8. LUNA

LUNA

Após sair da empresa faço o mesmo trajeto de antes só que agora pela noite cheguei em casa muito cansada, entro na cozinha e vejo um recado deixado pela minha tia avisando que saiu com Elisa aproveito esse momento para ir ao banheiro tomar um belo banho, e ao sair me olho no espelho o meu semblante cansado diz o quanto foi duro o meu dia, pergunto a mim mesmo se conseguirei permanecer trabalhando naquele local somente pela a Elisa, já vi o quanto o Dr. Célio é difícil e ainda bipolar, mas lembro do salário e planos não me faltam para esse dinheiro e um deles é mudar para uma casa maior, ouço bater na porta já imaginando que seja a minha flor que já chegou.

— Pode entrar é você tia?

— Sim minha filha, olha Elisa sua mãe já está em casa, como foi no trabalho.

— Estou aprendendo bastante, é difícil, mas me saí muito bem, tia quando eu receber o meu primeiro salário, quero alugar uma casa maior e num bairro melhor pode ser que assim eu consiga logo a guarda da Elisa.

— Filha você sabe que a avó da Elisa pode aparecer e saber que sua filha lhe deu uma neta, aonde vocês forem eu irei vocês duas são a minha família.

— É algo inevitável tia queria tanto ganhar a guarda dela, antes que ela reivindique os seus direitos a Mary fugiu do seu estado para viver com o meu irmão só em pensar nisso já estou com medo.

Visto uma roupa confortável e aproveito cada segundo perto da minha pequena colocando-a para dormir e indo descansar também para estar bem psicologicamente amanhã.

E pela madrugada acordei com o pesadelo que tive com uma mulher vindo buscar Elisa me levantei rapidamente e fui em direção ao berço e ela dormia lindamente para o meu alívio a beijei no rosto e voltei para a cama sem entender se isso realmente é um aviso e uma angústia toma conta de mim.

O celular pela manhã toca incessantemente e é Lily me ligando perguntando se posso ir trabalhar mais cedo, pois ela irá organizar uma festa surpresa para o rapaz que trabalha na faxina e teremos que comemorar antes do senhor Célio chegar, como sempre mais uma que tem medo dele.

Me arrumei rapidamente nunca sou convidada para sair e nem comemorar quase nada nessa vida, não posso perder essa oportunidade e nem desanimar jamais, somente positividade.

Quando chego no trabalho Lily já me espera para irmos até onde seu Josafá e fazer a surpresa.

— Venha Luna vamos você leva o bolo e eu os balões. — Lili fala animada, encontrei alguém parecida comigo nessa empresa.

— Pensei que viria mais pessoas conosco.

— Aqui é cada um por si, as pessoas, não tem sentimentos por ninguém! Nem o dono de tudo isso aqui comemora o seu próprio aniversário, o seu Josafá foi abandonado por seus pais o vi chorar uma vez por ninguém lhe parabenizar no dia do seu aniversário.

— Nossa que triste! — Falo enxugando a lágrima que insiste em cair.

Chegamos aonde o mesmo estava, já cantando parabéns com o bolo e velas nas mãos e seu Josafá começa a chorar e eu também.

— Meu Deus dona Lily e Luna que surpresa. — Ele chora e nós abraçamos ele lhe desejando tudo de bom.

Partimos o bolo e comi bastante, pois não tinha me alimentado antes de sair de casa, mas sempre de olho no relógio para chegar a tempo de organizar o escritório do senhor Célio e terminando a nossa festa organizada subo para o meu trabalho guardo a minha bolsa feliz, abro a porta do escritório cantarolando uma música, organizo as pastas dos documentos em cima da mesa dele e quando me afasto da mesa ficando de costas olhando se está tudo no lugar exato para não receber reclamação e canto mais alto um pouco e quando me virei Célio está me olhando com a sobrancelha arqueada, só o meu corpo está presente ali, porque a alma, não sei em que planeta está por vê-lo ali e por onde ele entrou? pergunto a minha mente e quase não saiu um bom dia.

— Bom dia senhor Célio? É? — Olho o meu relógio para saber se não estou louca, com as horas — Estava arrumando as coisas, desculpa se lhe incomodei, não foi a minha intenção cheguei um pouco mais cedo.

— Não quero saber das suas desculpas quero organização e silêncio, prezo por isso aqui, peça um café bem forte para mim e trate de sair da minha sala.

— Com licença. — Falo com vergonha, meu Deus que homem grosso.

 Fico sempre sem entender o porquê desse homem ser tão amargo, tem tudo aos seus pés, ficou incomodado só porque estava cantando, providenciei o seu café e levei até ele, com todo cuidado bati na porta entrei pôs o café sobre a mesa.

— O senhor precisa de algo mais senhor Célio?

— Terá que me acompanhar em um evento luxuoso nessa semana vá vestida com roupa de gala.

Quando ele me faz esse convite, fico a imaginar no vestido luxuoso que terei que comprar, é muito caro e nunca fui a um evento como esse.

— Senhorita está ouvindo eu falar? 

— Sim estou, mas! — Ele me interrompe.

— Não, mas, senhorita Luna, estou lhe dando uma ordem.

— Sim irei acompanhá-lo. — Falo confirmando antes que ele derrube aquele escritório sobre a minha cabeça.

— Agora saia ah adianto que teremos que trabalhar hora extra. — Ele ordena.

Maneio a cabeça que sim, saindo da sua sala.

— Meu deus que dia é esse, esse homem hoje está um verdadeiro capeta. — Falo sozinha.

Eduardo aparece, me olhando.

— Costuma conversar sozinha Luna.

— Ah, Não só estou falando o quanto o dia está belo.

Ele sorrir e entra na toca do leão, com esse temperamento ninguém o aguentará na sua velhice.

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