Como era de se esperar, eu estava na casa do meu pai aguardando o que ele tinha a me falar já que eu havia viajado por três meses o deixando meio desnorteado. Meu pai é um cirurgião bem reconhecido no mundo da medicina, conhecido pelo seu incrível talento de ter as mãos Mágicas para transformar as pessoas com cirurgias plásticas de diversas maneiras.
– Fernanda, você já tem 25 anos minha filha. Quero que se case o mais rápido possível. Por isso marquei um jantar para amanhã com um dos solteiros mais cobiçados e de valor da cidade. Esteja aqui. — Ele disse curto e grosso, enquanto arrumava suas pastas em sua gaveta no escritório. — Papai, eu não posso me casar agora! Estou com muitas metas diferentes para minha vida e uma delas não é estar amarrada a uma pessoa que eu não vou estar nem apaixonada. Isso é loucura! Esqueça essa péssima ideia. — Retruco, me levantando da cadeira para ir embora. Não aceitando esse casamento arranjado. — Metas... é sério isso Fernanda? Eu estou aqui, preocupado com você, me questionando todos os dias sobre quem vai cuidar de você se algo me acontecer enquanto você só pensa em si mesma. Se não me obedecer, vou cortar seus cartões, sua mesada e aquele investimento no qual disse que ia te ajudar, Fernanda. Se você negar a se casar com o homem no qual escolhi para você. Então, compareça ao jantar se não quiser me deixar irritado. Paro instantaneamente com as mãos sobre a maçaneta, de costas para meu pai. Sua chantagem emocional me pega um pouco e eu não posso perder o investimento do meu projeto, seria como perder um grande lucro de um cliente para minha empresa, que aliás acabou de ser inaugurada. Afetaria muito. Mas, como eu me casaria agora? Fora de cogitação, no entanto tenho que pensar bem, muita coisa está em jogo, como por exemplo a minha carreira de paisagismo. — Como sempre, sou obrigada a satisfazer um Capricho seu! Não é mesmo papai?! Não se preocupe comigo, eu sei me cuidar. — Com um jeito indiferente saio do seu escritório, indo para fora de sua casa onde meu carro está estacionado, ouvindo ele gritar o quanto sou insolente. — Que saco! — bato os meus punhos no volante, sentindo toda a raiva da situação em que meu pai me colocou. — porque papai? Porque papai? Custa pensar em mim pelo menos uma vez? No que eu realmente quero?! Em meio as circunstâncias, falo sozinha tentando achar uma solução para o que eu devo fazer. Não demoro muito para ter uma ideia. Pego meu celular e ligo para minha assistente. — Alô Rose, cancele minhas reuniões e meus compromissos noturnos de amanhã, surgiu um compromisso urgente. E por gentileza me arrume uma roupa mais chamativa que puder, quero também acessórios brilhantes que chamem bastante atenção. Marque um horário com aquela maquiadora que você usou pra se vingar da amante de seu marido. Isso, essa mesma. Fica tranquila, depois eu te explico o que está acontecendo. Desligo o telefone após ouvir a Rose me confirmando o que eu pedi. Se essa é a minha única opção de fugir desta tragédia, vou fazer meu noivo querer desmarcar esse casamento. Vou fazê-lo me odiar a ponto de não querer ver meu rosto e nem ouvir meu nome. Penso comigo mesma. Dou um sorriso de lado convicta do meu plano, em seguida ligo o meu carro e dou partida indo para minha casa. No dia seguinte, acordo como de costume e vou para minha padaria preferida tomar café. Pego um americano gelado, que acompanha os macarrons, que inclusive estavam espetaculares. Assim que termino minha refeição, sigo para o caixa para efetuar o pagamento, mas vejo a atendente fazer uma careta quando passa o meu cartão Black. — Seu cartão foi recusado, senhorita. Tem algum outro? — Recusado? Não acredito! Tenta esse. — Respondo nervosa dando o outro cartão, só que esse platina. Como minha empresa ainda está recente, não possuo cartão da mesma. Só os que o papai me deu. — Esse não passou também. — Ela diz novamente, me deixando sem graça. As pessoas na fila do caixa começam a reclamar da demora, por nunca ter passado por coisa semelhante, eu começo a ficar trêmula, deixando minha bolsa cair enquanto procurava outro meio de pagamento. (BIB) A máquina de cartão então apitou de repente, enquanto eu pegava minha bolsa do chão e me levantava, toda desajeitada. — aqui está. Não precisam ser rudes. Um homem de boa aparência, pagou minha conta, me evitando de mais constrangimento. E eu só sei que tem boa aparência por usar um terno caro de três peças, que eu encaro. Sem ter coragem de levantar a cabeça. Eu mal consigo o olhar nos olhos, em seu rosto, por estar envergonhada demais com pela confusão. Somente dou meu cartão de visita a ele. — Obrigada pela ajuda. Prometo devolver o seu dinheiro e retribuir o favor, esse é o meu número. Por favor me ligue. — Sem mais, saio de dentro da padaria desesperada, escondendo o meu rosto das outras pessoas com minha bolsa. O que faz o homem de quem eu estava envergonhada também, dá uma gargalhada, a qual ouço assim que fechasse a porta da padaria, atrás de mim. — Por Deus! Achei que iria ficar roxa! — Exclamo. — Você não perde por esperar papai, vou me vingar por