O choque nas palavras de Cloé fez com que um medo profundo tomasse conta de Melissa. Ela tentava juntar suas forças, mas sabia que estava à mercê de uma mulher que conhecia todos os seus pontos fracos, que sabia onde apertar para fazer tudo desmoronar.Enquanto Cloé falava, o homem que a acompanhava permaneceu em silêncio, observando a cena com uma calma inquietante. Melissa não conseguia entender quem era ele, mas sabia que estava ali para garantir que nada saísse do controle. Eles haviam planejado tudo, e Melissa estava agora no centro desse jogo perigoso, com Cloé como sua controladora.A sensação de impotência era esmagadora, e a única coisa que restava a Melissa era a luta interna para se manter consciente, para encontrar uma brecha, qualquer oportunidade de escapar dessa situação antes que fosse tarde demais. Ela não sabia como, mas não poderia ceder. Não agora. Cloé poderia ser uma psicopata, mas Melissa era forte, e enquanto houvesse uma centelha de esperança, ela lutaria.A t
Afonso não conseguia mais ficar parado. O peso da incerteza o consumia, e ele sabia que precisava agir rápido. Melissa estava desaparecida, e a angústia em seu peito aumentava a cada minuto. Com a mente tomada pela necessidade de encontrar uma solução, ele decidiu que a única coisa a fazer era procurar ajuda.Com os nervos à flor da pele, ele saiu de casa decidido e se dirigiu até a delegacia. A cidade estava quieta, as ruas desertas e escuras, como se o mundo inteiro estivesse assistindo sua aflição. Quando finalmente chegou ao prédio, ele quase correu até a recepção, o peso da preocupação estampado no rosto.— Eu preciso registrar uma ocorrência. Minha esposa desapareceu. — Sua voz estava rouca, tensa. Ele tentou não demonstrar o pânico, mas não conseguiu esconder a gravidade da situação.O policial na recepção olhou para ele por um momento, parecendo fazer uma avaliação rápida. Depois, suspirou e se inclinou um pouco para frente, ajustando os óculos.— A senhora desaparecida está f
Afonso estava praticamente desmoronando na cadeira do carro quando o telefone tocou. A luz da tela brilhou na escuridão, e o nome de Melissa apareceu. Aquele nome foi como um farol na escuridão, uma luz de esperança que instantaneamente fez seu coração disparar. Ele apertou o botão para atender, com a respiração entrecortada, mal acreditando no que estava acontecendo.— Melissa! — Ele disse, a voz trêmula e ansiosa. — Finalmente, você me ligou, eu estava te procurando em todo lugar! Onde você está? Está tudo bem?Mas antes que ele pudesse continuar, uma risada fria e maquiavélica interrompeu suas palavras. Era uma risada que ele jamais esqueceria, uma risada carregada de malícia. Afonso ficou em silêncio, seu corpo paralisado de medo. O som ecoava pelo telefone, cruel e ameaçador, e ele soube instantaneamente quem era.— Ah, Afonso, sempre tão ansioso... — A voz de Cloé soou do outro lado da linha, sua tonalidade suave e venenosa. — Finalmente você percebeu, não é?O sangue de Afonso
A cena era assustadora. O carro de Melissa estava estacionado, mas parecia que ela havia saído de repente, sem deixar pistas. As chaves, caídas no chão ao lado do veículo, eram o único sinal de que algo tinha acontecido. Mike e Afonso se entreolharam, ambos com uma sensação crescente de que não era uma simples perda ou abandono. O silêncio ao redor parecia abafado, como se o próprio lugar estivesse escondendo algo.— Ela não teria deixado as chaves no chão assim..., Mike murmurou, analisando as chaves. —Há algo errado.Afonso, mais calmo, se aproximou do carro e olhou para dentro. — Não há sinais de luta, não há marcas de pneus... Nada que indique que ela foi forçada a sair do carro. Mas o que aconteceu com ela?Afonso franziu a testa enquanto dava mais uma olhada no carro. Mike estava parado ao seu lado, observando com atenção cada detalhe, mas ainda parecia tão perdido quanto Afonso.— Talvez ela tenha saído por vontade própria — sugeriu Mike, sem grande convicção na voz. — Mas, ain
