POV: ARCHER
Foi apenas um sonho? Meus olhos abriram lentamente, ajustando-se à penumbra do quarto, ainda envolvido na escuridão profunda da madrugada. Fragmentos da noite passavam pela minha mente como flashes vívidos, como se cada momento estivesse gravado em minha pele. Movi-me devagar, o corpo um pouco dolorido, e estendi a mão ao meu lado, tateando os lençóis em busca dela. Mas o espaço estava vazio. Avril não estava lá.
A sensação de sua ausência foi imediata, mas era impossível ignorar a marca que ela havia deixado. O cheiro dela ainda estava impregnado em mim, uma lembrança olfativa que me envolvia. Passei a ponta dos dedos por minha pele, sentindo os sulcos dos arranhões que suas unhas haviam deixado, vestígios de sua presença. Sorri, um sorriso satisfeito e cheio de desejo ao recordar o que havíamos compartilhado. O sabor d
POV: ARCHERAdentramos uma área reservada, com mulheres de todos os tipos, vestidas de maneira provocante, exibindo suas curvas enquanto sorriam para os clientes. As mesas estavam repletas de bebidas caras, charutos e até mesmo algumas substâncias ilícitas, tudo ali à disposição. Porém, nada daquilo me interessava. Eu estava à procura de uma coisa, ou melhor, de uma pessoa. E até agora, ela não estava ali.— Estas são nossas garotas especiais. — Corand continuou, seu tom orgulhoso, como se estivesse apresentando um cardápio de luxo. — Temos as melhores bebidas, charutos e, para quem prefere algo mais intenso, drogas importadas que farão sua noite mais leve. — Ele sorriu, colocando ênfase nas palavras como se estivesse tentando me vender algo único. — E, claro, um cartão de fidelidade para clientes especiais, co
POV: AVRILAo chegar à boate, não me dei ao trabalho de ir até a sala de Corand. Ignorei suas ordens e foquei apenas no que precisava fazer: preparar o palco para minha apresentação. Mesmo sem olhar diretamente, eu podia sentir o peso do seu olhar ameaçador vindo de cima, através da janela de vidro, observando cada movimento meu como um predador à espreita.As primeiras músicas fluíram com a agitação típica do público, cada nota preenchendo o ambiente com energia. No entanto, quando a hora da pausa finalmente chegou, senti o alívio imediato de poder respirar e refrescar as cordas vocais.— Um martini, por favor. — Pedi ao garçom enquanto passava as mãos pelos cabelos, exausta. Cada piscada me levava de volta às lembranças daquela noite, a noite em que cometi o erro de me entregar a ele. Arche
POV: AVRILArcher avançou em minha direção, seus passos lentos e predatórios, como um caçador se aproximando de sua presa. Cada movimento era firme, seu olhar penetrante, e logo ele estava a centímetros de mim, o calor de sua proximidade tornando difícil até respirar. Sua voz saiu baixa e rouca, um sussurro carregado de intenção:— Eu a comprei. — Ele agarrou meu pescoço com firmeza, mas sem machucar, puxando-me para mais perto. Seu toque me fez ficar na ponta dos pés, forçada a encarar seus olhos intensos, tão perto que nossos lábios quase se tocavam. — Por que está em um lugar como este? — Ele continuou, seu olhar cravado no meu. — E devendo um homem como Corand? Ele é seu namorado secreto?A insinuação me pegou desprevenida, e, sem conseguir evitar, uma gargalhada escapou
POV: ARCHERAvril estava deslumbrante sob a luz suave que preenchia o quarto. Sua respiração ofegante, as mãos presas firmemente no alto de sua cabeça, segurando o pole dance, enquanto eu a mantinha travada no lugar. Meu olhar percorreu lentamente todo o seu corpo, admirando cada curva, cada detalhe. Deus, como ela conseguia ser ainda mais bonita quando estava nervosa?— Não gostei de acordar sem você ao meu lado. — Murmurei em seu ouvido, minha voz baixa e rouca, enquanto mordiscava suavemente a ponta de sua orelha. O leve tremor em sua respiração me indicava o efeito que eu tinha sobre ela. — Não gosto quando você foge de mim depois de me usar.— Te usar? — Avril repetiu, sua voz cheia de indignação, uma sobrancelha arqueada em desafio. Ela arfou ao sentir a ponta dos meus dedos deslizando por seu pescoço, brincando
POV: ARCHERMinhas mãos deslizaram por seus braços, alcançando a base de sua nuca, onde meus dedos se enroscaram suavemente em seus cabelos. Puxei-a levemente para frente, fazendo-a inclinar a cabeça e erguer o rosto na direção dos meus lábios.— E eu não vou permitir que outro homem te tenha em sua posse. — Sussurrei, minha voz baixa e possessiva, cada palavra carregada de um desejo que eu sabia que ela também sentia, mesmo que tentasse esconder.— Se importa ou quer apenas ter domínio sobre mim? — Avril murmurou, sua respiração irregular, o olhar carregado de confusão e desafio. Eu podia sentir sua pulsação acelerada, o esforço que fazia para manter a postura defensiva e distante. Mas seu corpo a traía. Ela me desejava tanto quanto eu a desejava, e ambos sabíamos disso.—
POV: ARCHERDo outro lado da linha, a respiração de Jasper era pesada, ofegante, como se ele estivesse correndo ou fugindo. Seu tom estava trêmulo, carregado de tensão.— Onde você está? — Perguntei rapidamente, já preparando-me para ordenar ao motorista que o buscasse.— Vou te enviar um endereço... — Sua voz ficou um pouco mais firme, embora ainda carregasse a urgência da situação. — Mande Briston e seus homens, mas não venha! Eles estão te esperando.Minhas mãos apertaram o telefone com força, o maxilar travado pela raiva que começava a crescer. Avril me lançou um olhar preocupado, claramente tentando entender a gravidade da conversa. Cocei a testa, nervoso, enquanto forçava a mente a processar tudo.— Foi ele, não foi? —
POV: ARCHER— Eu te contei como Ethan era quando eu era criança, não foi? Ele era um pai amoroso, presente. Mas, de repente... tudo mudou. Rápido demais. Não tive tempo de processar. E então, as ameaças começaram a chegar. Fotos... vídeos da minha mãe em uma situação crítica.A dor no meu peito apertava à medida que eu relembrava cada uma dessas ameaças, as imagens grotescas que vinham junto com as mensagens de chantagem.— A mídia começou a me cercar, a inventar histórias, e as acusações surgiram. Meu avô adoeceu, fragilizado por tudo, e... você, Avy... — Olhei profundamente em seus olhos, minha voz vacilando por um momento. — Você estava grávida, e eu não sabia como protegê-la.Avril ficou em silêncio por alguns se
POV: ARCHER— O quanto isso está te consumindo?Hesitei por um momento, sentindo um aperto no peito. Nunca fui bom em compartilhar minha dor, mas naquele momento, as palavras vieram.— Toda a minha sanidade. — Confessei com a voz trêmula, e meus olhos começaram a marejar. — Às vezes, eu penso em acabar com tudo, em me livrar desse peso... Mas minha mãe ainda está viva, e se eu desistir agora, o inferno que ela já passou só vai piorar. Seria como jogá-la para os lobos de uma vez por todas.— Eu sinto muito. — Avril sussurrou, a voz tão suave quanto seu toque enquanto ela acariciava meu queixo. — Mas... por que você não conta tudo ao investigador Cooper? Tenho certeza de que ele poderia ajudar, que...Antes que ela pudesse terminar, interrompi suavemente, sabendo que o próximo pas