Rush Eu não estava acreditando no que eu estava vendo. Nem nas filmagens e nem no papel impresso nas minhas mãos.A minha equipe tentou abafar o caso que aconteceu há dois dias, mas tudo virou uma bola de neve enquanto estava de viagem.Fomos atacados. Voltei um pouco a filmagem para ver melhor. O homem entra segurando uma garrafa com algo inflamável na mão, ele coloca fogo e joga em um balcão afastado na loja. Era só um balcão de mostruário, daqui que o fogo chegasse a loja inteira, o sistema anti-incêndio já teria apagado. Quanto mais eu vejo, mas eu tenho a impressão que ele não queria queimar tudo, até porque logo depois ele deixa algo em uma caixa em uma das bancadas.Não foi um roubo simples em uma das lojas, eles colocaram fogo na joalheria e deixaram um recado.Você vai pegar pelo que fez.A letra cursiva foi escrita a mão. Uma escrita tão perfeita que parecia desenhada.— O fogo foi controlado a tempo, senhor. O sistema de incêndio foi bem efetivo — o meu gerente de segur
Harlow Eu queria chorar. Eu estava me segurando o máximo que podia para não criar uma cena na frente dos alunos, mas meus olhos cheios de lágrimas. Respirei fundo e deixei a raiva fluir, substituindo minha frustração. O professor Anthony me deu uma nota simplesmente por capricho. Eu acertei todas a questões e ele fez questão de mencionar na prova o quanto minhas respostas abertas foram incrivelmente assertivas, tudo isso para me dá um maldito F em vermelho.— Caramba, alguém irritou o professor — meu colega de classe, Nick, falou, se inclinando para olhar para a minha prova.— Não se mete, Nick. — A Manu rebateu. — Amiga, será que ele está te perseguindo? Será que ele descobriu que nós… vasculhamos a vida dele? — Ela sussurrou a última parte.Olhei para o professor Anthony, que olhava fixamente para mim da sua mesa. O breve sorriso em seus lábios dizia tudoEle estava me provocando.Brincando um jogo que ele nem mesmo sabia se conseguiria brincar. Ele passou o dia me olhando de c
Harlow Eu mal consegui acreditar no que o reitor teve a coragem de me dizer. Eu contei a história para ele, omitindo algumas partes claro, mas o suficiente para que ele entendesse o meu ponto de vista, mas ainda assim ele só tinha uma coisa para me dizer:— Você deveria tentar alinhar as coisas com o professor Miller.— Alinhar as coisas? O senhor entendeu que está me perseguindo por coisas sem sentido?— Senhora King, eu lhe fiz algumas perguntas: se o professor Miller estava lhe assediando ou lhe tocou de maneira inapropriada. A sua resposta foi não. Eu nunca recebi nenhuma reclamação do professor Miller, a não ser por ele ser rígido demais. Mas nós estamos em uma universidade, não em um clube de campo e ser rígido é um bom requisito. Então, sinceramente, não vejo motivos para puni-lo.— Eu não mandei você puni-lo, eu mandei você falar com ele. — Não vejo motivos para isso também.— Como assim? Eu tirei um A na prova e ele me deu F só por capricho.— Ou por suas inúmeras faltas. O
Rush A Harlow estava estranha, eu conseguia sentir isso. Quanto mais tempo nós passávamos juntos, mais eu conseguia decifrá-la. Eu não engoli aquela história sobre ela descobrir quem era o Dimitri sozinha, alguém contou a ela. Mas quem?— Senhor. — Minha secretária, Wanessa, bateu na porta. Será que foi ela?— Entre. Eu gostaria de falar com você, Wanessa. — Sobre o que, senhor?— Você falou alguma coisa com minha esposa sobre o Dimitri? Sobre os negócios dele.— Não, senhor. Eu não falo com a sua esposa. E eu não estou autorizada a falar com ninguém sobre o meu… noivo. — Ela quase engasgou quando o chamou de noivo. Eu nunca entendi bem a relação dela com o Dimitri, além de que eles têm uma relação. Ela não está usando a aliança, usou nos primeiros dias, mas faz uns dias que não está usando. — Tudo bem. Onde está o meu irmão?— É sobre isso que eu queria falar, o seu irmão não veio para o escritório. Bom, ele não faz isso faz dois dias.— Mas que porra! — Bati na minha mesa com f
