— Já é quase fim de tarde, resolvo ligar para Edu e saber porque está demorando tanto, afinal ele ficou em casa, porém ciente que teria que vir à empresa hoje. Ligo apenas uma vez, mas ele não atende. Resolvo alguns assuntos pendentes com Bruno e resolvo que vou almoçar em casa, quando chego estranho o silêncio, vou até a cozinha e sou informada que meu filho saiu na companhia de Soraia sua babá e Edu. Meu sangue ferve nas veias, pego um copo que está bem em cima da mesa e o estilhaço ao chão. Chamo meu chefe de segurança e peço que chame a todos. — Vocês não estão esquecendo nada? A senhora também? Quero ser informada de tudo que acontece dentro e fora desta casa, como meu filho saiu com uma pessoa que conhecemos há um dia e vocês não me falam nada? Grito com todos que apenas me olham. Bato a porta e sigo em direção a rua estou com tanta raiva que quase sou atropelada ao cruzar a grande avenida que separa minha cobertura da praia. Um dos seguranças que me segue me puxa impedindo que
— Entrei no banho e tentei esquecer tudo e todos à minha volta, mas a todo o tempo o garoto vinha em minha mente. A forma como Edu me olhava, a forma como tratava Enzo, os olhares para a empregada. Falando nela essa mulher estava me tirando do sério a algum tempo e não estava gostando nada da forma como Edu a olhava, certo que não tenho e nunca terei nada com ele. Mas ainda assim ele me deve respeito. Saí do banho, peguei uma roupa bem leve e deitei tentando dormir. Fiquei na cama rolando de um lado para o outro, muitas coisas me incomodavam, o fato de Edu estar fora de casa era uma delas, não que eu me importasse com aquele pirralho. Depois de horas rolando de um lado para o outro enfim consegui dormir. Era madrugada acordei com um barulho, de repente um vidro se estilhaçando, levantei assustada. Edu havia esbarrado em um dos meus jarros mais caros, ele estava ainda mais embriagado que na noite anterior, ao me olhar ele falou dessa vez sendo bem ríspido. — Me perdoe Helena, eu não q
— A noite por incrível que pareça correu bem, meu avô até conseguiu rir, meu filho Enzo passou a noite brincando com Edu como se fossem duas crianças. Quando saímos da mansão de vovó, Edu me convenceu a irmos para a boate de seu pai, meu filho seguiu para casa com o motorista. — Edu LeBlanc se ainda não percebeu, odeio barulho e esse lugar é insuportável. Irei permanecer por pouco tempo e vamos embora. — Tudo bem Helena, mas você precisa se divertir pelo menos um pouco. Você fala do seu avô mas a rabugenta aqui é você. — Cala essa boca, e vá se acostumando, essa é a última vez que venho aqui com você. — Tudo bem, eu venho sozinho. — Você é casado agora, infelizmente comigo. — Infelizmente Helena, sou assim tão insuportável para você? — Sim, você é. Falei olhando bem em seus olhos, ele me olhou e se aproximando falou. — Entendi, não se preocupe, vou fazer o possível para não atrapalhar mais sua vida perfeita. — Ele falou e saiu de perto, logo após começou a beber feito um louco
— Então era isso, minha vida havia mudado totalmente com a chegada de Edu e não havia mais como ignorar esses sentimentos. Peguei minhas coisas sobre a mesa e resolvi que iria embora agora. Por mais que eu tentasse fugir de tudo e todos eu precisava entender que isso nem sempre seria possível. A verdade era que Edu era um homem bom, apesar de ser ainda só um moleque, mas ele não precisava sofrer por ter que estar ao meu lado. Afinal não foi ele que me feriu, não estava sendo justa com ele.O garoto pouco se importava com o que achavam, ele só queria viver e ser feliz. Preciso confessar que de certa forma era tão bom estar ao lado dele, passei tanto tempo trancada sem conviver com ninguém, que já sentia sua falta até quando estava ao seu lado. Jamais seria capaz de confessar isso para alguém. Mas, Edu havia acendido em mim sentimentos que achei que já haviam morrido a muito tempo. Quando entrei em minha cobertura percebi que um cheiro inundava ele inteiro, um cheio familiar que a muit
