Chegou novamente a hora de Matilda, ele estava preste a dar a luz. Nesta hora, em meio a seu imenso desespero, Joaquim aproveitando-se da oportunidade, mandou que o capataz açoitasse Euvira com oito chibatadas, assim ela perderia o bebê, e ele não teria mais um filho bastardo, não queria fazer mais mal ainda a Euvira, mas não poderia permitir que seu erro se perpetuasse, aquela criança, devia morrer. Porém, o plano não deu certo. A dor provocada em Euvira, apenas desencadeou um parto precoce. E apesar de o parto ter sido longo e difícil, a criança sobreviveu, era uma linda menina de pele clara, como a do pai, e olhos verdes, como os de Euvira. Mas, em meio a tanta dor, Euvira não resistiu e morreu. Matilda, sem saber da morte de sua grande amiga, alegrava-se junto com seu marido, enquanto amamentava sua filha, uma menina loirinha de pele clara e olhos castanhos, assim como os de Joaquim. Matilda a chamou de Marina. Matilda, estava em sua alcova, com Joaquim, quando a escrava Josef
Vera Cruz 1740, cidadezinha pacata da gloriosa Lírios, capital de Versalhes. Albertina era uma moça linda, muito jovem, inexperiente, talvez por conta disso é que se dava sua grande inocência. A jovem donzela nascera numa família pobre, seus pais mal tinham condições de colocar na mesa o alimento diário. A família vivia num pequeno casebre, porém Nereu Dias, o pai da jovem Albertina, homem muito honrado, sempre se sacrificou ao Maximo a fim de dar a filha e a esposa Gertrudes uma vida descente, sem jamais perder a fé:
O tempo foi passando, Joaquim resolver atender a vontade da esposa, e não vender sua filha Celina. Com medo de perder sua amada, Joaquim aos poucos foi mudando, não maltratava mais a seus escravos, e os pobres não passavam mais fome. Porém Joaquim sempre estava tristonho, pelos cantos, pensando nas duras palavras ditas por Matilda.. E Matilda, vendo a tristeza do marido, se aproximou dele: - Joaquim, o que há convosco? - Matilda, não fique perto de mim, como ti mesmos dissestes, eu sou um monstro. - Não, meu querido ti não sois um monstro. Ti já fostes, mais não é mais. Não sofra mais. - Como não sofrer? Se estou preste a te perder, florzinha. Ti mesma dissestes que vai me abandonar. Eu não saberei viver sem ti, florzinha, meu amor. - Não se martirize Joaquim, eu jamais vos deixaria meu querido, eu não poderia... Matilda fez algo, que jamais imaginou fazer, ela beijou seu marido. Após o beijo, Joaquim olhava Matilda surpreso e impressionado. Matilda olhava Joaquim, muito confu
O Coronel Germano, pai de Matilda, foi à fazenda de Joaquim, para conhecer seu neto, João Manoel, Matilda quis lhe falar em particular: - Senhor meu pai, desejo ardentemente confessar toda a verdade sobre meu filho Julio César. - Isso nunca. Jamais seu marido deve saber a verdade. Ele a deixaria. Nisso, Joaquim foi se aproximando sem ser percebido pelos dois, e ouviu o restante da conversa. :- Meu pai, mesmo correndo o risco de que Joaquim me deixe, eu devo contar-lhe a verdade. - Não minha filha! Jamais deve contar que Julio César não é filho dele. - Eu vou contar-lhe, não só que Julio não é seu filho, mais que também já me casei com ele, esperando Julio César, o filho do homem que eu tanto amei, antes de me casar com Joaquim. O homem, que o senhor meu pai matou de maneira cruel, dias antes do meu casamento... - O que Matilda? Mal posso acreditar no que ouvi! Matilda se surpreendeu, após perceber que seu marido soube de tudo, e da pior maneira possível. Ela então criou corage
