Harlow A senhora Victoria era uma das mulheres mais incríveis que eu já conheci na vida. Ela era amável, engraçada e culta. Nem de longe parecia uma daquelas damas da sociedade insuportáveis. Ela era descendente de italianos e adorava fazer as receitas que ela tinha em um livro velho que era da sua bisavó. Ela me ensinou a fazer pasta e molho pesto.— A culinária italiana é maravilhosa, como você não provou?— Eu acho que já comi pizza em um restaurante italiano.— Ah, mas essas pizzas daqui são horríveis. Quem coloca ketchup na pizza? Isso é uma infância. — ela levantou o dedo espalhafatosa. — Eu acho que já está bom. Só passe para a Antônia, que ela vai cortar a massa. Tirei a massa de macarrão da máquina e estendi na mesa com farinha. A Antônia sorriu e agradeceu.— Isso é realmente desestressante, Victoria. Eu acho que deveria vir aqui mais vezes. — É mesmo? Você anda estressada? — Às vezes. Você sabe, recém-casada, são muitas mudanças. — Tentei não falar mal do Rush para ela
Rush A Harlow estava furiosa, sentou no banco de trás e se recusou a falar comigo. Eu não sabia como lidar com isso no momento, mas eu sabia que precisava de informações.Ela desceu do carro em um pulo quando chegamos em casa, indo para o elevador e entrando em casa. Ignorou até o pobre cachorro que pulou os seus pés.— Harlow, espera. Será que podemos conversar um minuto?Ela entrou no quarto e bateu a porta. Eu coloquei o pé para segurar.— Eu não quero conversar, Rush. Agora não. — É por causa do lance dos filhos? Porque isso é absurdo.— Talvez não seja, porque se tivéssemos uma relação normal, nós pensaríamos nisso juntos, como um casal.Nós somos um casal agora? E por que ela está tão furiosa?— Mas não se preocupe, eu sei que nós não temos uma relação normal, você deixou bem claro isso pela manhã. — Aquilo foi um erro. — Está tudo bem, Rush. Você pode ir para o seu quarto, seu escritório e me ignorar pelo resto da vida. Vamos só fazer de conta que a noite de ontem não acont
Harlow Eu e o Rush trancados em um quarto era tudo o que eu não precisava no momento, então resolvi que deveríamos ir para a sala de TV. Era um bom lugar para conversar e não acabar transando depois, exceto pelo sofá enorme, o clima de romance e as luzes apagadas.— Não é melhor acender a luz?— Essa é a luz da sala de TV, é sempre um pouco mais baixa.— Está parecendo que vamos ver um filme romântico.— Porque parece que você está fugindo de mim. Eu não vou te morder, se você quer saber — Ele se sentou esparramado no sofá. — A não ser que você queira. Eu sei amarrar também.— Rush, foco. Ele enfiou a mão no saco de pipoca e enfiou um punhado na boca. Revisei os olhos e encostei no sofá. Era enorme e do lado tinha duas poltronas reclináveis e o telão era bem estilo cinema. — Então, qual foi a chantagem que meu pai criou dessa vez?— Primeiro me conte o que ele fez para você se casar comigo?— Ele ameaçou tirar minha herança, mas isso foi o de menos. Ele disse que tiraria meu cargo
Rush — Você tem um cheiro incrível — o Rush falou, sua boca presa na minha. E ele tinha o beijo mais incrível, mas eu não diria isso a ele. O Rush não precisava de elogios que o deixassem mais convencido do que ele já era. Ele segurou a blusa do meu pijama e subiu até eu estar sem ela. Apertou meus seios e beijou o ponto abaixo do meu mamilo, passando a língua na minha pele. Seu toque me deixava arrepiada e quente ao mesmo tempo. Meu corpo todo reagia de uma forma que eu não sabia explicar. — Eu tenho uma curiosidade — ele falou, beijando minha clavícula. — Por que você esperou pelo sexo? Você sonhava casar virgem ou algo assim? Porque no meu tempo de faculdade eu nunca sequer achei uma virgem, só as nerds, mas elas não eram interessantes. Você era Nerd?— São muitas curiosidades, mas tudo se resume ao fato de eu nunca ter encontrado alguém que eu quisesse realmente transar. Ele estreitou os olhos, um leve sorriso surgindo em seus lábios.— Então comigo você quis?Senti minhas b
