Poliana sorriu levemente e, em voz baixa, disse: — É a primeira vez que você encontra o Presidente Otávio, então talvez não o conheça bem. O Presidente Otávio é uma boa pessoa. Bárbara arregalou os olhos. — Ele é uma boa pessoa? Mas pelo que o Breno falou, ele não tem nada a ver com ser bom. Poliana deu de ombros. — E você? Na boca de muita gente, você também não tem nada a ver com bondade, mas você acha que é tão detestável assim? Bárbara ficou momentaneamente surpresa. Realmente, fazia sentido. — Então, quando foi que você beijou o Presidente Otávio? — Isso... Enquanto as duas falavam em segredo, Otávio mexia no celular de Bárbara, imerso em seus pensamentos. No segundo seguinte, a porta da frente foi subitamente aberta, fazendo Otávio voltar à realidade e, instintivamente, levantar o olhar. Foi então que seus olhos se encontraram com os de Gustavo. Gustavo franziu as sobrancelhas, e seu rosto calmo logo transpareceu uma expressão de cautela. Avançando, ele perg
O coração de Bárbara batia cada vez mais descompassado e acelerado, enquanto aquela sensação inexplicável de medo crescia dentro dela. Ela podia perceber claramente que Otávio, com suas palavras, estava perguntando se ela queria ou não confirmar um relacionamento com ele. Sem dizer nada, Bárbara aproveitou um momento de distração dele, soltou sua mão com força e se virou, correndo em direção ao quarto de Poliana. Otávio não a seguiu. Apenas observou suas costas se afastando e disse: — Minhas palavras te colocaram tanta pressão assim? Nem quer mais voltar para casa? Bárbara parou por um momento. — Não vou, a Poli e o Gustavo vão mudar de lugar, e o sofá aqui é bem confortável. Vou dormir aqui hoje à noite. Enquanto falava, Bárbara se lembrou de quando foi buscar a bolsa de Poliana mais cedo e viu que a mala e os charutos ainda estavam ali. Ela começou a suspeitar que aquelas coisas pertenciam ao Otávio, e o temor de que ele pudesse tentar seduzi-la naquela noite, depois de t
Poliana não era assim normalmente, mas e se, por estar convivendo muito com Bárbara, acabasse pegando os defeitos dela? Essas preocupações, no entanto, ele não se atrevia a compartilhar com Poliana. Vendo a expressão de Gustavo ainda mais sombria do que antes, Poliana começou a imaginar, aflita: "Será que eu disse algo errado? Ou fiz algo que o incomodou? Mas, devo perguntar? Se eu perguntar, não estarei me rebaixando de novo?"Com esses pensamentos, ela decidiu esperar para ver como Gustavo agiria mais tarde.Pouco tempo depois, os dois pegaram suas bagagens e chegaram ao quarto recém-aberto. Como havia muitas pessoas hospedadas no hotel dessa vez, não restava mais quartos de cama de casal, apenas quartos com duas camas de solteiro. As camas de solteiro não eram pequenas, com um metro e meio de largura, o que seria confortável para uma pessoa dormir sozinha, mas se duas pessoas dormissem juntas, pareceria um pouco apertado.Gustavo estava muito indisposto e, assim que entrou no quar
Quando ela estava precisando urgentemente de dinheiro, Gustavo, para aliviar o peso sobre ela, trabalhou como operário durante o verão.O jovem, de pele clara, em apenas três dias já havia mudado de cor devido ao sol intenso, e sua pele, queimada, chegou a descascar. Mas, como o salário na obra era bom, ele continuou mesmo sem aguentar o ritmo do trabalho. Até adoeceu e não contou a ninguém. Uma noite, quando voltou à casa dela, estava tão exausto que desabou direto na cama dela.Na época, o coração dela se apertou de tanta preocupação. Tentou ajeitá-lo na cama para que descansasse melhor, mas ele explicou que seu pai tinha problemas cardíacos, e, embora ele não tivesse herdado a doença, também tinha algumas complicações.Ele era alérgico a muitas coisas e evitava tomar remédios. Além disso, quando ficava muito doente, seu coração disparava, e ele se sentia melhor deitado de bruços.O jovem que, no passado, havia se dedicado a ela com tanta sinceridade, apareceu em sua mente, e o coraç
