HENRYO primeiro dia de feira teve uma manhã divertida, mas a tarde foi de muito trabalho. Fiquei com as bebidas, que eram requisitadas a todo instante. Da minha barraca pude ver Deena nas brincadeiras de Pega-maçã e Tiro ao alvo. Exceto por um momento entre as trocas, não a vi parada. Eu olhava em sua direção o tempo todo, mas ela não olhou para mim uma só vez. Confesso que quando ela quer, pode ser “osso duro de roer”, mas eu sou persistente e vou roer com prazer, bem devagarinho.O turno acaba, são seis horas, sinto que já não tenho mais energia para nada. Só quero ir para a casa de Deena e cair de cara no sofá, ou na cama dela. Porém, assim que deixo a barraca, o animador da festa que até agora não sei quem é, chama a todos para a dança folclórica, os banjos começam a tocar animadamente e as pessoas se posicionam umas a frente das outras. Minha garota está a frente de Levi. Não sei nada sobre essa maldita dança, mas esse moleque não vai dançar com a minha garota. Me aproximo dele
DEENAOs últimos dias foram muito bons! Eu e Eve temos nos divertido muito na festa da abóbora, mas hoje é nosso último dia, porque amanhã tenho que ir atrás de uma roupa para usar no Baile da mãe de Henry, que a propósito, está levantando as mãos para o céu que os dias de festa estão chegando ao fim.Ele tem estado bastante ao celular, trocando mensagens com, ele diz, colegas de baladas, o que me deixa apreensiva e desanimada, devido as coisas que vivemos nos últimos dias.De vez em quando o pego me olhando como um pedaço de carne, as vezes, é apenas um olhar distante. Talvez, tudo isso seja muito confuso para ele. Para mim, é confuso, inseguro e irritante, sei que, por muitas vezes, por minha culpa. Não quero acreditar em um cara e me entregar por completo para que ele possa me amassar e jogar fora, assim que não precisar mais, ou pior, que revele sua pior parte escondida, assim como Anton.Falando em Anton, hoje ele fará a visita supervisionada. Meu coração está partido com isso. Di
HENRYAquele de*****ado! Quando Deena me disse que se arrependia de ter se envolvido com esse cara, apertei meus lábios para não concordar. Ele não quer ser o pai de Eve, ele só quer amedrontá-la. Que imbecil, que eu não o veja na minha frente nunca mais, porque eu não respondo por mim, porque neste momento só queria fazê-lo em pedacinhos.Eve está enfeitando uma abóbora de chocolate, enquanto sua mãe, hora ou outra verte algumas lágrimas.— Eu disse que não queria catchup no meu cachorro-quente! — o senhor a minha frente resmunga ao receber seu sanduiche.— Me desculpe! Vou fazer outro. Somente salsicha?— Com mostarda.— Ok.Estou muito distraído. Queria pegar as minhas garotas e sumir com elas daqui, queria colocar Deena sobre o seu travesseiro quente e lhe servir um chá de menta com uma barra de chocolate, que descobri na última semana serem uma de suas coisas preferidas na vida.Sirvo o sanduíche e o entrego para o senhor, me desculpando por mais umas mil vezes. Quando olho para
DEENAFico tão confusa com as maneiras de Henry para comigo. Quando chegaram, depois da feira, fui conversar com ele, mas ele recusou. Disse que queria jogar videogame com Eve. Ambos riram muito, enquanto eu preparava o jantar e enquanto comiam.Algo, que ainda não sei, mas posso imaginar, mudou seu jeito em relação a Eve e quer ganhar a mãe? Trate bem o seu filho.Agora estou deitada na cama, junto a minha filha, enquanto ele, sentado aos pés da dela, lê o conto da “Princesa e a ervilha”. Não precisamos de muito tempo para vê-la fechar os olhos e ressonar.— Você sabe que essa história é uma crítica a realeza e a nobreza, né?Sussurro enquanto fecho a porta do quarto da menina atrás de mim.— Por que as pessoas de sangue nobre são tão delicadas a ponto de sentir uma ervilha embaixo de um monte de colchões?Sorrio timidamente.— É isso aí. — digo, indo para o meu quarto. Ele me dá dois cutucões na cintura.— Você acha que isso se aplica a mim? Estou dormindo em um sofá em que não cabem
HENRYQuanto mais as pessoas desqualificam minha garota, mais me prendo a ela, mais tenho vontade de protegê-la e exaltá-la.Acho que dei o meu recado direitinho para que a tratassem muito bem. Queria tanto que as coisas entre nós tivessem sido mais orgânicas e mais livres, mas infelizmente sou um idiota que acaba sempre estragando as coisas.Antes de Red Springs, da fazenda Paterson e de Deena e Eve, estava indo em uma espiral de autodestruição, de uma total falta de sentido na vida, que acabei me enrolando muitas vezes com a lei. Nada considerado tão grave, exceto por dirigir bêbado, porém, coisas que um homem correto não faria.Sei que há pouquíssimo tempo que estamos envolvidos, mas por elas, eu quero ser um homem melhor.Subo as escadas da mansão de meus pais, até o quarto onde minha mãe se apronta, está sentada na maca, onde acabou de receber uma massagem. Está de roupão, com os cabelos escuros e ondulados caindo-lhe pelos ombros.— Ah! Quem é vivo sempre aparece, não é mesmo?!