Passados três longos meses, Matilda recebeu uma visita inesperada, era nhã Clotilde, uma velha escrava, que ajudara na criação de Matilda, e por isso a tinha como a uma neta. :-Matirda, minha fia. Como é que oce está, meu bem? - Apesar de tudo nhã. (Ela respirou fundo) Estou bem. - Minha fia, infelizmente, não trago noticias boas para ocê não. - O que houve nhã? Aconteceu algo com meus filhos? - Não Matirda, o pobrema é com o senhor seu pai. - O que tem, meu pai? - Ele ficou muito doente. E morreu há alguns dias. Era mais uma grande perda na vida de Matilda. Ela chorava abafado dentro de si, nos braços de nhã Clotilde. : - Minha fia, eu perciso lhe conta uma coisa. - O que nhã? Mais alguma noticia ruim? - Não fia, agora a noticia é boa, ocê vai gostar de saber. - Enfim uma noticia boa nhã! - Ocê gostava muito de Euvira, num é? - É nhã Clotilde, ela era como uma irmã para mim. - Ela não era como uma irmã procê, ela era sua irmã. - Minha irmã, mais como? - Era fia do se
Os meses foram se passando lentamente, e a tortura de Matilda aumentava cada vez mais, ela não conseguia esquecer seu marido, sentia muita falta de seus filhos. Será que um dia ela os veria de novo? Joaquim, que era um homem feliz, foi se tornando um homem amargo. Não conseguia esquecer Matilda, e não conseguia perdoa-la. Seus filhos sentiam muita a falta da mãe. As crianças,mal podiam brincar, sentiam medo do pai, que se tornava a cada dia mais rabugento. Fazia quase um ano, que Matilda estava no convento, ela pensava muito em seu filho João Manoel, que era apenas um recém nascido quando ela o deixou, ela sequer pode amamentar. Pensava em Julio César; : - Será que Joaquim, descontava sua raiva no meu pequenino Julio César, filho bastardo, que tive com outro homem? Pensava em Marina sua doce e frágil menininha, e também Celina (a escravinha filha de Euvira) sua sobrinha. : - Pobre Celina, seus olhos não podem ver a luz, como ela deve estar sofrendo. Enquanto Matilda, se perdia e
Joaquim, sentia-se entristecido, e com muita amargura de alma, após perceber que quem precisava perdoa-lo era Matilda, e não o contrario, percebeu o quanto havia sido injusto com suas atitudes monstruosas para com Matilda, pensou no quanto havia feito sofrer aquela a qual ela tanto amava. Joaquim, desejava vê-la desesperadamente, implorar seu perdão, e ter sua amada Matilda de volta, não agüentava mais de tantas saudades, seu coração clamava pela presença de Matilda, porém a imensa vergonha e receio que sentia, insistia em prevalecer. No outro dia bem cedo, Augusto decidiu visitar Matilda novamente, naquele convento. :- Matilda. - Diga, Heloisa, que se passa? - Aquele homem, que esteve aqui a sua procura ontem, veio visitá-la novamente. - Meu Deus! Mais para que? - Não sei. Venha comigo, e descobriremos. Já na presença de Augusto: - Olá, senhorita Matilda, como está? - Muito bem, obrigada. Mais o que o senhor faz aqui? Não tenho mais nada a tratar com o senhor. - Estive o
Com o passar dos dias Augusto tornou-se visita diária naquele convento. Matilda percebendo a insistência de Augusto, e percebendo a presença inevitável dele, aos poucos ela passou a confiar nele, a ponto de muitas vezes desabafar na presença dele. Falava de Joaquim, da saudade que tinha dos filhos, do pai, da maldade do pai. Ele procurava apóia-la em tudo. :- Não sofra, minha querida, estou aqui ao seu lado, para apóia-la. - Eu sei disso Augusto, mas não entendo o por que. Porque se interessa tanto por mim, pela minha vida? - Não sei se devo confessar. - Fale, deposito tanta confiança em ti Augusto, ti tornou-se para mim um grande amigo, quase um irmão, será que não mereço nem um pouco de confiança de sua parte? - Claro que merece. Desde a primeira vez que a vi, me impressionei muito contigo. Desde então passei a interessar-me por tudo que diz respeito a ti, passei a querer protege-la a qualquer custo, a querer estar ao seu lado, a ouvi-la... - Eu sei disso Augusto, mais por