4: até me deixarem ir!

 Cap.4: até me deixarem ir!

É inaceitável te ver indo sozinha àquele lugar, você só tem 17 anos, mal sabe se defender! — seu pai a repreendeu com veemência.

Família… — murmurou Matilde de cabeça baixa, com receio. Todos a encaravam, esperando entender o que havia de errado. — Tem algo mais que vocês não sabem… — ela mordeu os lábios, sem coragem de falar.

O que está querendo dizer? — perguntou Lincoln, desconfiado, desviando sua atenção para sua mulher.

Alguém terá que ir até lá, não temos outra escolha. O cartão, o dinheiro… os passaportes, tudo ficou no momento da fuga. — Comentou com a respiração pesada.

Não temos ninguém aqui além de nós — completou Caio.

Lisaura é de confiança — ponderou Matheus.

Ela é, mas o cofre só abre por digital e… as únicas que têm as digitais registradas sou eu e Madson. — concluiu Matilde.

Está feito então! Eu vou buscar o que é preciso — Molly se ofereceu sem exitar, como se fosse um soldado pronto para a batalha.

Volte a se sentar! — Gritou seu irmão, a voz ecoando pelo pequeno apartamento. — Isso aqui não é um alistamento militar, e você pode acabar não voltando! Vá para o seu quarto e deixe os adultos resolverem isso!

Com o rosto vermelho de raiva, Molly se levantou batendo o pé e fazendo birra, seguindo para o quarto.

Bom, pelo que eu vi no papel… Faltam três dias para Lisaura ir encontrar aquele assassino. Ou seja, eu ainda tenho tempo. Isso pode salvar minha família”, pensou ela ao entrar no minúsculo quarto com três camas, deitando-se na do meio.

No dia seguinte, a mesma confusão se repetiu, ela não desistiu e voltou a confrontar Matheus e sua família. Quem poderia ir ou não? Era arriscado para todos, mas Madson continuou insistindo para ser liberada a ir buscar o que era necessário.

Você não vai a lugar nenhum! Se algo acontecer, eu não vou me perdoar por isso! — gritou seu pai.

Eu posso ir sem levantar suspeitas! — bradou ela, criando coragem enquanto escondia o rosto para não levar uma bofetada.

Vocês a superprotegem! Se não fosse isso, já teríamos resolvido isso da forma mais fácil — murmurou Lincoln, indiferente.

Mãe!? Você concorda com o pai? — perguntou Matheus, indignado.

Não… É óbvio que não! — respondeu ela, insegura. A verdade é que toda a sua família o ouvia e concordava com Matheus porque tinha medo. Quando se tratava de Madson Molly, as coisas nunca iam bem.

Está decidido, você não sai dessa casa, nem sozinha, nem acompanhada — finalizou ele para Molly.

Na verdade, buraco de rato, só para… Corrigir — fez ela, insegura, desviando o olhar da direção do irmão, que a encarou indignado.

Não temos tempo para isso! Vamos fazer o quê? Esperar a morte? — resmungou seu pai.

Se é assim que deve ser, será — concordou Matheus, indiferente.

Você não está pensando direito! — vociferou seu pai, apontando para a jovem. — Nossa única salvação está ali, com aquela garota rebelde e seu cheiro enjoado de pêssego!

Matheus permaneceu irredutível.

Não, isso está fora de cogitação.

por favor me deixem ir buscar o cartão e o dinheiro no cofre secreto.Molly se pronunciou com a voz firme e segura. — Eu sei onde está e minha digital abre aquilo.

Caio, que até então observava a cena em silêncio, ergueu os olhos do celular.

Deixe-a ir. É seguro. Eles não sabem que ela existe.

Matheus franziu a testa.

Como você tem tanta certeza?

Aqui está!Caio ergueu o aparelho, mostrando a tela para o irmão. — Venho investigando o que eles sabem sobre a nossa família. Estamos todos os quatro na lista negra, mas veja isso: não há nenhum resgistro de Madson Molly. Eles nunca a descobriram. O homem que será seu futuro marido não contou sobre sua existência, o que significa que o acordo ainda está de pé.

O entusiasmo de Lincoln era contagiante, apesar de sua aparência desgrenhada: cabelos grisalhos crescidos até os ombros, barba por fazer, ele parecia ser tao veio apenas pela postura relaxada.

Bom, nesse caso… — Matheus ponderou, hesitante em voltar atrás em sua decisão.

Irmão,Molly murmurou, sua voz baixa e suplicante. — Não condene toda a família por minha causa. Eu ainda terei dignidade. Eu só preciso buscar o dinheiro.

Você não entendeu, jovem pessegueiro,Matheus retrucou, com ternura em sua voz. — você é a única que pode sair viva disso, não temos que por isso em risco te mandando la.

Mas é a única solução! — asseverou irritada.

Apesar de já estamos todos mortos. — comentou Matheus. — ainda temos mais uma saída que seria te entregar para o sottocapo. Você já é prometida a esse homem desde os 15 anos.

Está revelando detalhes demais!linconl o interrompeu, esperançoso. — Vai finalmente entregá-la e salvar toda a família?

Não!Matheus retrucou, com um olhar severo para o pai. — Só estou explicando-lhe como você é um péssimo pai e que nunca deve confiar em você, apenas em mim, que coloco sua segurança em primeiro lugar.

As palavras de Matheus deixaram o pai de Madson carrancudo, descontente com a reprimenda pública.

Ei! — Caio protestou, erguendo a voz. — Tirando o pai, todos nós queremos te manter segura. Já disse que não sou contra você ir buscar os documentos, parece a opção mais segura. No entanto, pelo risco, não tiro a razão do Matheus.

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