Estava me arrumando no quarto, quando Ilda, minha empregada, bateu na porta. Quando abri, ela veio me perguntar se Carlos, o meu motorista, poderia buscar Luna. Confirmei que sim, pois não tinha escolha. Eu a tinha convidado, por isso me restava esperar o que ela iria aprontar, já que percebi a sua simplicidade. Ela definitivamente não era uma mulher da sociedade. Vesti o meu smoking, deixei meu cabelo bem alinhado, escolhi o relógio mais valioso que tinha e coloquei no braço. Em seguida, me perfumei e quando desci tomei uma dose de uísque com gelo. Passaram-se alguns minutos até que finalmente Carlos chegou e fui até o carro. Ele abriu a porta do carro para mim, sentei-me do lado de Luna que olhei ela rápido de cima a baixo. Luna estava linda com o vestido decotado, que revelava demais os seus seios, mas não queria que ela percebesse que estava a admirando. Ela me desejou uma boa noite, mas não respondi, já que não poderia criar laços de amizade. Por mais que Luna pensasse o pio
Célio estava completamente raivoso e não sei explicar o motivo de tanto ódio no seu coração. Depois da noite de hoje, percebi que ele não gosta de mim, e se arrependeu de ter me levado como sua acompanhante. Durante o caminho para casa, segurei o troféu que ele não quis saber e ainda dói as palavras que proferiu contra mim. As lágrimas descem e enxugo uma a uma. — Chegamos, senhorita! — Obrigada, Carlos. Tenha uma ótima noite. — Igualmente, senhorita. Desço do carro agradecendo, e ele vai embora quando entro na minha casa. Vou imediatamente ver a minha pequena Elisa que dorme como um anjo no seu quarto, já minha tia dorme na sua cama, ao lado do berço. Elas não sabem o inferno que estou passando, já que quero muito poupá-las de todo o sofrimento do mundo. Ao chegar no meu quarto, choro copiosamente sentada no chão, onde me permito derramar toda lágrima que segurei durante a festa. *** Acordo bem cedo com o barulho da Elisa, que já está acordada. Me levanto, vou até o s
Dormir foi quase impossível depois da noite de ontem, em que pensei em Luna. Além de ser minha secretária, sinto que ela quer se aproximar de mim, para talvez tentar entender o mundo estressado em que vivo. Mas o meu lado frio não deixa. Ao acordar vou para a academia da minha casa, onde extravaso toda a tensão que está sobre os meus ombros. Ao terminar, tomo um banho e visto a minha armadura. É assim que chamo o meu terno. Sigo para o trabalho e ao chegar, vejo Luna com o cabelo trançado e observo que ela é linda. Ao passar do seu lado exijo a sua presença no meu escritório e a primeira coisa que vejo é o troféu numa prateleira. Sorrio ao entrar no escritório devido ao olhar da Luna, que esperava que eu brigasse com ela. Mas não fiz isso. Luna é rápida e pensa em tudo. Falamos somente de trabalho, sobre a minha agenda e ainda tem um almoço de negócios para hoje, que penso em levá-la comigo, mesmo sabendo que não irei precisar dela, só mesmo pela companhia. Assim que ela sa
Célio me viu com Eduardo e se isolou no escritório. Ele quase não me chamou para nada e imagino que talvez não tenha conseguido fechar a negociação ficando triste ou até mesmo estressado. Feliz ele não é. Mesmo ele me maltratando tanto sem razão, não consigo ter ódio dele. Não preciso tocá-lo nem viver sob o mesmo teto que ele para saber que é um homem vazio. Olho para o relógio e já está na hora de ir embora. Vou ao seu escritório e bato levemente à porta. Quando entro, ele está de costas olhando para os carros lá embaixo. — Senhor Célio, já estou indo. Ainda precisará de mim? — Pode ir — ele fala sem ao menos me olhar. Fico preocupada com ele. Será que está se sentindo bem? Vou embora com a cabeça cheia de interrogação, a vinda daquela mulher aqui, se eles dois tem um caso. Durante o caminho para casa, lembro-me dela, Ivana. Ela, sim, é uma mulher com classe e tem o homem que quiser aos seus pés. Talvez os dois tenham brigado, pois Célio estava muito distante. Chegando em
