POV: ARCHER
Adentramos uma área reservada, com mulheres de todos os tipos, vestidas de maneira provocante, exibindo suas curvas enquanto sorriam para os clientes. As mesas estavam repletas de bebidas caras, charutos e até mesmo algumas substâncias ilícitas, tudo ali à disposição. Porém, nada daquilo me interessava. Eu estava à procura de uma coisa, ou melhor, de uma pessoa. E até agora, ela não estava ali.
— Estas são nossas garotas especiais. — Corand continuou, seu tom orgulhoso, como se estivesse apresentando um cardápio de luxo. — Temos as melhores bebidas, charutos e, para quem prefere algo mais intenso, drogas importadas que farão sua noite mais leve. — Ele sorriu, colocando ênfase nas palavras como se estivesse tentando me vender algo único. — E, claro, um cartão de fidelidade para clientes especiais, co
POV: AVRILAo chegar à boate, não me dei ao trabalho de ir até a sala de Corand. Ignorei suas ordens e foquei apenas no que precisava fazer: preparar o palco para minha apresentação. Mesmo sem olhar diretamente, eu podia sentir o peso do seu olhar ameaçador vindo de cima, através da janela de vidro, observando cada movimento meu como um predador à espreita.As primeiras músicas fluíram com a agitação típica do público, cada nota preenchendo o ambiente com energia. No entanto, quando a hora da pausa finalmente chegou, senti o alívio imediato de poder respirar e refrescar as cordas vocais.— Um martini, por favor. — Pedi ao garçom enquanto passava as mãos pelos cabelos, exausta. Cada piscada me levava de volta às lembranças daquela noite, a noite em que cometi o erro de me entregar a ele. Arche
POV: AVRILArcher avançou em minha direção, seus passos lentos e predatórios, como um caçador se aproximando de sua presa. Cada movimento era firme, seu olhar penetrante, e logo ele estava a centímetros de mim, o calor de sua proximidade tornando difícil até respirar. Sua voz saiu baixa e rouca, um sussurro carregado de intenção:— Eu a comprei. — Ele agarrou meu pescoço com firmeza, mas sem machucar, puxando-me para mais perto. Seu toque me fez ficar na ponta dos pés, forçada a encarar seus olhos intensos, tão perto que nossos lábios quase se tocavam. — Por que está em um lugar como este? — Ele continuou, seu olhar cravado no meu. — E devendo um homem como Corand? Ele é seu namorado secreto?A insinuação me pegou desprevenida, e, sem conseguir evitar, uma gargalhada escapou
POV: ARCHERAvril estava deslumbrante sob a luz suave que preenchia o quarto. Sua respiração ofegante, as mãos presas firmemente no alto de sua cabeça, segurando o pole dance, enquanto eu a mantinha travada no lugar. Meu olhar percorreu lentamente todo o seu corpo, admirando cada curva, cada detalhe. Deus, como ela conseguia ser ainda mais bonita quando estava nervosa?— Não gostei de acordar sem você ao meu lado. — Murmurei em seu ouvido, minha voz baixa e rouca, enquanto mordiscava suavemente a ponta de sua orelha. O leve tremor em sua respiração me indicava o efeito que eu tinha sobre ela. — Não gosto quando você foge de mim depois de me usar.— Te usar? — Avril repetiu, sua voz cheia de indignação, uma sobrancelha arqueada em desafio. Ela arfou ao sentir a ponta dos meus dedos deslizando por seu pescoço, brincando
POV: ARCHERMinhas mãos deslizaram por seus braços, alcançando a base de sua nuca, onde meus dedos se enroscaram suavemente em seus cabelos. Puxei-a levemente para frente, fazendo-a inclinar a cabeça e erguer o rosto na direção dos meus lábios.— E eu não vou permitir que outro homem te tenha em sua posse. — Sussurrei, minha voz baixa e possessiva, cada palavra carregada de um desejo que eu sabia que ela também sentia, mesmo que tentasse esconder.— Se importa ou quer apenas ter domínio sobre mim? — Avril murmurou, sua respiração irregular, o olhar carregado de confusão e desafio. Eu podia sentir sua pulsação acelerada, o esforço que fazia para manter a postura defensiva e distante. Mas seu corpo a traía. Ela me desejava tanto quanto eu a desejava, e ambos sabíamos disso.—
POV: ARCHERDo outro lado da linha, a respiração de Jasper era pesada, ofegante, como se ele estivesse correndo ou fugindo. Seu tom estava trêmulo, carregado de tensão.— Onde você está? — Perguntei rapidamente, já preparando-me para ordenar ao motorista que o buscasse.— Vou te enviar um endereço... — Sua voz ficou um pouco mais firme, embora ainda carregasse a urgência da situação. — Mande Briston e seus homens, mas não venha! Eles estão te esperando.Minhas mãos apertaram o telefone com força, o maxilar travado pela raiva que começava a crescer. Avril me lançou um olhar preocupado, claramente tentando entender a gravidade da conversa. Cocei a testa, nervoso, enquanto forçava a mente a processar tudo.— Foi ele, não foi? —
POV: ARCHER— Eu te contei como Ethan era quando eu era criança, não foi? Ele era um pai amoroso, presente. Mas, de repente... tudo mudou. Rápido demais. Não tive tempo de processar. E então, as ameaças começaram a chegar. Fotos... vídeos da minha mãe em uma situação crítica.A dor no meu peito apertava à medida que eu relembrava cada uma dessas ameaças, as imagens grotescas que vinham junto com as mensagens de chantagem.— A mídia começou a me cercar, a inventar histórias, e as acusações surgiram. Meu avô adoeceu, fragilizado por tudo, e... você, Avy... — Olhei profundamente em seus olhos, minha voz vacilando por um momento. — Você estava grávida, e eu não sabia como protegê-la.Avril ficou em silêncio por alguns se
POV: ARCHER— O quanto isso está te consumindo?Hesitei por um momento, sentindo um aperto no peito. Nunca fui bom em compartilhar minha dor, mas naquele momento, as palavras vieram.— Toda a minha sanidade. — Confessei com a voz trêmula, e meus olhos começaram a marejar. — Às vezes, eu penso em acabar com tudo, em me livrar desse peso... Mas minha mãe ainda está viva, e se eu desistir agora, o inferno que ela já passou só vai piorar. Seria como jogá-la para os lobos de uma vez por todas.— Eu sinto muito. — Avril sussurrou, a voz tão suave quanto seu toque enquanto ela acariciava meu queixo. — Mas... por que você não conta tudo ao investigador Cooper? Tenho certeza de que ele poderia ajudar, que...Antes que ela pudesse terminar, interrompi suavemente, sabendo que o próximo pas
POV: ARCHEREu sabia que, por mais que ela quisesse resistir, havia algo inegável entre nós.— Eu... — Ela começou a murmurar, a voz quase um sussurro, mas antes que pudesse terminar, capturei seus lábios com os meus.O beijo foi firme, mas ao mesmo tempo carregado de tudo que havíamos guardado durante tanto tempo. Seus lábios eram suaves, quentes, e por um breve momento, ela resistiu, mas logo a tensão em seus ombros se desfez e seus braços deslizaram pelo meu peito, subindo até minha nuca, puxando-me para mais perto. Tudo ao nosso redor desapareceu, como se apenas nós dois existíssemos naquele instante.Aprofundei o beijo, sentindo o sabor de sua entrega, o calor de sua pele contra a minha. As mãos de Avril, antes hesitantes, agora firmes, puxavam-me com uma intensidade que correspondia à minha. Ela gemia baixinho contra meu