Rush Eu pensei que seria fácil, a gente transaria e eu voltaria a ser o Rush que eu era antes; focado no trabalho, atento e com tudo perfeitamente planejado, inclusive os meus sentimentos. Mas já passava do meio-dia e eu não levantei porque a Harlow estava usando meu braço como travesseiro e eu não queria acordá-la. O Rush de antes faria questão de acordá-la e expulsá-la da minha cama, mas eu não queria ferir os sentimentos da Harlow. Eu já fiz isso antes e a culpa quase me corroeu.Eu não poderia me apaixonar. O amor estraga tudo e te deixa vulnerável. E se eu me enganar de novo e ela for igual à cobra traidora? Talvez ela me traia com aquela maldito professor de história. Não, a Harlow é diferente e ela é minha, só minha. Por um ano pelo menos.Será que um ano é suficiente para curar essa sina? A Harlow se mexeu na cama, seu corpo procurando o meu, sua bunda encostando no meu pau.Porra.Não, não, não. E lá estava eu de pau duro de novo. Ela se virou e sorriu para mim, antes de
RushFoi um dia diferente de qualquer dia que eu tenha vivido. Eu e Harlow passamos o dia fazendo coisas simples, como conversar e ver um filme. Como um casal comum recém-casado. Resolvi só deixar as coisas rolarem para começar a entender os sentimentos conturbados que sentia. Lutar me desgasta mais do que só viver o momento.A noite resolvi levar ela para jantar. Usei meus contatos para conseguir uma reserva de última hora no melhor restaurante de Nova York. A Harlow ia gostar de saber para onde iríamos. Ela estava usando um vestido preto básico abaixo do joelho, bem justo ao corpo.— Você está linda. — Beijei sua bochecha, assim que ela desceu as escadas.— Obrigada. Você também não está nada mal. É a primeira vez que te vejo usando um jeans. — Eu uso às vezes. — Peguei meu blazer para completar o visual.O Mike iria dirigir dessa vez. Ele cumprimentou minha esposa. Entramos no carro e paramos nos fundos do restaurante do chef Julian Dubois. O cara era simplesmente um dos maiores c
HarlowO hambúrguer gourmet com batatas rústicas do senhor Dubois estava maravilhoso e as sobremesas também. A noite foi perfeita, tirando a vergonha que o Rush me fez passar, relevando para o senhor Dubois o que eu achava da comida dele. Eu acho que teria que me acostumar com o Rush sendo tão sem filtro e despudorado. Ele era um homem autêntico, isso era inegável.Eu me dei conta que gostava de mais coisas nele do que esperar gostar. E o sexo… era incrível. Talvez essa fosse a melhor parte da nossa relação recém-construída.O que ele me fazia sentir quando me tocava era especial e único, mas eu ainda tinha tantas dúvidas na minha mente.Entramos em casa de mãos dadas. Por mais que tentasse, o Rush se recusava a me soltar. Era tudo novo e confuso, mas eu estava gostando. — Eu gostei muito da noite, Rush — Eu disse, quebrando o silêncio. — Obrigada.— Eu sabia que você ia gostar. O Dubois é um ótimo chef, eu sempre vou lá. Uma pena nossos gostos sejam diferentes. Mas eu pensei que, ta
Harlow Senti beijos molhados sendo depositados no meu rosto pela manhã. Me remexi preguiçosa. Aquela era a melhor maneira de acordar.O cheiro do sabonete do Rush invadiu todo o quarto. Também um cheiro gosto de café. — Você precisa acordar, Harlow — ele disse, depositando um beijo na minha têmpora.Me remexi preguiçosa e rolei na cama, me sentando.— Bom dia — falou, sorrindo. Eu acho que devo estar uma bagunça ao acordar, mas o Rush já estava arrumado, vestindo uma camisa azul e calça cinza. Seus cabelos ainda estavam molhados. — Você está arrumado. — Bom, eu preciso trabalhar.— Meu Deus! — Levei a mão à boca. — A faculdade, Rush. — Calma, ainda faltam vinte minutos para às oito.— Mas eu preciso me arrumar. — Calma, Harlow. Só tome seu café da manhã com calma. Eu posso te levar para a aula. Ele pegou uma bandeja ao lado da cama e colocou na minha frente. Tinha torrada, suco e frutas. O Rush pegou sua caneca de café e sentou na beirada da cama.— Você fez o café da manhã pa
