Cap.50: Para quem se ama, tudo bem.Molly o observava em silêncio, enquanto ele se mantinha paralisado embaixo da água, com o olhar perdido. De repente, ele se virou de costas, colando o rosto na parede.— Então vai ser assim? — perguntou Molly com mágoa — Por favor… Por que está me ignorando? — seus olhos marejaram em frustração. Ele parecia não estar te ouvindo, mas Braston apertava as pálpebras, ainda tentando superar a imagem que até Molly já havia superado.— Fabrízio… Você quer que eu vá embora? Quer que eu saia da sua casa? — perguntou ela, esperançosa de ouvir alguma palavra, mas não havia nada ali. Ela estava começando a se sentir perdida. Não queria sair dali, e também tinha medo de ouvir um sim dele.— Nada faz sentido se eu te machucar, não é uma coisa que vale a pena, eu quero ficar um pouco sozinho.— Por favor… — suplicou ela, lhe abraçando pela cintura enquanto a água caía, molhando os dois. — Eu senti tanto a sua falta… Então é isso? Você vai ficar me ignorando? — Ela
Cap.51: primeiro aniversario.— Finalmente! — Braston exclamou ao pegar o filho nos braços após levar Molly para o quarto e esperar que ela se trocasse. Era como se tivesse passado uma eternidade longe daquela pequena criança. A fome que ele sentia se intensificou três vezes mais, mas não havia cansaço em seu corpo, mas naquele momento ele estava focado na ligação com seu braço direito Mustafá./ E então? Sei que passou esses dias investigando. Já sabe o que eles fizeram enquanto estivemos no quarto? — Braston questionou Mustafá, ansioso por respostas./ Infelizmente, não sabemos o que aconteceu nessas meias horas. — Mustafá respondeu, com pesar na voz. — Pelo menos, não encontramos indícios de abuso.Braston sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao imaginar o que poderia ter acontecido. Ele não conseguia acreditar no quanto havia se colocado em risco./ Talvez ele tenha planos para o futuro. — Braston ponderou, com preocupação./ Você vai contar a Molly sobre a sua esposa? — Musta
No dia do aniversário, tanto Braston quanto Brady estavam acordados bem cedo. Já estavam na banheira tomando banho, com as roupas arrumadas na cama ao lado de Molly, que ainda dormia. Mas ela rapidamente despertou quando procurou os dois na cama.— Não acredito! — ela asseverou Molly frustrada, batendo os punhos na cama ao ver as roupas já organizadas. Levantou-se e seguiu para o banheiro correndo.— Olha só, a mamãe dorminhoca! — brincou Braston quando Molly entrou no banheiro.— Sem mim, nem pensar! — resmungou ela, com os cabelos desgrenhados tirando a roupa e correndo para a banheira. Ela se acomodou nos braços de Braston, que a recebeu com carinho.— Acho que vamos precisar de um espaço maior, você está me esmagando, Molly… — resmungou Braston, tentando se ajeitar na banheira.— E a família não é nem tão grande assim, né? — Molly retrucou.— Bom, então podemos aumentar a família! Mais uns três, que tal? Aí a gente usa a sala da hidromassagem, que é bem maior.— Mais três? Não sei
Cap.52: Matheus é o pai.Molly ficou ainda mais confusa quando Matheus entrou no salão, acompanhado de vários homens — alguns policiais e outro que parecia ser oficial de justiça.— É esse, senhores — apontou Matheus tranquilamente para o irmão.— Senhor Fabrízio Braston Morrigam? — perguntou o oficial de justiça, com uma folha em mãos.— Sim! — confirmou Braston.— Você tem algum registro que comprove que essa criança é sua? — perguntou ele. Molly imediatamente entendeu, sendo tomada pelo desespero.— Não, mas é meu filho. — confirmou Braston.— Recebemos uma denúncia e viemos com o pai da criança para que você devolva a criança ao pai e à senhora Bernarda.— Sem chance — fez Braston, descrente. — Oficiais, vamos conversar no escritório, isso pode ser resolvido... — Braston tentou falar, mas seu pai o puxou antes dele completar.— Filho, venha comigo — pediu Jeff, preocupado.— O que há de errado? — perguntou Braston, após se afastarem da multidão.— Não pode negociar com a polícia d
