HarlowO hambúrguer gourmet com batatas rústicas do senhor Dubois estava maravilhoso e as sobremesas também. A noite foi perfeita, tirando a vergonha que o Rush me fez passar, relevando para o senhor Dubois o que eu achava da comida dele. Eu acho que teria que me acostumar com o Rush sendo tão sem filtro e despudorado. Ele era um homem autêntico, isso era inegável.Eu me dei conta que gostava de mais coisas nele do que esperar gostar. E o sexo… era incrível. Talvez essa fosse a melhor parte da nossa relação recém-construída.O que ele me fazia sentir quando me tocava era especial e único, mas eu ainda tinha tantas dúvidas na minha mente.Entramos em casa de mãos dadas. Por mais que tentasse, o Rush se recusava a me soltar. Era tudo novo e confuso, mas eu estava gostando. — Eu gostei muito da noite, Rush — Eu disse, quebrando o silêncio. — Obrigada.— Eu sabia que você ia gostar. O Dubois é um ótimo chef, eu sempre vou lá. Uma pena nossos gostos sejam diferentes. Mas eu pensei que, ta
Harlow Senti beijos molhados sendo depositados no meu rosto pela manhã. Me remexi preguiçosa. Aquela era a melhor maneira de acordar.O cheiro do sabonete do Rush invadiu todo o quarto. Também um cheiro gosto de café. — Você precisa acordar, Harlow — ele disse, depositando um beijo na minha têmpora.Me remexi preguiçosa e rolei na cama, me sentando.— Bom dia — falou, sorrindo. Eu acho que devo estar uma bagunça ao acordar, mas o Rush já estava arrumado, vestindo uma camisa azul e calça cinza. Seus cabelos ainda estavam molhados. — Você está arrumado. — Bom, eu preciso trabalhar.— Meu Deus! — Levei a mão à boca. — A faculdade, Rush. — Calma, ainda faltam vinte minutos para às oito.— Mas eu preciso me arrumar. — Calma, Harlow. Só tome seu café da manhã com calma. Eu posso te levar para a aula. Ele pegou uma bandeja ao lado da cama e colocou na minha frente. Tinha torrada, suco e frutas. O Rush pegou sua caneca de café e sentou na beirada da cama.— Você fez o café da manhã pa
RushEsperei a Harlow no carro para irmos à casa do pai dela. Ela entrou saltitando no carro, em um vestido florido.— Esse vestido é novo.— Ah, sim. Eu comprei na internet e entregaram hoje. Também comprei calças e camisetas, tudo com o seu cartão black. Eu sorri e a beijei, a puxando para o meu colo no carro. Ela sorriu tímida, enquanto eu a enchia de beijos.— O Mike está no carro. — Ah, o Mike não olha para trás, ele é um homem muito sério. — Mas ainda assim, é inconveniente. Me deixe sentar no meu lugar.— O seu lugar é no meu colo. — Apertei a sua coxa. — Eu estava pensando, que poderíamos ter a lua de mel que não tivemos ainda. Só acho que seria bom.— O que está acontecendo com você, Rush? Não que eu não esteja gostando, eu estou amando, mas me dá um pouco de medo ao mesmo tempo.— Medo de quê?— Da gente ir rápido demais e você se sentir sufocado ou cheio de mim depois. Quero dizer, antes de novo ano acabar.A Harlow ainda estava pensando em nosso um ano. Não falamos aind
Harlow Eu nunca vi o Rush assim, ele parecia que viu um fantasma e estilhaçou a foto da minha mãe no chão. A foto era o menor problema no momento, a minha preocupação foi ele virar as costas e ir embora visivelmente desnorteado. Ele me deixou sozinha sem nenhuma explicação. Meu pai apareceu na porta do quarto.— O que houve com seu marido? Ele saiu parecendo um louco. — Eu não sei, Greg. Será que não foi você que disse alguma coisa a ele?— Filha, eu não falei nada. Ele ficou me fazendo perguntas, mas eu não falei nada. — Que perguntas? — Nada de mais. Ele olhou para baixo e recolheu a foto da minha mãe em meio aos vidros. Eu sabia que ele estava mentindo e tentando mudar de assunto. — Será que algum dia você vai ser homem e vai me falar a verdade, pai?— Filha, eu estou fazendo o que eu posso aqui. Eu criei você, eu…— Já chega! Não comece o seu melodrama, tudo o que você fez foi o mínimo. Você escolheu ter uma filha. Você poderia só ter usando proteção, ter me dado para adoçã