Harlow Esconder um segredo do meu marido era pior do que eu imaginava que seria. Isso realmente fez eu me sentir mal. Mas se eu contasse para o Rush do professor, ele não iria se segurar e seria um grande problema. Isso prejudicaria minha vida acadêmica. Mas se eu fosse esperta o suficiente para levar o professor Anthony na conversa, eu teria mais informações do que eu tinha agora e quem sabe pudesse agir.Eu já havia sacado o quanto o professor Anthony era esperto, ele sabia esconder os segredos dele muito bem, mas eu também não ficava atrás quando estava desconfiada de algo.Respirei fundo e entrei na biblioteca, o professor Anthony estava sentado em uma das mesas. Pelo horário, a biblioteca estava vazia e éramos apenas eu, ele e o bibliotecário. Ele levantou o olhar por cima do óculos assim que me aproximei, voltando seu olhar para o livro em seguida.— Me diga o que você quer, Harlow? Não estou com tempo para discussões.— Eu não vim discutir. Eu vim para perguntar o que você qu
HarlowA minha intenção ao ligar para o Alexander McKnight e marcar o jantar para hoje à noite, alegando que esse era meu único dia livre, foi que ele desistisse. Mas é claro que ele me mandou uma mensagem de volta dizendo que iria e o endereço do restaurante. O Rush não ficou feliz, apesar dele mesmo ter aceitado. Ele disse que confiava em mim e até deu me instruções para chutar o Alexander entre as pernas caso ele tentasse algo. Mas agora que o dia chegou, ele está irritado.Eu me arrumei e desci até o escritório para falar com o Rush. Ele se trancou lá, desde que o lembrei do jantar. Eu bati na porta e entrei. Ele estava atrás do computador, com a expressão de poucos amigos. Ele ergueu o olhar, mas logo voltou a olhar para o computador e digitar.— Rush, é só um jantar. Já conversamos sobre isso.— Poderia ser um chá da tarde, eu não vou ficar feliz. Eu posso até aceitar, mas eu aceito com raiva — Ele disse, sem tirar o olhar do computador.Eu me inclinei na sua mesa e sentei na
Harlow Quando cheguei em casa, fui direto para o escritório, mas Rush não estava. Então subi para o quarto e nada dele. Procurei na cozinha e nem sinal dele.— Lucy, onde está o meu marido?— Na sala de TV, senhora.— Ah, sim. Obrigada. Entrei na sala e o Rush estava esparramado no sofá, com um balde de pipoca na mão, assistindo futebol americano. Ele estava vestindo calça moletom e camiseta branca. Era uma visão dos deuses mesmo no seu visual despojado. O Ferinha estava sentado ao lado dele, ganhando carinho. O Ferinha veio correndo para mim quando me viu. — Oi, amiguinho. — Acariciei sua cabeça. O Rush me olhou rapidamente, mas voltou a olhar para a TV.Ele estava chateado. Me aproximei e sentei em seu colo, ele começou a farejar minhas roupas e meu pescoço. — O que foi isso? — perguntei confusa.— Nada. Só para conferir.— Se eu estou com o perfume de outro homem? Ele apenas franziu a testa para mim e voltou a olhar para a TV.— Rush, você está me ignorando?— Não, é que o
RushSofremos mais um ataque. Dessa vez foi apenas um quebrar de vidros e uma maldita caixa que foi necessário chamar a porra do esquadrão anti-bombas agora abrir. Mas não tinha nada, apenas um bilhete dizendo:Os King vão pagar! Mas que porra! Nos últimos dois dias eu estava completamente estressado em um nível que nem eu estava me aguentando. Tentei ficar o máximo possível longe da Harlow para não descontar meu estresse nela. Ainda tinha o meu irmão, que estava furioso por ser demitido pela minha secretária. Às vezes os problemas só resolvem vir em um só dia. Acordei naquela manhã com telefone tocando sem parar e diversas ligações da Vanessa. Antes que pudesse retornar, recebi uma ligação de um dos meus funcionários, Marcos.— Oi, Marcos. O que está acontecendo? Meu celular não para.— Rush, eu recebi uma carta de cancelamento de contrato da empresa de Alexander McKnight. Eles estão rompendo os negócios com a gente no meio das entregas. Eles nem entregaram metade das peças e e