Horas depois, estava na minha casa, já havia me maquiado e vestido as roupas as quais Rose me arrumou. Pelo que aconteceu mais cedo, eu estava com sangue nos olhos, nada, exatamente nada, poderia me parar. Estava pronta para envergonhar meu pai e acabar com esse casamento arranjado. Desci do carro assim que cheguei na casa dele. Papai já havia me mandado uma mensagem de texto dizendo para não faltar a esse jantar. Espero que ele esteja preparado porque vou causar. As luzes do saguão estão acesas, tudo indica que eles estão no Jardim. Como não poderiam estar?! Papai não perderia a chance de mostrar aquelas estátuas caras de coleção limitadas. (Reviro os olhos) ao passar por elas. Em seguida, vejo que cheguei numa hora mais que boa, pois o escuto me mencionar ao tal pretendente a meu noivo.
— Por favor, me desculpem pelo o atraso da minha filha. Ela é muito vaidosa, com certeza está escolhendo a roupa mais elegante para comparecer bem aos seus olhos.
Todos na mesa riem em compreensão, após as desculpas do meu pai. No entanto eu resolvo revelar a minha presença, deixando surpresos. – Olá a todos, vejo que o jantar está animado. Como papai disse, peço desculpas pelo atraso, estava procurando a melhor roupa. – Assim que me acabo de me pronunciar, vejo o sorriso de deles desaparecerem, inclusive o de meu pai.
– Não tinha uma roupa mais vulgar, minha filha? – Ele sussurra, assim que que me sento ao seu lado.
– Ah, te desapontei papai?! Até tentei procurar, mas infelizmente só achei essa. Não gostou? O nome da cor é Rosa Pink! – Falo com ironia, ao sorrir de lado sussurrando de volta. Me sinto vencida ao ver o quão sem graça ele está e o impacto que causei pelos olhares do tal noivo, que parecem tentar me decifrar. Rose mandou bem escolhendo essas roupas, que são nada mais que uma saia rosa choque bem colada, um top rosa choque bem decotado com acessórios enormes. E a maquiagem; um vermelho nos lábios tipo sangue e os olhos sombras de cores pesadas. Devo dar um aumento a ela.
— Eu sei o que está tentando fazer, Fernanda. Não vou cair no seu joguinho sujo ardiloso. — Papai responde ainda no sussurro acariciando minhas mãos, tentando passar o ar de que está tudo bem para os convidados.
— Não é você que tem que cair no meu joguinho papai. É meu aspirante a "noivo". Então continue assim, sorrindo, aproveite o momento porque logo não poderá. — Retruco colocando agora as minhas mãos sobre as dele, dando a entender que estou por cima e não vou ceder facilmente.
— Bom, deixe eu os apresentar. Minha filha esse é o Augusto Avencar, ao lado dele está-
— A avó?! Que bonitinha, não imaginei que a traria, Senhor Augusto. Não deveria se incomodar a vir Senhora. — Corto a fala do meu pai, atrapalhando sua apresentação de propósito.
— Avó?!! — Disse a mulher espantada, arregalando-se seus olhos ao virar para mim.
— Fernanda! Ela é a mãe de Augusto! Peça desculpas! — papai me repreende ao fazer uma carranca.
— Hora... Me desculpar por que? Não tive a intenção de a ofender. Só imaginei isso pelas suas roupas tão caretas, a culpa não é minha se ela se veste como uma velha. A propósito, nada a ver com as minhas. — Respondo sorrindo, quase fazendo a mulher ter um treco. Seu filho apenas observa, parecendo esconder um sorriso. Que cara estranho. Bebo um pouco de suco que servem continuando com o meu show.
— Eu lamento por isso, Senhora Avencar. Peço desculpas em nome de minha filha que parece ter esquecido as boas maneiras. Hoje ela está um pouco desnorteada. Acredito que pelo trabalho excessivo.
