POV: AVRIL
Inclinando-me levemente para a frente, deixando que ela sentisse a intensidade de minha presença, continuei.
— Eu não firmei nenhum acordo com os Collen. — Falei com uma ferocidade controlada, meu peito inflando com a raiva que eu segurava. — Meu contrato é com Stone, e você faria bem em se lembrar disso. Então, mantenha-se longe. Não sou sua criada, Neandra. — Minha voz vibrou com uma força, enquanto me inclinava ainda mais, deixando claro que eu não era alguém que ela poderia manipular ou controlar.
Soltei seu pulso de forma brusca, com uma força que fez seu braço balançar levemente. Neandra imediatamente levou a mão ao pulso, massageando-o enquanto seus olhos me fulminavam com um ódio palpável. Seu olhar ardia de fúria, mas por um momento, ela não disse nada. Sabia que eu estava di
POV: AVRILApós o procedimento doloroso, fiquei deitada em repouso na clínica, sob constante vigilância médica. Minha cabeça ainda latejava, e o cansaço começava a pesar em meus membros. A ordem era clara: nada de esforços, nada que pudesse piorar a situação. O silêncio do ambiente me envolvia, mas foi quebrado pelo toque insistente do meu celular. Olhei para o identificador de chamadas, suspirando antes de atender.— Sr. Cooper, tentei te ligar várias vezes. — Minha voz saiu mais ríspida do que eu pretendia, o cansaço e a frustração acumulados. Apertei o aparelho contra a orelha, sentindo a tensão se espalhar pelo meu corpo. — Quero que me diga o que foi aquela mensagem. O que você descobriu? Como assim minha família está em perigo?Houve um momento de silêncio do outro lado
POV: AVRILAs palavras dele me atingiram com força, como se ele estivesse subestimando minha capacidade de enxergar a verdade. A raiva começou a subir, borbulhando dentro de mim como uma tempestade prestes a explodir.— E eu pensei que você pudesse proteger os meus pais, não que fosse um covarde! — Gritei, minha voz cortando o silêncio da sala, o corpo tremendo de fúria. Eu estava ofegante, dominada pela raiva e pela sensação de impotência.Cooper ficou em silêncio por alguns instantes, e eu podia sentir sua calma calculada do outro lado.— Você tem provas dessas acusações? — Perguntei, tentando manter a voz firme, mesmo que por dentro eu estivesse à beira de um colapso.— Não. — Ele respondeu, sua voz mais fria agora. — Mas teremos em breve... Você só precisa me fazer um pequeno favor.Havia algo sombrio no tom dele, algo que me fez arrepiar. Cooper já não parecia apenas o investigador preocupado com a segurança da minha família. Havia algo mais por trás de suas palavras, algo que me
POV: AVRILFingi estar dormindo quando o médico entrou no quarto. Ele verificou os monitores ao meu redor, sua postura profissional e atenta, e em seguida perguntou sobre meu estado. Respondi com brevidade, mantendo a aparência de alguém exausta, mas cooperativa. Após um breve diálogo formal, ele me deixou sozinha novamente.Com o silêncio da sala me envolvendo, movi lentamente as pernas, pousando as pontas dos pés no chão frio. Surpreendentemente, a dor na lombar, que antes era quase insuportável, havia diminuído significativamente. Esses novos médicos pareciam saber o que estavam fazendo. A sensação de alívio, ainda que parcial, me deu um impulso de coragem. Calcei os sapatos com cuidado, indo até a porta. Verifiquei o corredor vazio, respirando fundo. A adrenalina já começava a pulsar em minhas veias.Saí sorrateira, cada passo leve e cuidadoso. Quando passei pelo vidro da sala ao lado, parei. Neandra estava lá, adormecida, sentada ao lado da cama de Willow. Seus dedos apertavam a