Não consegui tomar o meu café da manhã, pois estava apressado para chegar no trabalho e quando cheguei me deparei mais uma vez com a cena de Eduardo conversando com Luna e Ivana. Aí foi demais para mim. Será que vai ser sempre assim, esses dois de paquerinha? Nem me ver o Eduardo veio e me pergunto se ele ainda trabalha para mim, porque não parece! Entro diretamente no meu escritório e Ivana me acompanha. — O que está acontecendo entre os dois, Ivana? — pergunto, furioso. — Nada de mais, só conversa entre amigos. — Ela se senta. — Estava marcando com Eduardo para sairmos juntos mais tarde, como nos velhos tempos. — Não irei a lugar nenhum — falo nervoso, ficando em pé, virando as costas para ela. — Nem mesmo se a Luna for conosco? — Ivana pergunta sorrindo. Viro-me rapidamente para ela, passando a mão no cabelo. — É sério? A Luna irá? Se você estiver brincando comigo, irei cortar suas regalias. — Ela vai, sim, e está solteira, não gosta de boate. Na verdade, ela nunca f
Após Eduardo sair do escritório do Célio, olho preocupada para a porta fechada, pois sei que aconteceu algo bem pesado entre os dois. — Cuide do Célio que irei conversar com Eduardo. — Ivana sai atrás do Eduardo. Fico me perguntando como irei entrar naquele escritório, sem ele brigar comigo. Célio é muito reservado. Respiro fundo e quando entro, fico horrorizada com o que vejo, Célio está machucado e todos seus pertences estão no chão. O que de fato aconteceu para chegarem às vias de fato? Cuido dele com toda a dedicação, enquanto ele me olha de um jeito diferente. Seu olhar não é o mesmo. Percebo que depois da discussão, ele está diferente e não contesto nada. Desmarco todos os seus compromissos, como ele mandou, e providencio um chá calmante. Notei que ele está muito inquieto e nervoso.Após ele tomar o chá, saio do escritório e cruzo com a Ivana. — Acalmou o Célio, Luna? — Acho que sim. Ele está bem machucado, a mão ferida, mas já fiz um curativo. — Ele não ficou nervoso? Ai
Ivana invade o meu escritório balançando a cabeça em negativa e já imagino que terei que ouvir verdades. — Célio, o que você fez? Eduardo me contou tudo e como aconteceu. Não sabia que você era tão possessivo assim. Você vai acabar perdendo o seu melhor amigo! Luna não olha para Eduardo com amor, ali é só amizade, porque ele a trata bem. Vai pedir desculpas a ele — ela ordena. — Não irei, Ivana, já está decidido. Olha o que ele fez. — Mostro os machucados. — Foi você quem começou, como sempre, um mimado e vítima. Já vou avisando, vai perder todos ao seu redor com esse seu ego, inclusive eu. Mas você estava merecendo isso, só assim você vai pensar melhor nas suas atitudes. — Por mim, tanto faz ter você aqui. Não acredito que estou te pagando para ouvir esculacho de você que é uma santa. E esse jantar que você nos convidou, Eduardo vai? — Lógico que não vai, mas Luna sim. Vou dizer a ela que você irá buscá- la. Esse seu jeito de homem bravo não me assusta. Quer ou não quer Luna
Foi bom conhecer o Célio fora da empresa, sem terno e gravata, um homem normal. Durante o jantar, nós nos soltamos um pouco e confesso que adoraria ser amiga dele. Ainda tenho que conhecê-lo mais a fundo e Ivana com o seu jeito de menina sapeca nos aproximou demais, ele me chamou até para dançar. Espero não estar vendo coisas, mas o olhar dele diz que já queria se aproximar de mim, mesmo antes dela juntar as nossas mãos para dançar. Quando os nossos corpos se aproximaram pude sentir o calor do corpo dele e sentir o seu coração bater mais forte. Célio foi o único homem que chegou assim perto de mim. Senti que ele cheirava o meu cabelo e que existe um sentimento a mais. Mesmo não sabendo qual é a sua intenção, fiquei em alerta e quando terminou a música que dançávamos, tratei logo de inventar uma desculpa e fugir dos seus braços. Ainda conversamos mais um pouco e ele me contou sobre a sua família e o quanto amava o irmão, mas não demonstrava. A verdade é que esse jantar servi