POV: ARCHER
Enquanto eu dirigia em alta velocidade pelas estradas sinuosas em direção às montanhas de Seattle, meu coração batia descontrolado, sincronizado com o rugido do motor. A ansiedade me consumia a cada segundo que passava, a urgência de chegar logo à cabana e salvar minha Avy era sufocante. O céu escurecia rapidamente, e uma espessa camada de nuvens carregadas se formava acima de mim, como um presságio sinistro. Não demorou muito para que os primeiros pingos grossos começassem a cair, se transformando em uma chuva pesada que batia com força no para-brisa, dificultando minha visão.
Apertei o volante com tanta força que meus dedos começaram a doer, cerrando os dentes enquanto a raiva e o desespero gritavam em minha mente.
— Droga, Avy, por favor, aguente só mais um pouco — murmurei, minha voz baixa e tensa.
POV: AVRILEncostei-me em uma árvore, pressionando a mão sobre o ferimento na lateral do meu corpo. A dor era constante, um pulsar latejante que me fazia contorcer. Quando retirei os dedos, senti o líquido denso e pegajoso do sangue escorrendo, manchando minha pele. Minha respiração estava rápida e irregular, e cada movimento parecia arrancar mais energia do meu corpo. Inclinei a testa contra o tronco, tentando recuperar o fôlego e controlar o pânico que crescia dentro de mim.— Meu Deus, por favor... eu não quero morrer — sussurrei, a voz fraca e tremida, enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto. Minha garganta se apertava, sufocando um soluço que ameaçava explodir. — Alguém... alguém me ajude.As palavras foram absorvidas pela floresta ao meu redor, sem resposta, apenas o som distante da chuva que começava a
POV: ARCHERCheguei à cabana no alto da montanha, o vento frio e a chuva pesada castigando meu rosto enquanto eu saía do carro. Puxei a arma e a enfiei na cintura, pronto para agir. Corri em direção à cabana, meus pés afundando na lama enquanto avançava. A porta estava aberta, escancarada, balançando levemente com o vento. Meu coração disparou ao ver manchas de sangue no chão logo na entrada.— Alguém está aí? Ethan! Avril! — gritei, mas nenhum som veio em resposta. O silêncio era opressor, apenas interrompido pelo som da chuva incessante.Empunhei a arma, os dedos firmes no gatilho enquanto meus olhos varriam o interior da cabana. Não havia sinal deles, apenas a evidência clara de que algo terrível tinha acontecido. Vi rastros de sangue que levavam para fora, em direção à sacada.
POV: ARCHEREu envolvi minhas mãos ao redor de seu pescoço, apertando com toda a minha força, vendo seus olhos se arregalarem enquanto lutava para respirar.— Seu desgraçado... eu vou te matar! — sibilei, minha voz fria e implacável. — Você vai pagar por tudo o que me fez passar e por ter tocado nela!Ethan tentou falar, sua voz saindo abafada enquanto lutava para se soltar. Seus dedos arranharam meu braço, e um sorriso torto apareceu em seus lábios, mesmo enquanto sufocava.— Filho... — ele conseguiu dizer, sua voz rouca e fraca. — Se me matar... nunca mais verá sua mãe!As palavras dele penetraram como uma faca. Minhas mãos vacilaram, o choque e a hesitação me congelando por um momento. Foi tudo o que ele precisou. Com um movimento rápido, Ethan me acertou um s
POV: ARCHER— Desgraçado! — gritei, a raiva explodindo de dentro de mim. — E minha mãe? O que você fez com ela?Fiz menção de avançar, mas antes que pudesse dar um passo, ele puxou o gatilho e disparou. A bala atravessou meu ombro, a dor cortante me fez recuar, tropeçando para trás enquanto um gemido de dor escapava dos meus lábios. Pressionei a mão contra o ferimento, tentando conter o sangue que fluía, mas minha visão começou a embaçar.Philipe apenas sorriu, a arma ainda apontada para mim, seu prazer em me ver sofrer evidente em cada linha de seu rosto.— Por que não a matei? — ele repetiu, como se estivesse ponderando a questão antes de responder. — Porque ela era mais útil viva. Sua mãe acreditava nas mentiras que eu contei, me ajudou a manter a facha
