POV: AVRIL
Jasper olhou para o meu rosto por um momento, seu olhar avaliador.
— Você foi ferida? — Ele perguntou, o tom menos duro agora, mas ainda cheio de preocupação. — Vou te levar para a mansão. A nova equipe médica vai cuidar de você lá.
— Nova equipe? O que aconteceu com a antiga? — Perguntei, franzindo o cenho, ainda perdida no caos de tudo que tinha acontecido. — Jasper... — Minha voz falhou um pouco, os pensamentos se embolando na minha mente. — Ele vai ficar bem? — Fechei os olhos por um segundo. — Aquele idiota ficou na minha frente... como um escudo. A culpa é minha. Ele foi baleado por minha causa!
— Olha, me desculpe... A culpa não é sua. Archer já estava preocupado com esse maldito jantar a fantasia. Sabemos que temos inimigos à espreita. — Jasper ponderou, o tom mais suave,
POV: ARCHERQuando a luz suave do salão a iluminou, vi o pânico tomar conta de Avril. Seus olhos se arregalaram, e o desespero estampado em seu rosto foi como um soco no estômago. Eu sabia o que aquele momento significava para ela. Mordi o lábio por dentro, lutando contra a frustração. Casar-se na igreja era seu maior sonho. Passamos horas fazendo planos, discutindo cada detalhe, as flores que ela escolhia com cuidado, as cores que ela queria que refletissem sua essência, as músicas que ecoariam pelo salão, incluindo suas próprias composições, que seriam tocadas ao som de piano e violino.Então, quando a vi negar meu chamado, não fiquei surpreso. Avril girou nos calcanhares com uma elegância desesperada, segurando a barra do vestido e correndo para fora do salão. O murmúrio crescente do público começou a encher o ambiente, uma o
POV: ARCHERO homem não respondeu de imediato, apenas ergueu a arma mais alto, seu dedo brincando perigosamente no gatilho. A ameaça era clara, mas eu precisava de tempo. Sussurrei para Avril, movendo-a lentamente para trás, empurrando-a sutilmente para ganhar espaço. Cada movimento era calculado, uma tentativa de deixá-la com a oportunidade de fugir enquanto eu lidava com aquele maldito. O medo em seus olhos era palpável, mas ela compreendeu.— Corra! — Ordenei em um sussurro, antes de me lançar contra o mascarado sem hesitar.O impacto foi brutal, e por um momento a força do embate desequilibrou o homem. Mas ele se recuperou rápido, soltando uma risada fria e sem alma.— Acha mesmo que pode protegê-la, Sr. Stone? — A voz dele ressoou cruel. — Você deveria tê-la deixado no passado.O
POV: ARCHER— Eu não vou cair agora! — Rosnei, minha determinação vencendo a dor que ameaçava me consumir. Respirando fundo, obriguei meu corpo a seguir adiante, ignorando os músculos que protestavam, prontos para ceder. — Não deixarei que a machuquem de novo por minha causa.Com essa promessa em mente, joguei meu corpo contra as paredes do labirinto, empurrando-me para frente com todas as forças que restavam. Ao dobrar a última curva, a cena diante de mim congelou meu coração.O mascarado estava lá, sua arma apontada diretamente para Avril, que soluçava, tremendo de pavor. Ele se preparava para apertar o gatilho, prestes a acabar com tudo.Sem pensar, ergui a arma com as mãos trêmulas, mirando com o que restava da minha concentração. O disparo reverberou pelo labirinto. Minha bala o ati
POV: AVRIL— Avril! — A voz de Jasper cortou o caos ao meu redor. Antes que eu pudesse processar, ele abriu a porta do carro com brutalidade, jogando o corpo inerte do motorista para fora. O rosto de Jasper estava molhado pela chuva, os cabelos grudados na testa, e sua respiração era pesada e ofegante. — Temos que sair daqui, agora! — Ele gritou com urgência, suas palavras carregadas de pânico, enquanto ele se jogava no banco do motorista.O motor roncou alto quando ele pisou no acelerador, e o carro derrapou violentamente na lama, os pneus lutando para ganhar tração. Meu corpo foi jogado de um lado para o outro enquanto o veículo finalmente se movia, cada segundo um misto de alívio e desespero.— Eles estão nos cercando! — Gritei, minha voz se quebrando enquanto olhava pelas janelas, vendo as sombras se movendo rapidamente entre a escurid