Rush Eu pensei que seria fácil, a gente transaria e eu voltaria a ser o Rush que eu era antes; focado no trabalho, atento e com tudo perfeitamente planejado, inclusive os meus sentimentos. Mas já passava do meio-dia e eu não levantei porque a Harlow estava usando meu braço como travesseiro e eu não queria acordá-la. O Rush de antes faria questão de acordá-la e expulsá-la da minha cama, mas eu não queria ferir os sentimentos da Harlow. Eu já fiz isso antes e a culpa quase me corroeu.Eu não poderia me apaixonar. O amor estraga tudo e te deixa vulnerável. E se eu me enganar de novo e ela for igual à cobra traidora? Talvez ela me traia com aquela maldito professor de história. Não, a Harlow é diferente e ela é minha, só minha. Por um ano pelo menos.Será que um ano é suficiente para curar essa sina? A Harlow se mexeu na cama, seu corpo procurando o meu, sua bunda encostando no meu pau.Porra.Não, não, não. E lá estava eu de pau duro de novo. Ela se virou e sorriu para mim, antes de
RushFoi um dia diferente de qualquer dia que eu tenha vivido. Eu e Harlow passamos o dia fazendo coisas simples, como conversar e ver um filme. Como um casal comum recém-casado. Resolvi só deixar as coisas rolarem para começar a entender os sentimentos conturbados que sentia. Lutar me desgasta mais do que só viver o momento.A noite resolvi levar ela para jantar. Usei meus contatos para conseguir uma reserva de última hora no melhor restaurante de Nova York. A Harlow ia gostar de saber para onde iríamos. Ela estava usando um vestido preto básico abaixo do joelho, bem justo ao corpo.— Você está linda. — Beijei sua bochecha, assim que ela desceu as escadas.— Obrigada. Você também não está nada mal. É a primeira vez que te vejo usando um jeans. — Eu uso às vezes. — Peguei meu blazer para completar o visual.O Mike iria dirigir dessa vez. Ele cumprimentou minha esposa. Entramos no carro e paramos nos fundos do restaurante do chef Julian Dubois. O cara era simplesmente um dos maiores c
HarlowO hambúrguer gourmet com batatas rústicas do senhor Dubois estava maravilhoso e as sobremesas também. A noite foi perfeita, tirando a vergonha que o Rush me fez passar, relevando para o senhor Dubois o que eu achava da comida dele. Eu acho que teria que me acostumar com o Rush sendo tão sem filtro e despudorado. Ele era um homem autêntico, isso era inegável.Eu me dei conta que gostava de mais coisas nele do que esperar gostar. E o sexo… era incrível. Talvez essa fosse a melhor parte da nossa relação recém-construída.O que ele me fazia sentir quando me tocava era especial e único, mas eu ainda tinha tantas dúvidas na minha mente.Entramos em casa de mãos dadas. Por mais que tentasse, o Rush se recusava a me soltar. Era tudo novo e confuso, mas eu estava gostando. — Eu gostei muito da noite, Rush — Eu disse, quebrando o silêncio. — Obrigada.— Eu sabia que você ia gostar. O Dubois é um ótimo chef, eu sempre vou lá. Uma pena nossos gostos sejam diferentes. Mas eu pensei que, ta
Harlow Senti beijos molhados sendo depositados no meu rosto pela manhã. Me remexi preguiçosa. Aquela era a melhor maneira de acordar.O cheiro do sabonete do Rush invadiu todo o quarto. Também um cheiro gosto de café. — Você precisa acordar, Harlow — ele disse, depositando um beijo na minha têmpora.Me remexi preguiçosa e rolei na cama, me sentando.— Bom dia — falou, sorrindo. Eu acho que devo estar uma bagunça ao acordar, mas o Rush já estava arrumado, vestindo uma camisa azul e calça cinza. Seus cabelos ainda estavam molhados. — Você está arrumado. — Bom, eu preciso trabalhar.— Meu Deus! — Levei a mão à boca. — A faculdade, Rush. — Calma, ainda faltam vinte minutos para às oito.— Mas eu preciso me arrumar. — Calma, Harlow. Só tome seu café da manhã com calma. Eu posso te levar para a aula. Ele pegou uma bandeja ao lado da cama e colocou na minha frente. Tinha torrada, suco e frutas. O Rush pegou sua caneca de café e sentou na beirada da cama.— Você fez o café da manhã pa