Cap.53: Não há onde se esconder.— A localização está mesmo correta? — Perguntou Mustafá, suando frio. A cidade se estendia diante deles, sombria e ameaçadora. Ele conhecia Madock de nome, o "cachorro louco", mas a ideia de confrontá-lo era aterrorizante.— Está, eles estão na casa dele. — Braston respondeu, sua voz firme. Seus olhos, no entanto, revelavam uma profunda preocupação.— Braston... Isso não vai dar certo. — Mustafá tentou dissuadi-lo, mas sabia que era inútil.— Só preciso fazer uma ligação. — ele retirou o celular do bolso, sua expressão se tornando dura. — Madock está com meu filho. Até um homem como ele tem medo da morte.Enquanto discava o número, Mustafá observou a cidade. As casas, altas e escuras, pareciam observá-los. A atmosfera era opressiva, carregada de uma tensão elétrica de tanta ansiedade./ Hei, Braston, que surpresa! — atendeu Madock, sua voz rouca e áspera ecoando no telefone./ Pensei que tivesse se aposentado./ Sim, mas sabe que não nego fogo, ainda a
Cap.54: O melhor lugar.— Bom, já está tarde. Tenho que levar o bebê para casa, apresentá-lo e conseguir de forma digna dormir na minha cama ao lado da minha esposa. — ele disse com um ar de orgulho, a voz vibrando com uma expectativa genuína.Madock observou-o com um misto de admiração e preocupação. — Boa sorte com sua nova vida, você sabe e eu sei tanto quanto você que essa vida não te leva a um lugar seguro, então não leve ninguém com você, mas se quiser alguém ao seu lado, deixe tudo isso — aconselhou mais uma vez, o tom grave tentando dissuadir o amigo.Braston sorriu, um sorriso que não alcançava os olhos. — Eu sei, Madock. Mas esse pequeno precisa de um lar. — E, como se para confirmar suas palavras, seguiu para o quarto, onde terminou de vestir o bebê em roupas quentinhas. Madock o observou de longe, impressionado com a naturalidade com que Braston preparava a mamadeira. A cena era incongruente com a vida perigosa que ambos levavam, mas ali, naquele momento, Braston era apena
Braston chegou em casa silenciosamente, subiu as escadas com Brady adormecido, suspirou várias vezes hesitante em entrar no quarto, sabia que Molly daria um ataque, mas teria que encarar. Girou a maçaneta com cautela…— Fabi! — Brincou Molly, abrindo a porta e revelando um sorriso radiante. Braston se arrepiou ao ouvir o apelido. — Por que você está parado aí fora?— Isso deve ser um sonho — ele apertou a vista, tentando acordar, mas tudo que via era ela em sua frente, já de camisola e cabelo amarrado em um coque acima da cabeça com alguns fios escapando.— Do que está falando? — perguntou ela confusa, o puxando para dentro do quarto com o bebê.— Molly? Você está bem? — Braston perguntou, juntando as sobrancelhas, a visão daquela cena o deixou atordoado.— Sim, ainda temos tempo. — ela comentou, empolgada como uma criança.— Para quê?— Hoje é aniversário de um ano de nosso filho, você já esqueceu? — perguntou o levando até a cama, um sorriso radiante no rosto. Ele tentou não sentar,
Envolta em segredos e perigos, Molly foi criada de uma forma rara para alguém que crescia dentro da máfia, como uma burra inerte a qualquer perigo, eu diria. Aos 17 anos, a caçula de Caio e Matheus, assassinos profissionais a serviço do falecido Don Teodoro que era todo o problema ali, ela era um enigma para seus irmãos. Apesar de ter crescido sob a sombra do crime, ela permanecia alheia aos negócios da família, uma inocência que os preocupava profundamente. Criada em isolamento, Molly era uma jovem de estatura mediana, adornada por longos cabelos castanhos que emolduravam seu rosto angelical. Seus olhos, ainda que carregassem a ingenuidade da juventude, escondiam uma inteligência aguçada e uma perspicácia incomum. Era como se, por trás da fachada de uma jovem inexperiente, existisse uma alma perspicaz pronta para desabrochar. Filha da cafetina da máfia, sua mãe nutria o desejo de que ela conseguisse manter um homem bom e que a protegesse na máfia, assim como ela mesma fizera, molda