Rush Meu coração estava batendo a mil por hora, a dose de uísque não ajudou a me acalmar, o efeito foi bem pior. Pensei em só entornar a garrafa, mas eu queria estar sóbrio quando tivesse essa conversa. Meu pai precisava ouvir cada palavra que sairia da minha boca para ele. Eu não acredito que ele fez isso. Ele passou de todos os limites agora.Cada pedacinho do meu corpo estava queimando de ódio quando eu cheguei na mansão dos meus pais. A minha mãe estava saindo da sala de estar, o sorriso de sempre em seu rosto.— Filho?— Onde está o papai? — No escritório. O que houve?Andei a passos largos para o escritório do meu pai.— Filho, espere. Filho, o que houve? Filho — A minha mãe gritou várias vezes, mas eu não escutei. Apenas chutei a porta do escritório e entrei. O meu pai se espantou, virando o olhar do seu livro para mim. Coloquei a mão sobre a mesa dele, derrubando alguns objetos e me inclinei sobre ele como um felino prestes a dar o bote.— Por que você fez isso? Como você
Harlow Eu estava preocupada. O Rush não veio para casa a noite toda e nenhuma ligação. O pior foi que consegui falar com a mãe dele e ela disse que ele esteve lá, que ele está bem e vai precisar de um tempo. Mas por que ele mesmo não me avisou? Por que me deixar sozinha e preocupada? Não importa qual fosse a explicação, ele iria me ouvir quando voltasse. Ele faz isso às vezes. As palavras da Lucy se repetiam na minha mente. Eu não iria aceitar viver com alguém que faz isso deliberadamente. Isso era inaceitável. Quando consegui dormir um pouco, o dia já estava claro. Me deitei na cama do Rush decidida a esperar, mas acabei sendo vencida pelo sono. Eu ouvi o barulho da porta abrindo e me despertei rapidamente, me sentando na cama. Levei apenas um segundo para reconhecer quem entrou no quarto. Era ele. Parecendo um inferno, com os cabelos bagunçados, camisa desabotoada e sapatos na mão. — Rush? — Desci da cama em um pulo e corri para os seus braços. Ele não me abraçou, sua
Harlow Depois da explosão do Rush, eu fiquei na cama por três dias seguidos. Não fui para faculdade ou desci para comer. Banho eu tomei um apenas para não começar a cheirar mal. Se não fosse a Lucy me trazendo comida, eu definharia. Eu nunca imaginei que me sentiria tão triste por algo tão simples. O Rush foi claro desde o início sobre o nosso casamento ser apenas de aparência, eu não deveria ter ficado tão mal.Mas eu fiquei, deixei me levar desde do primeiro beijo, o primeiro toque. Acho que de certa forma eu me entreguei muito fácil. Ele não precisou lutar para me ter e isso deu a ele a impressão que eu perdoaria qualquer coisa. Mas isso não é verdade, eu não o perdoo. Eu sentia que o odiava mais do que quando isso começou. E isso deveria ser suficiente para eu pegar minhas coisas e ir embora. Mas eu não fiz, algo dentro de mim ainda queria entender o porquê ele fez isso. Será que era algo ligado a mim ou a minha mãe? Ficar na cama tantos dias fez minha mente cozinhar com vári
Rush Como faço para reconquistar uma mulher?Penso seriamente em pesquisar isso na internet. Começo a digitar, mas depois apago.Em minha defesa, eu nunca passei por isso. Nunca senti a necessidade de tentar consertar as coisas. Eu tenho problemas reais de temperamento, isso não é novidade para ninguém, mas a Harlow era a única coisa boa que aconteceu na minha vida em anos, a ideia de perdê-la estava me matando. Eu estava há dias sem dormir, sem raciocinar direito, sem conseguir trabalhar. — Você está bem, querido? — a Lucy pergunta, enquanto desliza uma caneca de café para mim na bancada. — Você parece uma bagunça. — Eu não estou bem, babá. Eu acho que estraguei tudo.Ela estala a língua e dá um sorriso que mais parece um grunhido.— Quando você não estraga tudo, Rush? É um defeito da sua personalidade. — Mas eu nunca liguei antes, agora parece que tem uma bomba no meu peito prestes a explodir.— Isso se chama amor.Eu sorrio desdenhando.— É verdade, parece estranho agora, mas