Esther carregou o telescópio que havia em seu quarto e colocou-o na grama do quintal, apontando para a constelação de Orion.
A noite silenciosa de um céu magnífico e estrelado é um convite irresistível a uma exploração estrelar.
As estrelas brilhavam em harmonia, acendendo e fraquejando seu brilho, como luzes de Natal. Elas ignoravam se gastariam toda sua fartura e beleza com Esther, talvez a única espectadora da noite.
Era por volta das 19h30.
O movimento na cidade, visto deste ângulo, do morro onde ela estava, parecia cada vez mais suave. A cidade ao norte, mostrava suas luzes fortes e alaranjadas. Estas, apontavam para o céu cortando o brilho das estrelas no horizonte.
Pelo telescópio Esther avistou mais de perto o mo
A GAROTA DA CÂMERA Há um número improvável de situações que podem acontecer com você em uma vida, quase que como o número de estrelas. E esta conta ainda é maior e mais exata, quando você coloca a intenção nas coisas que faz e procura fazer. A frase: quem procura acha, é um ótimo exemplo disto. Não se pode botar a intenção de procurar algo, sem que o foco do universo volte-se para você e te entregue inúmeras respostas, pessoas e "coincidentes" situações que te levará ao encontro exato e ao fim de sua procura, sob um achado lógico. Entretanto, o universo parece brincar com as pessoas, ou é muito chegado em adrenalina, e isto pode invariavelmente desencadear respostas boas e de bom proveito ao pesquisador, ou catastróficas e turbulentas desventuras ao mesmo. As aulas haviam retornado e Esther se dirigia calmamente ao colégio quando presenciou um pequeno
A tarde se iniciava de forma passiva e quente, como um belo dia de verão. Assim que Esther chegou a sua casa, sua mãe já estava com as malas prontas para sua viagem a negócios. Ela abriu a porta principal de casa, derrubando uma pequena mala que estava encostada ali. — Hoje será sua grande viagem? — Esther indagou, assim que entrou em casa. Ela havia se esquecido disso por um momento. — Exato. Mas eu volto. — Sua mãe disse, se aproximando dela e apertando suas bochechas. — Há uma lista de coisas que deixei para vocês fazerem. Coisas básicas. — Jéssica lhe entregou uma "grande listinha". Para Esther ela realmente era uma super mãe. — Acho que hoje em dia todas se encaixam nes
A música que Fogueira colocou começou a tocar. Era uma suave canção da banda escocesa Mogwai. — Exatamente como curto. — Ela disse, enquanto fechava os olhos e aproveitava a melodia envolvente. Fogueira a observou internamente. — Sou aquela pessoa que escuta música de todos os gêneros e de qualquer lugar, desde que elas tenham uma letra inspiradora. — Ele falou, aumentando um pouco o volume do som. O parque estava há dez minutos de onde estavam, logo ao lado da sede principal da prefeitura do distrito dois. — Já percebeu que nós interagimos e curtimos mais este lado da cidade? Deve ser porque ele tem uma cara mais "divertida", do que a pacífica e quieta parte cheia de bairros residenciais da Cidade de Cima. — Fogueira disse, enquanto entrava no lugar onde o parque havia sido instalado. — Verdade... E o outro distrito da cidade onde moramos, curiosamente não é frequentada por ninguém daqui. — Ela retrucou, com um fato curioso.