Desde que começou a empreender, Gustavo ficou muito ocupado. Antes, quando os dois trabalhavam juntos, podiam se ver no trabalho e ainda moravam juntos à noite. Mas, após ele iniciar o próprio negócio, começou a viajar com frequência, e o que antes era um encontro diário, se tornou uma rotina de ligações diárias. Embora Gustavo parecesse forte e robusto, na verdade sua saúde era frágil. Por causa de restrições médicas, ele não podia tomar muitos remédios e, para tentar fortalecer o sistema imunológico, passou a se exercitar constantemente. No entanto, mesmo com todo esse esforço, ele adoecia com frequência, mais do que outros rapazes realmente saudáveis.Antigamente, sempre que ele adoecia, ela estava ao lado dele. Mas, desde que começou a empreender, seja em mudanças bruscas de clima ou durante épocas em que a gripe era mais comum, quando ela perguntava preocupada sobre sua saúde, ele sempre respondia que estava bem. Ela não sabia se ele dizia isso porque achava que os problema
A inesperada intimidade fez com que o homem ficasse um pouco atônito. Seus olhos alongados, antes fixos, agora se ampliavam lentamente, reluzindo com um brilho cintilante. Seus lábios começaram a se curvar, e aquela expressão de surpresa se tingiu de uma alegria radiante. Poliana ajeitou a mecha de cabelo que caiu sobre seu rosto, prendendo ela atrás da orelha, e quando ele parecia prestes a falar, ela novamente encostou os lábios nos dele. Com seus lábios macios, ela confirmou que Gustavo ainda estava um tanto incrédulo com o beijo repentino, enquanto suas pálpebras lentamente se fechavam. Os delicados lábios de Poliana pressionaram suavemente os dele, repetidas vezes, em um ritmo delicado. Somente quando sua língua deslizou lentamente para dentro da boca dele, Gustavo finalmente começou a responder. Poliana, então, deixou que ele tomasse o controle. Essa combinação de iniciativa moderada e uma passividade no momento certo fez o desejo de Gustavo crescer. Por instinto, ele
Mesmo há pouco tempo, quando ele ainda guardava ressentimentos por ela, nunca a havia forçado a se ajoelhar. No máximo, a fazia se deitar de bruços.Gustavo engoliu em seco, seu pomo de Adão subindo e descendo.— Não é questão de querer ou não, é que eu quero...Ele queria dizer que, mesmo que ele quisesse, havia outras maneiras de resolver a situação.O olhar de Poliana baixou, seu semblante tímido e encantador fez com que o desejo dele crescesse ainda mais, incontrolavelmente.— Eu te ajudo, tá? Você já disse antes que, ao aliviar a tensão, o corpo esfria e a febre cede.Gustavo ficou perplexo. Sim, ele realmente havia dito isso antes. Inclusive, houve momentos em que, ao fazer amor com ela durante uma febre, transpirava tanto que a febre realmente passava.Enquanto ele hesitava, Poliana já começava a se mover para baixo... Os músculos abdominais de Gustavo se contraíram, e suas mãos, quase por reflexo, seguraram a nuca dela.Do lado de fora, a chuva começou a cair novamente. Um gote
Poliana estava perdida em pensamentos. Gustavo, percebendo, sentou-se e a puxou para si, segurando ela pelas axilas e trazendo ela para seu colo. Foi só então que ela voltou à realidade.— O que houve?Antes que ela terminasse de falar, Gustavo a virou na cama e a abraçou por trás, distribuindo beijos em sua nuca. Com suas mãos firmes, ele juntou suas pernas delicadas, aproximando os lábios do ouvido dela e sussurrando:— Já recuperei minhas forças, deixa comigo agora.Logo, o calor e a amplitude do corpo dele a envolveram por completo. Enquanto a balançava suavemente, as mãos grandes e firmes dele deslizavam por seu corpo, acariciando seus lábios, e, em um gesto carinhoso, ele apertava seu queixo e beliscava levemente o lóbulo de sua orelha.Poliana sentia o coração de Gustavo batendo forte contra suas costas, e sua respiração quente percorria sua nuca. Embora ela ainda estivesse receosa de acreditar que Gustavo realmente estava disposto a superar o passado, o que ela podia sentir, d