RushEsperei a Harlow no carro para irmos à casa do pai dela. Ela entrou saltitando no carro, em um vestido florido.— Esse vestido é novo.— Ah, sim. Eu comprei na internet e entregaram hoje. Também comprei calças e camisetas, tudo com o seu cartão black. Eu sorri e a beijei, a puxando para o meu colo no carro. Ela sorriu tímida, enquanto eu a enchia de beijos.— O Mike está no carro. — Ah, o Mike não olha para trás, ele é um homem muito sério. — Mas ainda assim, é inconveniente. Me deixe sentar no meu lugar.— O seu lugar é no meu colo. — Apertei a sua coxa. — Eu estava pensando, que poderíamos ter a lua de mel que não tivemos ainda. Só acho que seria bom.— O que está acontecendo com você, Rush? Não que eu não esteja gostando, eu estou amando, mas me dá um pouco de medo ao mesmo tempo.— Medo de quê?— Da gente ir rápido demais e você se sentir sufocado ou cheio de mim depois. Quero dizer, antes de novo ano acabar.A Harlow ainda estava pensando em nosso um ano. Não falamos aind
Harlow Eu nunca vi o Rush assim, ele parecia que viu um fantasma e estilhaçou a foto da minha mãe no chão. A foto era o menor problema no momento, a minha preocupação foi ele virar as costas e ir embora visivelmente desnorteado. Ele me deixou sozinha sem nenhuma explicação. Meu pai apareceu na porta do quarto.— O que houve com seu marido? Ele saiu parecendo um louco. — Eu não sei, Greg. Será que não foi você que disse alguma coisa a ele?— Filha, eu não falei nada. Ele ficou me fazendo perguntas, mas eu não falei nada. — Que perguntas? — Nada de mais. Ele olhou para baixo e recolheu a foto da minha mãe em meio aos vidros. Eu sabia que ele estava mentindo e tentando mudar de assunto. — Será que algum dia você vai ser homem e vai me falar a verdade, pai?— Filha, eu estou fazendo o que eu posso aqui. Eu criei você, eu…— Já chega! Não comece o seu melodrama, tudo o que você fez foi o mínimo. Você escolheu ter uma filha. Você poderia só ter usando proteção, ter me dado para adoçã
Rush Meu coração estava batendo a mil por hora, a dose de uísque não ajudou a me acalmar, o efeito foi bem pior. Pensei em só entornar a garrafa, mas eu queria estar sóbrio quando tivesse essa conversa. Meu pai precisava ouvir cada palavra que sairia da minha boca para ele. Eu não acredito que ele fez isso. Ele passou de todos os limites agora.Cada pedacinho do meu corpo estava queimando de ódio quando eu cheguei na mansão dos meus pais. A minha mãe estava saindo da sala de estar, o sorriso de sempre em seu rosto.— Filho?— Onde está o papai? — No escritório. O que houve?Andei a passos largos para o escritório do meu pai.— Filho, espere. Filho, o que houve? Filho — A minha mãe gritou várias vezes, mas eu não escutei. Apenas chutei a porta do escritório e entrei. O meu pai se espantou, virando o olhar do seu livro para mim. Coloquei a mão sobre a mesa dele, derrubando alguns objetos e me inclinei sobre ele como um felino prestes a dar o bote.— Por que você fez isso? Como você
Harlow Eu estava preocupada. O Rush não veio para casa a noite toda e nenhuma ligação. O pior foi que consegui falar com a mãe dele e ela disse que ele esteve lá, que ele está bem e vai precisar de um tempo. Mas por que ele mesmo não me avisou? Por que me deixar sozinha e preocupada? Não importa qual fosse a explicação, ele iria me ouvir quando voltasse. Ele faz isso às vezes. As palavras da Lucy se repetiam na minha mente. Eu não iria aceitar viver com alguém que faz isso deliberadamente. Isso era inaceitável. Quando consegui dormir um pouco, o dia já estava claro. Me deitei na cama do Rush decidida a esperar, mas acabei sendo vencida pelo sono. Eu ouvi o barulho da porta abrindo e me despertei rapidamente, me sentando na cama. Levei apenas um segundo para reconhecer quem entrou no quarto. Era ele. Parecendo um inferno, com os cabelos bagunçados, camisa desabotoada e sapatos na mão. — Rush? — Desci da cama em um pulo e corri para os seus braços. Ele não me abraçou, sua