POV: ARCHER
Estava em mais uma reunião com os acionistas restantes, aqueles que ainda se mantinham fiéis e confiantes de que eu conseguiria reerguer o império. A tensão na sala era palpável, mesmo através das telas de videoconferência. As últimas semanas tinham sido um verdadeiro caos: tudo começou com o envolvimento desastroso com os russos, o rombo financeiro deixado por Ethan, a explosão que abalou a sede da empresa, a morte trágica de Willow, e agora, as novas especulações insanas que circulavam pela mídia, insinuando que "minha amante havia assassinado minha esposa sob minhas ordens." Cada dia parecia trazer uma nova crise, e tudo estava escapando do controle.
Eu me sentei mais ereto, ajustando a postura enquanto os acionistas discutiam os relatórios financeiros. A voz grave e cansada de Henry, o acionista mais antigo do grupo e um dos primeiros a
POV: AVRILMeu corpo congelou quando vi as manchas de sangue em suas roupas pretas. A visão era assustadora, o tecido escuro manchado de vermelho, e o sorriso frio que se formava em seus lábios fez um arrepio percorrer minha espinha. Ele segurava uma arma, o cano apontado diretamente para mim, seus olhos cruéis percorrendo o ambiente, verificando se havia alguma ameaça por perto. Tudo naquele momento gritava perigo.— Lugar fofo — ele disse, a voz ressoando pelo espaço enquanto tombava a cabeça para o lado, como se estivesse realmente admirando o café.Minhas mãos se fecharam em punhos, e dei um passo hesitante para trás, meu olhar se movendo desesperadamente por trás dele, buscando algum sinal dos seguranças que deveriam estar ali. Mas não havia ninguém.— O que você está fazendo aqui? —
POV: AVRIL— Aquele pirralho é seu filho! — gemi, minha voz entrecortada pela dor e pelo esforço de respirar. Ainda tonta e ofegante, deslizei pela parede, sentindo a cabeça latejar com cada pulsação. — Você é o pai dele... por que está tentando destruí-lo?Ethan se aproximou novamente, seus passos lentos e calculados. Parou diante de mim, seus olhos frios e impiedosos brilhando com uma escuridão que beirava a psicopatia. Não havia vestígio de remorso, apenas uma frieza assustadora.— Porque ele sempre esteve no meu caminho para conquistar o império! — ele disse, com uma calma que fazia suas palavras soarem ainda mais cruéis. — Luka, Nicolas e Archer... todos eles sempre foram uma pedra no meu sapato. E aquele maldito termo de herança é ridículo. Então, eu precisei de uma mari
POV: ARCHERCheguei ao café e fui recebido por um cenário caótico. Policiais e seguranças vasculhavam o local em silêncio sombrio. A tensão no ar era palpável, e meu estômago se revirava à medida que me aproximava. No chão, à porta, Andrew estava sentado, os ombros encolhidos, com um pano sobre ele. Seu corpo tremia visivelmente, e eu sabia que ele estava à beira de um colapso. Meus olhos vagaram até os dois corpos cobertos com sacos plásticos pretos ao lado da cafeteira. O que quer que tivesse acontecido ali, foi brutal.Quando me aproximei, Andrew ergueu o olhar para mim. Seus olhos estavam vermelhos e inchados de tanto chorar, mas havia uma fúria descontrolada em seu rosto. Assim que me viu, ele se levantou abruptamente, vindo em minha direção com o dedo apontado.— Isso é culpa sua, não é?
