Harlow Eu queria chorar. Eu estava me segurando o máximo que podia para não criar uma cena na frente dos alunos, mas meus olhos cheios de lágrimas. Respirei fundo e deixei a raiva fluir, substituindo minha frustração. O professor Anthony me deu uma nota simplesmente por capricho. Eu acertei todas a questões e ele fez questão de mencionar na prova o quanto minhas respostas abertas foram incrivelmente assertivas, tudo isso para me dá um maldito F em vermelho.— Caramba, alguém irritou o professor — meu colega de classe, Nick, falou, se inclinando para olhar para a minha prova.— Não se mete, Nick. — A Manu rebateu. — Amiga, será que ele está te perseguindo? Será que ele descobriu que nós… vasculhamos a vida dele? — Ela sussurrou a última parte.Olhei para o professor Anthony, que olhava fixamente para mim da sua mesa. O breve sorriso em seus lábios dizia tudoEle estava me provocando.Brincando um jogo que ele nem mesmo sabia se conseguiria brincar. Ele passou o dia me olhando de c
Harlow Eu mal consegui acreditar no que o reitor teve a coragem de me dizer. Eu contei a história para ele, omitindo algumas partes claro, mas o suficiente para que ele entendesse o meu ponto de vista, mas ainda assim ele só tinha uma coisa para me dizer:— Você deveria tentar alinhar as coisas com o professor Miller.— Alinhar as coisas? O senhor entendeu que está me perseguindo por coisas sem sentido?— Senhora King, eu lhe fiz algumas perguntas: se o professor Miller estava lhe assediando ou lhe tocou de maneira inapropriada. A sua resposta foi não. Eu nunca recebi nenhuma reclamação do professor Miller, a não ser por ele ser rígido demais. Mas nós estamos em uma universidade, não em um clube de campo e ser rígido é um bom requisito. Então, sinceramente, não vejo motivos para puni-lo.— Eu não mandei você puni-lo, eu mandei você falar com ele. — Não vejo motivos para isso também.— Como assim? Eu tirei um A na prova e ele me deu F só por capricho.— Ou por suas inúmeras faltas. O
Rush A Harlow estava estranha, eu conseguia sentir isso. Quanto mais tempo nós passávamos juntos, mais eu conseguia decifrá-la. Eu não engoli aquela história sobre ela descobrir quem era o Dimitri sozinha, alguém contou a ela. Mas quem?— Senhor. — Minha secretária, Wanessa, bateu na porta. Será que foi ela?— Entre. Eu gostaria de falar com você, Wanessa. — Sobre o que, senhor?— Você falou alguma coisa com minha esposa sobre o Dimitri? Sobre os negócios dele.— Não, senhor. Eu não falo com a sua esposa. E eu não estou autorizada a falar com ninguém sobre o meu… noivo. — Ela quase engasgou quando o chamou de noivo. Eu nunca entendi bem a relação dela com o Dimitri, além de que eles têm uma relação. Ela não está usando a aliança, usou nos primeiros dias, mas faz uns dias que não está usando. — Tudo bem. Onde está o meu irmão?— É sobre isso que eu queria falar, o seu irmão não veio para o escritório. Bom, ele não faz isso faz dois dias.— Mas que porra! — Bati na minha mesa com f
Harlow Esconder um segredo do meu marido era pior do que eu imaginava que seria. Isso realmente fez eu me sentir mal. Mas se eu contasse para o Rush do professor, ele não iria se segurar e seria um grande problema. Isso prejudicaria minha vida acadêmica. Mas se eu fosse esperta o suficiente para levar o professor Anthony na conversa, eu teria mais informações do que eu tinha agora e quem sabe pudesse agir.Eu já havia sacado o quanto o professor Anthony era esperto, ele sabia esconder os segredos dele muito bem, mas eu também não ficava atrás quando estava desconfiada de algo.Respirei fundo e entrei na biblioteca, o professor Anthony estava sentado em uma das mesas. Pelo horário, a biblioteca estava vazia e éramos apenas eu, ele e o bibliotecário. Ele levantou o olhar por cima do óculos assim que me aproximei, voltando seu olhar para o livro em seguida.— Me diga o que você quer, Harlow? Não estou com tempo para discussões.— Eu não vim discutir. Eu vim para perguntar o que você qu
