Vic percebeu seu desânimo e falou com ternura:— Poli, você também não estava com dor de barriga antes? Que tal deixarmos o filme para outra hora e você descansar um pouco agora?— Tá bom....O quarto de Vic era surpreendente. Embora o tom principal fosse um romântico azul-claro, havia uma forte sensação de modernidade. Na entrada, havia um gato-robô rosa com quase dois metros de altura. A cama parecia uma cápsula espacial, e as paredes estavam decoradas com padrões de estrelas e o universo. As luzes no teto também formavam um céu estrelado. Ao lado da cama, a estante e a escrivaninha eram muito bem desenhadas, com alguns livros de ficção científica sobre a mesa. Mais adiante, na varanda, havia um telescópio astronômico.Olhando para aquele quarto, era fácil entender os gostos de Vic.— Você gosta de astronomia, né. — Ela disse a Vic.Vic sorriu e assentiu.— Sim, quando eu era pequena, meu pai comprava livros ilustrados para mim, e eu adorava ver esses. Meu sonho é ser cientista! —
Poliana sentiu seu coração apertar ao ouvir que queriam falar com ela.Com um sentimento inquieto, seguiu a babá até a sala de jantar, onde Marcelo estava olhando o mercado de ações em um tablet.Poliana se aproximou da cadeira em frente a ele, apertou as mãos e cumprimentou ele baixinho.Marcelo desligou o tablet e sorriu para ela:— Se sente.Só então Poliana puxou a cadeira e se sentou, a postura rígida, as mãos colocadas no colo, os dedos entrelaçados revelando uma leve ansiedade.Marcelo apoiou a mão esquerda na mesa, com as costas da mão segurando o queixo, seus olhos gentis mostravam um traço de preocupação.Poliana, se sentindo um pouco constrangida sob o olhar dele, se apressou a falar:— Tio Marcelo, o que você quer conversar comigo?— Não tenha pressa. — Marcelo respondeu. — No jantar, você estava com dor de estômago e comeu muito pouco, vamos esperar você comer algo antes de conversar.Poliana ficou surpresa e levantou os olhos, encontrando o olhar de Marcelo.No jantar, de
— Mas ele não queria viver aquele tipo de vida, então voltou escondido de sua mãe e lutou por conta própria. Gustavo ficou muito feliz quando soube disso, e eu ainda me lembro dele abraçando Adílson e dizendo: "Você realmente é um bom irmão, tão rebelde quanto eu." Desde aquele dia, nós três começamos a andar sempre juntos. O Gustavo confiava muito no Adílson. Naquela época, ele já estava começando a empreender e, quando estava muito ocupado, pedia para o Adílson ficar comigo. E assim, eu e o Adílson nos aproximamos. Nossa convivência era muito natural, mas quatro anos atrás, algo aconteceu que mudou tudo.Ao chegar a esse ponto, Poliana de repente ficou em silêncio. O acontecimento de quatro anos atrás fazia Gustavo ficar imediatamente irritado e também a machucava profundamente. Toda vez que mencionava esse assunto, ela precisava se preparar psicologicamente. Depois de um momento, Poliana continuou.— Quando o Gustavo estava em uma viagem de negócios, coincidiu com o aniversário de
As lágrimas nos olhos de Poliana também se congelaram.— Tio Marcelo, o que você quer dizer com isso?Marcelo cruzou as mãos, apoiando o queixo.— Vamos organizar nossos pensamentos.Poliana respirou fundo novamente, controlou suas emoções, acenou com a cabeça e ouviu atentamente.— No que você mencionou sobre o passado, percebi dois pontos importantes. Primeiro, se vocês três foram manipulados, o objetivo deve ter sido o Gugu ou você. Porque o resultado de tudo isso foi a ruptura do relacionamento entre você e o Gugu.Poliana acenou com a cabeça novamente, sem dizer nada.Marcelo continuou:— O segundo ponto é a época da sua gravidez. Se alguém conseguiu fazer muitas pessoas esconderem o verdadeiro resultado de você, certamente gastou muito dinheiro e não tem uma situação financeira comum. Quando você mencionou isso, comecei a pensar que a pessoa em questão provavelmente é uma garota de boa condição financeira que ama o Gugu. Ela, por gostar dele, observou secretamente cada um dos seu
