POV: AVRIL
Despertei lentamente, o cheiro estéril de álcool e desinfetante invadindo minhas narinas. Meus olhos piscavam, ajustando-se à luz branca que banhava o ambiente do hospital. O som suave de bipes monitorando meus sinais vitais preenchia o silêncio, e a primeira coisa que senti foi uma presença ao meu lado. Uma enfermeira, atenta, avaliava meus sinais vitais, seus movimentos precisos, mas gentis. Assim que meus olhos encontraram os dela, uma onda avassaladora de emoções me atingiu. Lágrimas brotaram de imediato, carregadas de traumas do passado que eu mal sabia que ainda habitavam minha mente.
— Eu estou... viva? — minha voz saiu em um sussurro rouco, quebrada pela confusão que ainda dominava meus sentidos.
— Sim, senhorita Willow, você despertou. Está viva e segura. — A enfermeira respondeu com um sorriso caloroso, mas sua seren
POV: AVRIL— Avy... — murmurou meu nome, sua voz vacilante. Ele me soltou então, levantando-se com um gemido frustrado, passando as mãos pelos cabelos como se tentasse aliviar a tensão que lhe corroía por dentro. — Eles vão pagar... todos eles... por tudo que fizeram!A intensidade em suas palavras me fez levantar imediatamente. Caminhei até ele, tocando suavemente seu braço. Me estiquei na ponta dos pés, e Archer, instintivamente, envolveu minha cintura com um braço, enquanto o outro se mantinha sobre o ferimento que ainda parecia latejar de dor. Com delicadeza, passei os dedos por seus cabelos, deslizando até o contorno rígido de seu rosto. Segurei seu rosto entre minhas mãos, forçando-o a me encarar, nossos olhares se fixando em um confronto silencioso.— Archer, me diga a verdade... — supliquei, a voz baixa, mas
POV: ARCHER— E eu preciso estar segura, não com um alvo nas costas! — retrucou ela, a raiva transparecendo em sua voz enquanto tentava se afastar, empurrando meu peito com firmeza. Mas eu a mantive próxima, meus braços ao redor de seu corpo como uma prisão inescapável. — Me solta! — exigiu Avril, sua respiração acelerada, seus olhos brilhando com indignação.— Nada vai te acontecer, Avril. — Suspirei profundamente, tentando manter a calma enquanto meu olhar fixava o dela. Em um movimento súbito, segurei sua nuca, puxando-a para mais perto. Meus lábios encontraram os dela com uma mistura de intensidade e necessidade. Mordisquei seu lábio inferior, prendendo-o entre os meus dentes com uma suavidade provocante, o suficiente para fazê-la parar, seus olhos arregalados, surpresos pela ação inesperada.
POV: AVRILFranzi o cenho ao ouvir a palavra "contrato". Então, a relação entre Archer e Willow era meramente isso: um contrato? Fiquei pensando se tudo na vida de Archer era regido por cláusulas e obrigações legais. Será que, para ele, cada pessoa tinha um preço, uma condição? Esse pensamento perturbador atravessou minha mente.— Sra. Collen, certo? — Rompi o silêncio com firmeza, minha voz carregada de uma determinação que eu não sabia que possuía. — Não estou tentando seduzir o noivo de sua filha. Garanto que não há intenções românticas, muito menos interesses ocultos. Tudo o que quero é cumprir minha parte do acordo em paz e sem colocar minha vida em risco. — Olhei diretamente para ela, sustentando o olhar. Archer me lançou um olhar furtivo, seus lábios tensos e ne
POV: AVRILOlhei para ele, incrédula. A frustração borbulhava dentro de mim, e o sarcasmo escapou sem que eu pudesse controlar.— Entre nós dois, quem está mais ferrado é você, Sr. Dono do Império. — Revirei os olhos, exasperada. — E essa decisão não cabe a você!O silêncio que se seguiu foi denso, e ambos me olharam surpresos pela minha ousadia.— Acha que esse arranhão vai me impedir de fazer você obedecer? — Archer arqueou uma sobrancelha desafiadora, o rosto marcado por um sorriso arrogante.Eu não resisti e respondi com um sorriso provocativo.— Arranhão? — Retruquei, cruzando os braços e estreitando os olhos. — Isso aí é um buraco de bala, e quem está sendo teimoso agora é você, Sr. Stone. — Pas