isso, eu juro! — Fecho os meus punhos ao redor do meu quadril, sentindo as unhas cravarem na minha pele.Horas depois, estava na minha casa, já havia me maquiado e vestido as roupas as quais Rose me arrumou. Pelo que aconteceu mais cedo, eu estava com sangue nos olhos, nada, exatamente nada, poderia me parar. Estava pronta para envergonhar meu pai e acabar com esse casamento arranjado. Desci do carro assim que cheguei na casa dele. Papai já havia me mandado uma mensagem de texto dizendo para não faltar a esse jantar. Espero que ele esteja preparado porque vou causar. As luzes do saguão estão acesas, tudo indica que eles estão no Jardim. Como não poderiam estar?! Papai não perderia a chance de mostrar aquelas estátuas caras de coleção limitadas. (Reviro os olhos) ao passar por elas. Em seguida, vejo que cheguei numa hora mais que boa, pois o escuto me mencionar ao tal pretendente a meu noivo.— Por favor, me desculpem pelo o atraso da minha filha. Ela é muito vaidosa, com certeza está escolhendo a roupa mais elegante para comparecer bem aos seus olhos. Todos na mesa riem em compreensão, a
— Pai! Não pai, levanta! — Grito eufórica, sem saber o que fazer. — Com meu pai em meu colo, Augusto que já estava ligando para ambulância deixa o celular de lado ao ver o meu desespero. — Calma Fernanda, seu pai vai ficar bem.Assim que desliga o celular, Augusto começa a ferir o pulso do papai, em seguida ele abre os olhos dele examinando as pálpebras. Papai de repente começa a tremer e a entortar sua língua. Augusto imediatamente enfia o seu dedo indicador na boca dele, quase que no céu da boca, evitando com que sua língua enrolasse por completo. Logo após ele o vira de lado e coloca uma almofada da cadeira abaixo de sua cabeça, se afastando e me puxando com ele contra a minha vontade. — para, eu quero ficar com meu pai! Me solta! — Grito enfurecida, tentando me libertar. No entanto os braços fortes de Augusto me mantém parada, não consigo nem se quer me mover um pouco de onde estou. Poxa, que humilhação. Então ele me vira de frente para ele enquanto choro, sentindo seu peitoral no
Eu fico desconcertada pela falta do seu toque. Meu Deus, que homem... que homem.— Se já terminou com essa tentativa frustrante, gostaria de poder descansar um pouco, amanhã tenho reuniões importantes que foram desmarcadas hoje, por sua causa.Me recomponho deste pequeno surto me fazendo de difícil. Não posso deixa-lo ver que me desestabilizou, mas mesmo assim eu tentando esconder, Augusto parece notar e me lança um sorriso meio que traiçoeiro.— Vou embora, mas não porque me pediu e sim para você não ficar vermelha ainda mais, bonequinha. Aliás, sobre o seu pai, deixe ele descansar, ele pode acordar meio atordoado, então tenha paciência com ele e evite brigas no momento. — Depois disso, Augusto caminha até a porta e vai embora, juntamente com sua mãe que estava com a feição preocupada.Começo a olhar por onde eles se foram e sinto um alívio tomar de conta de mim. Por que estou tão nervosa? Augusto me deixou assim pela sua atitude repentina. Só pode ser de susto, eu preciso descansar.
Me afastando de seu toque com a expressão vazia, sento na cama, e olho ele agora colocar o seu relógio de ouro no pulso.— Então eu tenho que escolher entre você e a minha liberdade e meus sonhos papai? Isso continua sendo injusto para mim, porque eu amo todos. — Digo triste. Papai enfim me olha e então vejo compaixão em seu semblante antes de me responder. — Fernanda, eu estou velho, sua mãe internada em uma clínica. Se eu morrer amanhã minha filha, quero que esteja segura com alguém que nunca te faça mal algum. eu vi como Augusto é cuidadoso com a mãe, e também com a irmã mais nova. a maneira dele as tratar, me convenceu que ele era o adequado para você. Tenho medo de não conhecer um homem para qual se entregará no futuro. Não poderei descansar no meu túmulo, se você estiver sofrendo. Então me dê essa paz. — Papai se levanta e continua. — Pense, é como eu disse, se for me dar um sim, apareça no jantar.Depois disso ele sai do quarto me deixando com os olhos cheios de lágrimas. — Augu
Sem dizer uma palavra eu me levanto rapidamente sentindo minhas bochechas ficarem rosadas. “Que emoção é essa? Estou me sentindo atraída por Augusto? Não! Impossível!” penso ao sacudir a cabeça de um lado para o outro. Logo em seguida a voz de Augusto me tira do restante do transe.— VOCÊ ESTÁ LOUCA MULHER ?? QUERIA MESMO TIRAR SUA VIDA POR CAUSA DE UM CASAMENTO? — Ele claramente diz alterado, enquanto passa uma de suas mãos pelo cabelo preto ao se levantar também.— Do que está falando? Me matar? Você que está ficando louco Augusto! Eu nunca que cometeria tal ato, apesar de sentir somente repulsa por você e nada mais. — De um jeito descarado cruzo os braços e lanço um sorriso ao continuar a falar, o provocando. — Além disto... em breve estarei livre deste noivado fajuto. Não tenho com o que me preocupar.— Eu pensei que você... estava.... quer saber? Esquece. Você é muito egocêntrica mesmo pra cometer tal coisa. E pode ir tirando esse seu sorrisinho do rosto porque em breve, será min