POV: ARCHERSua pele, antes pálida, rapidamente assumiu tons avermelhados. O rubor em seu rosto revelava a vergonha que sentia diante da confissão inesperada das minhas palavras. Eu podia ver como o constrangimento a tomava por completo, seus olhos desviando dos meus por um breve momento. Aquele instante de vulnerabilidade era algo raro de se ver em Avril, e isso me atingiu com uma força inesperada. Mordi a ponta da língua, tentando segurar a onda de emoções que sempre se agitavam quando estava perto dela. Controlar-me era um desafio constante, um tormento que só se intensificava por saber que ela tinha a vantagem de ter me esquecido, substituindo o amor que um dia sentiu por mim por um ódio palpável. Mas eu? Eu estava preso em um ciclo vicioso de memórias e arrependimentos. Nunca a esqueci. Nunca quis esquecê-la. E a cada segundo que passava, eu me odiava mais por ter feito as escolhas que me afastaram dela.Racionalmente, sabia que meus motivos eram plausíveis. A morte suspeita de m
POV: ARCHERRespirei fundo, sentindo o calor da mão de Avril entrelaçada à minha, enquanto desejava silenciosamente que seu disfarce fosse convincente o suficiente para enganar a todos. Ao atravessarmos as portas imponentes do prédio da empresa, notei os colaboradores abaixarem a cabeça em respeito e cumprimento, como de costume. No entanto, minha atenção logo se voltou para Emily, do centro de assessoria e conflito, que vinha apressada em minha direção, equilibrando-se com destreza em seus saltos altos e finos.— Sr. Stone, bom dia! Graças a Deus o senhor chegou. — disse ela, ofegante, pousando as mãos nos joelhos por um instante, antes de erguer o olhar lentamente para Avril. — Oh, Sra. Willow, que prazer revê-la por aqui!— Olá. — respondeu Avril, com um leve nervosismo na voz que não passou despercebido. E
POV: ARCHER— Está tudo bem, — repetiu ela, sua voz firme. — É uma bela ação o que vocês estão fazendo. Seria um prazer poder participar. — Havia uma força controlada em suas palavras, mas eu sabia o quanto isso estava remexendo em suas feridas ainda abertas. — Espero que meu noivo me leve para conhecer essa clínica.Ela lançou um olhar desconfiado na minha direção, e eu apenas assenti, reconhecendo a necessidade de lidar com isso no momento certo. Voltei minha atenção para Emily, que ainda estava absorvendo a intensidade da situação.— Há algo mais que eu deva saber? — perguntei, arqueando uma sobrancelha em sinal de expectativa. Foi então que minha secretária pessoal se aproximou apressada, visivelmente pálida.— Sr. Stone? — Sua
POV: ARCHER— Pai, quando isso acontecer, sabemos que o império será leiloado, e você não terá nem um centavo para seus charutos importados. — Um sorriso desdenhoso curvou meus lábios enquanto eu inclinava a cabeça levemente para o lado, observando a reação dele.O maxilar de meu pai se contraiu, a raiva pulsando sob sua pele, mas logo ele forçou um sorriso cínico e falso, tentando retomar o controle da situação.— Tão sagaz... — Ele disse com um veneno contido. — Sua sogra está preocupada com o retorno de sua ex-namorada à sua vida. Ela quer adicionar uma cláusula de fidelidade para Willow.— Isso é ridículo. Neandra perdeu completamente o senso do ridículo. Ela sabe perfeitamente que minha relação com Willow é puramente
POV: AVRILCaminhei atrás de Neandra, sentindo os olhares atentos dos funcionários que nos observavam enquanto seguíamos em direção à saída. Havia algo quase palpável na forma como eles nos olhavam, uma mistura de curiosidade e respeito. Ao sairmos, nos dirigimos a um restaurante próximo ao império, um lugar de luxo evidente. Assim que cruzamos a entrada, um garçom se aproximou com uma elegância quase coreografada, nos cumprimentando e conduzindo até a melhor mesa do local, sem qualquer hesitação.Olhei ao redor, admirada com o ambiente opulento que nos cercava. O restaurante era grandioso, com detalhes arquitetônicos que exalavam sofisticação. Quando nos sentamos, água e vinho foram servidos como cortesia, e o garçom nos apresentou sugestões de pratos do dia, cada um composto por iguarias refinadas que eu s&oacu
POV: ARCHER— O que foi, filho? Parece até que viu um fantasma. — Ethan esnobou, tragando o charuto com desprezo. — Resolva logo a questão do casamento e mantenha as calças fechadas. Não queremos novos incidentes, certo?Fechei os punhos com tanta força que meus dedos ficaram brancos, a raiva pulsando em minhas veias. Meus olhos estavam fixos nos brincos sobre a mesa, cada fibra do meu corpo tensionada. Aquele maldito cretino... Precisava encontrar uma maneira de desmascará-lo, mas sabia que o confronto direto não era a melhor estratégia naquele momento.— Claro! — Respondi entre os dentes cerrados, forçando-me a manter a calma, ciente de que provocá-lo agora seria um erro.— Esse é o meu garoto, sempre sensato. — Ethan provocou, um sorriso cínico se formando em seus lábios enquanto
POV: AVRILOs olhos de Neandra tremiam de maneira quase imperceptível, mas a raiva que distorcia suas feições era inegável. Seu pulso pulsava sob meu aperto, e ela o puxou com força, escapando do meu alcance enquanto empurrava a cadeira para trás. Sem dizer uma palavra, virou-se bruscamente e marchou em direção ao banheiro, os passos firmes denunciando sua fúria.Antes mesmo de ouvi-lo, o aroma familiar de Archer invadiu meus sentidos. Ele ainda usava o mesmo perfume de quando namorávamos, o que eu mesma havia dado a ele, e que ele adorou desde o início. Era intrigante que um homem com tanto dinheiro, que poderia ter qualquer fragrância exclusiva à sua disposição, escolhesse continuar usando algo tão simples, um presente de sua ex-namorada. Suas palavras, pronunciadas com aquela voz rouca, fizeram meu sorriso se alargar. Travessa... Eles realment
POV: AVRIL— A garrafa! — Estiquei a mão para alcançar a outra garrafa de vinho cheia, mas Archer balançou a cabeça, mantendo uma postura séria.— Chega de bebidas por hoje. Vamos, está na hora de irmos. — Ele sussurrou em meu ouvido, sua voz baixa e rouca provocando um tremor incontrolável no meu corpo.Eu estava furiosa com as reações involuntárias do meu corpo. Como podia reagir assim a um homem que eu tanto odiava? Sim, nosso sexo havia sido incrível, daquelas experiências que faz qualquer mulher suspirar, mas foi ele quem me destruiu emocionalmente. Tentei afastá-lo, mas foi em vão. Archer, ainda com as mãos ao redor da minha cintura, me guiava em direção ao seu carro, acariciando levemente minha cintura com o polegar, num gesto que me deixava ainda mais confusa e irritada.