(Esmen) Ele pareceu levar uma descarga elétrica com a pergunta repentina. “É notório que nunca falamos sobre sentimentos.” Quanta coisa eu tinha feito de errado com este homem? Não havíamos ficado juntos uma sequer vez e ainda não o tinha ensinado sobre amor? “Eu não lhe dou carinho?” — Não! — sua resposta foi seca e rápida. Minha mão soltou a sua. Imediatamente, me afastei de seu toque, que pareceu gelar em minha face. — Digo… — ele apertou os dedos da mão que me tocou, parecendo ter dificuldade em aceitar que havia encostado em meu rosto. — Não somos assim. Não nos envolvemos. — tentou explicar, parando sua fala com uma frase ambígua. — E eu não te amava? — ele apertou os olhos seguidas vezes, semicerrando-os. — Não. Você não me amava! — assegurou. — Como sabe? — ele pareceu pensar em sua óbvia resposta, mas não me revelou. — Nosso casamento foi um acordo. Eu precisava de uma noiva. E você era alguém capaz e apta para estar ao meu lado. Não soube dizer se ele falava co
(Tauron) Me senti um homem inexperiente, prestes a ser obediente ao desejo de aprender uma nova ciência e adquirir conhecimento de uma boa verdade.“Mais que merda!”Eu não seria domado por ela. Aquela mulher dos olhos verdes não ia me ter nas suas mãos como um jovem sem conhecimento e louco para aprender a ser homem."Está me enfeitiçando como uma bruxa."Minhas mãos capturaram as suas com agilidade, girando-a para empurrar suas costas contra a parede antes de mim.A surpresa surgiu em seu belo rosto. Uma sensação de poder se apoderou de mim. Lá estava, uma mulher jovem, pura e sem experiência, com os olhos verdes fixos somente em mim, o corpo delicado e intocável em um traje só visto por seu marido.O tecido parecia muito fino, me fazendo pensar como seria puxá-lo. O impulso dos pensamentos me levou a segurar suas mãos acima de sua cabeça, evitando tocar em seu corpo.— Não me provoque! — avisei em tom baixo e carregado.Agora eu estava a domando, mostrando que não precisava apren
(Esmen)Havia um homem de cabelos castanhos abaixo de uma capa branca, mãos nos bolsos, olhos castanhos vivos e rosto até bonito.Um arrepio subiu pela minha espinha. Parecia um alerta silencioso de que a aproximação dele não era uma coincidência. Entretanto, me vi obrigada a fingir não ter aquele sensor piscando com sua presença cada vez mais ameaçadora.— Crocus. — tentei focar em outra coisa que não fosse ele.O homem parou ao meu lado, me dando a impressão de já ter o visto por algum lugar.— E você, quem é? — perguntei com os dedos apertados dentro das palmas e luvas.— Martins… A vossa majestade pode me chamar de Martins. — ignorei a desconfiança de suas palavras.“Talvez seja porque estou sozinha com ele que estou ficando em alerta. Ou pelo fato de não recordar de ninguém ainda.”Não queria julgar a todos, mas o problema era confiar apenas no julgamento da dama Ernest sobre todos. E como ela não estava aqui para me contar quem era esse homem, não havia como confiar nele, quand
(Gideon) — Fique longe! — ouvi o aviso vindo de alguém que foi mais rápido que eu. Tauron acabara de aparar a queda de Esmen. Mas seu olhar acusador estava em mim. “Como ele chegou até aqui?” Eu havia me perdido no tempo enquanto admirava a ilusão do futuro? — Estou cuidando dela para você. — menti sem desejar. — Esse não é seu trabalho. — Ele a aconchegou nos braços sob meu olhar. — Era meu trabalho. — Engoli o gosto amargo da verdade. — Que bom que se lembra. Se não, será o próximo a ter amnésia. — Tauron ameaçou, levando Esmen para longe de mim. “Ele descobriu?” Minhas mãos fecharam enquanto caminhei para perto da coluna, onde não havia mais sinais do sangue dela. Meus dedos enluvados cobriram o rastro de onde aconteceu: — Não, ele não sabe. — sussurrei para mim mesmo. (Tauron) Aquela cena tornava a se repetir. "Quantas vezes teria que carregar Esmen nos braços sem intenção?" Atravessando o castelo pelos corredores, agora com o médico quase correndo atrás de nós, mov
