Com a ponta do nariz, Hector desliza lentamente pela pele exposta da mulher, inspirando seu perfume como se estivesse provando o perigo. A moça fecha os olhos, arrepiada, enquanto ele coloca a mão firme em sua cintura, puxando-a discretamente para mais perto.Mark assiste à cena, balançando a cabeça em descrença, mesmo que não gostasse de se meter na vida do amigo, decide comentar:— Cuidado — provoca com um sorriso. — Dizem que o pecado sempre cobra seu preço.Hector apenas sorri de canto, com os olhos agora queimando como um predador que queria devorar a sua presa.— Que venha a conta… — sussurra ele, antes de deixar seus dedos deslizarem lentamente pela linha da coluna da mulher. — Qual é mesmo o seu nome?— Me chamo Kelly e a minha amiga, Dulce — ela responde.Sentindo que já tinha Hector em suas mãos, Kelly se inclina ainda mais, roçando propositalmente os seios nele. Com um sorriso malicioso, sussurra em seu ouvido:— Que tal irmos para um lugar mais… reservado? — questiona Kell
Dulce sai da mesa e caminha pelo bar como uma predadora, seu vestido curto molda cada curva de seu corpo. Ela caminha até a mesa de James e seu acompanhante com a autoconfiança de quem já sabe que vai vencer.Assim que chega, ela se inclina com um sorriso descarado e apoia as mãos na mesa, fazendo questão de exibir ainda mais o decote generoso.— Boa noite, rapazes — sua voz sai melosa, quase num sussurro. — Espero não estar interrompendo nada importante.Levantando o olhar surpreso, James deixa que seus olhos deslizem lentamente pelo corpo dela. Ao notar a sua presença, rapidamente esboça um sorriso forçado — daqueles que se dá para manter as aparências em público. Afinal, o bar estava movimentado e, mesmo em uma área reservada, havia olhares curiosos por todo canto.O acompanhante de James, no entanto, cruza os braços e a observa com desconfiança, claramente incomodado com a intromissão.— Podemos ajudar em alguma coisa? — James pergunta, num tom suave, enquanto j**a o braço despreoc
Por um instante, Hector fecha os olhos, saboreando o gosto da vitória como um bom vinho. Um sorriso de satisfação curva seus lábios, ao sentir que a sua melhor fase estava prestes a chegar.Notando o silêncio de Hector do outro lado da linha, Ava decide acrescentar:— Mas preciso deixar claro que tenho algumas condições… — acrescenta.— É claro que teria — Hector ironiza.— No entanto, te direi quais são pessoalmente — conclui, antes de desligar.Assim que a ligação se encerra, Hector permanece alguns segundos em silêncio, olhando para o visor do celular, descrente da ligação que acabou de receber.Então, com um estalo de realidade, ele volta o olhar para Kelly, que continua no veículo, esperando ansiosa para saírem dali.Sem um pingo de delicadeza, Hector diz:— Sai do carro.Kelly arregala os olhos, sem entender.— O quê? — pergunta, indignada.— É isso que você acabou de ouvir — repete com um sorriso frio. — Saia do meu carro.— Mas íamos nos divertir um pouco — ela protesta.— Voc
— Não acredito, eu vou ser mãe!Ava mal podia acreditar no que estava vendo. Em frente ao espelho do banheiro de seu escritório, lá estava ela, segurando um teste de gravidez com o resultado positivo que tanto sonhou.Desde que perdeu seu primeiro bebê num aborto espontâneo, o médico disse que seria bem difícil engravidar de novo. Mas agora, olhando para o resultado positivo nas suas mãos, tinha certeza de que estava vivendo um milagre.As lágrimas começaram a cair sem controle. Era um misto de alegria e alívio depois de tanto tempo tentando.— Não posso guardar essa notícia só para mim — ela murmura, já imaginando a cara de surpresa do seu noivo.Ajeitando a maquiagem borrada e a roupa elegante que usava, ela sai do escritório com a postura altiva, que sempre teve diante de seus funcionários.Quem não a conhecia pensava que ela não passava de uma herdeira poderosa que tinha o mundo inteiro em suas mãos, E, bom, ela meio que tinha.Mas… a sua vida pessoal era bem diferente do que apar