POV: AVRIL— Se eu ainda amo o Archer? — Perguntei, surpresa pela sua franqueza. A pergunta me pegou de surpresa, e por um momento fiquei em silêncio, tentando entender suas intenções.— É uma pergunta simples, não é? — Neandra continuou, a voz fria e incisiva. — Sim ou não. Com o passado que vocês dois têm, não consigo entender por que aceitou esse contrato. — Ela riu de forma seca, como se já soubesse a resposta. — Embora, admito, ele está sendo bem generoso nos pagamentos. Há algum... trabalho extra para justificar o valor?O sarcasmo e a acusação velada em sua voz fizeram meu sangue ferver. Cerrei os punhos, sentindo a raiva borbulhar em meu peito.— Você está me ofendendo, Sra. Collen! — Minhas palavras saíram firmes, quase ríspi
POV: AVRILInclinando-me levemente para a frente, deixando que ela sentisse a intensidade de minha presença, continuei.— Eu não firmei nenhum acordo com os Collen. — Falei com uma ferocidade controlada, meu peito inflando com a raiva que eu segurava. — Meu contrato é com Stone, e você faria bem em se lembrar disso. Então, mantenha-se longe. Não sou sua criada, Neandra. — Minha voz vibrou com uma força, enquanto me inclinava ainda mais, deixando claro que eu não era alguém que ela poderia manipular ou controlar.Soltei seu pulso de forma brusca, com uma força que fez seu braço balançar levemente. Neandra imediatamente levou a mão ao pulso, massageando-o enquanto seus olhos me fulminavam com um ódio palpável. Seu olhar ardia de fúria, mas por um momento, ela não disse nada. Sabia que eu estava di
POV: AVRILApós o procedimento doloroso, fiquei deitada em repouso na clínica, sob constante vigilância médica. Minha cabeça ainda latejava, e o cansaço começava a pesar em meus membros. A ordem era clara: nada de esforços, nada que pudesse piorar a situação. O silêncio do ambiente me envolvia, mas foi quebrado pelo toque insistente do meu celular. Olhei para o identificador de chamadas, suspirando antes de atender.— Sr. Cooper, tentei te ligar várias vezes. — Minha voz saiu mais ríspida do que eu pretendia, o cansaço e a frustração acumulados. Apertei o aparelho contra a orelha, sentindo a tensão se espalhar pelo meu corpo. — Quero que me diga o que foi aquela mensagem. O que você descobriu? Como assim minha família está em perigo?Houve um momento de silêncio do outro lado
POV: AVRILAs palavras dele me atingiram com força, como se ele estivesse subestimando minha capacidade de enxergar a verdade. A raiva começou a subir, borbulhando dentro de mim como uma tempestade prestes a explodir.— E eu pensei que você pudesse proteger os meus pais, não que fosse um covarde! — Gritei, minha voz cortando o silêncio da sala, o corpo tremendo de fúria. Eu estava ofegante, dominada pela raiva e pela sensação de impotência.Cooper ficou em silêncio por alguns instantes, e eu podia sentir sua calma calculada do outro lado.— Você tem provas dessas acusações? — Perguntei, tentando manter a voz firme, mesmo que por dentro eu estivesse à beira de um colapso.— Não. — Ele respondeu, sua voz mais fria agora. — Mas teremos em breve... Você só precisa me fazer um pequeno favor.Havia algo sombrio no tom dele, algo que me fez arrepiar. Cooper já não parecia apenas o investigador preocupado com a segurança da minha família. Havia algo mais por trás de suas palavras, algo que me