(Esmen)Ambas tivemos sorrisos contidos lançados na sua direção.— Se não for inconveniente ou criminoso… — Brincou antes de mais nada.— Posso perguntar qual o motivo das ilustres visitas à minha oficina? — Afiou pela última vez a nova adaga em uma pequena e fina pedra quartzito.— A honra de nos receber? — Brincou Ernest de volta. Ambos trocaram um sorriso cúmplice naquele momento.Eu os observei em silêncio, gostando da conexão entre eles. Desejando em meu íntimo um dia construir tal intimidade com Tauron, para que pudéssemos brincar e conversar sobre qualquer coisa, sem hora para encerrar.Fomos convidadas a sentar em seus banquinhos de madeira. Três pessoas conversando altas horas da noite enquanto ele apagava o fogo em brasa, deixando apenas as velas acesas nos cantos do cômodo.O calor ali era semelhante ao tempo sem neve, portanto, ele não usava casacos. Apenas uma camisa manga longa, calças largas que mesmo assim abraçavam seus músculos e botas mais curtas.— Ouvi dizer que o
(Esmen)Apertando um pouco os olhos para o homem alto de pele chocolate, observei sua pele, que era muito bonita. Tentando afastar os pensamentos, encarei os outros dois.— Desejo-lhes uma ótima noite!Ernest pareceu dividida entre me seguir e ficar com sua paixão, então precisei dar-lhe algo em que pensar.— Himal, se puder fazer um pouco mais de companhia a Ernest, estarei agradecida, pois ela vive reclamando de insônia esses dias. — Minha mente perversa gargalhou da cara que a loira fez, com seu pequeno abrir de boca enquanto as bochechas coravam em tom rosado.— Confias tanto em mim assim, senhora? — ele ficou surpreso.— Estou confiando parte de mim a você. — Revelei meu carinho por Ernest, então os deixei. Mas ainda pude ouvir a conversa dela:— Pensava que sua família toda estava nesse reino. — Um sorriso imperceptível esticou os cantos dos meus lábios.“Parece que Ernest não tem tantas fontes confiáveis, no fim das contas.” Ela sempre pesquisava sobre a vida de quem tinha inte
(Tauron)Apertei o cabo da espada.Agora queria alguém para matar, pois seria mais fácil lidar com isso do que com a nuvem de confusão e a chuva de revolta de necessidade humana que me assolavam.Atravessei o quarto como uma tempestade, batendo a porta do gabinete antes de retirar a bainha e a espada da cintura. Coloquei a arma sobre a mesa e apoiei o corpo nas palmas, firmes nas bordas da madeira.Abaixei a cabeça, sentindo os cabelos descerem pelos lados da testa, cobrindo parte da visão periférica. Meus músculos se retraíram na parte alta das costas, com a força que eu depositava nos dedos contra a madeira.Respirava pesadamente, sentindo-me estranho diante do sentimento selvagem.“Não devia vê-la dessa forma. Como posso pensar em coisas assim?”A cena se repetia na minha mente, mostrando o quão impossível era não estar confuso.Meu corpo enrijeceu, ainda sentindo o sangue circular como rajadas de vento, pronto para provocar ondas em águas há muito tempo paradas.Apertei os dedos e
(Esmen)— Isso mesmo. — Os dedos apertaram em lugares antes daqueles em meus braços, sumindo e ressurgindo, apertando a parte baixa da minha boca em um bico, que ele mesmo desmanchou com o polegar, levando-o até a outra extremidade, onde estava o dedo indicador.A pressão aplicada me fez remexer abaixo dele, sentindo-o pressionar ainda mais meu corpo. Naquele momento, tive a consciência de que ele era realmente um homem forte e provavelmente trabalhado para batalhas cansativas.— Não brinque comigo, Esmen! — rosnou com o rosto muito próximo do meu.Eu podia sentir o cheiro dos seus cabelos quase caindo no meu rosto, parecia muito macio também. Sentia o hálito dele soprando quase em minha boca, já que ele estava com sua atenção sobre ela, ainda apertando o polegar sobre a carne.Parecia chocolate com morango, o que de fato me atraía muito. Ele sequer gostava de chocolate, como era possível?— Não sou sua. Sabemos disso. — Digo corajosamente, arfando com a pressão em todo o corpo, além