POV: ARCHERMeus olhos se abriram lentamente, como se pesassem uma tonelada. Cada piscada era um esforço, e o teto branco acima de mim parecia mais opressor do que acolhedor. A boca estava seca, quase como areia, e um gosto metálico me preenchia. Franzi o cenho, tentando afastar a névoa que cobria meus pensamentos enquanto meus ouvidos captavam o som contínuo e irritante dos bipes dos aparelhos ao meu redor. Virei a cabeça devagar, sentindo uma pontada de dor atravessar minha têmpora. O brilho dos monitores mostrava o ritmo dos meus sinais vitais, como uma prova silenciosa de que ainda estava ali, respirando, embora meu corpo estivesse pesado e dormente.Minha cabeça pulsava violentamente, como se alguém martelasse incessantemente dentro dela. Meus olhos ardiam, talvez por conta das luzes frias do quarto ou pela dor latente que tomava conta de cada parte de mim. Com esforço, mexi as pernas sob
POV: ARCHER— Liguei para Jasper para informá-lo sobre o que aconteceu, mas acabei me deparando com o investigador Cooper. — Briston começou, seu tom sombrio. Ele fez uma pausa, como se estivesse escolhendo as palavras cuidadosamente. — Tivemos um pequeno... conflito, por assim dizer.Houve uma pausa maior dessa vez, o silêncio entre nós se estendendo, carregado de significado. Eu podia ver em seu olhar que as coisas haviam saído do controle. Ele respirou fundo antes de continuar.— Quando voltei para a sala, o legista e o corpo haviam sumido. — Briston mordeu o lábio inferior, frustrado. — Obviamente, Cooper achou que isso era uma jogada nossa para desaparecer com as provas. Ele não hesitou em me acusar de tentar sabotar a investigação. Por isso, insistiu em me seguir, como se fosse uma sombra. Mas o que ele não esperava era que n
POV: AVRILDespertei lentamente, o cheiro estéril de álcool e desinfetante invadindo minhas narinas. Meus olhos piscavam, ajustando-se à luz branca que banhava o ambiente do hospital. O som suave de bipes monitorando meus sinais vitais preenchia o silêncio, e a primeira coisa que senti foi uma presença ao meu lado. Uma enfermeira, atenta, avaliava meus sinais vitais, seus movimentos precisos, mas gentis. Assim que meus olhos encontraram os dela, uma onda avassaladora de emoções me atingiu. Lágrimas brotaram de imediato, carregadas de traumas do passado que eu mal sabia que ainda habitavam minha mente.— Eu estou... viva? — minha voz saiu em um sussurro rouco, quebrada pela confusão que ainda dominava meus sentidos.— Sim, senhorita Willow, você despertou. Está viva e segura. — A enfermeira respondeu com um sorriso caloroso, mas sua seren
POV: AVRIL— Avy... — murmurou meu nome, sua voz vacilante. Ele me soltou então, levantando-se com um gemido frustrado, passando as mãos pelos cabelos como se tentasse aliviar a tensão que lhe corroía por dentro. — Eles vão pagar... todos eles... por tudo que fizeram!A intensidade em suas palavras me fez levantar imediatamente. Caminhei até ele, tocando suavemente seu braço. Me estiquei na ponta dos pés, e Archer, instintivamente, envolveu minha cintura com um braço, enquanto o outro se mantinha sobre o ferimento que ainda parecia latejar de dor. Com delicadeza, passei os dedos por seus cabelos, deslizando até o contorno rígido de seu rosto. Segurei seu rosto entre minhas mãos, forçando-o a me encarar, nossos olhares se fixando em um confronto silencioso.— Archer, me diga a verdade... — supliquei, a voz baixa, mas