POV: AVRIL— Sou a mãe dela! — Neandra disparou, nervosa, mas tentando manter uma postura desafiadora. — Alguém precisa protegê-la! — Ela estufou o peito, determinada a enfrentar Archer. — E farei isso, mesmo que seja contra você.— É mesmo? — Archer respondeu com um sorriso irônico nos lábios. — Interessante. — Sua voz estava carregada de sarcasmo enquanto ele continuava. — Como o contrato está em nosso nome, a senhora não é mais bem-vinda em minha residência. Tem a opção de sair por conta própria ou eu ordenarei que os seguranças a retirem. — Suas palavras foram ditas com uma calma perturbadora, como se estivesse discutindo algo trivial.— O quê? — Neandra gritou, a incredulidade tomando conta de sua expressão. — Você não pode fazer isso! Não vou permitir que minha filha fique aqui sem a minha vigilância! — O pânico começava a transparecer em sua voz, os olhos arregalados em desespero.— Você tem acesso às câmeras deste lugar, Sra. Collen. — Archer falou enquanto enfiava as mãos nos
POV: AVRILPeguei as chaves com uma pressa controlada e saí em direção ao café, exasperada pelas constantes provocações de Archer Stone. Sentia o peso da tensão em meus ombros enquanto me acomodava no banco do carro. Assim que o motor rugiu para a vida, resolvi ligar para o investigador, que havia inundado meu celular com mensagens na noite anterior.— Sr. Cooper? — falei ao parar no sinal vermelho, minha voz tentando disfarçar a inquietação. — O que houve de tão urgente para justificar tantas mensagens?Do outro lado da linha, Cooper respondeu com uma voz firme, tingida de uma leve rispidez que não passou despercebida.— Sra. Fox, fiquei preocupado. Depois que você mencionou ter entrado na mansão, não tive mais notícias suas até que vi os jornais. — Ele fez uma pausa, e pude sentir a desconfiança na sua voz. — Cheguei a pensar que havia sucumbido aos encantos do seu ex.— Não fale besteiras! — Resmunguei, revirando os olhos e apertando o volante com força, a lembrança da noite passad
POV: ARCHEROlhei pela janela, observando enquanto ela se afastava com o carro, o ronco do motor diminuindo até desaparecer completamente. Um sorriso ligeiro ainda brincava em meus lábios. Seria hipócrita negar que eu estava gostando de tê-la na minha mansão, mesmo com as turbulências que marcaram o início do dia. Havia algo reconfortante em sua presença, uma energia que, de certa forma, dissipava as sombras que pairavam sobre minha vida.Mas, como um contraste amargo, minha sogra estava se tornando um fardo cada vez mais difícil de suportar. Ela sempre foi intrometida, enfiando-se em assuntos que não lhe diziam respeito, mesmo durante meu relacionamento com Willow. Talvez fosse esse o motivo pelo qual sua própria filha a excluíra das decisões mais importantes sobre o contrato. Contudo, ela ainda mantinha suas mãos firmes nas ações que envolviam a parceria entre as empresas Colleen e o Império.Suspirei, sentindo o peso da xícara de café preto e amargo em minha mão enquanto refletia s
POV: AVRIL— Papai? — Um sorriso iluminou meu rosto enquanto corria para abraçá-lo, sentindo o calor familiar de seus braços ao meu redor. — O que faz aqui? Quando teve alta? Por que não me ligou?— São muitas perguntas para este horário. — Ele respondeu com um sorriso genuíno que fez meu coração se aquecer. — Recebi alta ontem. Não quis incomodá-la, então voltei para casa e decidi retomar as rédeas do café para que tudo estivesse em ordem quando sua mãe voltasse.— Você foi visitá-la, não foi? — Meus olhos cintilaram com esperança, e quando ele assentiu, senti um alívio profundo.— Obrigado por cuidar de nós. — Ele piscou carinhosamente antes de pegar algumas torradas e uma xícara de café, colocando tudo sobre o balcão à minha frente. — Vamos, coma alguma coisa... Eu li a sua carta...Minhas mãos tremiam levemente quando ergui os olhos para ele, a culpa pesando em cada fibra do meu ser. Abaixei a xícara antes mesmo de levá-la aos lábios.— Me perdoe, papai, eu não via outra alternati
