(Esmen) — Está. Não toque mais em mim! — ordenei. Ele ignorou minhas palavras e continuou seus pensamentos. — Eu venho observando você. Eu sei que anda muito por aqui e decidi que era melhor ficar por perto. Minhas narinas dilataram e minhas sobrancelhas franziram. Meu coração galopou. Ele queria me intimidar? “Eu estou sendo encurralada?” Eu estava com medo e meus passos recuando delatavam aquele sentimento. — Não se afaste. Eu quero protegê-la! — De quem? “Eu quero que alguém me proteja dele.” — Do rei. — ele disse, me fazendo parar perto de uma das colunas. “Estou confusa. O que Tauron poderia fazer? Isso é mentira dele?” — Não preciso de sua proteção contra nin… — me interrompeu. — Ele não a ama. Ele só a quer usar e machucar. “À mesma intenção você tem.” — Isso não importa. — Eu não sabia o que dizer. Só queria ele longe de mim, mas ele continuava se aproximando. — Importa. Importa para mim. Ao meu lado terá tudo que o ouro não compra. “O quê???” —
(Tauron) Fiz um movimento para descer do cavalo. Eles alertaram-se ainda mais. — Eu aconselho que, se não quiser problemas, permaneça em cima do seu animal. — disse outro. Um sorriso divertido repuxou os cantos dos meus lábios fechados. Saltei do cavalo, colocando a mão no cabo da espada, sem me sentir intimidado pela espada desembainhada de um deles. O cavalo que havia levado comigo, assim como todos do reino, era muito leal, não precisava ser amarrado em lugar algum. — Então você quer problemas. — o soldado da espada começou a abrir espaço entre ele e o amigo. Com a intenção de me intimidar no meio deles. — Quanto sabem sobre a morte de Muler? — minha pergunta soou ainda mais estranha para eles. — É um espião daquele rei? — questionou aquele que se aproximava. “Ele não faz ideia de quem eu sou.” sorri internamente. — Quero saber tudo sobre ela e o rei! — avisei. Querendo desdenhar por um homem como Vitorian ter uma coroa sobre a cabeça. Eu estava apenas acumulando ações des
(Tauron)Esmen sempre esteve destinada a me abalar, mas eu usaria aquilo a meu favor, ao contrário do que eles pensam.“Então eles estão de olho no meu reino.” Era provável que houvesse alguém observando por eles.De uma coisa eu tinha certeza: fosse pelo medo ou pela lealdade, nenhum dos meus homens seria um espião. “Vitorian deve sofrer mais do que sequer fiz Esmen pensar que sofreria. Ele vai se arrepender por ter vivido.” Jurei para mim mesmo. Aqueles homens me haviam revelado mais do que procurei. Isso era um trunfo. Mesmo assim, ainda estava com muita vontade de matar alguém. — Quem de vocês quer viver? — perguntei apertando um pouco as pontas das espadas em suas gargantas.— Eu! — ambos falaram em uníssono.— Ótimo! Posso deixar apenas um vivo. — Vi ambos se entreolharem.— Não me olhem assim. — debochei, cheio de um desejo crescente de morte.— São ordens do rei sanguinário. — fingi ser apenas um homem de recado.— Faremos qualquer coisa para continuar vivos.— Eu tenho fam
(Tauron)Ernest bateu na porta com insistência. Permiti que ela entrasse acompanhada do médico. Dei lugar ao lado dela para o homem, que me reverenciou assim que chegou no cômodo.— Examine-a! — Não precisava de mais palavras; ele já estava ciente da condição dela pelos soldados.Fiquei esperando junto com Ernest, que se mostrava uma verdadeira amiga da rainha. Sua preocupação era maior que a minha. Diferente de mim, Ernest gostava de Esmen, preocupava-se com sua saúde e queria sua felicidade, muitas vezes desejando amor para sua vida. Eu, por outro lado, era indiferente à maior parte das coisas. Principalmente ao amor.Minha meta era descobrir, assim que ela acordasse, quem a havia atacado. Por isso, estava ali, observando o trabalho do médico.Minutos depois, o médico se endireitou, passando seu olhar para mim, e disse:— À primeira vista, nada parece errado. Ela não tem marcas visíveis, fora a lesão atrás da cabeça.— Isso não afetará sua saúde, certamente? — exigi esclarecimentos
