(Tauron) Fiz um movimento para descer do cavalo. Eles alertaram-se ainda mais. — Eu aconselho que, se não quiser problemas, permaneça em cima do seu animal. — disse outro. Um sorriso divertido repuxou os cantos dos meus lábios fechados. Saltei do cavalo, colocando a mão no cabo da espada, sem me sentir intimidado pela espada desembainhada de um deles. O cavalo que havia levado comigo, assim como todos do reino, era muito leal, não precisava ser amarrado em lugar algum. — Então você quer problemas. — o soldado da espada começou a abrir espaço entre ele e o amigo. Com a intenção de me intimidar no meio deles. — Quanto sabem sobre a morte de Muler? — minha pergunta soou ainda mais estranha para eles. — É um espião daquele rei? — questionou aquele que se aproximava. “Ele não faz ideia de quem eu sou.” sorri internamente. — Quero saber tudo sobre ela e o rei! — avisei. Querendo desdenhar por um homem como Vitorian ter uma coroa sobre a cabeça. Eu estava apenas acumulando ações des
(Tauron)Esmen sempre esteve destinada a me abalar, mas eu usaria aquilo a meu favor, ao contrário do que eles pensam.“Então eles estão de olho no meu reino.” Era provável que houvesse alguém observando por eles.De uma coisa eu tinha certeza: fosse pelo medo ou pela lealdade, nenhum dos meus homens seria um espião. “Vitorian deve sofrer mais do que sequer fiz Esmen pensar que sofreria. Ele vai se arrepender por ter vivido.” Jurei para mim mesmo. Aqueles homens me haviam revelado mais do que procurei. Isso era um trunfo. Mesmo assim, ainda estava com muita vontade de matar alguém. — Quem de vocês quer viver? — perguntei apertando um pouco as pontas das espadas em suas gargantas.— Eu! — ambos falaram em uníssono.— Ótimo! Posso deixar apenas um vivo. — Vi ambos se entreolharem.— Não me olhem assim. — debochei, cheio de um desejo crescente de morte.— São ordens do rei sanguinário. — fingi ser apenas um homem de recado.— Faremos qualquer coisa para continuar vivos.— Eu tenho fam
(Tauron)Ernest bateu na porta com insistência. Permiti que ela entrasse acompanhada do médico. Dei lugar ao lado dela para o homem, que me reverenciou assim que chegou no cômodo.— Examine-a! — Não precisava de mais palavras; ele já estava ciente da condição dela pelos soldados.Fiquei esperando junto com Ernest, que se mostrava uma verdadeira amiga da rainha. Sua preocupação era maior que a minha. Diferente de mim, Ernest gostava de Esmen, preocupava-se com sua saúde e queria sua felicidade, muitas vezes desejando amor para sua vida. Eu, por outro lado, era indiferente à maior parte das coisas. Principalmente ao amor.Minha meta era descobrir, assim que ela acordasse, quem a havia atacado. Por isso, estava ali, observando o trabalho do médico.Minutos depois, o médico se endireitou, passando seu olhar para mim, e disse:— À primeira vista, nada parece errado. Ela não tem marcas visíveis, fora a lesão atrás da cabeça.— Isso não afetará sua saúde, certamente? — exigi esclarecimentos
(Esmen) O frio intenso parecia querer despedaçar o teto velho, feito de telhas de barro sobre nossas cabeças, pois vinha acompanhado de um vento forte, capaz de arrepiar qualquer corpo mal vestido. Busquei minha mãe pela pequena casa e a encontrei perto do fogão a lenha, onde havia uma panela completamente cheia de sopa, em sua última fase, quase pronta para ser servida. Seu corpo magro, como o meu, envolto em roupas surradas e finas, era aquecido pelo calor do fogo, ao qual ela se mantinha próxima, mexendo na sopa. O único casaco de pele quentinho que possuíamos estava sobre meus ombros. Eu o daria a ela quando se sentasse à pequena mesa junto comigo. Por hora, me aferrava a ele como se fosse a salvação da minha vida. Com o capuz cobrindo meus cabelos castanhos escuros, ainda sentia minhas bochechas queimando. O frio intenso passava pelas fissuras na madeira desgastada da porta estreita, soprando diretamente no meu rosto. Deixei apenas os olhos verdes, como esmeraldas, de fora