O som do telefone tocando trouxe Afonso de volta à realidade. Ele pegou o celular, já pressentindo quem estava do outro lado. A voz de Cloé não demorou a ecoar, gelada e cheia de poder, como se estivesse controlando cada movimento.— Afonso. — A voz dela soou calma, mas com um tom ameaçador, como se soubesse exatamente o efeito que causaria nele. — Fico feliz que tenha decidido me atender.Afonso engoliu em seco, sentindo a pressão aumentar a cada palavra. Ele não queria mostrar fraqueza, mas sua mente estava em turbilhão, pensando em Melissa, onde ela poderia estar, o que Cloé poderia estar fazendo com ela.— O que você quer, Cloé? — sua voz soou firme, mas ele sabia que não conseguia esconder o desespero que começava a tomar conta dele.Cloé soltou uma risadinha baixa e cruel.— Eu quero que você seja um bom menino e siga as instruções. Tenho um lugar onde você pode encontrar Melissa. Se você se apressar, ainda poderá salvá-la. Eu vou te mandar a localização em breve, mas ouça bem:
O carro parou com um leve arranco. Mike deu uma olhada rápida para o painel e desligou os faróis, deixando o ambiente mergulhado na escuridão. Afonso sentiu o peso de cada segundo se arrastando enquanto o carro permanecia parado no limite da estrada. Ele olhou para fora pela janela, os olhos fixos no local à frente. Nada parecia fora do lugar, mas algo no ar dizia a ele que a qualquer momento algo poderia acontecer. O silêncio era absoluto, apenas o som suave do motor desligado quebrava a quietude.Foi então que ele percebeu. Lá, nas sombras da noite, quase invisível entre as árvores e a vegetação rasteira, uma figura se movia com a leveza de quem já estava esperando. Afonso quase não acreditou no que estava vendo. Ele esfregou os olhos, apenas para ter certeza de que estava vendo corretamente.Lá estava Tomasi, tão discreto quanto uma sombra, se movendo silenciosamente como um espectro da noite. Sua presença era quase imperceptível, mas, de alguma forma, Afonso sabia que era ele. Ao
O som de um gemido ecoou pelo galpão vazio, baixo, quase como um suspiro perdido na escuridão. Afonso parou imediatamente, o coração batendo forte, a sensação de pavor tomando conta dele. Um frio percorreu sua espinha, e por um momento, o mundo ao seu redor pareceu desacelerar. Ele fechou os olhos por um instante, pedindo a Deus, em um suspiro silencioso, que não fosse Melissa.Mas, à medida que o som se repetia, uma parte de sua mente sabia que não havia mais tempo para dúvidas. Ele respirou fundo, forçando-se a agir, e caminhou rapidamente em direção ao fundo do galpão. O ar estava denso, a escuridão espessa, mas ele se manteve focado no único objetivo que importava naquele momento: Melissa.Então, seus olhos se ajustaram à penumbra e, à medida que avançava, uma silhueta familiar começou a tomar forma à sua frente. Lá, em um canto sombrio do galpão, estava ela. Melissa.A visão o fez parar no meio do caminho, e um nó se formou na garganta de Afonso. Ela estava caída no chão, com as
Afonso sentiu o peso das palavras de Cloé como um soco direto no peito. O veneno, a ameaça de que Melissa morreria em 24 horas, fazia seu coração acelerar a ponto de doer. O desespero se espalhou por seu corpo, e ele sentiu o mundo ao seu redor começar a desmoronar. A decisão parecia impossível, mas ele sabia que, no fundo, havia apenas uma escolha que poderia fazer.Ele olhou para Melissa, ainda fraca e semiconsciente, os olhos de Cloé fixos nele, esperando. Cada segundo parecia uma eternidade, e ele sentiu o calor de sua respiração apertada e pesada. O medo de perder Melissa era insuportável. A pressão da situação era esmagadora. Ele sabia que, se não tomasse uma atitude agora, poderia ser tarde demais. Mas a raiva e a impotência ainda queimavam em seu peito, e a ideia de ceder a Cloé o fazia sentir uma repulsa profunda.Mas, ao olhar para Melissa — pálida, débil e frágil — ele sentiu uma onda de tristeza e desespero que o fez tomar a decisão, talvez a mais difícil de sua vida.— Cl