Cap.51: primeiro aniversario.— Finalmente! — Braston exclamou ao pegar o filho nos braços após levar Molly para o quarto e esperar que ela se trocasse. Era como se tivesse passado uma eternidade longe daquela pequena criança. A fome que ele sentia se intensificou três vezes mais, mas não havia cansaço em seu corpo, mas naquele momento ele estava focado na ligação com seu braço direito Mustafá./ E então? Sei que passou esses dias investigando. Já sabe o que eles fizeram enquanto estivemos no quarto? — Braston questionou Mustafá, ansioso por respostas./ Infelizmente, não sabemos o que aconteceu nessas meias horas. — Mustafá respondeu, com pesar na voz. — Pelo menos, não encontramos indícios de abuso.Braston sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao imaginar o que poderia ter acontecido. Ele não conseguia acreditar no quanto havia se colocado em risco./ Talvez ele tenha planos para o futuro. — Braston ponderou, com preocupação./ Você vai contar a Molly sobre a sua esposa? — Musta
No dia do aniversário, tanto Braston quanto Brady estavam acordados bem cedo. Já estavam na banheira tomando banho, com as roupas arrumadas na cama ao lado de Molly, que ainda dormia. Mas ela rapidamente despertou quando procurou os dois na cama.— Não acredito! — ela asseverou Molly frustrada, batendo os punhos na cama ao ver as roupas já organizadas. Levantou-se e seguiu para o banheiro correndo.— Olha só, a mamãe dorminhoca! — brincou Braston quando Molly entrou no banheiro.— Sem mim, nem pensar! — resmungou ela, com os cabelos desgrenhados tirando a roupa e correndo para a banheira. Ela se acomodou nos braços de Braston, que a recebeu com carinho.— Acho que vamos precisar de um espaço maior, você está me esmagando, Molly… — resmungou Braston, tentando se ajeitar na banheira.— E a família não é nem tão grande assim, né? — Molly retrucou.— Bom, então podemos aumentar a família! Mais uns três, que tal? Aí a gente usa a sala da hidromassagem, que é bem maior.— Mais três? Não sei
Cap.52: Matheus é o pai.Molly ficou ainda mais confusa quando Matheus entrou no salão, acompanhado de vários homens — alguns policiais e outro que parecia ser oficial de justiça.— É esse, senhores — apontou Matheus tranquilamente para o irmão.— Senhor Fabrízio Braston Morrigam? — perguntou o oficial de justiça, com uma folha em mãos.— Sim! — confirmou Braston.— Você tem algum registro que comprove que essa criança é sua? — perguntou ele. Molly imediatamente entendeu, sendo tomada pelo desespero.— Não, mas é meu filho. — confirmou Braston.— Recebemos uma denúncia e viemos com o pai da criança para que você devolva a criança ao pai e à senhora Bernarda.— Sem chance — fez Braston, descrente. — Oficiais, vamos conversar no escritório, isso pode ser resolvido... — Braston tentou falar, mas seu pai o puxou antes dele completar.— Filho, venha comigo — pediu Jeff, preocupado.— O que há de errado? — perguntou Braston, após se afastarem da multidão.— Não pode negociar com a polícia d
Cap.53: Não há onde se esconder.— A localização está mesmo correta? — Perguntou Mustafá, suando frio. A cidade se estendia diante deles, sombria e ameaçadora. Ele conhecia Madock de nome, o "cachorro louco", mas a ideia de confrontá-lo era aterrorizante.— Está, eles estão na casa dele. — Braston respondeu, sua voz firme. Seus olhos, no entanto, revelavam uma profunda preocupação.— Braston... Isso não vai dar certo. — Mustafá tentou dissuadi-lo, mas sabia que era inútil.— Só preciso fazer uma ligação. — ele retirou o celular do bolso, sua expressão se tornando dura. — Madock está com meu filho. Até um homem como ele tem medo da morte.Enquanto discava o número, Mustafá observou a cidade. As casas, altas e escuras, pareciam observá-los. A atmosfera era opressiva, carregada de uma tensão elétrica de tanta ansiedade./ Hei, Braston, que surpresa! — atendeu Madock, sua voz rouca e áspera ecoando no telefone./ Pensei que tivesse se aposentado./ Sim, mas sabe que não nego fogo, ainda a