— Não tem problema Roberto. As crianças são assim mesmo. E ela está certa, pareço mesmo uma avó, então tratem de me dar um netinho logo, melhor ainda se vier gêmeos! — Sarah Avencar diz animada. Eu me engasgo com suas últimas palavras. Confesso que não esperava por essa. Agora tenho que ficar prenha também é?! a imagem de mim grávida, cabelo desarrumado e crianças chorando ao meu ouvido parecem assustadora na minha mente.
— Como é? — Dessa vez sou eu que arregalo meus olhos e a olho surpresa, perguntando ainda tossindo. Augusto que até então estava calado apenas observando tudo, resolve falar.
— Calma mãe, não vamos assustar minha noiva. — Ele diz gentilmente, com um toque de leveza em sua voz rouca. Dando um sorriso de lado a ela. Confesso que Augusto é um homem muito bonito e elegante, fico presa em sua beleza por uns minutos. Ele tem cabelos pretos, pele negra e um físico forte. Diria até que ele faz algum esporte para manter a forma. Mas não posso me deixar levar por tentações.
— Eu não sou sua noiva. Não disse sim a você em momento nenhum. — Retruco nervosa, dando uma garrafada no macarrão de frutos do mar, que acabaram de nos servir.
— você não é "ainda" mas logo poderá dizer o seu sim para mim, esse jantar é para oficializar nossa relação. — Ele faz um sinal com o dedo, como se estivesse colocando um anel. Isso me tira do sério.
— Chega! Eu não aguento essa farsa nem mais por um minuto! — nervosa, me levanto da cadeira prestes a ir embora, mas papai me segura pelo braço enquanto todos em volta olham.
Ele me lança um olhar frio como se estivesse preste a tomar uma decisão abrupta e cruel...
— Se você for embora, desconsidere ter o meu sobrenome e ser minha filha.
Papai me diz com a voz baixa só para que eu ouço. A tensão fica enorme. Sobre os olhares de Augusto e sua mãe, enfim toma uma decisão drástica.— já que você quer assim Doutor Roberto jhones, não me chame mais para jantares. – Minhas palavras dói em mim mas resolvam como uma despedida dolorosa. Giro meus calcanhares e começa a andar para saída pronta para sair desta farsa. Mas de repente escuto um baque de algo caindo no chão, ou precisamente alguém. Assustada e preocupada com o barulho me viro para trás para olhar o que está acontecendo, do que se tratava. É quando vejo meu pai caído com a mão no peito quase inconsciente.
— Pai! Não pai, levanta! — Grito eufórica, sem saber o que fazer. — Com meu pai em meu colo, Augusto que já estava ligando para ambulância deixa o celular de lado ao ver o meu desespero. — Calma Fernanda, seu pai vai ficar bem.Assim que desliga o celular, Augusto começa a ferir o pulso do papai, em seguida ele abre os olhos dele examinando as pálpebras. Papai de repente começa a tremer e a entortar sua língua. Augusto imediatamente enfia o seu dedo indicador na boca dele, quase que no céu da boca, evitando com que sua língua enrolasse por completo. Logo após ele o vira de lado e coloca uma almofada da cadeira abaixo de sua cabeça, se afastando e me puxando com ele contra a minha vontade. — para, eu quero ficar com meu pai! Me solta! — Grito enfurecida, tentando me libertar. No entanto os braços fortes de Augusto me mantém parada, não consigo nem se quer me mover um pouco de onde estou. Poxa, que humilhação. Então ele me vira de frente para ele enquanto choro, sentindo seu peitoral no
Eu fico desconcertada pela falta do seu toque. Meu Deus, que homem... que homem.— Se já terminou com essa tentativa frustrante, gostaria de poder descansar um pouco, amanhã tenho reuniões importantes que foram desmarcadas hoje, por sua causa.Me recomponho deste pequeno surto me fazendo de difícil. Não posso deixa-lo ver que me desestabilizou, mas mesmo assim eu tentando esconder, Augusto parece notar e me lança um sorriso meio que traiçoeiro.— Vou embora, mas não porque me pediu e sim para você não ficar vermelha ainda mais, bonequinha. Aliás, sobre o seu pai, deixe ele descansar, ele pode acordar meio atordoado, então tenha paciência com ele e evite brigas no momento. — Depois disso, Augusto caminha até a porta e vai embora, juntamente com sua mãe que estava com a feição preocupada.Começo a olhar por onde eles se foram e sinto um alívio tomar de conta de mim. Por que estou tão nervosa? Augusto me deixou assim pela sua atitude repentina. Só pode ser de susto, eu preciso descansar.
