POV: ARCHER
Jasper assentiu, sua expressão dura.
— Ou ele pode estar vivo, mas em algum lugar onde não pode falar ou se defender. Essa pessoa que você tem enfrentado... pode ser um impostor. Alguém com motivos próprios para destruir você, o império, e quem sabe até sua mãe.
Jasper puxou uma série de fotos antigas de meu pai e as colocou sobre a mesa, apontando com determinação.
— Veja aqui, Archer. — Disse Jasper de forma firme, apontando para uma das fotos. — Nesta foto antiga, seu pai tinha uma verruga na mão esquerda. Ele sempre usava aquele anel grosso no dedo para disfarçá-la, lembra?
Eu observei com atenção, comparando com uma foto recente do homem que dizia ser meu pai. A verruga havia desaparecido, e o anel grosso não estava presente.
— Isso
POV: ARCHERArregalei os olhos, sentindo o choque me atravessar.— Como? — Avril me olhou curiosa, seus olhos fixos nos meus, esperando uma explicação.— Os russos! — Exclamei, pegando os relatórios antigos sobre o passado de Ethan e sua família. — Aqui diz que os pais de Ethan e o irmão foram brutalmente assassinados após uma explosão de bomba em sua cidade, um ataque terrorista cometido pelos russos naquela época. Ethan sobreviveu porque estava trabalhando em uma festa de gala como garçom quando tudo aconteceu.Avril franziu o cenho, processando a informação.— Você acha que o irmão dele não morreu no ataque? — Jasper se aproximou, puxando o relatório das minhas mãos e avaliando as informações com olhos críticos. — Digo, se o irmão est
POV: ARCHER— Sim... — Ela suspirou, o som suave, carregado de frustração e resignação. — Ainda acho que deveríamos doar mais células-tronco e sangue. Eu aguento. — Com uma expressão inquieta, ela se remexeu, levantando-se do meu colo e se afastando alguns passos. — Já tomei muito dela...— Você não tomou nada, — rebati, me levantando também. — Me sinto ofendido quando fala assim. — Ela me olhou intrigada, e continuei, sério, mas com um toque de provocação. — Eu não sou posse de ninguém, dona Fox, muito menos o pet de alguém para ter sido 'tomado'.— Tem certeza sobre a última parte? — Avril levantou uma sobrancelha, seu sorriso travesso surgindo enquanto soltava uma risada suave. — Às vezes você morde.<
POV: AVRILChegamos ao hospital em um borrão de velocidade. Mal pude registrar o caminho, como se o mundo ao redor estivesse distorcido, girando em torno de uma única coisa: o medo. As palavras da assistente social ecoavam na minha mente: “Venha imediatamente, a situação da sua mãe piorou.” Só isso. Sem detalhes, sem explicações. Só o alerta frio que fazia meu coração bater descompassado.Assim que o carro parou, abri a porta com tanta pressa que nem esperei Archer me acompanhar. Meus pés batiam contra o chão do estacionamento, as batidas do meu coração ecoando nos meus ouvidos como uma contagem regressiva. Entrei correndo pelos corredores do hospital, o som dos meus passos reverberando pelas paredes brancas, parecendo tão distante quanto a própria realidade. Não havia tempo para processar, para pensar; só havia
POV: AVRIL— Não, ela prometeu que sempre estaria aqui... — Minha voz saiu em um grito trêmulo, meus olhos inchados e vermelhos se voltando para cada médico na sala, como se estivessem todos contra mim. Como se fossem eles os culpados. — Por que todos estão desistindo dela?Meus olhos, agora cheios de raiva e desespero, se fixaram em Archer, que me olhava com compaixão, mas aquilo só me enfurecia mais. Eu precisava de ação, precisava de vida. Não de condolências.— Por que você quer que eu desista dela? — Minhas palavras saíram como um rosnado, um misto de dor e incredulidade. — Eu não posso, Archer... Minha voz se partiu, meus lábios tremendo incontrolavelmente. — Eu não aguento...Voltei meus olhos para minha mãe, ignorando tudo ao redor, como se o mundo tivesse d
