Mesmo há pouco tempo, quando ele ainda guardava ressentimentos por ela, nunca a havia forçado a se ajoelhar. No máximo, a fazia se deitar de bruços.Gustavo engoliu em seco, seu pomo de Adão subindo e descendo.— Não é questão de querer ou não, é que eu quero...Ele queria dizer que, mesmo que ele quisesse, havia outras maneiras de resolver a situação.O olhar de Poliana baixou, seu semblante tímido e encantador fez com que o desejo dele crescesse ainda mais, incontrolavelmente.— Eu te ajudo, tá? Você já disse antes que, ao aliviar a tensão, o corpo esfria e a febre cede.Gustavo ficou perplexo. Sim, ele realmente havia dito isso antes. Inclusive, houve momentos em que, ao fazer amor com ela durante uma febre, transpirava tanto que a febre realmente passava.Enquanto ele hesitava, Poliana já começava a se mover para baixo... Os músculos abdominais de Gustavo se contraíram, e suas mãos, quase por reflexo, seguraram a nuca dela.Do lado de fora, a chuva começou a cair novamente. Um gote
Poliana estava perdida em pensamentos. Gustavo, percebendo, sentou-se e a puxou para si, segurando ela pelas axilas e trazendo ela para seu colo. Foi só então que ela voltou à realidade.— O que houve?Antes que ela terminasse de falar, Gustavo a virou na cama e a abraçou por trás, distribuindo beijos em sua nuca. Com suas mãos firmes, ele juntou suas pernas delicadas, aproximando os lábios do ouvido dela e sussurrando:— Já recuperei minhas forças, deixa comigo agora.Logo, o calor e a amplitude do corpo dele a envolveram por completo. Enquanto a balançava suavemente, as mãos grandes e firmes dele deslizavam por seu corpo, acariciando seus lábios, e, em um gesto carinhoso, ele apertava seu queixo e beliscava levemente o lóbulo de sua orelha.Poliana sentia o coração de Gustavo batendo forte contra suas costas, e sua respiração quente percorria sua nuca. Embora ela ainda estivesse receosa de acreditar que Gustavo realmente estava disposto a superar o passado, o que ela podia sentir, d
Poliana franziu as sobrancelhas repentinamente, e, no segundo seguinte, um beijo deixou uma marca logo abaixo de sua clavícula.— Por que você fez isso de repente...Vendo o olhar tímido em seus olhos, Gustavo sorriu suavemente, seus olhos brilhando.— Só quis te dar um beijinho...Ele mesmo não sabia por que havia agido assim, mas estava certo de que, naquele momento, sentia felicidade pela primeira vez em quatro anos, se sentia novamente feliz.Ainda mais, essa felicidade era muito semelhante à que sentiu oito anos atrás, quando confessou seu amor à jovem enquanto ela estava ferida, e para sua surpresa, ela aceitou seus sentimentos. Embora fosse felicidade, na verdade era uma espécie de empolgação a sensação de poder continuar a sonhar com um futuro ainda mais bonito ao lado de Poliana.Ela, cada vez mais tímida diante de suas provocações, puxou o cobertor e se escondeu debaixo dele.— Estou com sono, vou dormir.— Tudo bem, vamos dormir. — Gustavo concordou, mas logo levantou a cob
Depois de ouvir isso, Poliana, que ainda estava um pouco sonolenta, despertou completamente. Seu coração pareceu parar por meio segundo. A pergunta de Gustavo fez Poliana perceber que, no fundo, ele nunca superou aquele acontecimento.Se fosse para comparar o conflito entre eles a uma ferida tão grave que estava inflamando e infeccionando, então, o carinho e a intimidade daquela noite não passavam de uma fina camada de gaze sobre a ferida. Não haviam curado nada.Enquanto a verdade de quatro anos atrás não viesse à tona, seria como uma bomba-relógio, pronta para explodir dentro de seu casamento com Gustavo.Esses pensamentos deixavam Poliana abatida e triste. Ela ansiava profundamente que Gustavo realmente confiasse nela. No entanto, já que havia decidido recomeçar com ele, não se deixaria abater facilmente.Gustavo achava que ela estava falando dormindo, então Poliana decidiu fingir que estava adormecida. Se movendo ligeiramente, murmurou de forma indistinta, como se fosse um sonho:—
