O tempo foi passando, Joaquim sentia a cada dia, mais amor pela bela Matilda. Ele fazia todas as suas vontades. Não maltratava como antes, seus pobres escravos. Agora ele queria ser digno do amor da esposa, Matilda no entanto não conseguia esquecer o Doutor César, ela ficava acariciando sua barriga e pensando em César. Às vezes era surpreendida por seu marido: - O que foi minha querida? Sempre a vejo pensativa, no que pensa? - Penso em minha vida. - Por que? A vida ao meu lado, não lhe tem feito feliz? Ela se calou e abaixou a cabeça. :- Seu silêncio é capaz de dizer a sua infelicidade. Ti não me amas, nem se quer sente carinho por mim? Ainda me julga um monstro, um devasso como no dia em que nos casamos? Matilda percebendo a tristeza do marido, lhe fez um gesto de carinho, acariciando seu rosto. :-Não meu caro Joaquim, ti não eis mais um devasso como outrora, sua mudança se fez notória para mim. Ao menos, tens sido um excelente marido, me tratas com doçura. - Eu realmente mud
Era chegada a hora de Matilda, que deu a Luz a um menino, que ela quis chamar de César. Porem seu marido, queria lhe colocar o nome de Julio. Joaquim, desconhecendo a importância do nome César para Matilda, e sempre querendo faze-la feliz, satisfazendo suas vontades. O chamou de Julio César. Mesmo depois de dois anos passados, Joaquim ainda sofria com o desprezo da esposa, que não tinha olhos para ele. Só tinha olhos para seu filho, que tanto lhe lembrava seu grande amor. Agora Matilda esperava outra criança em seu ventre, um filho legítimo de Joaquim. O pai de Matilda ia por muitas vezes a fazenda de Joaquim visitá-los, e procurava evitar ao Maximo, que a verdade sobre seu primeiro neto viesse à tona. Ele proibia e ameaçava Matilda, para que ela jamais revelasse a Joaquim a verdade, como se fosse possível esconder por toda uma vida um segredo tão grande. Joaquim, aborrecido com sua mulher, que muitas vezes se negava a ele, se embebedou, e estando bêbado forçou a pobre Euvira a ce
Chegou novamente a hora de Matilda, ele estava preste a dar a luz. Nesta hora, em meio a seu imenso desespero, Joaquim aproveitando-se da oportunidade, mandou que o capataz açoitasse Euvira com oito chibatadas, assim ela perderia o bebê, e ele não teria mais um filho bastardo, não queria fazer mais mal ainda a Euvira, mas não poderia permitir que seu erro se perpetuasse, aquela criança, devia morrer. Porém, o plano não deu certo. A dor provocada em Euvira, apenas desencadeou um parto precoce. E apesar de o parto ter sido longo e difícil, a criança sobreviveu, era uma linda menina de pele clara, como a do pai, e olhos verdes, como os de Euvira. Mas, em meio a tanta dor, Euvira não resistiu e morreu. Matilda, sem saber da morte de sua grande amiga, alegrava-se junto com seu marido, enquanto amamentava sua filha, uma menina loirinha de pele clara e olhos castanhos, assim como os de Joaquim. Matilda a chamou de Marina. Matilda, estava em sua alcova, com Joaquim, quando a escrava Josef
Vera Cruz 1740, cidadezinha pacata da gloriosa Lírios, capital de Versalhes. Albertina era uma moça linda, muito jovem, inexperiente, talvez por conta disso é que se dava sua grande inocência. A jovem donzela nascera numa família pobre, seus pais mal tinham condições de colocar na mesa o alimento diário. A família vivia num pequeno casebre, porém Nereu Dias, o pai da jovem Albertina, homem muito honrado, sempre se sacrificou ao Maximo a fim de dar a filha e a esposa Gertrudes uma vida descente, sem jamais perder a fé:
