HarlowEu estava em cima de uma poça de sangue. Sangue do Rush. O corpo dele estava jogado mais a frente. Eu corri até lá, me jogando aos seus pés. Ele estava pálido e sem vida. Seu corpo inerte não esboçava nenhuma reação.Pressionei o seu peito com força, tentando fazê-lo reagir.— Rush, acorda. Pelo amor de Deus. Rush. — gritei. A dor inundando meu peito. Eu perdi o meu marido. Me agarrei ao seu corpo com força, depois senti que estava caindo.— Harlow — a voz do Rush sussurrou no meu ouvido. — Acorda, querida. Me forcei a abrir os olhos, olhando para o Rush ao meu lado.— Você está tendo um pesadelo. Eu o abracei com forma, feliz por tudo ser apenas um sonho ruim.Ele estava cheiroso, de cabelo molhado e vestindo calça e camisa social.— Você vai sair?— Trabalho, lembra? — Ele beijou o meu rosto e se levantou. — Eu vou chegar tarde, tenho muitas coisas pendentes.— Rush, será que você não pode trabalhar de casa?— Não dá, Harlow. Mas vai se preocupe, eu tenho segurança, lembra
Rush Não contei a história toda para a Harlow, não queria preocupá-la. Nós prometemos não esconder nada um do outro, mas tecnicamente eu não estava escondendo. Eu só não explorei os detalhes para não preocupá-la. A merda estava grande, o Miller estava enlouquecido e não tinha mais nada a perder. Ele estava foragido e com desejo de vingança. Conseguiu entrar no estacionamento do meu prédio com vários caras e armado até os dentes. A sorte é que ele não conseguiu entrar no estacionamento privativo e o Mike conseguiu fechar tudo.Tive que mandar a Lucy para casa dos meus pais. Agora estou na minha sala cheio de homens armados até os dentes no prédio e a polícia está aqui.— Bom, já que pegamos o seu depoimento, vamos fazer nosso trabalho, senhor King.— Sinceramente, não acho que a polícia está fazendo seu trabalho, delegado.— Desculpe?— A minha esposa está grávida e se ela estivesse na casa? Ele a agrediu, ela já estava grávida e ele foi solto sob fiança.— Nós não fazemos as leis, s
HarlowO Rush foi baleado, baleado e está no hospital.Aquelas palavras ecoavam na minha mente, enquanto tentava processar os últimos acontecimentos.Quando o Romeu tirou o terno, tinha mais sangue do que tinha visto. Na frente da sua camisa, na gola e no punho. Tudo sangue do Rush. Comecei a respirar pesadamente, meu coração acelerado demais e senti uma pontada estranha na minha barriga.— Você precisa se acalmar, querida. Vai dar tudo certo — a Victoria falou ao meu lado.Sim, eu precisava fazer isso pelo bebê.Nós estávamos na sala, o Romeu estava explicando tudo ao pai e eles estavam decidindo o que fazer a seguir.Confesso que estava aérea e não estava entendendo muito da conversa. Mas basicamente, o Rush foi atacado a tiros no estacionamento da empresa, alguém morreu pelo que entendi. — Foi o professor? — Perguntei ao Romeu. Me dei conta que não tinha nem procurado saber informações mais concretas. — Foi ele que tentou matar o Rush?— Foi, mas ele está morto, Harlow. O cara já
Harlow Meses depois... A morte é algo tão doloroso e, ao mesmo tempo, poético. Todos se reúnem em nome de alguém no fatídico dia, cantando louvores sobre seus feitos, contando o quanto a pessoa era incrível e memorável, mesmo que ninguém a conhecesse de verdade. Bom, nesse caso não tivemos essa oportunidade. Não fomos ao velório nem ao enterro, então meu sogro quis fazer uma homenagem simbólica com uma placa no jazigo da família King. Me agachei sobre o túmulo e depositei flores frescas. Meu sogro estava ao meu lado e afagou minhas costas. — Está tudo bem, querida? — Sim. Eu acho que ele percebeu o quanto eu estava cansada agora com uma barriga de seis meses de gravidez. Passei a mão pela enorme barriga, que eu mal conseguia segurar com o meu pequeno corpo. Nunca imaginei que minha barriga esticasse tanto e ainda faltam mais três meses finais.Li mais uma vez nome na placa: Melinda King. Ela era uma King agora, meu sogro fez todos os trâmites para que ela fosse transferida par