HarlowA minha intenção ao ligar para o Alexander McKnight e marcar o jantar para hoje à noite, alegando que esse era meu único dia livre, foi que ele desistisse. Mas é claro que ele me mandou uma mensagem de volta dizendo que iria e o endereço do restaurante. O Rush não ficou feliz, apesar dele mesmo ter aceitado. Ele disse que confiava em mim e até deu me instruções para chutar o Alexander entre as pernas caso ele tentasse algo. Mas agora que o dia chegou, ele está irritado.Eu me arrumei e desci até o escritório para falar com o Rush. Ele se trancou lá, desde que o lembrei do jantar. Eu bati na porta e entrei. Ele estava atrás do computador, com a expressão de poucos amigos. Ele ergueu o olhar, mas logo voltou a olhar para o computador e digitar.— Rush, é só um jantar. Já conversamos sobre isso.— Poderia ser um chá da tarde, eu não vou ficar feliz. Eu posso até aceitar, mas eu aceito com raiva — Ele disse, sem tirar o olhar do computador.Eu me inclinei na sua mesa e sentei na
Harlow Quando cheguei em casa, fui direto para o escritório, mas Rush não estava. Então subi para o quarto e nada dele. Procurei na cozinha e nem sinal dele.— Lucy, onde está o meu marido?— Na sala de TV, senhora.— Ah, sim. Obrigada. Entrei na sala e o Rush estava esparramado no sofá, com um balde de pipoca na mão, assistindo futebol americano. Ele estava vestindo calça moletom e camiseta branca. Era uma visão dos deuses mesmo no seu visual despojado. O Ferinha estava sentado ao lado dele, ganhando carinho. O Ferinha veio correndo para mim quando me viu. — Oi, amiguinho. — Acariciei sua cabeça. O Rush me olhou rapidamente, mas voltou a olhar para a TV.Ele estava chateado. Me aproximei e sentei em seu colo, ele começou a farejar minhas roupas e meu pescoço. — O que foi isso? — perguntei confusa.— Nada. Só para conferir.— Se eu estou com o perfume de outro homem? Ele apenas franziu a testa para mim e voltou a olhar para a TV.— Rush, você está me ignorando?— Não, é que o
RushSofremos mais um ataque. Dessa vez foi apenas um quebrar de vidros e uma maldita caixa que foi necessário chamar a porra do esquadrão anti-bombas agora abrir. Mas não tinha nada, apenas um bilhete dizendo:Os King vão pagar! Mas que porra! Nos últimos dois dias eu estava completamente estressado em um nível que nem eu estava me aguentando. Tentei ficar o máximo possível longe da Harlow para não descontar meu estresse nela. Ainda tinha o meu irmão, que estava furioso por ser demitido pela minha secretária. Às vezes os problemas só resolvem vir em um só dia. Acordei naquela manhã com telefone tocando sem parar e diversas ligações da Vanessa. Antes que pudesse retornar, recebi uma ligação de um dos meus funcionários, Marcos.— Oi, Marcos. O que está acontecendo? Meu celular não para.— Rush, eu recebi uma carta de cancelamento de contrato da empresa de Alexander McKnight. Eles estão rompendo os negócios com a gente no meio das entregas. Eles nem entregaram metade das peças e e
RushPeguei o meu Porsche, dispensando o Mike por hoje, e dirigi o mais rápido que pude até a galeria daquele canalha do McKnight. Cheguei antes do Marcos e fui direto para o segundo andar. As salas eram cobertas por vidros, mas a de McKnight tinha uma cortina de privacidade dentro.Uma secretária jovem estava na frente da sala, sentada em seu cubículo.— Alexander McKnight está na sala?— Bom dia, senhor. O senhor tem hora marcada? Qual seu nome para eu conferir?— Eu fiz uma pergunta: Alexander McKnight está na sala dele? — falei ríspido e ela ficou nervosa.— Senhor, eu não posso lhe dar essa informação.— Sabe com quem está falando, garota?— Eu sinto muito, senhor. Mas o senhor McKnight disse que não queria ser incomodado.— Então ele está na sala. — Eu a ignorei e fui direto para sala do Alexander, abrindo a porta mais rápido do que a secretária levou para sair do cubículo.— Senhor… o senhor não pode entrar assim. Senhor... — Ela correu e tentou me parar, mas eu fui mais rápido