14. LUNA
Célio me viu com Eduardo e se isolou no escritório. Ele quase não me chamou para nada e imagino que talvez não tenha conseguido fechar a negociação ficando triste ou até mesmo estressado.

Feliz ele não é.

Mesmo ele me maltratando tanto sem razão, não consigo ter ódio dele. Não preciso tocá-lo nem viver sob o mesmo teto que ele para saber que é um homem vazio.

Olho para o relógio e já está na hora de ir embora. Vou ao seu escritório e bato levemente à porta. Quando entro, ele está de costas olhando para os carros lá embaixo.

— Senhor Célio, já estou indo. Ainda precisará de mim?

— Pode ir — ele fala sem ao menos me olhar. Fico preocupada com ele.

Será que está se sentindo bem? Vou embora com a cabeça cheia de interrogação, a vinda daquela mulher aqui, se eles dois tem um caso. Durante o caminho para casa, lembro-me dela, Ivana. Ela, sim, é uma mulher com classe e tem o homem que quiser aos seus pés. Talvez os dois tenham brigado, pois Célio estava muito distante.

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