HarlowA minha intenção ao ligar para o Alexander McKnight e marcar o jantar para hoje à noite, alegando que esse era meu único dia livre, foi que ele desistisse. Mas é claro que ele me mandou uma mensagem de volta dizendo que iria e o endereço do restaurante. O Rush não ficou feliz, apesar dele mesmo ter aceitado. Ele disse que confiava em mim e até deu me instruções para chutar o Alexander entre as pernas caso ele tentasse algo. Mas agora que o dia chegou, ele está irritado.Eu me arrumei e desci até o escritório para falar com o Rush. Ele se trancou lá, desde que o lembrei do jantar. Eu bati na porta e entrei. Ele estava atrás do computador, com a expressão de poucos amigos. Ele ergueu o olhar, mas logo voltou a olhar para o computador e digitar.— Rush, é só um jantar. Já conversamos sobre isso.— Poderia ser um chá da tarde, eu não vou ficar feliz. Eu posso até aceitar, mas eu aceito com raiva — Ele disse, sem tirar o olhar do computador.Eu me inclinei na sua mesa e sentei na
Harlow Quando cheguei em casa, fui direto para o escritório, mas Rush não estava. Então subi para o quarto e nada dele. Procurei na cozinha e nem sinal dele.— Lucy, onde está o meu marido?— Na sala de TV, senhora.— Ah, sim. Obrigada. Entrei na sala e o Rush estava esparramado no sofá, com um balde de pipoca na mão, assistindo futebol americano. Ele estava vestindo calça moletom e camiseta branca. Era uma visão dos deuses mesmo no seu visual despojado. O Ferinha estava sentado ao lado dele, ganhando carinho. O Ferinha veio correndo para mim quando me viu. — Oi, amiguinho. — Acariciei sua cabeça. O Rush me olhou rapidamente, mas voltou a olhar para a TV.Ele estava chateado. Me aproximei e sentei em seu colo, ele começou a farejar minhas roupas e meu pescoço. — O que foi isso? — perguntei confusa.— Nada. Só para conferir.— Se eu estou com o perfume de outro homem? Ele apenas franziu a testa para mim e voltou a olhar para a TV.— Rush, você está me ignorando?— Não, é que o
RushSofremos mais um ataque. Dessa vez foi apenas um quebrar de vidros e uma maldita caixa que foi necessário chamar a porra do esquadrão anti-bombas agora abrir. Mas não tinha nada, apenas um bilhete dizendo:Os King vão pagar! Mas que porra! Nos últimos dois dias eu estava completamente estressado em um nível que nem eu estava me aguentando. Tentei ficar o máximo possível longe da Harlow para não descontar meu estresse nela. Ainda tinha o meu irmão, que estava furioso por ser demitido pela minha secretária. Às vezes os problemas só resolvem vir em um só dia. Acordei naquela manhã com telefone tocando sem parar e diversas ligações da Vanessa. Antes que pudesse retornar, recebi uma ligação de um dos meus funcionários, Marcos.— Oi, Marcos. O que está acontecendo? Meu celular não para.— Rush, eu recebi uma carta de cancelamento de contrato da empresa de Alexander McKnight. Eles estão rompendo os negócios com a gente no meio das entregas. Eles nem entregaram metade das peças e e
RushPeguei o meu Porsche, dispensando o Mike por hoje, e dirigi o mais rápido que pude até a galeria daquele canalha do McKnight. Cheguei antes do Marcos e fui direto para o segundo andar. As salas eram cobertas por vidros, mas a de McKnight tinha uma cortina de privacidade dentro.Uma secretária jovem estava na frente da sala, sentada em seu cubículo.— Alexander McKnight está na sala?— Bom dia, senhor. O senhor tem hora marcada? Qual seu nome para eu conferir?— Eu fiz uma pergunta: Alexander McKnight está na sala dele? — falei ríspido e ela ficou nervosa.— Senhor, eu não posso lhe dar essa informação.— Sabe com quem está falando, garota?— Eu sinto muito, senhor. Mas o senhor McKnight disse que não queria ser incomodado.— Então ele está na sala. — Eu a ignorei e fui direto para sala do Alexander, abrindo a porta mais rápido do que a secretária levou para sair do cubículo.— Senhor… o senhor não pode entrar assim. Senhor... — Ela correu e tentou me parar, mas eu fui mais rápido