DEENAApesar do olhar de estranhamento de algumas pessoas, como se eu fosse algum espécime animal, nunca fui tão paparicada em toda a minha vida. Primeiro me deixaram “de molho” em ofurô muito perfumado e cheio de pétalas, quase cochilei na água quente e acolhedora. Depois recebi uma massagem vigorosa, que, tenho certeza, desfez até os nós da minha alma, pois, assim que me levantei parecia que estava flutuando. Foi então que veio a parte difícil: A depilação. Não que eu não faça isso, mas, meus amigos! Não tenho um só pelo em todo o meu corpo! Depilaram até os meus braços! Depois disso, entrei novamente no ofurô em uma água com cheiro de chá, até me lembrei de uma xícara de Eve, que tem um homenzinho pendurado na borda, na verdade, ele é uma peneira, onde colocamos as folhas de chá.— Isso é chá? — perguntei a uma das funcionárias.— Sim. É um mix de ervas para acalmar a vermelhidão da sua pele.Interessante! Olhei para os meus braços e, estavam realmente muito vermelhos nos lugares o
DEENAEla parecia ser apenas poucos anos mais velha do que eu, tinha os cabelos pretos presos em um coque alto com franja muito bem arrumados, sem nem um fio fora do lugar. Usava um vestido branco, ombro a ombro de mangas muito justo e muito brilhante.— Quantos anos a sua mãe tem? — pergunto assombrada.— Estamos comemorando seus quarenta e sete anos. — ele responde divertido.— Ela é muito nova!—Sim. Ela é. Casou-se com meu pai com dezessete anos. Um casamento por contrato.— O quê? — achava que isso só acontecia nos romances.— Sim. Um acordo entre famílias. Nasci quando ela tinha 19, se não me engano.Ia fazer mais perguntas, mas as engulo no momento em que percebo que ela olha em nossa direção. Primeiro um olhar assombrado e depois analítico.— Vamos? — Henry diz com as mãos espalmadas pelas minhas costas, já me guiando na direção dela.— Mamãe! Essa é Deena Hoyth. — Assim que Henry me apresenta, ela analisa cada detalhe da roupa do filho embasbacada.— Henry Denis, isso é sério
HENRYNão posso acreditar que Deena quer ter uma D.R no meio da festa da minha mãe! Pensei que estivéssemos bem, só vivendo o momento, deixando este sentimento crescer com todo o cuidado necessário para não machucar Eve, mas eu não entendo o que ela quer, agora, justo hoje.Ando a passos rápidos, pela casa que conheço tão bem. De longe consigo vê-la, brilhando em seu vestido azul claro, comendo uma pilha de salgados.Me aproximo. Ela me olha envergonhada, percebo seu corpo se contrair. Cruzo os braços, ela revira os olhos. Me ajoelho para ficar mais próximo da altura dela.— Deena! Não vamos deixar uma palavra boba com duplo sentido estragar a nossa noite.Ela não responde. Enfia uma torrada com patê, inteira na boca, me encarando com raiva. Pego em sua mão, a música está muito alta para que eu comece uma argumentação, por isso a puxo para que se levante comigo. Assim que estamos em pé, envolvo seus ombros.— Eu não sou bom com as palavras, mas — toco delicadamente sua nuca. — Sei que