POV: AVRILAbri os olhos lentamente, sentindo uma tontura se espalhar enquanto cada fibra do meu corpo latejava de dor. Um gemido suave escapou dos meus lábios ao perceber um corpo grande e volumoso ao meu lado. Olhei ao redor, vendo as paredes brancas do quarto e os aparelhos ao meu redor, e só então percebi que estava em um quarto de hospital. Ao lado, Archer dormia profundamente em uma cama grande, larga o suficiente para parecer quase uma cama de casal.Passei a mão pela cabeça, sentindo o latejar insistente e a dor ainda fresca, e as lembranças vieram como um lampejo.— Ethan! — murmurei, com o coração acelerando ao empurrar os lençóis para longe e abrir a parte frontal da roupa de hospital, observando o curativo onde a faca havia me perfurado. O ferimento estava coberto com gaze limpa e firmemente presa, mas a visão ainda era um choque. &mda
POV: AVRILArcher me olhou de lado, a exaustão pesando em seus olhos, mas sem nunca perder aquele toque de carinho.— Então é verdade? — perguntei, ainda tentando organizar as lembranças confusas da discussão na floresta, que pareciam desfocadas, cobertas pela dor da pancada que ainda me fazia a cabeça latejar. — Aquele homem realmente não era seu pai?— Não. Ele era o irmão gêmeo do meu pai, Philipe — disse Archer, a voz embargada, enquanto seus olhos refletiam a tristeza profunda que o fazia desviar o olhar. — Ele confessou ter matado meu verdadeiro pai, meu avô e Luka. Felizmente, Cooper conseguiu gravar tudo, e usaremos isso como prova para limpar o meu nome.— Quem diria que o investigador acabaria se aliando a você — comentei com um sorriso fraco, sentindo o peso de tudo aquilo. Puxei o rosto de Archer para q
POV: ARCHERAlgum tempo depois de termos alta do hospital, rodeamo-nos de nossa pequena família, encontrando conforto e alegria em cada momento juntos. Minha mãe, aos poucos, começou a melhorar, e logo seu sorriso voltou a iluminar seu rosto, especialmente quando o pequeno Nicolas surgia com suas gracinhas que encantavam a todos. Eu e Avril nos recuperamos completamente e estávamos aproveitando cada segundo de nossa vida lado a lado, com uma nova intensidade e gratidão.Retomei meu trabalho no império, e a imprensa cobriu de perto o caso envolvendo Philipe. Com a ideia brilhante de Avy, lançamos uma série em formato de podcast, onde eu pude contar minha versão dos fatos diretamente ao público. A estratégia teve um impacto positivo: reconquistar a confiança da opinião pública, fortalecer a imagem da empresa e atrair novos apoiadores e clientes de interesse.
POV: AVRILO espelho emoldurava o reflexo de uma noiva, e a imagem quase parecia uma ilusão. Minha mãe sempre dizia que o casamento era o momento mais próximo da magia que a realidade nos permitia viver, e naquele instante, enquanto eu olhava o vestido branco rendado, tão perfeito contra minha pele, senti a verdade de suas palavras. O tecido suave caía delicadamente, moldando meu corpo e se espalhando em uma cauda longa, enquanto o véu fluía como uma névoa fina, adornado com minúsculas pérolas que cintilavam sob a luz.A porta do quarto se abriu suavemente, e meu pai entrou. Nossos olhares se encontraram, e por um segundo ele parou, como se tentasse absorver aquele momento. Seus olhos se encheram de um brilho que eu conhecia bem, um misto de orgulho e emoção que transbordava sem palavras.— Você está... — ele começou, ma