POV: AVRIL
Cheguei à boate, surpresa ao ver que, apesar do temporal lá fora, o lugar estava lotado. As luzes neon piscavam através das janelas, e a música vibrava no ar, fazendo o chão tremer sob meus pés. Assim que entrei, Francis, primo de Nathaniel e um dos donos do lugar, me avistou de longe. Com um sorriso largo, ele gesticulou para liberar a entrada para mim.
— Avril, minha garota de voz angelical! Quanto tempo! — Ele exclamou, visivelmente animado, enquanto se aproximava para me envolver em um abraço caloroso. — Achei que tinha nos esquecido.
— Como se fosse possível. — Respondi com um sorriso suave, retribuindo o abraço. Havia algo reconfortante em estar ali, em meio a rostos familiares, apesar de tudo.
— O que te traz aqui hoje? — Ele perguntou, arqueando uma sobrancelha de forma divertida. — Vei
POV: AVRILHavia uma malícia sutil nas entrelinhas de suas palavras, algo que fez meu rosto corar instantaneamente. Puxei minha mão de volta, sentindo um misto de desconforto e timidez.— Obrigada por tudo, Nathaniel. — Respondi, tentando manter minha voz firme, embora um pouco tímida. — Mas não precisa se preocupar. Consegui um novo emprego com uma boa remuneração... E estou conseguindo me virar.— Um novo emprego? — Seus olhos brilharam de entusiasmo, e ele se inclinou um pouco mais para perto. — Por favor, me diga que é de cantora. O mundo precisa ouvir sua voz maravilhosa! — Ele parecia genuinamente animado com a ideia, e sua proximidade me deixou ligeiramente desconcertada.— Si... Sim, sou cantora... em uma clínica. — Respondi, mexendo-me desconfortavelmente na cadeira. — Para bebês e m&a
POV: AVRILApesar do alívio momentâneo, a verdade ainda pesava em meus ombros. Contei a ele sobre meu pai e a dívida com Corand, sobre minha primeira noite como cantora no clube estar se aproximando, meus receios em relação à saúde de minha mãe e ao café. No entanto, escondi a parte mais sombria da minha vida: o retorno do meu ex-namorado, o homem que um dia eu tanto amei, e o contrato insano que havíamos firmado, no qual eu seria sua "esposa substituta" e doadora para sua verdadeira noiva. A possível obrigação de gerar um filho para ambos era uma ferida que eu não estava pronta para expor, nem para mim mesma.O tempo passou sem que eu percebesse, e entre risos e conversas, a madrugada se esvaiu. Drinks foram e vieram, e passamos horas conversando como bons amigos. E, no fundo, era exatamente isso que Nathaniel significava para mim: um bom amigo, alguém
POV: ARCHERAvril arregalou os olhos, surpresa com a intensidade da minha reação. Talvez fosse o álcool, talvez o desejo reprimido por anos, mas, naquele momento, nada mais importava. Ela era minha, e a ideia de compartilhá-la com qualquer outro me consumia, ecoando em minha mente e inflamando meu sangue.— Você enlouqueceu? — Ela gritou, agitada, segurando a mão que ainda tremia do tapa.— Estou louco por você, Avril Fox! — Declarei com firmeza, puxando-a para mim com um impulso irresistível. Inclinei-me, mergulhando o nariz em seu pescoço, inalando profundamente o aroma doce que sempre me deixou embriagado. — Sempre fui louco por você...— Pare com isso... — Ela murmurou, a voz perdendo força enquanto seu corpo se rendia ao calor do momento. — Eu não sinto o mesmo!