(Esmen)Não identifiquei se era uma pergunta comum ou se trazia um tom preocupado. — Tomei alguma bebida e dormi com você? — tentei recordar.Uma dor aguda se manifestou na minha cabeça, e meus dedos procuraram a fonte, enrolando nos cabelos da área enquanto meus olhos se apertavam fechados.— Esmen? — ouvi sua voz à distância.“Isso dói!” Tentei respirar normalmente.Senti as mãos dele em meus ombros, sua voz mais perto, me acalmando instantaneamente.— Não se esforce demais!Meus olhos buscaram os seus; não eram mais duros.Baixei minhas mãos, tentando tocá-lo, mas ele se afastou devagar, colocando distância entre nós propositalmente.— Respondendo às suas perguntas, eu estou no lugar de seu marido.— Então, por que se afastou de mim? — minha voz soava muito vacilante e carente. Aquilo me causou estranhamento, como se eu nunca tivesse falado daquela forma com ele.— Temos laços formais entre nós — murmurou ele com seriedade.Meus olhos apertaram; eu não compreendia.— Então, o que
(Esmen) Ele pareceu levar uma descarga elétrica com a pergunta repentina. “É notório que nunca falamos sobre sentimentos.” Quanta coisa eu tinha feito de errado com este homem? Não havíamos ficado juntos uma sequer vez e ainda não o tinha ensinado sobre amor? “Eu não lhe dou carinho?” — Não! — sua resposta foi seca e rápida. Minha mão soltou a sua. Imediatamente, me afastei de seu toque, que pareceu gelar em minha face. — Digo… — ele apertou os dedos da mão que me tocou, parecendo ter dificuldade em aceitar que havia encostado em meu rosto. — Não somos assim. Não nos envolvemos. — tentou explicar, parando sua fala com uma frase ambígua. — E eu não te amava? — ele apertou os olhos seguidas vezes, semicerrando-os. — Não. Você não me amava! — assegurou. — Como sabe? — ele pareceu pensar em sua óbvia resposta, mas não me revelou. — Nosso casamento foi um acordo. Eu precisava de uma noiva. E você era alguém capaz e apta para estar ao meu lado. Não soube dizer se ele falava co
(Tauron) Me senti um homem inexperiente, prestes a ser obediente ao desejo de aprender uma nova ciência e adquirir conhecimento de uma boa verdade.“Mais que merda!”Eu não seria domado por ela. Aquela mulher dos olhos verdes não ia me ter nas suas mãos como um jovem sem conhecimento e louco para aprender a ser homem."Está me enfeitiçando como uma bruxa."Minhas mãos capturaram as suas com agilidade, girando-a para empurrar suas costas contra a parede antes de mim.A surpresa surgiu em seu belo rosto. Uma sensação de poder se apoderou de mim. Lá estava, uma mulher jovem, pura e sem experiência, com os olhos verdes fixos somente em mim, o corpo delicado e intocável em um traje só visto por seu marido.O tecido parecia muito fino, me fazendo pensar como seria puxá-lo. O impulso dos pensamentos me levou a segurar suas mãos acima de sua cabeça, evitando tocar em seu corpo.— Não me provoque! — avisei em tom baixo e carregado.Agora eu estava a domando, mostrando que não precisava apren
(Esmen) O frio intenso parecia querer despedaçar o teto velho, feito de telhas de barro sobre nossas cabeças, pois vinha acompanhado de um vento forte, capaz de arrepiar qualquer corpo mal vestido. Busquei minha mãe pela pequena casa e a encontrei perto do fogão a lenha, onde havia uma panela completamente cheia de sopa, em sua última fase, quase pronta para ser servida. Seu corpo magro, como o meu, envolto em roupas surradas e finas, era aquecido pelo calor do fogo, ao qual ela se mantinha próxima, mexendo na sopa. O único casaco de pele quentinho que possuíamos estava sobre meus ombros. Eu o daria a ela quando se sentasse à pequena mesa junto comigo. Por hora, me aferrava a ele como se fosse a salvação da minha vida. Com o capuz cobrindo meus cabelos castanhos escuros, ainda sentia minhas bochechas queimando. O frio intenso passava pelas fissuras na madeira desgastada da porta estreita, soprando diretamente no meu rosto. Deixei apenas os olhos verdes, como esmeraldas, de fora