POV: ARCHERO policial me encarou, suas feições contorcidas pela raiva.— Está ameaçando um agente da lei? — ele rosnou, puxando a arma da bainha, sua mão firme no cabo como se estivesse pronto para usá-la.— Alertando — corrigi, minha voz fria e cortante. Meus seguranças, que haviam ficado atentos, se moveram quase que por instinto. Vi suas mãos repousarem sutilmente sobre as armas, prontos para qualquer movimento do policial. — Se tiver alguma pista, sabe onde me encontrar.Com isso, virei as costas para ele, deixando claro que a conversa tinha terminado. Dei alguns passos, mas senti o movimento atrás de mim. Antes que o policial pudesse agarrar meu ombro, um dos meus seguranças interceptou rapidamente, segurando o pulso dele com firmeza, impedindo o toque.— Sugiro que pense duas vezes
POV: AVRILMinha cabeça latejava, uma dor aguda que parecia atravessar meu crânio, e tudo ao meu redor girava em uma neblina confusa. Abri os olhos lentamente, piscando várias vezes para tentar clarear a visão embaçada. A primeira coisa que senti foi o calor da lareira crepitante em frente a mim, suas chamas dançando e projetando sombras tremeluzentes pelas paredes de madeira da cabana. Um cheiro forte de fumaça misturado ao metal do sangue preencheu minhas narinas, me fazendo sentir ainda mais nauseada.Eu tentei mexer os braços, mas um puxão doloroso me fez perceber que estava amarrada. Minhas mãos estavam presas às costas da cadeira, a corda cortando minha pele com cada movimento, e uma nova onda de dor percorreu meu corpo quando tentei me mexer. Arfei, sentindo o ferimento na lateral do meu tronco protestar. Quando olhei para baixo, vi que havia um curativo improvisado cobrind
POV: ARCHEREnquanto eu dirigia em alta velocidade pelas estradas sinuosas em direção às montanhas de Seattle, meu coração batia descontrolado, sincronizado com o rugido do motor. A ansiedade me consumia a cada segundo que passava, a urgência de chegar logo à cabana e salvar minha Avy era sufocante. O céu escurecia rapidamente, e uma espessa camada de nuvens carregadas se formava acima de mim, como um presságio sinistro. Não demorou muito para que os primeiros pingos grossos começassem a cair, se transformando em uma chuva pesada que batia com força no para-brisa, dificultando minha visão.Apertei o volante com tanta força que meus dedos começaram a doer, cerrando os dentes enquanto a raiva e o desespero gritavam em minha mente.— Droga, Avy, por favor, aguente só mais um pouco — murmurei, minha voz baixa e tensa.
POV: AVRILEncostei-me em uma árvore, pressionando a mão sobre o ferimento na lateral do meu corpo. A dor era constante, um pulsar latejante que me fazia contorcer. Quando retirei os dedos, senti o líquido denso e pegajoso do sangue escorrendo, manchando minha pele. Minha respiração estava rápida e irregular, e cada movimento parecia arrancar mais energia do meu corpo. Inclinei a testa contra o tronco, tentando recuperar o fôlego e controlar o pânico que crescia dentro de mim.— Meu Deus, por favor... eu não quero morrer — sussurrei, a voz fraca e tremida, enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto. Minha garganta se apertava, sufocando um soluço que ameaçava explodir. — Alguém... alguém me ajude.As palavras foram absorvidas pela floresta ao meu redor, sem resposta, apenas o som distante da chuva que começava a
POV: ARCHERCheguei à cabana no alto da montanha, o vento frio e a chuva pesada castigando meu rosto enquanto eu saía do carro. Puxei a arma e a enfiei na cintura, pronto para agir. Corri em direção à cabana, meus pés afundando na lama enquanto avançava. A porta estava aberta, escancarada, balançando levemente com o vento. Meu coração disparou ao ver manchas de sangue no chão logo na entrada.— Alguém está aí? Ethan! Avril! — gritei, mas nenhum som veio em resposta. O silêncio era opressor, apenas interrompido pelo som da chuva incessante.Empunhei a arma, os dedos firmes no gatilho enquanto meus olhos varriam o interior da cabana. Não havia sinal deles, apenas a evidência clara de que algo terrível tinha acontecido. Vi rastros de sangue que levavam para fora, em direção à sacada.