Me afastando de seu toque com a expressão vazia, sento na cama, e olho ele agora colocar o seu relógio de ouro no pulso.— Então eu tenho que escolher entre você e a minha liberdade e meus sonhos papai? Isso continua sendo injusto para mim, porque eu amo todos. — Digo triste. Papai enfim me olha e então vejo compaixão em seu semblante antes de me responder. — Fernanda, eu estou velho, sua mãe internada em uma clínica. Se eu morrer amanhã minha filha, quero que esteja segura com alguém que nunca te faça mal algum. eu vi como Augusto é cuidadoso com a mãe, e também com a irmã mais nova. a maneira dele as tratar, me convenceu que ele era o adequado para você. Tenho medo de não conhecer um homem para qual se entregará no futuro. Não poderei descansar no meu túmulo, se você estiver sofrendo. Então me dê essa paz. — Papai se levanta e continua. — Pense, é como eu disse, se for me dar um sim, apareça no jantar.Depois disso ele sai do quarto me deixando com os olhos cheios de lágrimas. — Augu
Sem dizer uma palavra eu me levanto rapidamente sentindo minhas bochechas ficarem rosadas. “Que emoção é essa? Estou me sentindo atraída por Augusto? Não! Impossível!” penso ao sacudir a cabeça de um lado para o outro. Logo em seguida a voz de Augusto me tira do restante do transe.— VOCÊ ESTÁ LOUCA MULHER ?? QUERIA MESMO TIRAR SUA VIDA POR CAUSA DE UM CASAMENTO? — Ele claramente diz alterado, enquanto passa uma de suas mãos pelo cabelo preto ao se levantar também.— Do que está falando? Me matar? Você que está ficando louco Augusto! Eu nunca que cometeria tal ato, apesar de sentir somente repulsa por você e nada mais. — De um jeito descarado cruzo os braços e lanço um sorriso ao continuar a falar, o provocando. — Além disto... em breve estarei livre deste noivado fajuto. Não tenho com o que me preocupar.— Eu pensei que você... estava.... quer saber? Esquece. Você é muito egocêntrica mesmo pra cometer tal coisa. E pode ir tirando esse seu sorrisinho do rosto porque em breve, será min
Como era de se esperar, eu estava na casa do meu pai aguardando o que ele tinha a me falar já que eu havia viajado por três meses o deixando meio desnorteado. Meu pai é um cirurgião bem reconhecido no mundo da medicina, conhecido pelo seu incrível talento de ter as mãos Mágicas para transformar as pessoas com cirurgias plásticas de diversas maneiras.– Fernanda, você já tem 25 anos minha filha. Quero que se case o mais rápido possível. Por isso marquei um jantar para amanhã com um dos solteiros mais cobiçados e de valor da cidade. Esteja aqui. — Ele disse curto e grosso, enquanto arrumava suas pastas em sua gaveta no escritório. — Papai, eu não posso me casar agora! Estou com muitas metas diferentes para minha vida e uma delas não é estar amarrada a uma pessoa que eu não vou estar nem apaixonada. Isso é loucura! Esqueça essa péssima ideia. — Retruco, me levantando da cadeira para ir embora. Não aceitando esse casamento arranjado.— Metas... é sério isso Fernanda? Eu estou aqui, preoc