O som insistente de um bip de um aparelho médico desperta Ava, que se esforça para abrir os olhos, no entanto, está excessivamente debilitada para fazê-lo.Com dificuldade, ela tenta entender o que está acontecendo, mas não reconhece o lugar onde está. Com um esforço extra, tenta mais uma vez abrir os olhos por completo e, após algum tempo, consegue.— Como você está se sentindo? — uma voz masculina ecoa pelo ambiente. Virando o rosto em direção ao lugar de onde vem a voz, Ava avista um homem sentado numa poltrona ao lado da cama.— Onde eu estou? — murmura, com a voz fraca.— Eu te perguntei como está se sentindo — O homem insiste, um pouco mais firme. Reunindo a pouca força que lhe resta, Ava abre os olhos completamente e encara o homem ao seu lado. Ele está vestido em um elegante terno preto e a observa com um olhar intenso e sério, aguardando ansiosamente por uma resposta. — Estou sentindo muita dor, em todo o meu corpo — responde. — Mas a minha cabeça é a que mais dói — acres
A pergunta de Ava pega Hector tão de surpresa, que ele fica inquieto por alguns milésimos de segundo.Mesmo com a falta de memória, ele nota que Ava continua inteligente e perspicaz. O que lhe atrai a atenção. No entanto, Hector também é um homem astuto, por isso, formula rapidamente uma desculpa que possa convencê-la.— Meu amor, você está sob cuidados médicos. O médico recomendou que evitássemos usar qualquer coisa que pudesse transmitir bactérias, inclusive alianças — explica. — Se notar a sua mão direita, verá que também está sem o anel.A resposta parece convencê-la por um momento. Contudo, para Ava, já não bastava estar atordoada por não conseguir se lembrar de nada da sua vida, agora estava diante de um homem totalmente estranho, que diz ser seu noivo. Aquilo soa mais assustador do que imagina.— O doutor supôs que você poderia não se recordar do que aconteceu — comenta Hector, tocando levemente a mão dela, aproveitando-se da situação vulnerável que ela enfrentava. — Então vim
Parada na porta, está Doris, empregada designada para cuidar de Ava.— Não, claro que não. Você chegou no momento perfeito, Doris. Minha noiva acabou de acordar e precisa de ajuda para tomar banho.Ao ouvir a palavra “noiva”, vindo da boca de Hector, Doris franze a testa, mas permanece em silêncio. Ela o conhecia muito bem e sabia que o confrontar naquele momento traria complicações para ela mesma.— Claro, senhor, farei tudo que precisar — diz Doris, lançando um olhar furtivo para Ava na cama, que parece ligeiramente confusa e desorientada. — Olá, senhora. Me chamo Doris e estou cuidando de você desde que chegou — revela, se direcionando à Ava.Ava somente assente, sem responder nada.Sentindo que já havia feito um pouco do seu trabalho ali, Hector decide sair, mas antes, olha para sua empregada e comenta:— Podemos conversar um pouco a sós? — propõe, lançando um olhar mais sério para a empregada, que entende rapidamente.— Claro, senhor.Antes de sair do quarto, Hector se vira para
Ver Ava de pé, em frente à porta do quarto, faz Doris ficar estática, sem saber o que fazer.Doris não sabe desde quando ela estava ali e o tanto que escutou daquela conversa.Já não bastava aquela preocupação, Doris olha para o rosto de Hector e vê o olhar sombrio que ele lhe lança, demonstrando que não está nada satisfeito com o que acaba de acontecer.Na intenção de contornar aquilo, Doris caminha até onde Ava está e toca o ombro dela.— Senhorita! Não pode se levantar da cama sem ajuda — diz ela, com a voz trêmula. — Seus ferimentos ainda estão cicatrizando.Ignorando a fala de Doris, Ava caminha com dificuldade em direção a Hector, que a encara com o olhar indecifrável.— O que ela disse é verdade, Hector? — insiste Ava, se aproximando dele. — Eu perdi um bebê nesse acidente?— Fique calma — ele pede. — Não acho que seja uma boa hora para conversarmos sobre isso.— Como não? — Ava indaga, com a voz mais firme. — Mesmo que eu não me lembre de nada, tenho o direito de saber tudo o