POV: ARCHERDeixei sua boca faminta e desci pelos contornos de seu pescoço, traçando um caminho de beijos e mordidas. Cada toque de meus lábios na pele dela era como uma explosão de necessidade; eu precisava sentir cada centímetro daquele corpo que tantas vezes habitou meus sonhos.Minhas mãos, impacientes, deslizaram por debaixo de sua blusa. Com um movimento brusco, puxei o tecido para o lado e rasguei-o, revelando o sutiã delicado que mal conseguia conter seus seios. Umedeci os lábios, ofegante, e parei por um instante para admirá-la. Avril estava deslumbrante, a boca vermelha e inchada pelo nosso beijo apaixonado, a face ruborizada pelo calor do momento, os olhos brilhando com uma mistura de desejo e desafio.— Você é minha, Avril! — Declarei com firmeza, a voz carregada de possessividade. Antes que ela pudesse protestar, inclinei a cabeç
POV: AVRILCorri escadas acima, quase tropeçando nos próprios pés, até alcançar o topo, onde escorreguei pela porta, fechando-a com um baque atrás de mim. Meu coração batia descompassado, como se tentasse escapar do meu peito, e meu corpo inteiro tremia de nervosismo e excitação. Sentia cada pulsação reverberar em meu íntimo, um misto de adrenalina e desejo me consumindo.— Que merda! — Rosnei entre dentes, minhas mãos trêmulas passando pelos cabelos num gesto desesperado de frustração e confusão.Toquei meus lábios, ainda inchados e sensíveis, lembrando da força e urgência com que foram tomados. O gosto dele ainda estava presente, uma mistura embriagante de uísque e tabaco que se recusava a sair da minha boca, como uma marca indelével do que havia acontecido.
POV: AVRIL— Avy? Está tudo bem? — A voz grave de Archer Stone ecoou do outro lado da porta, e eu ouvi o som da maçaneta sendo forçada, como se ele estivesse tentando entrar.Num pânico instintivo, corri para a porta, pressionando meu corpo contra ela para impedir que ele entrasse. Deixei apenas uma pequena fresta aberta, o suficiente para que nossos olhares se encontrassem. Seus olhos captaram imediatamente o rubor em meu rosto e a respiração ofegante que eu não conseguia controlar.— O que você quer? — Perguntei, tentando soar ríspida, mas a minha voz saiu mais entrecortada do que eu gostaria. Archer deixou seu olhar deslizar lentamente pelo meu corpo, como se estivesse saboreando cada reação minha, antes de voltar a encarar meus olhos. Eu mordi os lábios, nervosa, sentindo um arrepio percorrer minha espinha.— Ouvi você... me chamando e resmungando. Mas acho que interpretei errado. — Ele respondeu com um sorriso travesso, seus lábios curvando-se de maneira sedutora. Seus cabelos es
POV: AVRIL— Sou a mãe dela! — Neandra disparou, nervosa, mas tentando manter uma postura desafiadora. — Alguém precisa protegê-la! — Ela estufou o peito, determinada a enfrentar Archer. — E farei isso, mesmo que seja contra você.— É mesmo? — Archer respondeu com um sorriso irônico nos lábios. — Interessante. — Sua voz estava carregada de sarcasmo enquanto ele continuava. — Como o contrato está em nosso nome, a senhora não é mais bem-vinda em minha residência. Tem a opção de sair por conta própria ou eu ordenarei que os seguranças a retirem. — Suas palavras foram ditas com uma calma perturbadora, como se estivesse discutindo algo trivial.— O quê? — Neandra gritou, a incredulidade tomando conta de sua expressão. — Você não pode fazer isso! Não vou permitir que minha filha fique aqui sem a minha vigilância! — O pânico começava a transparecer em sua voz, os olhos arregalados em desespero.— Você tem acesso às câmeras deste lugar, Sra. Collen. — Archer falou enquanto enfiava as mãos nos
POV: AVRILPeguei as chaves com uma pressa controlada e saí em direção ao café, exasperada pelas constantes provocações de Archer Stone. Sentia o peso da tensão em meus ombros enquanto me acomodava no banco do carro. Assim que o motor rugiu para a vida, resolvi ligar para o investigador, que havia inundado meu celular com mensagens na noite anterior.— Sr. Cooper? — falei ao parar no sinal vermelho, minha voz tentando disfarçar a inquietação. — O que houve de tão urgente para justificar tantas mensagens?Do outro lado da linha, Cooper respondeu com uma voz firme, tingida de uma leve rispidez que não passou despercebida.— Sra. Fox, fiquei preocupado. Depois que você mencionou ter entrado na mansão, não tive mais notícias suas até que vi os jornais. — Ele fez uma pausa, e pude sentir a desconfiança na sua voz. — Cheguei a pensar que havia sucumbido aos encantos do seu ex.— Não fale besteiras! — Resmunguei, revirando os olhos e apertando o volante com força, a lembrança da noite passad