— Pai! Não pai, levanta! — Grito eufórica, sem saber o que fazer. — Com meu pai em meu colo, Augusto que já estava ligando para ambulância deixa o celular de lado ao ver o meu desespero.
— Calma Fernanda, seu pai vai ficar bem.
Assim que desliga o celular, Augusto começa a ferir o pulso do papai, em seguida ele abre os olhos dele examinando as pálpebras. Papai de repente começa a tremer e a entortar sua língua. Augusto imediatamente enfia o seu dedo indicador na boca dele, quase que no céu da boca, evitando com que sua língua enrolasse por completo. Logo após ele o vira de lado e coloca uma almofada da cadeira abaixo de sua cabeça, se afastando e me puxando com ele contra a minha vontade. — para, eu quero ficar com meu pai! Me solta! — Grito enfurecida, tentando me libertar. No entanto os braços fortes de Augusto me mantém parada, não consigo nem se quer me mover um pouco de onde estou. Poxa, que humilhação. Então ele me vira de frente para ele enquanto choro, sentindo seu peitoral no meu rosto e o pulsar de seu coração que estranhamente me acalma; suas mãos passam por meu cabelo no topo da minha cabeça no gesto de carinho me acalmando ainda mais. — Fique calma, eu não havia dito porque não houve como, mas também sou médico. Seu pai está com crise convulsiva, vai passar, só aguente mais um minuto, fique aqui mais um minuto. Pessoas que tem essas crises costumam ser perigosas se você ficar muito próxima. Não quero que se machuque, por favor Fernanda.
Sua voz sai doce Gentil emanando um carinho. Não demora muito para que o meu pai pare de tremer, foi como o Augusto disse, apenas um minuto. Augusto me afasta dele e eu sinto uma onda de ar passar por mim, é como se eu sentisse falta do seu calor corporal. Pegando meu pai, ele o leva para dentro me chamando em seguida, assim me tirando do meu torpor.
Fernanda? Onde é o quarto de seu pai? — Perguntou o segurando já dentro de casa. — É por aqui, me siga por favor.
Mostro para ele o caminho, subindo as escadas e indo para o andar de cima. abro a porta do quarto e tiro o cobertor para que Augusto possa colocá-lo sobre a cama. Assim que o faz, tiro o sapatos e o relógio de meu pai, o cobrindo em seguida. Augusto sai do quarto primeiro, logo após eu vou junto apagando a luz e fechando a porta.
— Augusto, obrigada pela ajuda.
O agradeço meio sem graça, assim que começamos a andar pelo corredor sozinhos. Augusto Me dá um sorriso de lado como se minhas palavras fossem importantes para ele. Logo em seguida me responde.
— Eu fiz o que tinha que fazer, estou acostumado a lidar com várias situações no meu dia a dia. Sou médico de um pronto-socorro então lidar com emergências é o meu trabalho. — Ele parece tranquilo ao falar de sua profissão. Quando vejo, já estou respondendo de forma afetiva o seu comentário.
— imagino como deve ser assustador ver pessoas feridas, ou doentes morrendo sem ter que como fazer mais nada. Digo... você tentou tanto salvar, deu tudo de si para que no final, a partida seja inevitável. Eu diria que você tem bastante garra. — Respondo conforme andamos até a sala, onde sua mãe nos espera. Mas antes que chegamos lá, ele para, olhando para ela de longe com um certo mistério.
— Eu tento ter essa garra, mas na verdade sou fraco Fernanda. É que às vezes tentamos tanto ser fortes, que acabamos criando um muro ao nosso redor seja de concreto ou Ferro o peso é inevitável ele... acaba caindo em cima de quem amamos, machucando profundamente essa pessoa.
Suas palavras me encantam tanto que acabo me esquecendo que de fato quase somos meros estranhos. Não posso demonstrar compaixão a ele, ele ajudou meu pai como médico, isso não é uma dívida na qual sou obrigada a pagar.
— Olha Augusto, Como eu disse, sou grata pela sua ajuda em relação ao meu pai, entretanto não confunda as coisas. Ainda não sou de acordo com esse casamento, aliás nunca estive de acordo desde o início.
Deixo claro para ele e ainda continuo mentindo um pouco mais. — Eu nunca aceitaria me casar sem amor. No mínimo o que eu deveria sentir por você é algum desejo mas nem isso eu sinto. Você não me atrai.
Augusto dá um sorriso pelo canto da boca, como se eu tivesse o provocado. — casar sem amor? Esse é um grande problema para você? Você quer que eu te atraia?! Eu vi como olhava para mim durante o jantar sua tola. Estava comendo mas parecia que não estava saciada. Então considere de tal forma: antes de continuar Augusto me pega desprevenida me prendendo na parede tão rápido quanto um gato. Suas mãos envolveram o meu pescoço em um toque gentil e abrupto ao mesmo tempo e seu rosto se aproximou do meu lentamente. O seu jeito rústico me deixa paralisada, eu não imaginei que ele poderia reagir assim, tão explicitamente sensual. Seu hálito quente invade minhas narinas enviando um cheiro de menta quando ele se pronuncia novamente.
— Você quer sentimentos? eu posso te proporcionar muito mais do que Amor Fernanda. Comigo você terá amor, lealdade e uma foda boa. Vou te comer com tanta vontade, que vou te deixar inchadinha pra mim. Me sinto rígido só de imaginar você de pernas abertas para mim, enquanto te como com força. Não abuse da sorte, tome a decisão certa, você pode acabar machucando ainda mais seu pai e tendo que viver uma vida patética com alguém desses que... você sabe, não chupa direito.