POV: ARCHEREu dirigia às pressas em direção à empresa, o caos já estava instalado. O desaparecimento de Jasper havia agitado os funcionários, e os boatos de que eu estava por trás do sumiço das pessoas ao meu redor estavam ganhando força, causando ainda mais tumulto. O departamento de RH havia me ligado, informando que estava recebendo pedidos de demissão em massa, e Emily, da Assessoria, também entrou em contato para avisar que a imprensa estava reunida nos portões do império, lançando perguntas carregadas de teorias conspiratórias.Minha cabeça latejava. As têmporas pesavam, e o celular não parava de tocar, aumentando a pressão que já era quase insuportável.— Sei que viu o jornal e sabe que a situação na empresa não está fácil. O que você quer? — Indaguei, minha voz saindo mais ríspida do que o normal, os nervos à flor da pele.Do outro lado da linha, a resposta veio carregada de sarcasmo.— Quanta hostilidade, Archer. — Era Ethan, meu pai, sempre com aquele tom insuportável de su
POV: ARCHER— Tão preocupada, não é? — Meus olhos se estreitaram, a frieza e o sarcasmo carregados em cada palavra. — Quem te contratou para me espionar de perto? Está envolvida com os Collens?— O quê? Do que você está falando? — Avril perguntou, tentando fingir surpresa, mas o nervosismo em sua voz era claro. Apertei seu braço com mais força, puxando-a para perto, a raiva crescendo a cada segundo.— Archer, me solta, está me machucando! — Ela protestou, a dor evidente em sua voz.— Responda minhas perguntas, Avril! — Minha voz saiu baixa, carregada de fúria. — Não estou com paciência para os seus joguinhos. Você sabia da condição de Willow. Ela te contratou sabendo da sua compatibilidade, do nosso passado, e agora estão te usando para me desestabilizar,
POV: AVRILFiquei paralisada por um momento, encarando a lápide à minha frente, tentando absorver o impacto daquela revelação. Meus pensamentos estavam desordenados, uma confusão de emoções que eu não conseguia organizar. Lentamente, soltei minhas mãos das dele e dei alguns passos hesitantes em direção à pedra fria. Meus dedos trêmulos seguiram as linhas gravadas em relevo na inscrição: "Anjinho de Luz." O toque áspero da pedra contrastava com a suavidade da dor que começava a emergir em mim.— Archer... este é o túmulo... — Minha voz saiu fraca, sufocada pela emoção que se formava em minha garganta. Engoli em seco, os olhos marejados, enquanto tentava processar a realidade diante de mim.— É o túmulo de nosso filho. — Sua voz era firme, mas havia uma du
POV: AVRILArcher fez uma pausa, ainda evitando me encarar, o peso de suas palavras refletido no semblante sombrio e nos ombros largos que pareciam sutilmente caídos, como se carregassem uma carga invisível.— Eu feri minha mãe, mas não da forma que você imagina. — Sua voz soou baixa, quase um sussurro, carregada de arrependimento. — Não a sequestrei, mas... por minha culpa, ela está como refém. — Ele finalmente desceu o olhar até o meu, os olhos opacos com uma tristeza contida. — Vamos voltar, você precisa descansar. E uma coisa, Avril... não entre mais no meu escritório. Se o fizer, vou trancá-la em seu quarto como punição.Havia um toque de ameaça em sua voz, algo que fez meu coração acelerar, mas eu não podia deixar que ele simplesmente me afastasse assim.
POV: AVRILMeus olhos se arregalaram em surpresa quando, de repente, ele capturou meus lábios com os seus, mergulhando em um beijo que fez meu coração disparar. O toque de seus lábios era intenso e exigente, como se estivesse há muito tempo esperando por esse momento, carregado de anseios que finalmente se libertavam. Um suave gemido escapou de sua garganta ao me provar, enviando ondas de calor pelo meu corpo.Sua língua explorava cada canto da minha boca com precisão, em um ritmo que alternava entre o selvagem e o terno, como se quisesse conhecer e reivindicar cada parte de mim. A profundidade do beijo me envolveu completamente, e toda a minha resistência se desfez. Quando ele recuava por um instante, seus lábios deixavam selinhos suaves nos meus, apenas para logo em seguida retomar a intensidade, mordiscando levemente meu lábio inferior, o que me fez arfar de surpresa e prazer.