Antes, Gustavo só tinha aqueles bilhões dados por seu avô, mas agora ele tinha por trás toda a família Codelle. Mas se não era a pressão do trabalho, o que mais poderia ser? Poliana continuou a encarar o rosto adormecido de Gustavo, e uma sombra passou por seus olhos. Gustavo era mais sortudo que muita gente, seus pais estavam vivos, sua família não tinha preocupações financeiras, e os sofrimentos que ele enfrentava só começaram depois que eles ficaram juntos. Mas esses problemas o deixariam triste, não ansioso, certo? Pensando nisso, Poliana balançou a cabeça, sentindo que talvez estivesse exagerando. Afinal, aqueles remédios talvez nem fossem para Gustavo, mas para outra pessoa, como Edmar, ou talvez seu secretário ou assistente. Ainda assim, esses remédios lhe trouxeram uma pontada de esperança. Esses remédios podiam garantir uma noite de sono tranquilo! Com medo de que Gustavo acordasse, Poliana, enquanto o observava, rapidamente pegou dois comprimidos do frasco e
Ele enviou para ela um vídeo da avó comendo. E junto veio uma mensagem: [Poli, ainda faltam três horas para as oito da manhã, mas já te mando um bom dia antecipado. Sua avó já acordou, está bem. Daqui a pouco vão trocar os curativos e talvez ela tire um cochilo pela manhã. Você pode fazer uma videochamada com ela às duas da tarde.]O humor de Poliana melhorou um pouco imediatamente, e ela ficou tocada pela mensagem. Marcelo mandando uma mensagem a essa hora... Será que ele estava cuidando da avó dela de novo? Mas a avó já havia sido levada para outro lugar, então ele não precisava mais ir até lá. Enquanto se preparava para responder, Poliana se pegou pensando automaticamente nas vezes que ela e Marcelo se cruzaram. De repente, veio à mente a noite em que Marcelo brincou na água com ela. Ele havia dito que, se ela tivesse alguma preocupação, poderia falar com ele. Além disso, ele já sabia sobre o principal desentendimento entre ela e Gustavo. De repente, Poliana teve uma
Marcelo observava o emoji da gatinha fofa segurando duas rosas que Poliana havia enviado, como se estivesse olhando diretamente para ela. Ele não respondeu, mas fixou a conversa com Poliana no topo das mensagens. Em seguida, largou o celular, deu mais uma tragada no cigarro e o apagou no cinzeiro antes de se levantar e ir ao banheiro. Ainda havia uma fina camada de vapor no banheiro, ele havia acabado de tomar banho quando enviou as mensagens para Poliana. Pegou o secador e secou o cabelo. Depois, guardou o notebook de trabalho que estava na mesa ao lado do sofá, junto com o carregador e o celular, e saiu carregando sua bolsa. Quando a avó o viu, seu rosto logo se iluminou com um sorriso. — Marcelo. Marcelo se aproximou e se sentou ao lado da avó. — Vovó, eu vou voltar agora. A música é boa, mas a senhora também precisa descansar. A avó assentiu com a cabeça. — Pode ficar tranquilo, querido. Eu sei cuidar da minha saúde! Com apenas uma frase, Marcelo conseguia ent
— Você quer agradecer à Poli? — Marcelo perguntou.Vic assentiu com a cabeça.— Quero agradecer à Poli, mas também quero vê-la.Os olhos escuros de Marcelo brilharam levemente.— Oh? Gosta tanto assim da Poli?Vic, com sua habitual roupa de estilo neutro, usava um pijama largo e confortável em preto e branco. No entanto, agiu de maneira mais doce do que de costume, puxando a mão do pai e levando ele até o sofá da sala, onde se sentou e se encostou no braço de Marcelo como uma menininha.— Papai, eu acho que seria legal ter uma mulher em casa com quem eu pudesse conversar, ou até mesmo mais algumas crianças por aqui.Marcelo ficou surpreso com o comentário.— Por que minha querida está pensando assim de repente?— Porque... — Vic virou a cabeça para olhar Marcelo com um sorriso. — Se você encontrasse uma madrasta para mim, alguém como a Poli, que seja bonita e também carinhosa, acho que seria muito bom. Antes, a vovó e a tia sempre me diziam para tomar cuidado, para não deixar você me a