POV: AVRILApós os rigorosos treinamentos sobre os costumes de Willow, a diferença entre nós tornou-se ainda mais evidente. Não era apenas uma questão de gestos, postura ou estilo de roupas; até nossos gostos alimentares revelavam a disparidade. Eu, com minhas preferências simples e descomplicadas, contrastava fortemente com a sofisticação exigida pelo papel que deveria desempenhar.— A senhorita melhorou muito seu andar com os saltos. — elogiou Senia, com um sorriso largo e genuíno, que quase iluminava o ambiente. — A Sra. Margareth ficaria em choque ao vê-la caminhando com a mesma elegância da Sra. Willow.Enquanto ouvia o elogio, me concentrei em manter a postura perfeita, ajustando cada movimento com a precisão que a noiva do CEO exigia. Era desconcertante.— E como estão as coisas entre você e a Sra. Margareth agora que trabalha para nós? — perguntei, lançando um olhar de esguelha para Senia, observando a expressão dela enquanto caminhávamos lado a lado. — Ela realmente se movime
POV: AVRILNeandra arregalou os olhos, surpresa com minha ousadia. Mas logo a surpresa se transformou em raiva fervente. Ela me encarou ferozmente, um tique nervoso pulsando em um dos cantos de seus olhos, enquanto sua expressão endurecia ainda mais.— Está me desafiando, sua imunda? — As palavras saíram de seus lábios carregada de desprezo.— Imunda? — Repeti a palavra lentamente, franzindo o cenho enquanto sentia meus punhos se fecharem instintivamente. A raiva começava a borbulhar dentro de mim, cada vez mais difícil de conter. — Minha paciência com você está se esgotando, Neandra!Ela apenas lançou uma gargalhada fria, carregada de desdém. Seu semblante assumiu uma expressão gelada e sarcástica, seus olhos brilhando com uma malícia calculada.— Acha mesmo que Archer pode te proteger? Acha que responde a ele? — Ela fez uma pausa, suas palavras impregnadas de ameaça velada. — Você não faz ideia do que os Collen são capazes, querida.Mantive a compostura. — Isso me soou como uma amea
POV: AVRIL— Quer me fazer cair? — Exclamei, girando o corpo para encará-lo com irritação.— Você não precisa da minha ajuda para isso. — Ele respondeu com um toque de ironia, um sorriso travesso brincando no canto dos lábios. — Isso vai inchar, precisa colocar gelo e repousar.— Virou médico agora? — Arqueei as sobrancelhas, puxando minha perna com força, tentando me soltar de seu aperto. — Não tenho tempo para isso, Sr. Stone.Ele soltou um pequeno riso, mas não me deixou passar.— Avril... Por que você sempre tem que ser tão teimosa? — Sua voz saiu rouca, com um toque quase sedutor, e ele se aproximou, colocando a mão na porta atrás de mim, usando o peso de seu corpo para impedir que eu a abrisse. Ficamos a meros centímetros de distância, sua respiração quente contra meu rosto, e meu coração acelerou involuntariamente. — Onde você vai com tanta pressa? Achei que precisava conversar comigo, pelo menos foi isso que entendi da sua mensagem.— Podemos falar pelas mensagens, Sr. Stone.
POV: AVRILEle tentou esticar a mão trêmula em minha direção, um gesto desajeitado e invasivo que fez meu estômago revirar de repulsa. Antes que pudesse me tocar, pisei com força na palma da sua mão, sentindo o impacto reverberar pelo chão.— Não sou uma das anfitriãs da boate, e se você ousar me tocar, não terá outra chance! — Gritei com frieza, minha voz cortando o ar como uma lâmina afiada. O homem gritou de dor, recuando instintivamente enquanto segurava a mão ferida, o rosto se contorcendo em uma mistura de surpresa e medo.Levantei o olhar, e através das luzes pulsantes da boate, vi Corand me observando do andar superior, seu olhar fixo em mim como o de um predador analisando sua presa. Ele estava parado na sacada, o corpo meio inclinado sobre o corrimão, como se estivesse esperando para ver o que aconte