RushEu ia ser preso.Eu só conseguia pensar nisso. Quanto mais o tempo passava, mas eu ficava nervoso. Aquela não seria a primeira vez que eu seria preso por agressão e, por causa dessa mancha na minha ficha, o problema se tornou ainda maior.Eu estava a ponto de um colapso quando a Harlow chegou. Estava tomando um copo de uísque sentado no banco do piano, quando ela entrou de fininho em casa. Já eram por volta das quatro da tarde, tarde demais para ela chegar em casa. Ela tirou a bolsa e os sapatos, mas não notou minha presença.— Você chegou tarde. — Ela deu um pulo de susto quando ouviu minha voz.— Rush, que susto. Eu não te vi aí. — Ela me olhou e fez uma cara de preocupação quando viu meu estado. Eu com certeza estou com uma aparência péssima.— Onde você estava? — questionei.— Eu... eu... estava com a Manu. Fui à casa da Manu. Estudar. — Ela disse, mas parecia nervosa. — Você está bem?Coloquei meu copo no chão e fui até ela. A segurei pela nuca, a beijando com fervor. Tire
Rush Consegui convencer a Harlow que a ideia do advogado de ir até a delegacia antes da denúncia do Alexander era a melhor opção. Eu iria me entregar reconhecendo um erro e provando que estava disposto a assumir as consequências, e ainda poderia explicar minha motivação.Ele feriu a honra da minha esposa e me provocou a agredi-lo. Eu tinha certeza que aquele miserável fez tudo de caso pensado, ele arriscou a própria vida para me destruir. Até que ponto um homem pode ir apenas pelo ego? Tinha que ter alguma lei que me acobertasse por espancar um homem como Alexander McKnight. Eu até acho que fiz um favor a sociedade. Se não fosse eu, alguém mais iria quebrar a cara de por dar em cima de mulheres casadas.Tomei um banho para ir à delegacia, acompanhado do meu advogado. Talvez o maldito já tenha prestado queixa e eu acabei ficando lá mesmo.Desci as escadas para encontrar a Harlow parada na frente da porta, onde estavam dois policiais. Porra. A Harlow olhou com olhos cheios de desesp
HarlowEu tenho que ser forte.Repeti isso para mim mesmo algumas vezes antes de enxugar minhas lágrimas e olhar para o Mike que estava ao meu lado como um guardião.— Você vai me levar a delegacia, Mike.— Senhora, eu não acho que seja uma boa ideia. O senhor King me pediu para cuidar da senhora, e a Lucy já está vindo.— Eu vou à delegacia e é melhor você me levar ou eu vou sozinha. Mas antes, tenho que fazer uma ligação.Enxuguei as lágrimas e disquei o número da mãe do Rush.— Alô, querida?— Oi, Dona Victoria. O seu marido está?— O Stefan? Oh, sim, mas por que quer falar com ele?— É um assunto importante. Será que a senhora poderia passar a ligação para ele?— Está tudo bem?Não, nada está bem.— Está, só passe para ele, por favor.Ela respirou fundo e eu ouvi barulho de passos, seguidos dela explicando que eu queria falar com o ele.— Harlow? — o Sr. King falou. — O Rush foi preso. Ele ficou em silêncio, depois falou com uma voz branda:— O que ele fez desta vez?— O que fiz
Harlow Eu deveria ter trazido a arma do meu marido.Foi a única que pensei enquanto o Mike dirigia para a casa do Alexander McKnight. Uma arma para me defender, mas eu atiraria se precisasse? Eu nunca usei uma arma antes. Meu pai costumava caçar quando eu era pequena, mas minha mãe era pacifista demais para me deixar ir. — Mike, você tem uma arma no carro, não é? Você deveria colocar ela na sua cintura.— Senhora, nós não podemos invadir a casa de alguém com uma arma, seria legítima defesa se ele quiser atirar.Malditas leis deste país.Se alguém entrar na sua casa, abra fogo e você ganhará uma medalha de honra.— Senhora, talvez fosse melhor a senhora voltar pela manhã. Já está tarde e os ânimos estão alterados. — Não faça isso, Mike. Não seja um fraco. Nós já estamos aqui. O Mike abriu a janela do carro e tentou argumentar com o segurança sobre falar com o Alexander, mas ele foi relutante.— Diga que é Harlow King, ele vai querer me atender — falei. — Senhora, ele não está rece