Seus passos aceleraram consideravelmente e, ao chegar no quarto, ela foi direto ao banheiro. Enquanto fechava a porta, murmurava, nervosa:— Não venha, não venha, não venha...No entanto, um minuto depois, ela estava sentada no vaso sanitário, olhando para a fria luz do teto com os olhos fechados em desespero. Ela realmente tinha menstruado.Felizmente, ela havia ido ao supermercado antes e comprado calcinhas descartáveis e um pijama. O pijama já estava lavado e seco na máquina de lavar, então ela pediu a Vic que o trouxesse para ela. Aproveitando que ainda não sentia dores abdominais, tomou um banho rápido.Ao sair do banheiro, Vic também havia trocado de roupa e estava deitada no sofá, lendo um livro, com uma aparência ainda pior que antes. Poliana se aproximou e perguntou:— Sua barriga está doendo mais do que antes?Vic fechou os olhos por um momento.— Poli, agora minhas pernas estão meio doloridas, o que está acontecendo?— É normal.Depois de responder, Poliana foi até o canto d
Poliana se sentou ao lado de Vic, pegou o copo de água quente e cuidadosamente o levou até a boca de Vic, dizendo:— Sopre um pouco antes e depois beba um gole pequeno, cuidado para não se queimar.Essa cena repentina fez com que o olhar de Marcelo se fixasse.Vic já tinha treze anos e sabia soprar a água quente se achasse necessário, mas Poliana ainda assim a lembrou. Esse pequeno detalhe revelava o quão atenciosa Poliana era.Os olhos do homem se encheram de uma ternura admirada.O quarto dele ficava diagonalmente em frente ao de Vic.Marcelo voltou para seu quarto, se sentou à mesa de trabalho e pegou o celular que ainda estava carregando. Procurou o número de Gustavo na lista de contatos e ligou para ele.Poliana tinha lhe ajudado muito, e ele esperava que Gustavo pudesse ter uma boa vida ao lado dela. Queria chamar Gustavo de volta. No entanto, a ligação foi rejeitada.Marcelo franziu a testa, procurou novamente na lista de contatos e ligou para seu segurança.Gustavo tinha bebido
Se recuperando, ela engoliu em seco e assentiu:— Sim.Gustavo sorriu ainda mais, afagando novamente o topo da cabeça de Fernanda.Seu gesto transbordava carinho.Fernanda hesitou por um momento, relaxando discretamente, e deliberadamente usou uma voz suave:— Gugu, eu jamais mentiria para você.Gustavo recuou ligeiramente, desviando o olhar de Fernanda para os remédios no suporte ao lado.— Cuide bem da sua saúde. Quando a criança nascer, não deixarei você desamparada.Fernanda ficou surpresa, mas logo sorriu, se aproximando de Gustavo.— Eu vou cuidar bem do bebê!Enquanto falava, ela estendeu os braços, querendo abraçá-lo.Gustavo reagiu rapidamente, levantando a mão e segurando o braço dela, impedindo o movimento.Fernanda ficou paralisada.— Gugu, já vamos ter um filho, será que nem um abraço é permitido?Gustavo soltou seu braço e sorriu suavemente:— Não.Fernanda perguntou:— Por quê?— Você grava cenas com atores e o cheiro do perfume deles misturado com o seu é desagradável.