Cap.54: O melhor lugar.— Bom, já está tarde. Tenho que levar o bebê para casa, apresentá-lo e conseguir de forma digna dormir na minha cama ao lado da minha esposa. — ele disse com um ar de orgulho, a voz vibrando com uma expectativa genuína.Madock observou-o com um misto de admiração e preocupação. — Boa sorte com sua nova vida, você sabe e eu sei tanto quanto você que essa vida não te leva a um lugar seguro, então não leve ninguém com você, mas se quiser alguém ao seu lado, deixe tudo isso — aconselhou mais uma vez, o tom grave tentando dissuadir o amigo.Braston sorriu, um sorriso que não alcançava os olhos. — Eu sei, Madock. Mas esse pequeno precisa de um lar. — E, como se para confirmar suas palavras, seguiu para o quarto, onde terminou de vestir o bebê em roupas quentinhas. Madock o observou de longe, impressionado com a naturalidade com que Braston preparava a mamadeira. A cena era incongruente com a vida perigosa que ambos levavam, mas ali, naquele momento, Braston era apena
Braston chegou em casa silenciosamente, subiu as escadas com Brady adormecido, suspirou várias vezes hesitante em entrar no quarto, sabia que Molly daria um ataque, mas teria que encarar. Girou a maçaneta com cautela…— Fabi! — Brincou Molly, abrindo a porta e revelando um sorriso radiante. Braston se arrepiou ao ouvir o apelido. — Por que você está parado aí fora?— Isso deve ser um sonho — ele apertou a vista, tentando acordar, mas tudo que via era ela em sua frente, já de camisola e cabelo amarrado em um coque acima da cabeça com alguns fios escapando.— Do que está falando? — perguntou ela confusa, o puxando para dentro do quarto com o bebê.— Molly? Você está bem? — Braston perguntou, juntando as sobrancelhas, a visão daquela cena o deixou atordoado.— Sim, ainda temos tempo. — ela comentou, empolgada como uma criança.— Para quê?— Hoje é aniversário de um ano de nosso filho, você já esqueceu? — perguntou o levando até a cama, um sorriso radiante no rosto. Ele tentou não sentar,
Cap.55: resultado de um teste?A escuridão da madrugada era interrompida apenas por um tênue raio de lua que se infiltrava pela janela da cozinha enquanto Braston agora destrava o local em busca de um copo de água, revelando a figura de Mustafá sentado à mesa. Braston o encontrou curvado sobre a madeira fria, o rosto contorcido em uma expressão de frustração, cotovelos apoiados sobre a mesa e a cabeça nas mãos. Um copo de vinho, quase vazio, jazia ao seu lado.— Ainda acordado? — perguntou Braston, sua voz rouca pelo sono.Mustafá ergueu o olhar, os olhos vermelhos e inchados.— Não consigo dormir, Braston. Não consigo parar de pensar em tudo isso.— Está se torturando com isso? — perguntou Braston, sentando-se à mesa.— É mais do que isso. Essa situação está saindo do controle. E você... você não parece se importar com o perigo que estamos correndo.Braston suspirou, esfregando o rosto com as mãos.— Eu me importo, Mustafá. Mas o que posso fazer? Sinto que estou preso em uma armadilh
Cap.56: um trote, um alivio.Braston acordou suado e ofegante, o coração batendo forte no peito. Olhando ao redor, a penumbra do quarto o envolvia em um manto de angústia. Molly, ao seu lado, também havia acordado, seus olhos grandes e cheios de preocupação. O bebê, tranquilo, dormia em seu berço.— O que aconteceu? — Molly perguntou, sua voz suave quebrando o silêncio da madrugada. Braston se encolheu, abraçando os joelhos, a imagem do pesadelo ainda viva em sua mente. — Teve um pesadelo? — ela insistiu, tentando chamar sua atenção. Ele apenas assentiu com a cabeça, a voz falhando.— Ah… Então foi isso, venha aqui — sussurrou ela, abrindo os braços para acolhê-lo. Braston se deixou envolver por seus braços, buscando conforto em seu calor. — Era só um pesadelo.— Mas eu te machuquei nele... Machuquei o nosso filho, foi o pior sonho que eu já tive em toda a minha vida — ele confessou, a voz embargada. A imagem de Molly caída no chão, o sangue manchando a escada, o atormentava.— Foi só