Depois de ter comido apenas uma tigela de macarrão ao meio-dia, até agora ela só havia bebido dois copos de água, então já estava faminta. De repente, suas orelhas ficaram vermelhas, e ela rapidamente cobriu o estômago.— Então, me deixe te convidar para jantar, como agradecimento por me mostrar aqueles escândalos da Fernanda.Guilherme apagou o cigarro que ainda segurava e juntou as mãos, visivelmente animado.— Posso escolher o restaurante?Poliana sorriu levemente.— Uhum. — Disse ela, se levantando. — Vou trocar de roupa.Ao perceber que sairia para jantar com Poliana, Guilherme quase parecia brilhar, mudando de posição na cadeira, com a perna direita apoiada na coxa esquerda, satisfeito como se estivesse prestes a colocar alguém na berlinda.Foi então que ele notou algo.— Espere, já faz quase dez minutos que estou aqui, e sua avó?Para os jovens, ainda não era tarde, apenas um pouco depois das dez, mas para os idosos, já era hora de descansar.Poliana parou na porta do quarto, se
Quando terminou de falar, a distância entre ele e Gustavo já era de mais de um metro. Embora Guilherme mostrasse desprezo no rosto, por dentro, estava xingando mentalmente. Ele realmente não conseguia entender como Gustavo havia aparecido ali, especialmente depois de ter visto um vídeo do mesmo esperando em um aeroporto.A expressão de Gustavo não demonstrava nenhuma alteração emocional, apesar das provocações de Guilherme. No entanto, seus olhos escuros e profundos se tornaram ainda mais sombrios, como se uma tempestade estivesse prestes a explodir. Ele entrou no cômodo e, com um simples movimento de mão, fechou a porta com uma força surpreendente.Gustavo então desviou o olhar de Guilherme e deu uma olhada rápida pela casa. Notou que todas as portas estavam abertas, exceto a do quarto onde Poliana estava. Seus olhos se estreitaram ainda mais, e ele começou a caminhar em direção ao quarto.Guilherme, percebendo o que estava acontecendo, olhou ao redor e recuou para perto da mesa.
O medo que ela sentiu ao vê-lo aparecer de repente foi rapidamente superado pela vertigem que a atingiu. Quando Gustavo se levantou um pouco, ela começou a lutar desesperadamente, seu corpo inteiro se contorcendo.— O que você vai fazer? Não me toque com suas mãos imundas, saia de perto de mim!— Mãos imundas? Não estão sujas, acabei de lavá-las. — A voz de Gustavo era calma, tão tranquila que parecia impossível discernir qualquer emoção, mas havia uma profundidade sombria nela, como o rugido iminente de uma fera.Ele segurou os braços dela, erguendo-os acima de sua cabeça, enquanto usava as pernas para imobilizar as dela.Poliana não conseguia escapar, mas continuava a lutar, sua voz agora cheia de agitação:— Não estou falando dessa sujeira! Não toque em mim com as mãos que tocaram a Fernanda! Você me dá nojo!Ao ouvir isso, Gustavo parou abruptamente.O peito de Poliana subia e descia freneticamente, seus olhos estavam cobertos por uma fina camada de lágrimas, e o medo voltou a domi
As lágrimas nos olhos de Poliana se congelaram de repente. Ela ainda hesitava, se perguntando se havia interpretado corretamente o que ele disse, quando os lábios dele subitamente se pousaram sobre os dela. Na boca dela, havia o sabor da pasta de dente de limão usada durante o banho, enquanto ele trouxe para ela o aroma de café misturado com um toque de tabaco.Depois de sua língua envolver suavemente a ponta da língua dela, os lábios dele, ainda colados aos dela, murmuraram com suavidade:— Sentiu?— Eu...— Não sentiu, não é? — Gustavo sussurrou mais uma vez, antes de roubar-lhe o fôlego.A respiração de Poliana vacilou, as mãos que antes se agarravam com força perderam a força de repente, e seu corpo começou a tremer involuntariamente. Quando ela começou a sentir dificuldade para respirar e seu pescoço se estendeu instintivamente, ele, como se percebesse seus sentimentos, soltou seus lábios e passou a explorar seu pescoço com a boca.A habilidade de Gustavo em beijá-la era incompa