POV: ARCHERPousei Avril cuidadosamente na maca que prepararam para ela, meu coração acelerado e pesado, cada batida parecendo uma explosão de medo e preocupação. Seus olhos estavam úmidos, as lágrimas ainda escorrendo silenciosas pelo canto de seu rosto. Eu as enxuguei delicadamente, mas outras logo surgiam, como um reflexo da angústia que ela estava sentindo. Curvei-me, pressionando um beijo suave em sua testa, tentando transmitir toda a força que ela precisava naquele momento.— Vocês vão ficar bem, meu amor... eu prometo. — Murmurei, minha voz embargada de emoções que eu tentava controlar. Eu queria que minhas palavras fossem uma verdade incontestável, mas o pavor no fundo da minha alma não me deixava esquecer da realidade cruel que enfrentávamos. Você e nosso bebê... fiquem comigo.Observei enquanto os médicos e enfermeiros se aproximavam rapidamente, suas expressões sérias e focadas. Eles pareciam organizados, mas nada me tirava a sensação de que tudo estava escapando do meu con
POV: ARCHER— Ela perdeu muito sangue. — A médica explicou em um tom grave. — Tivemos complicações durante o parto, e estamos tentando estabilizá-la com fluidos intravenosos, mas o quadro é delicado. O sangue dela é raro e estamos com dificuldades para...Ela parou, e eu vi a incerteza nos seus olhos, como se ela estivesse tentando encontrar uma maneira menos cruel de me dar a notícia que eu tanto temia. O mundo ao redor parecia desacelerar, enquanto o pânico crescia dentro de mim como uma maré prestes a me engolir.— Talvez o senhor deva se preparar para... — Ela começou.— Não! — Gritei, incapaz de conter o grito de negação que rasgou minha garganta. — Você não vai dizer isso. Avril é forte, ela vai sair dessa. Ela não vai me deixar sozinho, criando nosso filho. Eu sou um idiota arrogante, mas ela nunca me abandonaria. Volte lá e faça o que for preciso. Faça ela ficar bem!A médica tentou manter a compostura, mas a seriedade de seu olhar me fez perceber o quanto a situação era críti
POV: AVRIL— Estou aqui com vocês, meu amor. — A voz de Archer parecia distante, ecoando em meio à confusão dos meus pensamentos. — Vocês ficarão bem.Senti suas palavras se esvaindo conforme o escuro me envolvia, engolindo tudo ao meu redor. Era uma escuridão profunda e fria, quase tangível. Um vento gélido me arrepiava a pele, e então, o som de um choro de criança rompeu o silêncio, crescendo, puxando-me de volta. Meu corpo parecia flutuar, minha mente perdida em um limbo entre a realidade e o desconhecido.Abri os olhos, mas tudo o que vi foi escuridão. Estava deitada em algo molhado, sentindo a umidade penetrar na minha pele. Tentei me levantar, cambaleando, e percebi que estava em meio a poças d'água que refletiam pequenos lampejos de luz fraca e distorcida.— Onde estou? — Murmurei, desorientada, tentando entender o que estava acontecendo.O choro da criança ecoava ao longe, e meu coração apertou no peito. A cada passo, o som ficava mais alto, mais urgente. Comecei a caminhar em
POV: ARCHEREu estava sentado naquela poltrona dura, sentindo o peso do mundo nas minhas costas, enquanto olhava para o corpo frágil de Avril estendido na cama. Seus cabelos estavam desarrumados, espalhados sobre o travesseiro, e seu rosto, pálido, contrastava com os lençóis brancos do hospital. A sala estava quieta, exceto pelo leve bip do monitor cardíaco ao lado da cama, que era a única coisa que me dava a certeza de que ela ainda estava ali, lutando.As últimas horas tinham sido um pesadelo. Primeiro, a morte da mãe dela. Eu vi o desespero nos olhos de Avril quando ela segurou o corpo inerte da mãe, pedindo para ela voltar. Depois, o sangramento, o parto prematuro, e a tensão insuportável de esperar por notícias. Nosso filho havia nascido, mas estava na UTI neonatal, lutando pela vida. E agora, era a vez de Avril lutar.Ela estava imóvel há horas, e cada minuto que passava sem que ela acordasse me corroía por dentro. Eu já havia perdido muito, mas a ideia de perder Avril era insup