Quando os dois ficaram frente a frente, Gustavo perguntou:— Como você veio parar aqui?Edmar sorriu de canto.— Quando você me ligou antes, dizendo que o guarda-costas do Presidente Matos o trouxe de volta e que não precisava que eu fosse buscá-lo, eu já estava a caminho do Solar da Neve. Quando cheguei lá, vi o carro do Presidente Matos saindo, então o segui até aqui.A expressão de Gustavo ficou ainda mais surpresa. Quando ele recebeu a ligação da agente de Fernanda, instintivamente ligou para Edmar, pedindo que ele viesse buscá-lo. Depois, ao ver que o guarda-costas de Marcelo estava presente, e percebendo que Edmar levaria algum tempo para chegar, decidiu deixar o guarda-costas levá-lo. Ele então ligou novamente para Edmar, dizendo que não precisava mais vir.Mas, mesmo assim, Edmar tinha vindo. Gustavo engoliu em seco.— Você ficou aqui o tempo todo?Edmar assentiu.— Quando você chegou, havia outra pessoa para trazê-lo, então não precisava que eu viesse. Mas, em plena noite, por
Isabela se apressou em consolar:— Irmã, não fique brava. Você quase perdeu o bebê quando caiu daquela vez, então agora precisa se manter feliz.Fernanda, com o lábio inferior protuberante, ainda não conseguia se acalmar de imediato.Isabela não disse mais nada, apenas tirou um relatório de exame pré-natal da bolsa.— Irmã, eu estava prestes a jogar isso fora. Quer tirar uma foto com o celular, caso precise na próxima consulta?Fernanda ficou alguns segundos olhando fixamente para o relatório, depois levantou as sobrancelhas e seus olhos brilharam com um toque de malícia.— Eu sei como me vingar da Poliana!Isabela perguntou:— Como?Fernanda esboçou um sorriso.— Chegue mais perto para ouvir....O belo Solar da Neve mergulhava em silêncio sob a chuva de outono.Mas, à uma e meia da madrugada, sons de vômito vindos do banheiro do quarto da Vic a despertaram.A criança abriu os olhos e viu que Poliana não estava ao seu lado.Se levantou e abriu a porta do banheiro, vendo Poliana com um
Assim que as palavras foram ditas, pai e filha ficaram surpresos, e Vic exclamou espantada:— Poli, você está no seu período menstrual e ainda assim está cuidando de mim?Poliana rapidamente balançou a cabeça.— Não, naquela hora ainda não tinha vindo, só começou a me incomodar depois que você dormiu.Ela contou uma mentira. Mas por que mentiu? Talvez porque achasse que Vic era muito sensível e temesse que Vic se sentisse culpada por ela estar doente e ainda assim cuidando dela. Ou talvez, mesmo que Vic não fosse pobre, por não ter mãe desde pequena, Poliana sentia uma profunda compaixão por ela.Vic também se aproximou e segurou a mão dela.— Então, Poli, você precisa descansar. Vou pegar um copo de água quente para você, espere um momento.Depois de passarem a noite juntos, até dividirem a mesma cama e conversarem sobre muitas coisas de meninas, já não havia mais nenhuma sensação de estranheza entre eles. Poliana abraçou Vic carinhosamente e disse a Marcelo:— Tio Marcelo, estou bem,
O contato repentino de momentos atrás havia atiçado os instintos masculinos de Marcelo. Ele estava demorando para se acalmar.Depois de fechar os olhos e respirar fundo por alguns momentos, pegou o celular e continuou a ligar para Gustavo. Poliana se recusava a ir ao hospital, então chamar Gustavo de volta era a melhor opção no momento. Agora, finalmente, o número de Gustavo estava disponível.Neste momento, um carro estava dirigindo sob a chuva que aumentava cada vez mais, sem um destino específico, pela estrada sinuosa. Gustavo estava sentado no banco de trás com os olhos fechados, uma mão apertando o nariz e a outra segurando o celular quando atendeu a ligação:— Tio Marcelo, por que ainda não está dormindo?Sua voz era serena, sem mencionar o fato de ter desligado o telefone de Marcelo antes, o que fez a raiva de Marcelo subir. — Onde você está? — Marcelo começou, sua voz tingida de frieza.Gustavo perguntou:— O que aconteceu?Marcelo estabilizou suas emoções e disse:— A Poli es
Gustavo dirigiu seu carro para longe, espirrando lama nela enquanto partia.Ela, desamparada e em desespero, se agarrou ao retrovisor do carro dele, correndo atrás e gritando:“— Não me deixe aqui, estou com medo! Por favor, me dê uma carona, prometo que nunca mais vou te procurar!”Naquela epóca, ela não conseguia aceitar o rompimento abrupto com Gustavo, mas também não podia brincar com sua própria segurança, ainda tinha uma mãe com uma doença terminal para cuidar.Aquela área era extremamente isolada, cercada por hortas, e ela, sozinha ali, estava aterrorizada.Mas Gustavo, furioso, parecia não se importar com isso. Quando suas mãos perderam a força e soltaram o carro, ele pisou no acelerador e a deixou completamente sozinha.Depois, ela ficou com muito medo, correndo e chorando na chuva por muito tempo.Correu até anoitecer, quando alguns amigos de Gustavo, com quem ele costumava sair, apareceram de carro.Eles não sabiam exatamente o que havia levado ela e Gustavo àquele ponto, ma