Será que ela deveria simplesmente contar ao Gustavo que Guilherme tinha vindo mostrar a ela o escândalo de Gustavo e sua amante?Ela se lembrava com clareza, apenas piscando os olhos, das cenas em que ele a segurou pela nuca no clube, a jogando para o lado, e também quando descascou laranjas para Fernanda. O que mais a enfurecia era o fato de Fernanda ter causado ferimentos à sua inocente avó, que acabou hospitalizada.Mesmo que Gustavo não soubesse de tudo isso, ele ainda era cúmplice.Poliana, com lágrimas escorrendo, sorriu friamente:— O que você quer me dizer? Que eu deveria conviver pacificamente com a Fernanda? Gustavo, seu avô vai me ajudar a conseguir o divórcio, e eu não quero mais te ver. Agora, só de olhar para você, sinto nojo, tenho ânsia de vômito!Gustavo ficou surpreso, sua expressão finalmente mudou visivelmente, franzindo as longas sobrancelhas:— O que você disse?As lágrimas ainda caíam pelas bochechas de Poliana, mas seus grandes olhos estavam cheios de ódio.— Só
Guilherme quase não conseguia mais segurar o riso de satisfação. Gustavo, por outro lado, se conteve para não demonstrar suas emoções diante das vizinhas. Com o maxilar tenso, respondeu brevemente:— Elas estão bem, a Poli também está bem.— Que bom, então estamos indo. — As vizinhas disseram, se despedindo.Assim que as três senhoras se afastaram, o som da porta do quarto de Poliana se fechando ecoou pela casa. Gustavo lançou um olhar para trás, observando a porta, antes de voltar sua atenção para Guilherme.Guilherme, por sua vez, se virou e foi até o sofá, onde se sentou. Em seguida, puxou o cinzeiro para perto, e o brilho de malícia que antes havia em seus olhos deu lugar a uma expressão mais sombria.Depois dos confrontos físicos anteriores com Gustavo, ele estava determinado a não sair em desvantagem dessa vez. Enquanto mexia no cinzeiro, sua mente já estava preparada: se Gustavo tentasse qualquer coisa, ele estava disposto a usar o objeto como arma, acertando a cabeça do outro.
— Poliana, espere! — Guilherme correu atrás de Poliana. — Eu te levo!Poliana, no entanto, não queria incomodar Guilherme.— Não precisa, eu chamo um táxi.— Você não tem medo de o Gustavo interceptar o carro de novo? — Guilherme se aproximou e, ao notar que Poliana ainda segurava uma tesoura, a pegou e a escondeu atrás de si. — Eu sou piloto de corrida, confie em mim. Vou te levar em segurança e na maior velocidade possível.Poliana hesitou antes de responder:— Tudo bem, obrigada. Quando eu estiver menos ocupada daqui a uns dias, vou te pagar um jantar.Guilherme sorriu e assentiu.— Desde que você cumpra sua promessa, eu posso esperar.Poliana desviou o olhar, sem responder.— Onde está seu carro?— No estacionamento de atrás.Poliana, ainda com medo de que Gustavo os seguisse, acelerou o passo. Apesar das longas pernas de Guilherme, ele precisou se apressar para acompanhá-la.Quando chegaram ao estacionamento, Guilherme pegou as chaves do carro e destravou o veículo. Um carro prate
— Não fique brava, não fique brava. — As mãos rechonchudas seguraram o rosto dela novamente. — Na cidade N, eu também sou o mais rico. Contanto que seu pai consiga fazer esse projeto direito, eu certamente me casarei com você. Comparando assim, não sou muito bom? A mãe da Poliana perdeu a vida para se casar com o Gustavo, mas você só precisa que seu pai se esforce para se casar comigo.— Sim, você é o melhor, o mais adorável! — Wanessa envolveu o pescoço do homem com as mãos novamente. — A propósito, aquele copiloto do jato particular do Gustavo, ele viu o que tinha naquela bolsa que o Gustavo carregava? Que tipo de boneca estava dentro?— Perguntei a ele, e disseram que o Gustavo nem sequer abriu a bolsa durante o voo, então não viram.— Que inútil. — Wanessa disse com desagrado. — Você gastou cinco milhões de reais para suborná-lo, e ele nem conseguiu ver isso!— Pois é, um completo inútil. — O homem beijou o rosto dela novamente. — Mas não se preocupe, nós também subornamos as secre