Suas últimas palavras me fazem estremecer, pois Augusto as diz em meu ouvido mordendo a ponta e se afastando, me mandando uma onde de calor com seu gesto.
Eu fico desconcertada pela falta do seu toque. Meu Deus, que homem... que homem.— Se já terminou com essa tentativa frustrante, gostaria de poder descansar um pouco, amanhã tenho reuniões importantes que foram desmarcadas hoje, por sua causa.Me recomponho deste pequeno surto me fazendo de difícil. Não posso deixa-lo ver que me desestabilizou, mas mesmo assim eu tentando esconder, Augusto parece notar e me lança um sorriso meio que traiçoeiro.— Vou embora, mas não porque me pediu e sim para você não ficar vermelha ainda mais, bonequinha. Aliás, sobre o seu pai, deixe ele descansar, ele pode acordar meio atordoado, então tenha paciência com ele e evite brigas no momento. — Depois disso, Augusto caminha até a porta e vai embora, juntamente com sua mãe que estava com a feição preocupada.Começo a olhar por onde eles se foram e sinto um alívio tomar de conta de mim. Por que estou tão nervosa? Augusto me deixou assim pela sua atitude repentina. Só pode ser de susto, eu preciso descansar.
Me afastando de seu toque com a expressão vazia, sento na cama, e olho ele agora colocar o seu relógio de ouro no pulso.— Então eu tenho que escolher entre você e a minha liberdade e meus sonhos papai? Isso continua sendo injusto para mim, porque eu amo todos. — Digo triste. Papai enfim me olha e então vejo compaixão em seu semblante antes de me responder. — Fernanda, eu estou velho, sua mãe internada em uma clínica. Se eu morrer amanhã minha filha, quero que esteja segura com alguém que nunca te faça mal algum. eu vi como Augusto é cuidadoso com a mãe, e também com a irmã mais nova. a maneira dele as tratar, me convenceu que ele era o adequado para você. Tenho medo de não conhecer um homem para qual se entregará no futuro. Não poderei descansar no meu túmulo, se você estiver sofrendo. Então me dê essa paz. — Papai se levanta e continua. — Pense, é como eu disse, se for me dar um sim, apareça no jantar.Depois disso ele sai do quarto me deixando com os olhos cheios de lágrimas. — Augu
Sem dizer uma palavra eu me levanto rapidamente sentindo minhas bochechas ficarem rosadas. “Que emoção é essa? Estou me sentindo atraída por Augusto? Não! Impossível!” penso ao sacudir a cabeça de um lado para o outro. Logo em seguida a voz de Augusto me tira do restante do transe.— VOCÊ ESTÁ LOUCA MULHER ?? QUERIA MESMO TIRAR SUA VIDA POR CAUSA DE UM CASAMENTO? — Ele claramente diz alterado, enquanto passa uma de suas mãos pelo cabelo preto ao se levantar também.— Do que está falando? Me matar? Você que está ficando louco Augusto! Eu nunca que cometeria tal ato, apesar de sentir somente repulsa por você e nada mais. — De um jeito descarado cruzo os braços e lanço um sorriso ao continuar a falar, o provocando. — Além disto... em breve estarei livre deste noivado fajuto. Não tenho com o que me preocupar.— Eu pensei que você... estava.... quer saber? Esquece. Você é muito egocêntrica mesmo pra cometer tal coisa. E pode ir tirando esse seu sorrisinho do rosto porque em breve, será min
Como era de se esperar, eu estava na casa do meu pai aguardando o que ele tinha a me falar já que eu havia viajado por três meses o deixando meio desnorteado. Meu pai é um cirurgião bem reconhecido no mundo da medicina, conhecido pelo seu incrível talento de ter as mãos Mágicas para transformar as pessoas com cirurgias plásticas de diversas maneiras.– Fernanda, você já tem 25 anos minha filha. Quero que se case o mais rápido possível. Por isso marquei um jantar para amanhã com um dos solteiros mais cobiçados e de valor da cidade. Esteja aqui. — Ele disse curto e grosso, enquanto arrumava suas pastas em sua gaveta no escritório. — Papai, eu não posso me casar agora! Estou com muitas metas diferentes para minha vida e uma delas não é estar amarrada a uma pessoa que eu não vou estar nem apaixonada. Isso é loucura! Esqueça essa péssima ideia. — Retruco, me levantando da cadeira para ir embora. Não aceitando esse casamento arranjado.— Metas... é sério isso Fernanda? Eu estou aqui, preoc
Horas depois, estava na minha casa, já havia me maquiado e vestido as roupas as quais Rose me arrumou. Pelo que aconteceu mais cedo, eu estava com sangue nos olhos, nada, exatamente nada, poderia me parar. Estava pronta para envergonhar meu pai e acabar com esse casamento arranjado. Desci do carro assim que cheguei na casa dele. Papai já havia me mandado uma mensagem de texto dizendo para não faltar a esse jantar. Espero que ele esteja preparado porque vou causar. As luzes do saguão estão acesas, tudo indica que eles estão no Jardim. Como não poderiam estar?! Papai não perderia a chance de mostrar aquelas estátuas caras de coleção limitadas. (Reviro os olhos) ao passar por elas. Em seguida, vejo que cheguei numa hora mais que boa, pois o escuto me mencionar ao tal pretendente a meu noivo.— Por favor, me desculpem pelo o atraso da minha filha. Ela é muito vaidosa, com certeza está escolhendo a roupa mais elegante para comparecer bem aos seus olhos. Todos na mesa riem em compreensão, a