— Embora eu quisesse fugir não tinha coragem suficiente, parei o carro em um local totalmente deserto e chorei por horas seguidas. Acabei pegando no sono ali mesmo. Quando acordei havia diversas mensagens e algumas ligações inclusive de meu avô. Não retornei para ninguém, liguei o carro e voltei para casa. Quando entrei em casa, ignorei todos e fui direto para meu quarto, ao entrar Edu estava ao telefone andando de um lado para o outro. — Helena, onde você estava? — Não lhe interessa. Edu veio em minha direção, e chegando bem perto falou olhando fixamente como quem estivesse lendo minha alma. — Estou indo embora, Helena. Tudo isso foi um erro, só estava te esperando. Mas agora que já vi que você está muito bem, e que não me interessa onde você estava, estou indo. — Você não pode ir a lugar nenhum, temos um contrato. — Não me importo com isso, vou sobreviver, continue com sua vidinha insignificante. — Não vai, por favor. — Posso saber porque ficaria, se você me odeia. Não precis
— Estava tensa, como se o mundo inteiro estivesse nos observando. Seus olhos estavam fixos nos meus, de uma maneira tão profunda, não posso negar que carregava comigo muitos medos, incertezas e uma dor absurda, que nem mesmo o tempo era capaz de apagar. O luto de anos havia deixado suas cicatrizes em mim e a ideia de me abrir para alguém me aterrorizava me impedindo de abrir meu coração para ele. Estávamos próximos, quase nos tocando. O ar estava carregado de tensão, mas também de uma atração irresistível. Ele me olhava carinhosamente me envolvendo, seus olhos se encontrando com os meus. Como se o tempo tivesse parado, e estivessemos em câmara lenta, Edu se inclinou lentamente, como se não quisesse me assustar, e colando seus lábios aos meus suavemente, nos beijamos pela primeira vez, o beijo era carregado de amor, e sensações que a muito tempo não sentia, como se uma brisa leve suave em uma tarde de primavera estivesse me acolhendo em seus braços. Aquele era um beijo gentil, mas c
— Confesso que fiquei surpresa, quando Edu me falou que iria me acompanhar. Saímos de minha cobertura naquela manhã meio tímidos, tudo o que havia acontecido na noite anterior havia reaberto grandes feridas em mim, mas depois de muito tempo eu conseguia sentir que essa dor poderia sumir. Quando entramos no elevador, ele veio para perto e colocou sua mão timidamente em meu rosto ao falar. — Então Helena, estou curioso, o que você vai me colocar para fazer afinal não sei fazer nada. — Posso te ensinar, se você me permitir. Ele sorrindo se aproximou ainda mais e falou baixinho ao meu ouvido. — Então está combinado, você me ensina o que sabe, e eu te ensino o que sei. — Como assim, Edu, você acabou de dizer que não sabe fazer nada. Ele sorriu aproximando mais ainda seu corpo ao meu, suas mãos sobre meu pescoço e afastando meu cabelo beijou-me o pescoço subindo seus beijos em minha orelha. Quando Edu ia pronunciar algo a porta do elevador se abriu indicando que havíamos chegado à port
— O clima no carro de repente começou a esquentar, Edu sabia que sentia desejos por ele, mesmo que eu tentasse dizer que não meu corpo falava exatamente o contrário. Porém ainda não me sentia preparada para viver algumas coisas com ele, mas pelo menos eu queria tentar, queria dar um primeiro passo. Os momentos ao lado de Edu passaram a ser todos um pouco encantadores, embora ele fizesse de tudo para me deixar louca, a impressão que tinha era que ele parecia me enfeitiçar. O tempo ao seu lado havia passado a ser algo tão prazeroso que mal percebia ele passando a minha volta, estamos nos olhando enquanto sua mão passeia por meu rosto quando o motorista fala que acabamos de chegar, o segurança desce e faz a volta vindo abrir a porta para mim, quando Edu faz sinal para que o mesmo pare. Edu desce do carro e vem ele mesmo abri-la, sorrio para ele meio timidamente, não estou acostumada a ser tratada assim, saímos do carro entrando no prédio mais uma vez de mãos dadas, quando entramos no ele