O sentimento e a emoção são energias transmutadas da alma a partir das informações que recebemos através dos sentidos. Temos a possibilidade de traduzir estas informações do modo como nossa mente está condicionada, consciente, aceita e pré-determina como verdadeira. Deste ponto, ela levou a informação para as profundezas de nosso ser, tornando padrões mentais quase que inalteráveis: falso, verdadeiro, bom, ruim, alto, baixo, perto, longe, logo, tarde, pequeno, grande. Isto levou a compreensão do amor por uma pessoa: se recebemos boas e sentimentais experiências de dado ser, o enxergamos com "novos olhos", estes, que sustentam uma imagem exemplar da pessoa que amamos, multiplicando ainda mais o amor. Alguns dias se passaram, e a aproximação de Esther com o Fogueira Vilela, aconteceu naturalmente, como se já fossem amigos de longas datas. E ele,
A atendente terminou de recadastrar os livros e lhe entregou um cartão. — Com este, era possível pegar mais livros emprestados. — Obrigada. — Esther agradeceu, enquanto guardava o cartão no bolso e pegou a mochila, agora, com mais facilidade. Seu ombro quase não sentia que ela estava ali, pendurada a ela. — De nada. A garotinha é sua irmã? — A atendente indagou, apontando discretamente para a menina. — Ah! Não... Ela é uma amiga. — Esther respondeu, virando-se e encarando a menina. Esther deu alguns passos à frente, mas para, quando se recordava de algo. — A propósito, você sabe onde fica a sala de artes? — Subindo a escada, na segunda porta à direita. — A atendente passou as coordenadas. — Muito obrigada! — Júlia, quer me acompanhar em um lugar legal? — Ela perguntou, ao se aproximar da menina. Ela aceitou, carregando o livro que havia pegado na estante e trazendo-o consigo. A escada de madeira qu
Pensar de acordo com uma informação pré-estabelecida pela nossa mente é fácil, mas "ver" através do que aparentemente está ali, requer energia. Neste caso, torno-me como você me vê em sua mente, ainda que isto não seja eu de fato. Sou como um espelho. O que você vê em mim, tem exclusivamente ligação direta ao que realmente é você. Então seria correto afirmar que somos iguais? Sim, definitivamente. Não de um modo físico. Creio que neste ponto, temos nossas singularidades. Mas observe as coisas e os seres como eles realmente são. Iguais uns aos outros, energeticamente. Desprovidos de falhas, e preenchidos de poder infinito. Os mesmos átomos que formam meu corpo, forma o corpo de outra pessoa. São os mesmos órgãos, as mesmas programações, a mesma biologia sanguínea, o mesmo cérebro, o mesmo ser. Iguais, mas, diferentes quando pensam. O fato proeminente está no pensar. O ser é igual, até pensar, e se pode fazer isso, consegue ser, ou não ser "coisas".
Fogueira Os dias passavam e não esperava ninguém. Pouco se importava com o procedimento de Esther ou do minucioso trabalho de Fogueira. Já se foram nove dias... Faltavam menos de onze dias para o campeonato e absolutamente vinte, para o concurso de telas, e Fogueira parecia ter conseguido mais tempo e esperança para si mesmo. Mas ele não era o único a ter uma rixa com o tempo. Sua amiga Esther, parecia precisar de um milagre naquele momento. A vida gosta de ação, e ainda que pareça que você não esteja pronto, só um sopapo em sua estrutura pode impulsioná-lo a alguma ação imediata. — Você e essa sua brincadeira de novo, Fogueira? — Seu pai indagou irritado, enquanto entrava no carro. Ele renegava a ideia de
Esther observou o teto de concreto do seu quarto, sobre o tapete. A luminária daquele ângulo, parecia um dos abajures esquisitos da feira de decoração e tendências que sua mãe costumava frequentar. Ela havia se jogado ao chão quando sua cabeça deu "chilique", no momento em que ela pensava em mil e uma maneiras de conseguir duzentos mil reais. Ela poderia fotografar cinquenta mil cães e gatos, e cobrar quatro reais por foto, mas, onde diabos ela encontraria tanto bicho? Ou talvez ela poderia cobrar todas as pessoas que lhe tomaram livros e CD's, emprestados e nunca os devolveram, mas se ela fizesse isso, certamente não poderia pedir mais nada emprestado a ninguém pelo resto de sua vida. Quem sabe talvez ela pudesse pedir duzentos mil reais ao seu tio-avô, Marciano Ferreira Duarte: ele era solteirão, vivia bem no norte do país, e adorava apostar em jogos de aza