O tempo foi passando, Joaquim resolver atender a vontade da esposa, e não vender sua filha Celina. Com medo de perder sua amada, Joaquim aos poucos foi mudando, não maltratava mais a seus escravos, e os pobres não passavam mais fome. Porém Joaquim sempre estava tristonho, pelos cantos, pensando nas duras palavras ditas por Matilda.. E Matilda, vendo a tristeza do marido, se aproximou dele: - Joaquim, o que há convosco? - Matilda, não fique perto de mim, como ti mesmos dissestes, eu sou um monstro. - Não, meu querido ti não sois um monstro. Ti já fostes, mais não é mais. Não sofra mais. - Como não sofrer? Se estou preste a te perder, florzinha. Ti mesma dissestes que vai me abandonar. Eu não saberei viver sem ti, florzinha, meu amor. - Não se martirize Joaquim, eu jamais vos deixaria meu querido, eu não poderia... Matilda fez algo, que jamais imaginou fazer, ela beijou seu marido. Após o beijo, Joaquim olhava Matilda surpreso e impressionado. Matilda olhava Joaquim, muito confu
O Coronel Germano, pai de Matilda, foi à fazenda de Joaquim, para conhecer seu neto, João Manoel, Matilda quis lhe falar em particular: - Senhor meu pai, desejo ardentemente confessar toda a verdade sobre meu filho Julio César. - Isso nunca. Jamais seu marido deve saber a verdade. Ele a deixaria. Nisso, Joaquim foi se aproximando sem ser percebido pelos dois, e ouviu o restante da conversa. :- Meu pai, mesmo correndo o risco de que Joaquim me deixe, eu devo contar-lhe a verdade. - Não minha filha! Jamais deve contar que Julio César não é filho dele. - Eu vou contar-lhe, não só que Julio não é seu filho, mais que também já me casei com ele, esperando Julio César, o filho do homem que eu tanto amei, antes de me casar com Joaquim. O homem, que o senhor meu pai matou de maneira cruel, dias antes do meu casamento... - O que Matilda? Mal posso acreditar no que ouvi! Matilda se surpreendeu, após perceber que seu marido soube de tudo, e da pior maneira possível. Ela então criou corage
Passados três longos meses, Matilda recebeu uma visita inesperada, era nhã Clotilde, uma velha escrava, que ajudara na criação de Matilda, e por isso a tinha como a uma neta. :-Matirda, minha fia. Como é que oce está, meu bem? - Apesar de tudo nhã. (Ela respirou fundo) Estou bem. - Minha fia, infelizmente, não trago noticias boas para ocê não. - O que houve nhã? Aconteceu algo com meus filhos? - Não Matirda, o pobrema é com o senhor seu pai. - O que tem, meu pai? - Ele ficou muito doente. E morreu há alguns dias. Era mais uma grande perda na vida de Matilda. Ela chorava abafado dentro de si, nos braços de nhã Clotilde. : - Minha fia, eu perciso lhe conta uma coisa. - O que nhã? Mais alguma noticia ruim? - Não fia, agora a noticia é boa, ocê vai gostar de saber. - Enfim uma noticia boa nhã! - Ocê gostava muito de Euvira, num é? - É nhã Clotilde, ela era como uma irmã para mim. - Ela não era como uma irmã procê, ela era sua irmã. - Minha irmã, mais como? - Era fia do se
Os meses foram se passando lentamente, e a tortura de Matilda aumentava cada vez mais, ela não conseguia esquecer seu marido, sentia muita falta de seus filhos. Será que um dia ela os veria de novo? Joaquim, que era um homem feliz, foi se tornando um homem amargo. Não conseguia esquecer Matilda, e não conseguia perdoa-la. Seus filhos sentiam muita a falta da mãe. As crianças,mal podiam brincar, sentiam medo do pai, que se tornava a cada dia mais rabugento. Fazia quase um ano, que Matilda estava no convento, ela pensava muito em seu filho João Manoel, que era apenas um recém nascido quando ela o deixou, ela sequer pode amamentar. Pensava em Julio César; : - Será que Joaquim, descontava sua raiva no meu pequenino Julio César, filho bastardo, que tive com outro homem? Pensava em Marina sua doce e frágil menininha, e também Celina (a escravinha filha de Euvira) sua sobrinha. : - Pobre Celina, seus olhos não podem ver a luz, como ela deve estar sofrendo. Enquanto Matilda, se perdia e