RushTRÊS ANOS DEPOIS…Eu estava no escritório revisando alguns contratos quando um copinho pequeno entrou empurrando a minha porta. Da minha mesa eu só conseguia ver o topo da sua cabeça, mas eu conseguia imaginar sua carinha; testa franzida, bochechas vermelhas e os olhos azuis mais bravos que alguém já viu.Fechei meu computador e virei minha cadeira para ter meu colo livre para ela. — Venha cá, rainha do drama. Ela se aproximou, fazendo questão de bater com seus sapatos no chão. Parou na minha frente e colocou a mão na cintura.Como eu disse: a rainha do drama.— O que foi, Rachel? Você está chateada? — Sim, papai. — ele fez um biquinho e suas bochechas ficaram vermelhas. Seus olhos da cor dos meus brilhando furiosos. — Venha cá — Apontei para o meu colo vazio e ela se aconchegou. — Antes, será que o papai merece um beijinho? Ele Inclinou seus lábios para os meus, me dando um selinho rápido. — A mamãe está furiosa agora, mas eu também estou.— E por quê?— Você disse que meu
RushFui acordado por uma batida forte no meu quarto. Minha mente levou um tempo para se ajustar. Minha cabeça estava girando. Sinos badalando no meu ouvido. Me virei e senti um corpo macio ao meu lado. Eu lembrava de transar umas duas vezes, sendo que a segunda eu lembrava bem mais. Uma mão tocou nas minhas costas e eu me assustei. Mais batidas. Desta vez quase colocaram minha porta abaixo. — Ai! — A garota gritou atrás de mim. Eu a empurrei. Estava tentando chegar à porta, mas minha cabeça estava girando de verdade. — A porta… abra a porta.— Foi o que consegui dizer. Empurrei a garota, me apoiando na barriga macia da outra. Eram duas garotas. Isso ou uma foi partida ao meio. A garota se enrolou no lençol e foi até a porta. Quando ela abriu, um pouco do clarão entrou e eu vi a figura masculina rechonchuda entrando no quarto. — Saia! — ele gritou. Ele foi até a cortina e acionou o controle para abrir a cortina da janela. Conforme a luz ia entrando, mais minha cabeça doía.— Por
Harlow— Senhorita Davis! Desligue essa droga de aparelho! — O professor gritou pela terceira vez.Olhei para tela travada do meu smartphone e apertei sem parar. Era uma ligação do meu pai. A quarta que eu não conseguia atender. Tropecei ontem no trabalho e quebrei a maldita tela do meu celular e não tive chance de consertar.Eu não era rica, mas consegui um bom trabalho em uma joalheira e consigo custear o básico pelo menos. Isso quando meu pai não pega metade do meu salário para encher a cara. Olhei para o professor Miller, tentando fazer ele entender minha súplica e voltei para tela do meu celular rebelde. Finalmente consegui recusar a chamada do meu pai. Isso era algo que eu poderia resolver depois. Só espero que não seja nada grave.O professor Miller caminhou em minha direção e parou com a mão estendida. Dei meu celular para ele e cruzei os braços, emburrada.— Quero conversar com você depois da aula. — Ele disse, enquanto voltava para o quadro.Que droga! Eu estava no meu se
Harlow— Pai, eu não posso falar com você agora. Estou atrasada para o trabalho e ainda preciso vestir o uniforme.— Eu sei, filha. É rápido.— Se for dinheiro, eu não tenho um centavo sequer.— Quem você pensa que sou? Eu não sou nenhum interesseiro, Harlow.— Está bem, pai. Mas não dá para falar agora. Nós falamos depois, está bem?— Está bem, mas venha para casa. O assunto é importante.Parei na porta da joalheria. Pensando no que seria importante para o meu pai. Em que merda ele se meteu agora. Mas a Diana, minha colega de trabalho, começou a acenar de dentro da joelheira.— Eu preciso ir, pai. Eu falo com você mais tarde. Desliguei o celular e entrei na joalheira. O Max estava atendendo um cliente, me olhou de canto de olho e bateu no relógio dele discretamente.E falei um “desculpe” silencioso. A Diana veio até mim, me puxando para dentro da loja.— Calma, Diana. O que foi? — Você não viu a Mercedes na entrada da loja? Você está encrencada. — Eu não vi. Mas o que houve?— Ele