(Esmen) Não recuei. Havia mais soldados de todos os lados, e eu ainda tinha esperança de que ele estivesse errado sobre a paternidade. Quando se aproximou o suficiente, ele me dirigiu a palavra: — Você é minha filha. Abri a boca para contestar, mas soube pelo seu olhar reprovador que não era tudo o que ele tinha a dizer. — E será preparada para casar com o rei Tauron, hoje à noite. Meus olhos saltaram. Agora não havia permissão ou tradição alguma que me fizesse ficar calada. — Como? — Você, Esmen, será a mulher do rei Tauron. — Ele não parou de me fitar. Parecia estar vendo minha mãe em mim; seu olhar pesava como uma tonelada, trazendo algo como frustração e satisfação ao mesmo tempo. Provavelmente por me vender como mercadoria para alguém. — Eu não... — me interrompeu com um erguer de mão, que chegou perto demais do meu rosto frio. Diferente de mim, que tinha roupas surradas e finas, como um vestido longo verde desbotado, sapatos gastos e apenas os cabelos alinhad
(Esmen) — Por que ele fez isso? — perguntei, enquanto ajustavam o corpete do vestido, apertando minha cintura fina. — Sua majestade? — Sim — encarei cada uma delas. A maioria fingia não ouvir a conversa com a colega enquanto trabalhava. — Dizem que foi um erro. Apenas isso. Aquilo não poderia ser verdade, mas elas não sabiam. "Como alguém mata outro e chama isso de erro?" — Apenas um erro? — encarei a mulher que havia falado. Ela baixou os olhos por alguns segundos, fingindo estar alisando o tecido do vestido. Alguém sempre sabia mais do que deixava transparecer, e rumores sempre corriam com pedaços maiores de verdade. Estavam dispostas a me manter no escuro, mesmo sabendo que jogavam "sua alteza" diretamente na boca do leão. "Não vão me tratar bem nesse novo reino." "Antes, nem sequer me tratavam como uma delas. Agora, estou aqui para servir de moeda de troca, mas não tenho importância para ninguém. Estou apenas salvando suas cabeças." Estava decidido. Na primei
(Esmen)Repousando a mão sobre minha barriga, fiz cara de desconforto. Não havia comido nada mesmo.— Não comi nada hoje. — Fiz cara triste.— Minha barriga dói por falta de um desjejum. Como posso ser apresentada para o rei Tauron tão fraca? E se não aguentar a viagem?Nesse momento, um deles, depois de novamente trocar olhares, me perguntou se queria algo em especial.— Apenas me mostrem a cozinha. — A desconfiança não os deixou.— Serei rápida. Não quero passar vergonha diante do rei vizinho. — Fiz minha melhor cara de timidez, ciente de não ter o rosto completamente visto por causa do véu de rendas floradas.— Vamos mostrar... — Fiz uma jogada de mão descartando a possibilidade.— Não precisa, apenas me mostrem o caminho.— Não podemos. A vossa alteza irá fugir. — Disse um deles.— Eu irei comer. Como posso fugir de barriga vazia? — Encarei ambos.Um franziu o cenho, e, trocando olhares novamente, me apontaram a direção:— É por ali. — Lancei uma cara de satisfação na direção dele
(Esmen) Por sorte não cheguei a mais que balançar para frente. Equilibrando-me capturei novamente os lados do traje, me obriguei a ser mais resistente. — Volte princesa! “Loucos!” Corria como nunca, a neve me atrapalhava mais do que poderia ter pensado, o vestido longo estava completamente frio, me impedindo de ser mais rápida. O peso de todo aquele tecido atrapalhava muito a persistência que queria adquirir. O véu ainda estava sobre os meus fios negros. O ar saía como fumaça por entre meus lábios, a cada respiração. Podia ouvir os cavalos relincharem sob os gritos dos soldados a perseguir-me. Mas eu não desistiria, eu iria até onde não conseguisse mais correr. Já tinha corrido por horas, de repente tropecei novamente, desta vez, caindo de cara na neve. Tentei me levantar, mas as pernas e braços não obedeciam, apenas pude virar meu rosto. Estava queimando. Minha face queimava em contato com a neve, a renda do véu parecia fundir-se com a minha pele. “Não posso morrer a