Casados De Fachada
Casados De Fachada
Por: Pyetra Souza
Capítulo- 1

Como era de se esperar, eu estava na casa do meu pai aguardando o que ele tinha a me falar já que eu havia viajado por três meses o deixando meio desnorteado. Meu pai é um cirurgião bem reconhecido no mundo da medicina, conhecido pelo seu incrível talento de ter as mãos Mágicas para transformar as pessoas com cirurgias plásticas de diversas maneiras.

– Fernanda, você já tem 25 anos minha filha. Quero que se case o mais rápido possível. Por isso marquei um jantar para amanhã com um dos solteiros mais cobiçados e de valor da cidade. Esteja aqui. — Ele disse curto e grosso, enquanto arrumava suas pastas em sua gaveta no escritório.

— Papai, eu não posso me casar agora! Estou com muitas metas diferentes para minha vida e uma delas não é estar amarrada a uma pessoa que eu não vou estar nem apaixonada. Isso é loucura! Esqueça essa péssima ideia. — Retruco, me levantando da cadeira para ir embora. Não aceitando esse casamento arranjado.

— Metas... é sério isso Fernanda? Eu estou aqui, preocupado com você, me questionando todos os dias sobre quem vai cuidar de você se algo me acontecer enquanto você só pensa em si mesma. Se não me obedecer, vou cortar seus cartões, sua mesada e aquele investimento no qual disse que ia te ajudar, Fernanda. Se você negar a se casar com o homem no qual escolhi para você. Então, compareça ao jantar se não quiser me deixar irritado.

Paro instantaneamente com as mãos sobre a maçaneta, de costas para meu pai. Sua chantagem emocional me pega um pouco e eu não posso perder o investimento do meu projeto, seria como perder um grande lucro de um cliente para minha empresa, que aliás acabou de ser inaugurada. Afetaria muito. Mas, como eu me casaria agora? Fora de cogitação, no entanto tenho que pensar bem, muita coisa está em jogo, como por exemplo a minha carreira de paisagismo.

— Como sempre, sou obrigada a satisfazer um Capricho seu! Não é mesmo papai?! Não se preocupe comigo, eu sei me cuidar. — Com um jeito indiferente saio do seu escritório, indo para fora de sua casa onde meu carro está estacionado, ouvindo ele gritar o quanto sou insolente. — Que saco! — bato os meus punhos no volante, sentindo toda a raiva da situação em que meu pai me colocou.

— porque papai? Porque papai? Custa pensar em mim pelo menos uma vez? No que eu realmente quero?!

Em meio as circunstâncias, falo sozinha tentando achar uma solução para o que eu devo fazer. Não demoro muito para ter uma ideia. Pego meu celular e ligo para minha assistente.

— Alô Rose, cancele minhas reuniões e meus compromissos noturnos de amanhã, surgiu um compromisso urgente. E por gentileza me arrume uma roupa mais chamativa que puder, quero também acessórios brilhantes que chamem bastante atenção. Marque um horário com aquela maquiadora que você usou pra se vingar da amante de seu marido. Isso, essa mesma. Fica tranquila, depois eu te explico o que está acontecendo.

Desligo o telefone após ouvir a Rose me confirmando o que eu pedi. Se essa é a minha única opção de fugir desta tragédia, vou fazer meu noivo querer desmarcar esse casamento. Vou fazê-lo me odiar a ponto de não querer ver meu rosto e nem ouvir meu nome. Penso comigo mesma. Dou um sorriso de lado convicta do meu plano, em seguida ligo o meu carro e dou partida indo para minha casa.

No dia seguinte, acordo como de costume e vou para minha padaria preferida tomar café. Pego um americano gelado, que acompanha os macarrons, que inclusive estavam espetaculares. Assim que termino minha refeição, sigo para o caixa para efetuar o pagamento, mas vejo a atendente fazer uma careta quando passa o meu cartão Black.

— Seu cartão foi recusado, senhorita. Tem algum outro?

— Recusado? Não acredito! Tenta esse. — Respondo nervosa dando o outro cartão, só que esse platina. Como minha empresa ainda está recente, não possuo cartão da mesma. Só os que o papai me deu.

— Esse não passou também. — Ela diz novamente, me deixando sem graça. As pessoas na fila do caixa começam a reclamar da demora, por nunca ter passado por coisa semelhante, eu começo a ficar trêmula, deixando minha bolsa cair enquanto procurava outro meio de pagamento.

(BIB) A máquina de cartão então apitou de repente, enquanto eu pegava minha bolsa do chão e me levantava, toda desajeitada.

— aqui está. Não precisam ser rudes.

Um homem de boa aparência, pagou minha conta, me evitando de mais constrangimento. E eu só sei que tem boa aparência por usar um terno caro de três peças, que eu encaro. Sem ter coragem de levantar a cabeça. Eu mal consigo o olhar nos olhos, em seu rosto, por estar envergonhada demais com pela confusão. Somente dou meu cartão de visita a ele.

— Obrigada pela ajuda. Prometo devolver o seu dinheiro e retribuir o favor, esse é o meu número. Por favor me ligue. — Sem mais, saio de dentro da padaria desesperada, escondendo o meu rosto das outras pessoas com minha bolsa. O que faz o homem de quem eu estava envergonhada também, dá uma gargalhada, a qual ouço assim que fechasse a porta da padaria, atrás de mim.

— Por Deus! Achei que iria ficar roxa! — Exclamo. — Você não perde por esperar papai, vou me vingar por isso, eu juro! — Fecho os meus punhos ao redor do meu quadril, sentindo as unhas cravarem na minha pele.

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