Ela não podia evitar aceitar a ideia de que Gustavo tinha outros planos ao procurar Fernanda.No fundo, era porque ainda o amava. Ainda tinha uma leve esperança em relação a ele.Nesse momento, a mão de Marcelo parou, como se tivesse tomado uma decisão, e ele ergueu o olhar.— Poli, preciso te contar uma coisa.Poliana também levantou a cabeça.— Pode falar.Marcelo estava prestes a falar quando a voz de Vic soou na entrada do restaurante:— Papai, Poli, minha barriga está doendo.Ambos olharam para ela ao mesmo tempo, vendo o rostinho de Vic ficar muito pálido.Antes que Marcelo pudesse demonstrar preocupação, Poliana se levantou rapidamente e foi até Vic.— Está doendo muito?Vic fez uma careta.— Não está doendo muito, mas é uma dor intermitente, parece que tudo está desconfortável, até beber água me faz sentir enjoada.Poliana pegou a mão de Vic. A mão da criança estava gelada.Nesse momento, ela olhou para Marcelo e disse:— Tio Marcelo, acho que a dor de barriga da Vic está relac
Seus passos aceleraram consideravelmente e, ao chegar no quarto, ela foi direto ao banheiro. Enquanto fechava a porta, murmurava, nervosa:— Não venha, não venha, não venha...No entanto, um minuto depois, ela estava sentada no vaso sanitário, olhando para a fria luz do teto com os olhos fechados em desespero. Ela realmente tinha menstruado.Felizmente, ela havia ido ao supermercado antes e comprado calcinhas descartáveis e um pijama. O pijama já estava lavado e seco na máquina de lavar, então ela pediu a Vic que o trouxesse para ela. Aproveitando que ainda não sentia dores abdominais, tomou um banho rápido.Ao sair do banheiro, Vic também havia trocado de roupa e estava deitada no sofá, lendo um livro, com uma aparência ainda pior que antes. Poliana se aproximou e perguntou:— Sua barriga está doendo mais do que antes?Vic fechou os olhos por um momento.— Poli, agora minhas pernas estão meio doloridas, o que está acontecendo?— É normal.Depois de responder, Poliana foi até o canto d
Poliana se sentou ao lado de Vic, pegou o copo de água quente e cuidadosamente o levou até a boca de Vic, dizendo:— Sopre um pouco antes e depois beba um gole pequeno, cuidado para não se queimar.Essa cena repentina fez com que o olhar de Marcelo se fixasse.Vic já tinha treze anos e sabia soprar a água quente se achasse necessário, mas Poliana ainda assim a lembrou. Esse pequeno detalhe revelava o quão atenciosa Poliana era.Os olhos do homem se encheram de uma ternura admirada.O quarto dele ficava diagonalmente em frente ao de Vic.Marcelo voltou para seu quarto, se sentou à mesa de trabalho e pegou o celular que ainda estava carregando. Procurou o número de Gustavo na lista de contatos e ligou para ele.Poliana tinha lhe ajudado muito, e ele esperava que Gustavo pudesse ter uma boa vida ao lado dela. Queria chamar Gustavo de volta. No entanto, a ligação foi rejeitada.Marcelo franziu a testa, procurou novamente na lista de contatos e ligou para seu segurança.Gustavo tinha bebido
Se recuperando, ela engoliu em seco e assentiu:— Sim.Gustavo sorriu ainda mais, afagando novamente o topo da cabeça de Fernanda.Seu gesto transbordava carinho.Fernanda hesitou por um momento, relaxando discretamente, e deliberadamente usou uma voz suave:— Gugu, eu jamais mentiria para você.Gustavo recuou ligeiramente, desviando o olhar de Fernanda para os remédios no suporte ao lado.— Cuide bem da sua saúde. Quando a criança nascer, não deixarei você desamparada.Fernanda ficou surpresa, mas logo sorriu, se aproximando de Gustavo.— Eu vou cuidar bem do bebê!Enquanto falava, ela estendeu os braços, querendo abraçá-lo.Gustavo reagiu rapidamente, levantando a mão e segurando o braço dela, impedindo o movimento.Fernanda ficou paralisada.— Gugu, já vamos ter um filho, será que nem um abraço é permitido?Gustavo soltou seu braço e sorriu suavemente:— Não.Fernanda perguntou:— Por quê?— Você grava cenas com atores e o cheiro do perfume deles misturado com o seu é desagradável.