta-se na poltrona encarando-me._Essas duas são estranhas._Ela beberica sua bebida._Você pediu um relatório sobre a sua doadora ao Manfredo?Poxa, como eu pude esquecer-me?Peço
×Samyra×Entro no quarto e vejo Liv sendo cuidada por nossos amigos. Rompo a multidão e chego perto dela._Você está bem?_Pergunto segurando seu rosto com as duas mãos._Sim._Ela sorri singelamente._Claire irá comigo na Central de Ajuda pois farei uns exames. Obrigada, Samy._Descanse.Deixei ela quieta e fui até a porta do quarto pensar um pouco. Claire passa por mim sem nem me olhar. Leva a Liv embora e assim ficamos sozinhos.Sinto uma mão meu ombro e viro-me para ver de quem era._Você é muito corajosa, Samy!_Exclama Felipe de sorriso no rosto._Enfrentou o carrasco do Bryan pela Liv. Nem nós que somos seus amigos desde sempre tivemos coragem de fazer tal coisa._Não foi nada._Sorrio levemente._Mas agora eu preciso me comportar melhor pois tenho certeza que esse Bryan vai ficar na minha cola e meu dono me passou a maior br
×Samyra×Afasto-me dele rapidamente vendo um filete de sangue descendo no canto da sua boca e seu caninos encostando nos seus lábios. Ele tinha um olhar confuso e ao mesmo tempo envergonhado._Por que você fez isso?_Pergunto enxugando a boca com o dorso da mão._Eu... Eu não sei e..._Ele puxa o ar e solta-o rapidamente._Nada vai mudar. Esqueça tudo isso. Quando eu disse que você me tira do sério não tem nada a ver com sentimentos. Não se iluda..._Não estou me iludindo._Digo firme._Isso não significou nada, Senhor. Eu nunca sentiria nada por alguém como você. Com licença.Abro a porta e saio o mais rápido que posso dali. Vou até o jardim e olho pro céu. Está cheio de estrelas e completamente sem nuvens. Ouço um barulho e começo a recuar lentamente para trás. Acabo esbarrando em alguém e automaticamente prendo a respiração._Ora ora ora..._A voz de Bryan reverber
×Albert×O que deu em mim? Que merda eu fiz? O que está acontecendo comigo?Depois que Samyra se retirou do meu quarto após eu ter beijado-a, joguei um jarro que enfeitava a mesa na parede. Nunca fui de dar ataques de raiva, mas hoje é uma excessão.Como eu, Albert Mansonni, pude beijar uma humana?Droga! Mil vezes droga...Me jogo na cama praguejando minha atitude em alto e bom tom. Agi como um rapaz apaixonado e inconsequente fazendo tal coisa.Mas algo está muito nítido, essa garota não é normal...Algo ela tem e eu vou descobrir!Tomo um banho e fico vagando no quarto.Preciso ocupar minha mente com alguma coisa.Abro a porta e vou até o quarto da Alícia. Bato umas quatro vezes antes dela abr
×Albert×Levantei-me às 4:38am e fui direto tomar um banho. Visto-me com minha roupa especial para vistorias em lugares atingidos pela Resistência e termino de me arrumar. Bato na porta do quarto da Alícia e ela abre pedindo para aguardá-la na sala. Sigo para a cozinha afim de beliscar alguma coisa. Nós vampiros temos o sangue como nosso alimento principal e fonte de poder, mas com a evolução da espécie acabamos nos saciando momentaneamente com comida comum. Encontro Cida preparando o café da manhã distraída ouvindo rádio._Bom dia._Cumprimento-a educadamente._Tem bolo já pronto?_S-Sim._Ela gagueja._Pode servir-se. Bom dia.Ela continua a fazer o café da manhã só que mais tensa pela minha presença.Humanos...Quando eu estava mordendo o último pedaço da fatia do bolo, Alícia aparece na cozinha prendendo os cabelos no alto da cabeça.